Capítulo 19
- Que merda. - Resmungo baixinho.
- Você está sem sorte minha amiga. - Angel ri baixinho.
- Eu vou embora. - Lhe dou as contas e começo a caminhar.
- Pode parar. - Angel vem até mim e segura meu braço.
- Não estou me sentindo confortável nesse lugar.
- Vai ficar fugindo do Bruce? - Angel questiona.
- Com toda certeza sim.
- Ignora aquele imbecil e tenta se divertir um pouco. - Angel sorri com malícia. - Faça ele ver o que está perdendo.
A diversão que minha amiga está me propondo é beijar a metade dos homens dessa festa, mas se tem uma coisa que eu jamais faria, seria isso.
Eu realmente não quero estar aqui, e agora que vi Bruce quero ainda mais ir embora, mas eu sei que Angel não vai deixar.
Diversão para mim seria estar na minha cama com um livro, e uma xícara de chocolate quente, porque esse lugar aqui não tem nada de divertido, pois só tem gente chata e metida, e muito barulho, uma coisa que odeio.
- Vamos. - Angel começa a me puxar em direção a boate.
- Me deixe ir embora.
- De maneira alguma. - Ela nega com a cabeça.
Angel não vai me deixar ir embora, mas na primeira oportunidade que eu tiver vou fugir e ir para casa.
Assim que entramos na boate, já vejo Caroline esbanjando sua falsa simpatia para seus convidados, e automaticamente faço uma careta.
- Coloque um sorriso nesse rosto Malia.
- Assim está melhor? - Forço um sorriso.
- Não. - Angel revira os olhos. - Desse jeito ninguém vai se aproximar de você.
- É exatamente isso que quero minha amiga.
Ao nós aproximarmos ainda mais de Caroline, Angel a puxa para um abraço que é retribuído por ela, e ao se afastar da minha amiga a megera me olha de cima em baixo com desdém.
- Feliz aniversário Caroline. - A parabenizo.
- Obrigada. - Ela sorri fingida.
Apenas aceno com a cabeça e não falo mais nada, e apenas começo olhar em volta.
Decidi ir até o bar para ver se tem algo para beber que não tenha álcool, porque estar no meio desse monte de gente está me deixando sufocada.
- Vou procurar um lugar para sentar. - Falo para Angel.
- Você tem quantos anos Malia? - Ela bufa alto. - Veio para ficar sentada.
- Você me obrigou a vir, então agora aguente a idosa aqui.
Mando beijo para Angel e começo a me afastar, e alguns segundos depois acabo tropeçando em alguém, e se ele não tivesse me segurado, eu teria caído de bunda no chão.
- Te peguei. - O estanho exibe um largo sorriso.
- Obrigada por me salvar. - Também sorrio.
- É um prazer salvar moças bonitas.
O homem se afasta de mim, e mais do que depressa fujo para longe, antes que ele tente puxar assunto comigo.
- Moço? - O barman vem até mim quando me vê.
- O que deseja senhorita? - Indaga.
- Um refrigerante.
- Um pedido interessante. - Ele sorri de canto.
- Não bebo bebida alcoólica. - Dou de ombros.
Ele apenas acena com a cabeça, e alguns segundos depois volta com meu copo com refrigerante, e mais do que depressa o pego e dou um gole no líquido gelado.
- Obrigada. - Agradeço ao barman.
- Estou a disposição. - Ele me olha com malícia e lambe os lábios.
Sorrio sem graça e tento me afastar do bar, mas mais uma vez acabo tropeçando no mesmo cara de antes, e quase derrubo o copo em minha mão.
- Bem, já é a segunda vez que tropeçamos um no outro. - Ele sorri para mim. - Acho que devemos nos apresentar.
- Eu sou Malia, muito prazer.
- O prazer é todo meu Malia. - Ele estende a mão para mim. - Me chamo Mark.
Retribuo o aperto de mão porque Mark está sendo legal comigo, e não está me olhando como se eu fosse uma presa fácil.
- Se me der licença, vou procurar um lugar para me sentar. - Digo a ele.
- Posso te fazer companhia? - Mark questiona.
- Claro. - Confirmo com a cabeça.
Mark me ajuda a passar pelos convidados, e algum tempo depois encontramos um lugar mais afastado das pessoas e nos sentamos.
Meu olhar vai direto para Caroline que está grudada em Bruce como uma carrapato, e se antes eu não gostava daquela cobra, agora gosto menos ainda.
Que merda está acontecendo comigo? Porque estou com ciúmes daquele idiota?
- Parece que você está prestes a matar a aniversariante. - Mark ri alto.
- Impressão sua.
Dou um gole em minha bebida e a coloco sobre a mesa, e por mais que eu tente não olhar para Bruce com Caroline todos sorridentes, é impossível.
- É impressão minha, ou está com ciúmes do Bruce? - Mark indaga.
- Você o conhece? - Pergunto.
- Sim. - Ele confirma com a cabeça. - Bruce e eu somos amigos, e também trabalhamos juntos.
- Merda. - Resmungo baixinho.
- Não se preocupe, eu não direi nada a ele.
- Não tem nada para dizer. - Falo irritada.
Mais uma vez olho em direção ao Bruce, e vejo que dessa vez ele também está me olhando, e pela sua feição emburrada não parece nem um pouco animado.
- Deveríamos fazer ciúmes nele? - Mark pergunta.
- O quê? - Arregalo os olhos.
- Conheço Bruce, e sei que ele está bem irritado comigo nesse momento por estar perto de você, então vamos deixá-lo com ciúmes.
- Não é necessário. - Balanço as mãos.
Bruce não gosta de mim, então por quê ficaria com ciúmes? Aquele cretino só quer me usar, mas parece que não gosta que outro homem pense a mesma coisa.
- Você já sabia quem eu era quando trombou em mim? - Indago.
- Sim. - Ele confessa.
- E por quê não me disse nada?
- Você iria fugir de mim.
- Acho mais provável te agredir. - Finjo irritação.
Se Mark e Bruce trabalham juntos, ele já deve saber de toda minha vida antes mesmo de ter vindo para esse lugar.
- Vamos dançar? - Mark pergunta.
- Você não vai querer me ver dançando. - Seguro o riso.
- Eu também não sou um bom dançarino, mas eu gosto de me divertir.
Mark se levanta, pega minha mão e me puxa do meu lugar, e começa a me arrastar em direção a pista de dança.
- Você vai se arrepender. - Gargalho alto.
- Vamos passar vergonha juntos. - Ele também ri.
Tenho quase certeza que Mark quer dançar comigo, apenas para tentar fazer ciúmes em Bruce, mas o coitado está perdendo tempo, porque Bruce não gosta de mim.
Mark pega minhas duas mãos, e então começamos a dançar, ou melhor, passar vergonha em público, porque o que estamos fazendo pode ser tudo, menos uma dança.
Eu não achei que iria me divertir essa noite, mas Mark está sendo tão legal comigo, que até começo a ficar um pouco mais animada.
Ele me gira de um lado para o outro, pulamos igual dois malucos, e sempre que estamos grudados um no outro piso em seus pés sem querer.
- Eu não disse que iria se arrepender. - Sorrio abertamente.
- Não sei quem é o pior dançarino, eu ou você. - Mark joga a cabeça para trás e gargalha alto.
- Seus pés estão sofrendo, porém estou me divertindo.
- Fico feliz por estar ajudando. - Ele ainda sorri.
Do nada começa a tocar uma música mais lenta, e me assusto quando Mark me puxa em direção ao seu corpo, e aperta minha cintura com força.
- Não fuja. - Ele cochicha em meu ouvido. - Bruce está olhando para nós.
- Não me importo se ele está olhando ou não. - Resmungo entredentes.
- Não precisa mentir para mim Malia. - Ele fala. - Já percebi que você gosta dele.
- Você está imaginando coisas Mark.
- Estou? - Ele se afasta um pouco e sorri de canto.
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
- Então não vai se importar se eu te beijar?
Arregalo os olhos e tento me afastar, porém Mark e mais esperto e me segura com firmeza contra si.
- Você quer me beijar? - Questiono.
- Você é uma mulher muito atraente, por isso qualquer homem iria querer te beijar.
- Por que eu acho que só quer me beijar para fazer ciúmes em Bruce? - Pergunto. - A forma que você me olha não tem interesse algum.
- Você está certa ao dizer que quero fazer ciúmes em Bruce, mas está errada sobre eu não ter nenhum interesse em você. - Ele fala. - Se você não gostasse do meu amigo, com toda certeza iria te cortejar.
Até agora Mark se mostrou um cavalheiro, e um cara muito legal, e com toda certeza é um melhor partido do que Bruce, só que não sinto por ela aquela chama acesa que me consome quando Bruce está por perto.
- Ele está vindo em nossa direção. - Mark cochicha em meu ouvido. - Se prepare.
- Me prepara para...
Antes mesmo deu terminar minha frase, sou pega completamente de surpresa quando Mark me beija do nada.
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