Capítulo 18
- Você está linda. - Angel olha para mim com admiração.
- Obrigada. - Agradeço.
- Já está pronta? - Indaga.
- Sim.
- Então vamos. - Ela pega minha mão.
Começamos a andar lado a lado, e alguns segundos depois nos encontramos com os pais da minha amiga na sala de sua casa, com meus irmãos.
- Vocês estão lindas. - Mary sorri quando nos vê.
- Malia não está um arraso? - Angel também sorri.
- Esse vestido está muito curto. - Meu irmão reclama.
- Eu também acho. - Concordo com ele.
- Não está nada. - Ava cruza os braços. - Você está perfeita.
- Obrigada. - Pisco para ela.
Angel fez eu vestir um dos seu vestidos, porém eu não me sinto nem um pouco confortável com algo tão curto, pois mostra demais meu corpo.
Estou acostumada a vestir calça jeans e camiseta, mas hoje Angel me obrigou a a usar um vestido extremamente justo ao corpo, e mais curto que o necessário.
- Não nos esperem acordados. - Angel fala aos pais.
- Cuidado. - James fala seriamente.
- Eu sempre tenho. - Angel da um beijo no pai.
Sinto um pouquinho de inveja da minha amiga, porque ela tem um relacionamento muito bom com os pais, enquanto meu pai não estava nem aí para mim, ou nossa família.
Angel tem sorte por ter uma família incrível, e que faz de tudo por ela, e nem sempre minha amiga é agradecida o suficiente pelos pais que tem.
Há alguns anos Angel era rebelde e fez Mary e James sofrerem muito, e por muitas vezes brigamos por causa disso, mas quando seu pai quase faleceu ao ter um infarto, ela mudou completamente seu modo de agir e tratar os pais.
- Se divirtam. - Mary acena para nós com a mão.
Mando beijo para meus irmãos, e então saímos da casa da minha amiga, e alguns segundos depois entro em seu carro,e coloco o cinto de segurança.
- Tem certeza que quer que eu vá nessa festa? - Pergunto.
- Mas é claro que sim.
- Não acho uma boa ideia, porque sua amiguinha não gosta muito de mim. - Faço uma careta.
Hoje é o aniversário da filha da prefeita, e Angel está me obrigando a ir nessa festa sem eu querer. Caroline não gosta nem um pouco de mim, mas finge que sim porque ela e Angel são amigas.
Caroline ganha tudo que quer dos pais, e isso fez dela uma mulher mimada, e extremamente irritante, e sempre que estamos perto uma da outra, tenho vontade de arrancar aqueles cabelos falsos de sua cabeça.
A megera se acha a coisa mais perfeita do universo, e por ter algum dinheiro gosta de menosprezar as pessoas, e isso é algo que me irrita muito.
Eu realmente acho que Angel tem merda na cabeça por ser amiga daquela escrota, porque não tem outra alternativa.
Conheço Angel há muito mais tempo, mas Caroline quer competir achando que é mais amiga da Angel do que eu, e como eu também não abaixo a cabeça para suas infantilidades, isso a deixa com ainda mais raiva de mim.
- Não sei porque deixei você me convencer a ir nessa festa. - Bufo alto.
- Pare de ser tão dramática.
- Você me conhece. - Dou de ombros. - Não gosto dessas festas, e principalmente não gosto da Caroline.
- Não sei porque vivem se implicando uma com a outra.
- É óbvio que você sabe. - Reviro os olhos. - E mesmo assim continua sendo amiga daquela cobra.
- Está com ciúmes? - Angel olha para mim por alguns segundos e volta a atenção a rua.
- Não, porque eu me garanto e sei que sou sua mulher amiga, mas aquela nojenta não sabe o lugar dela.
Parece que Angel gosta dessa possessão doentia que Caroline quer ter sobre ela, ou minha amiga é burra demais para perceber.
- Mesmo que não goste da Caroline, estou te levando a essa festa para você se divertir, e parar de pensar tanto em seus problemas. - Angel fala.
- Não vai adiantar de nada, porque meus problemas não vão sumir com essa festa.
- Você é muito chata. - Ela reclama. - Precisa se divertir um pouco.
- E quem disse que minha vida não é divertida? - Retruco.
- Trabalhar, e cuidar dos irmãos o tempo todo é muita diversão.
- Vamos mudar de assunto, porque já estou ficando estressada. - Resmungo entredentes.
Angel é sustentada pelos pais mesmo já sendo uma mulher adulta, e como não tem trabalho ou responsabilidades tem tempo para se divertir, coisa que eu não tenho.
Se eu usar uma parte do salário que ganho para futilidades, irei pagar as contas de casa como? Mas minha amiga não entende isso, e acha que minha vida deveria ser tão animada e divertida como a sua, e até poderia ser, se eu não fosse a única responsável em cuidar de uma casa, e de duas crianças.
Eu comecei a trabalhar muito nova, e sempre dava a maior parte do meu salário para minha mãe, para ajudar com as despesas de casa, por isso eu nunca saia com Angel para ir as compras, ou fazer algo que uma adolescente acha divertido.
Acho que foi por isso que ela fez amizade com Caroline, porque as duas juntas gastavam o dinheiro de seus pais sem pensar nas consequências, e isso acabou juntando as duas.
Assumo que tinha alguns momentos que me sentia triste por não poder me divertir também, ou me dar ao luxo de gastar meu salário com algo para mim, mas eu não era egoísta, e com toda certeza preferia colocar comida na mesa do que gastar com outras coisas.
Antes eu ainda tinha minha mãe que era a responsável pela maior parte das despesas de casa, e agora sou somente eu, por isso não tenho motivo algum para gastar meu tempo de descanso, com alguém que não gosto, e em festas que não gosto.
Nesse lugar terá um monte de filhinhos de papai, que não fazem merda nenhuma da vida, a não ser sustentados pelos pais a vida toda, e se acham os poderosos.
Angel meio que faz parte desse grupinho, e em alguns momentos me pergunto porque sou amiga dela, porque somos completamente diferentes um da outra, e temos visão da vida bem diferente.
Eu tive que me tornar uma adulta muito cedo, então meus pensamentos são bem diferentes dos jovens que tem tudo na mão, e apesar de ter em mente que isso não é algo tão bom, fez de mim a mulher forte que sou hoje.
Eu queria muito ter tido infância como a maioria das crianças que eu conhecia. Eu queria ter um pai amável e responsável, porém nem todo mundo tem o que quer, e eu faço parte do grupo que sofreu com um pai de merda.
- Tem visto o Bruce? - Angel me tira dos meus desvaneios.
- Não.
- Ele não te ligou depois do encontro? - Indaga.
- Não. - Nego com a cabeça.
- Vai saber o que se passa da cabeça desses homens.
Para falar a verdade eu fiquei aliviada por Bruce não ter aparecido, porque acabei baixando minha guarda por um tempo, e fiz o que não devia.
Permiti que Bruce visse um lado meu que nunca mostrei a ninguém, contei a ele coisas que guardo somente para mim, e o pior de tudo foi deixar ele me beijar.
Bruce estava amável e brincalhão, e do nada sua feição mudou, e ele me levou para casa. Não abriu a boca para dizer nada o caminho todo, e quando agradeci pelo jantar, e ele mal olhou para mim e foi embora.
Depois disso ele não me ligou, não voltou em minha casa, e não apareceu em meu trabalho, e apesar de ficar agradecida, uma parte de mim sente falta daquele idiota.
Não sei se ele está mantendo distância porque espera que vou atrás dele, mas se essa era sua intenção, perdeu seu tempo, porque se tem uma coisa que não faço é correr atrás de homem, principalmente um que mente para mim.
Não sou hipócrita e assumo que tenho interesse nele, mas eu me amo em primeiro lugar, e jamais vou deixar um homem brincar com meus sentimentos por puro prazer.
- Chegamos.
Angel para o caro em frente a única boate do condado, e alguns segundos depois um homem impecavelmente vestido abre a porta do carro para mim.
Tiro o cinto de segurança, pego sua mão que está estendida para mim e saio do veículo lentamente.
- Seja bem vida.
- Obrigada. - Agradeço.
Angel surge ao meu lado de repente, pega meu braço e começa a me puxar em direção a entrada da boate, mas de repente ela para, e quando olho na direção em que ela está olhando, vejo Bruce todo lindo como sempre.
- Que merda. - Resmungo baixinho.
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