Capítulo 3 - caso de Amy Kathely
Fui até o ambulatório cuidar dos arranhões que sofri durante ao ataque daquela paciente louca. Como não sabia se a garota possuía algum tipo de doença me preveni com alguns exames.
- Tudo pronto dr Phill, não tem nada que se preocupar.
- Obrigado Naty, então a louca não tem nada que possa infectar alguém tipo alguma micose?
- Talvez ela possa te contaminar de outra forma doutor, já te pegou de jeito... - ela zomba da minha cara com aquela voz de menininha.
- Para de brincadeira, quero distância desta garota, se as normais são problemáticas imagina uma esquizofrênica.
Naty apenas ri colocando um curativo no meu pescoço, eu até convidaria para sair se caso ele não fosse minha melhor amiga. Sou como seu irmão mas velho, não deixo qualquer um ferir seu coração como assim eu faço com outras garotas.
- Phill, você é um babaca, não entendo até hoje porque sou sua amiga.
- Porque você é um doce, precisa de um cara como eu.
- Eu não preciso, para de ser convencido... - ela dá um tapinha no meu peito.
- Seguinte, transfere essa garota para um quarto especial, além de confortável um que seja com toques infantis.
- A suas ordens doutor.
- Adoro quando me obedece...
Sai do ambulatório e volto para minha sala onde teria que limpar a bagunça, havia vários pacientes me aguardando para ser atendido, um deles era um garoto que sofria insônia, mas logo descobri que o medo do garoto era outro, seu padrasto que ia todas as noites molestar o menino indefeso.
Bom, deixei o caso para policia tomar suas providências, não podia fazer um alarme ou entregar o cara na frente de sua esposa seria falta de ética ou profissionalismo.
Faltando meia hora para terminar meu expediente minha amiga Naty bate na porta entrando na minha sala me convidando para ver algo.
- Sabe que você não precisa pedir licença para entrar maninha.
- São só normas doutor. - ela exibe um sorriso me chamando para o segundo andar.
Eu a acompanho até a sala de cima e fico surpreendido ao ver o quarto da paciente em um estado mais agradável daquela clínica com o piso feito de tatame, as paredes coloridas e a garota estava lá praticando malabarismo entre os ferros do teto.
- Porque fez isso? Ela te agrediu, está sob efeito de suas ameaças? - Naty me provoca.
- Não é isso, parece algo que aconteceu na infância. Me dê o cartão desse quarto.
Naty me entrega o cartão que liberaria a porta de vidro, ela não podia nos ver, porém eu poderia olhar cada passo da garota.
Resolvi entrar enquanto Naty me observava do lado de fora. A garota me olha assustada e se afasta na tentativa de me atacar igual um gato.
- Não vou te machucar Amy, podemos recomeçar? - digo retirando um pirulito e jogando sobre a mesa, droga como se doce fosse fazer ela ir com minha cara.
Me afasto e vejo ela se aproximando toda timida com aquele olhar maníaco pegando o doce e colocando na boca.
- Você vai me dar doces todos os dias?
Fiquei espantado com tal pergunta, ela ri se aproximando, confesso que é a primeira vez que fico assustado, pois ela era do tipo que poderia se espera de tudo.
- Senta aí, não se aproxime muito, vou pensar no seu caso Amy.
- Você é malvado!! Não gosto de você!!
Ela corre em minha direção com aquele semblante maníaco eu sabia que iria me atacar novamente, só me levanto andando de costa e saio da sala trancando a porta.
Amy da vários socos no vidro e várias cabeçadas, dava impressão que estava me vendo do outro lado pela sua forma agressiva.
- Nossa realmente ela não gostou de você doutor. - Naty se acaba de rir observando meu jeito abismado. - É a primeira vez que vejo você fugindo de uma garota, o que você fez pra ela?
- Nada, mas tenho certeza que alguém fez algo, ela ficou três semanas presa certo?
- Sim, os parentes manteve em cativeiro porque ela demonstrava um comportamento muito agressivo.
- Ela foi diagnosticada com autismo antes?
- Não, estamos investigando seu histórico, o que deu em você para ficar tão curioso?
- Nada. Vamos tomar algo agora?
- Sabe que não bebo Phil, minha religião não permite.
- Um iorgute talvez, ou um suco feito de polpa... - sugiro enquanto ela ri de minha proposta.
- Não vou passar está vergonha, tente convidar a nervosinha ali, talvez ela mude de opinião ao seu respeito.
Naty se retira, sua resposta foi engraçada, sempre irônica comigo, levanto meus olhos em direção a sela observando Amy que fazia alguns exercícios estranho acho que ela era trapezista de algum circo antes de ser diagnosticada como uma doente mental.
Fui para casa, não estava afim de sair hoje mesmo sendo sexta feira.
- Querido, tudo bem contigo? Que cicatrizes são estas? - odeio quando minha mãe me trata como um garoto.
- Acidente, se você não sabe eu trabalho com pessoas loucas, é normal isto acontecer.
- Ah, mas é a primeira vez que vejo você assim, como aconteceu?
- Não importa.
Subo para o meu quarto deixando a coroa sem respostas, porém percebo seus passos me seguindo.
- Sinto saudades daquele Phil carinhoso que conversava comigo todos os dias, porque anda tão misterioso sai sem avisar e todo final de semana aparece com uma garota diferente?
- Sou maior de idade se é que a senhora percebeu. - fecho a porta na sua frente.
- Não é dessa forma que vai superar a perda de Jennifer, se fechando desse jeito, por favor Phil, nem todas as mulheres são iguais... Tente ser feliz assim como ela está agora.
Abro a porta com tudo, estava de saco cheio dessa história, por mais que eu tentasse esquecer a Jennifer não conseguia por causa da minha mãe.
- Todas são iguais mãe, aposto que você sabia que ela transava com meu irmão enquanto eu trabalhava, não preciso de seus conselhos patéticos, não quero uma vida clichê de amor com ninguém, o amor é traiçoeiro, estou muito bem só transando com uma e com outra. É só isto que elas gostam mesmo.
Fecho a porta do meu quarto e abro o notebook e tento apagar nossas fotos juntos, preciso me libertar disto, espero não ve-la nunca mais.
De repente passo a mão no meu pescoço e lembro de tal episódio na clínica e resolvi pesquisar sobre Amy Kathely...
Continua...
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