XX.
https://youtu.be/Ji67a1Ml_EE
Notas Iniciais:
Antes de partir para este capítulo gostaria de agradecer por todos aqueles que me acompanham desde que comecei, aqueles que surgiram depois e até mesmo quem mais aparecer. Sei que faz muito tempo desde o hiatus da história e exatamente por essa razão peço desculpas antecipadamente por qualquer estranheza que o capítulo pode vir a trazer, de fato faz muito tempo que não sento para escrever essa história, acredito que perdi a mão e provavelmente não consiga alimentar as expectativas de vocês quanto ao que já foi escrito. No entanto vou fazer tudo que posso para continuar escrevendo e finalmente finalizar essa trama. Aproveitem a música escolhida para o capítulo.
XX.
Custo a acreditar que a imagem refletida no espelho de pouco mais de um metro, cravado na parede acima de longa pia de granito cinzento do banheiro, sou eu. O vestido de tecido fino e leve cobria meu corpo até a altura dos tornozelos, sem mangas, meus braços também ficavam a mostra a partir dos meus ombros, um decote em formato da letra U deixava parte do meu busto a mostra, nada fora do normal mas permitia que usasse um colar que não visitava eu pescoço desde que havia chegado ali. Mamãe havia me dado quando completei quinze anos, a corrente em bronze se completava com um pingente que imitava uma esmeralda polida em forma de coração. Costumava ser uma das minhas peças favoritas, era lindo de ver mesmo sabendo que não tinha valor monetário. Cada vez que a olhava tinha a sensação de que era amada, mas hoje era apenas uma peça bonita que completava a fantasia.
Meus fios de cabelos costumeiramente emaranhados graças o um desleixo que eu pessoalmente considerava charmoso, as vezes, estava bem penteado. Os cachinhos se desenrolavam por meus ombros por mais um palmo, partido na lateral as mechas foram frontais foram enroladas de forma delicada e postas para trás permitindo ver meu belo rosto, isto nas palavras de Natalie e Mia que lutavam para decidir que iria borrar meu rosto com seus pinceis, não havia muitas opções e talvez por essa razão as garotas que andavam pelo banheiro com suas fantasias e cabelos esvoaçantes usavam o mesmo batom. Me sentei na cadeira improvisada, era um caixote que Sasha havia arrastado da cozinha até ali, as freiras não permitiam que pegassem as cadeiras da sala de aula, o que certamente facilitaria nossas vidas.
Os dedos frios de Mia tocam meu queixo puxando indelicadamente para que encarasse sua face. Próxima demais. Logo penso ao notar sua respiração batendo contra a minha, ela olhava fundo nos meus olhos como um escultor encarando sua montanha de barro prestes a ser esculpida. Mia tinha os olhos de cores diferentes, um azul bastante pigmentado e o outro esverdeado, mas não muito, havia um pouco de castanho. Seu cabelo era cheio, volumoso e com as pontas descoloridas, combinava com suas sobrancelhas grossas e o nariz largo com um buraco de piercing. Entendia a razão pela Natalie falava da garota a cada oportunidade que tinha. Menos sobre seus dedos, por pouco não arranca minha cabeça tentando acertar o blush, quando considerou beliscar minhas bochechas fugi do seu toque me colocando de pé para olhar no espelho. Chamaria de uma obra de arte o que ela havia acabado de fazer quando me lembrava de como estava horas antes, minha aparência era radiante o suficiente para me fazer questionar outra vez se era a Sabine, eu, a frente do espelho. Ninguém jamais acreditaria nas coisas que havia feito se me visse vestida daquela forma, talvez fizesse sentindo quando dizer que nada pode ser visto embaixo de uma bela imagem. Talvez por isso ninguém acreditaria que Heloise um dia tenha sido qualquer coisa além da pobre vítima. Garotas bonitas e maquiadas não são uma ameaça, elas são apenas puras.
Caminho em passos calmos acostumando meus pés habituados ao ar de tênis surrado e desbotados com as sapatilhas delicadas que abraçavam meus pés com um conforto estranho. Era quase como se eu nem me lembrasse como andar com uma daquelas, e se fossem saltos eu certamente estaria parecendo uma pata. A decoração seguia nos mínimos detalhes como havíamos a deixado antes, a não ser elas luzes envoltas em plástico neon que modificavam a atmosfera. Se não fosse o cheiro de bolor sobressaindo o ponche de morango que estava em quase todos os copos por ali teria facilmente enganado minha mente esquecendo do buraco infernal em que me encontrava. Chermont.
A presença do dono de fios avermelhados me tira de pensamentos conflituosos, afinal de contas estava em uma festa. Uma de verdade para variar. Seus dedos gelados se enroscaram em meu pulso me puxando entre as pessoas até o centro lateral da pista de dança. Sixpence None The Richer tocava, ele sabia que era uma das minhas bandas favoritas. Com um impulso me girou no ar soltando meu corpo em uma roda de amigos, meus amigos eu poderia dizer, eu acho. Sim. Meus amigos. Natalie e Mia dançavam lado a lado movimentando os ombros e mãos em uma coreografia que apenas elas sabiam, Sasha tinha um jeito único e desajeitado de dançar, muito diferente de George que a desafiava com seus passos meticulosamente calculados mas fora do ritmo. Ele estava vestido de Pinóquio e dançava puxando o elástico do suspensório como um garotinho safado. Estava rindo, tentando acompanhar ele com os três únicos passos que sabia fazer e basicamente envolviam chacoalhar os braços e os cabelos.
—Aqui. — Timothy surgiu entre as luzes me estendendo um copo vermelho com um líquido rosado, não foi difícil concluir que era ponche de morango, pelo que havia ouvido horas antes era o melhor que conseguiam servir por ali.
— Obrigada. —pego o copo da sua mão e quando levo a boca noto que se inclina em minha direção, na altura do meu ouvido possivelmente pela altura da música.
— Tem algo para você ai. — enrugo a testa confusa com o que dizia mas basta sentir o líquido sobre meus lábios para entender, o ponche estava batizado.
— Céus Tim, se nos pegarem... — sibilo dando outro gole do copo e ele ri.
—Relaxa, todas as freiras estão ocupadas demais com os delinquentes se beijando.
https://youtu.be/NdYWuo9OFAw
Me viro a procura de algum desafortunado levando bronca por estar se divertindo e acabo surpresa pela figura trajando uma capa preta que transitava no meio das pessoas, quase em câmera lenta. Uma máscara cobria o lado direito do seu rosto, desenhando sua estrutura facial perfeitamente e deixando o lado direito visível. A verdade é que eu o reconheceria mesmo se estivesse completamente coberto. O cheiro de hortelã havia tomado conta de todo o espaço, era como se ele tivesse domado o tempo ao nosso redor. Em poucos instantes parou a minha frente. Por cima da camisa branca que sempre usava estava um colete com detalhes brilhantes que pareciam pequenas joias, a capa e um par de luvas brancas que logo estendia na minha direção. O que ele pensa que esta fazendo, eu logo penso. Por instinto olho para trás e todos meus amigos estavam olhando em minha direção, não exatamente para mim, mas para ele.
— Eles estão te vendo? — indago voltando atenção a Justin.
—Por hoje, sim. — engulo o ar por pouco não engasgando. —Venha comigo Sabine. — ele pede e sem pensar duas vezes agarro sua mão. Não esta quente, no entanto parece mais firme, real, mais real do que estivera mesmo quando me tocava.
—Como isso possível? — pergunto passando os braços envolta do seu pescoço uma vez que tinha me convidado para dançar. Olhava para os lados receosa, como se esperasse alguém me apontar o dedo e chamar-me de maluca.
—Lhe disse que faria uma surpresa e aqui estou. — ao notar minha expressão facial nada convencida com sua explicação mínima ele continuou. —Estive guardando energia, queria que tivesse uma noite especial, uma noite real comigo. — fecho os olhos ao senti seu toque suave em minha bochecha. — Ao menos uma vez, eu sou real milady.
—Você sempre foi real. — solto por cima da minha respiração. —Obrigada.
Nós não éramos o único casal aproveitando a música lenta que começara a tocar, mas parecia que éramos os único ali. Talvez porque diferente dos outros não haviam passeios de mãos dadas na frente dos outros, ou uma das freiras nos dando bronca no meio do corredor por beijos inapropriados. Não havia nada disso. E por muitos dias eu havia desejado o abraçar na frente de todos, sentir seu corpo contra o meu enquanto tudo parecia desabar ao meu redor. A falta do seu toque me causava angústias que nada mais era capaz de causar. Apenas eu o enxergava, era como se ele fosse um belo fruto da minha cabeça todo aquele tempo, mas ali estávamos e me senti tão bem que desejei que aquele momento nunca se findasse.
—Esta chorando? — a voz rouca do rapaz soou por meus ouvidos e seu toque na ponta do meu queixo me fez o encarar.
—Acho que não estou acostumada a ficar feliz assim, transborda de mim. — ele beija a lágrima que escorre por minha bochecha com um sorriso cintilante.
—E eu que sou o cafona com as palavras aqui. — brincou nos afastando apenas para girar meu corpo no ar e então me abraçar voltando a nossa dança. —Qual a sua fantasia? — questionou me encarando de forma curiosa.
—Eu sou Julieta. — estreitou os olhos parecendo intrigado. — E você é o fantasma da ópera, quanta ironia ham?
—Você não deveria ter asas ou algo assim? — estico os lábios e nego com a cabeça.
—Minha Julieta não conseguiria se vestir de anjo, muito cafona. — sorrio apoiando a cabeça no seu ombro. — E não combina comigo, nenhum pouco.
—Eu discordo. — suas mãos firmaram gentilmente em meus quadris. —És o meu anjo e Julieta sonharia em ser adorada por Romeu como este fantasma aqui te adora. —alguns segundos de silêncio confortável se entenderam. — Nunca se esqueça disto.
Uma boa sequência de músicas depois decidimos que era hora de parar de dançar, precisava me refrescar e logo o centro da pista ficava demasiadamente quente para nós. Me sentia como uma adolescente de verdade, como não me sentia desde que havia chegado aquele lugar. Como eu costumava ser, feliz e cheia de energia. O mundo era apenas uma caixinha nas minhas mãos e dele eu fazia o que bem entendia. Aquela sensação fazia algo dentro do meu peito se encolher e outra vez meus olhos se enchiam de lágrimas, deveria ser muito fodida para não conseguir conter aquela felicidade, aquele pedaço de paraíso que se tornava a noite.
Acabo me esquecendo pela terceira vez que o meu acompanhante não bebia por detalhes técnicos e espirituais quando o ofereço um copo de ponche. Nós rimos. A risada dele era alta e aos meus ouvidos se sobressaía as músicas que tocavam. Entorno o copo fazendo uma careta ao me lembrar que de fato só havia suco ali.
— O que mais vocês fazem nessas festas ? — indagou ajeitando a máscara no rosto. —Não acho que posso tentar acompanhar outra coreografia em grupo, meu ego não suportaria.
— Acho que é basicamente isso, faz muito tempo que não vou em uma festa de verdade, mas nós comemos, bebemos, dançamos e as vezes... — paro com os lábios entreabertos dando um sorrisinho.
— A vezes o que? — o brilho nos seus olhos conotava facilmente curiosidade.
— As vezes quando temos um par, sabe, acompanhada por alguém especial. — faço uma pausa aproveitando o gostinho de ter domínio sobre um assunto qual ele não parecia compreender. —Festas assim são a desculpa perfeita para dar uns amassos, na verdade é muito comum que um baile ou qualquer coisa similar a isso seja especial para um casal ter sua primeira vez.
— Nós já tivemos a nossa primeira vez, muitas delas na verdade. — o loiro franziu o cenho pensativo, podia jurar que toda aquela tentativa de poupar energia havia suprimido sua malícia. — Oh...mas é diferente, é uma noite especial e devemos seguir com os costumes. — soltei uma risada.
— Por um segundo pensei que fosse ser obrigada a levantar o vestido aqui mesmo.
— O que? Não mesmo.
Seus braços firmes me envolveram guiando meu corpo para longe dali, não muito afinal as freiras estavam por todos os lados, ou quase isso. A festa acontecia no primeiro andar do casarão, mais especificamente entre o hall de entrada e as salas de aula de porte mais alargado que tinham suas portas arreganhadas para que pudessem transitar de um lado do outro. O corredor contrário ao que levava a cozinha por sua vez estava vazio, nada mais do que as luzes falhas e o chão ranhoso podiam ser vistos no acesso a lavanderia, a música se tornava tão abafada quanto a minha respiração pouco depois de nossos lábios de chocarem. Tão quente e macio, poderia arrancar um pedaço dele e manter para mim.
Sinto o contato abrupto da parede, posso afirmar que um pouco de pó solta do papel de parede velho, mas estou de olhos fechados arranhando a nuca de Justin, como quem pedia por mais de seu toque. Ele sabia muito bem do que eu gostava e não media esforços para demonstrar isso. Sua mão firme trazia minha perna envolta da sua cintura expondo minha coxa para que pudesse toca-la, em todas as terminações e sem o menor puder. Firme e forte. Deslizo a mão por seu peito até encontrar o cós da sua calça massageando sua área sensível, podia senti-lo na minha mão, pronto para ser um pouco mais estimulado.
Murmuro um palavrão ao ser pega de surpresa pelos seus dedos frios se esgueirando entre o tecido que cobria minha intimidade, arco as costas separando nossos lábios outras vezes gemendo drasticamente. O polegar posicionado tão bem, com a pressão necessário. Outra vez me fazia questionar se era mesmo real. Encaro o par de olhos cor de mel, absurdamente cintilantes, tomados por uma luxúria que causa espasmos no meu ventre. Desliza para dentro de mim lentamente, aproveitando meus gemidos ao pé do ouvido, inconscientemente acabo me movendo contra seus dedos, mesmo de pé, com as costas em uma parede suja, não me importava em ser fodida ali mesmo. Seus lábios quentes percorrem minha linha da clavícula despejando beijos, em instantes a alça esquerda esta na metade do meu braço e seus dentes arranham o bico do peito me forçando a gemer outra vez.
Alguns passos lavanderia a dentro tomo controle da situação, minimamente dado o meu estado de desespero para senti-lo dentro de mim. Arrasto a calça até seus joelhos vislumbrando o membro ereto e pronto para mim, vejo suas bochechas corarem pela primeira vez e me pergunto se aquilo já havia acontecido sem que eu pudesse ver. O envolvo com os cinco dedos massageando e intercalando movimentos rápidos, aquela altura do nosso caminho não havia qualquer coisa que pudesse me envergonhar, que fosse engasgar com seus membro ou o estalo que fazia sempre que escapava por entre os meus lábios. Não havia nada de vergonhoso em sentir prazer, especialmente com alguém que significava tanto para mim.
— Não consigo ter o suficiente de você. — murmurou contra meu queixo deslizando entre as minhas pernas. Tremi apertando os dedos em seus ombros. —Nunca.
— Estamos condenados. — murmuro buscando pelo seu lábio e puxando levemente entre os dentes.
— Esse é o tipo de penitência que eu pagaria sem reclamar. — a mesa de madeira se chocava contra a parede a cada estocada.
— Ao menos teríamos um ao outro.
Resmungo entre um gemido perdendo o controle dos meus pensamentos, presa somente naquele momento, na nossa junção, na sua língua envolvendo a minha, de forma etérea.
NOTAS FINAIS:
Espero de coração que o capítulo não tenha sido um completo desastre, estou tentando ao máximo seguir os detalhes que havia pensado para finalizar a história, mesmo sem muita mão para faze-la fico na esperança de que tenham gostado.
Ps: Me desculpem pelos players no meio da narração, por alguma razão imaginei que fosse interessante coloca-los para quem quiser ouvir música enquanto faz a leitura.
XOXO. Até a próxima.
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