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V

Minha professora de história dizia que ler é abrir os horizontes e dar asas a alma, ainda acredito nela. Cada vez que abro um livro sinto como se minha alma criasse asas e voasse pra bem longe desse lugar tenebroso. Sumir do internato Chermont, ainda que por algumas horas e espiritualmente me trazia a paz que precisava pra não surtar ali. Odiava aquele mausoléu com todas as minhas forças, odiava aquelas pessoas e principalmente, odiava meus pais por terem me colocado ali. Queria eu ter a opção de me livrar de alguém que me decepcionou e nunca mais ter que vê-lo.
Levantei e percorri o corredor de livros da biblioteca, procurava um clássico. Madame Bovary havia sido meu escolhido, tinha ouvido algumas histórias sobre Emma e suas aventuras, acreditava fielmente que o exemplar me ajudaria a esquecer da cena perturbadora de mais cedo.
Após ter sua mão espedaçada pelo triturador Serena fora levada a enfermaria, sem muito sucesso foi necessário chamar ajuda do hospital local, pra aonde a menina foi levada. Todos tinham esperanças de que ela voltasse curada e saudável.
Puxei um exemplar de Madame Bovary da estante e o encarei, o livro estava tão empoeirado que mal podia enxergar o título. Visivelmente não era aberto há anos, diria até décadas ao constatar as folhas bege e em parte grudadas umas as outras, lembrando o diário de Heloise. Levei o exemplar até a mesa ao fundo da biblioteca, me sentei escorando na parede de papel verde colonial e descansei o corpo. Sacudi o livro tentando tirar o máximo de pó sem acionar minha alergia, abri o exemplar e erguia na altura do rosto lendo a primeira página.

‘Emma ficou interiormente satisfeita de ter alcançado tão repentinamente esse raro ideal das existências débeis, que os corações medíocres nunca chegam a atingir. Deixou-se então deslizar pelos meandros lamartinianos, escutou as harpas sobre os lagos, todos os cantos de cisnes moribundos, todo o cair de folhagem, as virgens puras que sobem ao céu e a voz do Eterno falando nos vales. Enfastiou-se; não o quis confessar e continuou por hábito, depois por vaidade, e ficou, por fim, surpreendida quando se sentiu apaziguada, sem mais tristeza na alma do que rugas no rosto.’

-Você pode estar morto, mas encarar alguém em silêncio ainda é considerado estranho. – falei em tom baixo ao abaixar o exemplar e encarar o rapaz no outra extremidade da mesa.
A alguns minutos havia percebido sua presença, o ar morno que se chocou com meu rosto e o cheiro de hortelã que de repente pairava ao meu redor. Era como um breve anuncio da sua presença.
Justin deu um meio sorriso e apoiou as mãos sobre a mesa, lhe dando um ar mais encantador sua camisa estava com alguns botões abertos.
-Não queria atrapalhar sua leitura, parecia tão concentrada. – afirmou em um cauteloso. –E gosto de te observar. – franzi o cenho e apertei os lábios em um bico.
-Quer dizer que você anda me observando sem eu perceber? Fofo, mas isso soa como obsessão. – Falei de uma vez, mas sem parecer rude.
-Você pega uvas na dispensa toda sexta feira às quatro horas da tarde. Isso é obsessão. –Minha gargalhada envergonhada e quase sem som me fez esconder o rosto por alguns instantes, como diabos ele sabia daquilo? – Você é bonita, apenas gosto de te observar. – afirmou não se desestabilizando pelo meu ataque idiota.
-Tudo bem, você venceu essa. – afirmei de dando como vencida.
-Como sabia que estava te observando? – indagou curioso.
-Seu cheiro. –o rapaz fez uma careta juntando as sobrancelhas, suspirou fazendo barulho e puxou a gola da camisa cheirando a mesma.
-Esta enganada não tem cheiro. – falou seguro de si.
Fiz sinal pra que se aproximasse de mim, ele se moveu rapidamente e puxou uma cadeira sentando ao meu lado. Puxei a gola da sua camisa com cuidado e inspirei a fragrância de hortelã que exalava dela. No primeiro momento ele não se convenceu então repeti o movimento inspirando o seu cheiro novamente.
-Você tem cheiro de hortelã fresca – ele sorriu brevemente. – Ainda não se convenceu?
-Sim, mas pelo fato de ser hortelã, tinha uma mania horrível de mascar hortelã, deve ser por isso. – ele segurou minha mão e levou pra perto dos lábios dando um leve beijo. –Você reagindo bem. – Não notei sua frase no primeiro momento, graças a nossa proximidade pude me permitir encarar seu rosto desenhando os traços fortes, seu maxilar com um desenho masculino e sexy. Lábios rosados e com leve ondulações, o nariz reto e proporcional ao rosto. Não poderia deixar de perceber seu Iris cor de mel combinando com os cilhos longo. Sabia que já tinha feito essa mesma constatação, no entanto era como se um feitiço fosse jogado em mim cada vez que ele estava presente. – Agora é você quem esta encarando Milady. – abaixei o olhar em um riso picotado.
-O que falou antes? – perguntei ao direcionar o olhar aos botões da sua camiseta e toca-los com as pontas dos dedos.
-Você encarando o fato da minha existência, muito bem. – rolei os olhos brevemente.
-Ficaria surpreso com as coisas que ando encarando muito bem. – aproveitei minha mão sobre sua camisa e a puxei fazendo o mesmo se alavancar na minha direção chocando nossos lábios em um beijo rápido e satisfatório. – Você realmente morreu em incêndio? – ainda estava de olhos fechados quando fiz essa pergunta. Aquela definitivamente entraria para o livro de frases que nunca se deve falar após um beijo.
-Sim. – respondeu brevemente e se inclinou me beijando, antes que pudesse aproveitar o beijo o afastei. – Fiz algo errado? – perguntou hesitante. Me lembrei das palavras do guia no museu, dia atrás.
-Por que estava no celeiro com ela? Estavam transando? – sua expressão foi mudando de repente – Por que não saíram quando o fogo começou? Era tanta distração assim? – mesmo notando sua mudando de humor devido ao assunto não parei com as perguntas. –Afinal é um celeiro, deveria ter mais de uma forma de sair.
-É uma longa história Milady – desconversou afastando o rosto do meu.
-Tenho tempo, a não ser que você não queria falar sobre isso. –imediatamente ele respondeu.
-Eu não quero falar sobre isso.
-Se gosta tanto de me observar deve saber que eu não me dou por vencida tão fácil. – toquei a ponta do seu queixo com o dedo indicador fazendo um leve carinho. – Se não me disser eu vou descobrir.
-Não posso lhe impedir – se pronunciou suspirando pesadamente. –Aliás, sua amiga esta bem? – semicerrei os olhos com a sua pergunta, não compreendia a quem ele se referia.
-Serena? – indaguei ficando curiosa com a sua preocupação repentina. – Como sabe o que houve com ela?
-Eu estava lá, tentei impedir, mas foi rápido demais. – Um misto de confusão e surpresa forçou meu cenho deixando minha expressão notoriamente carrancuda.
-Impedir? Sabia que aquilo iria acontecer. OMG! –meu tom de voz subiu abruptamente, ele pareceu alarmado. Olhou pros lados e em seguida se atirou na minha direção pressionando nossos lábios.
Não tive consciência de fechar os olhos no primeiro instante, havia algo ironicamente mais estranho que o nosso encontrando acontecendo ali. Sabia que ele estava tentando me distrair, e não minha intenção ceder, assim como nunca fora minha intenção me envolver com um defunto estupidamente bonito. Pensei em quais armas usaria para lutar e arrancar a verdade dele, mas antes que pudesse me defender já estava entregue aos seus beijos e toques quentes. Como era possível ele me ter tão fácil e tirar a atenção de algo que...bem nem me lembro mais.

[...]

Ferrugem, mais conhecido como meu amigo de cabelo vermelho George Kutchinsky tinha um plano para que cabulássemos aula sem ninguém perceber e fugíssemos para  a floresta. Segundo ele era uma coisa legal que os veteranos – vulgo pessoas que haviam sido abandonadas pelos pais há mais tempo que nós. – gostava de fazer. Não me importei em acompanha-lo naquela aventura, faria qualquer coisa para não ter que assistir mais um vídeo de parto que o professor de biologia estaria disposto a exibir. A saída foi mais fácil do que imaginava, revezamos em duplas até que todos os sete tivessem chegado a floresta. Procuraríamos a clareira mais próxima, uma fogueira seria acesa pra nos esquentar junto as garrafas de vinho seco que um dos garotos do grupo haviam roubado.  
Durante a caminhada de dez minutos até a clareira tive uma sensação estranha. De repente era como se o ar da floresta se tornasse denso, as arvores mais altas e sol sumia de forma mais rápida. O vento soprava gélido contra a minha pele, mesmo sendo a semana mais quente do mês. Os garotos formaram um trio a minha frente, George era o que estava ao meio, eles se abraçavam e cantavam músicas da Avril Lavigne. Estranhamente eu era a única com aquela sensação. Uma sombra se formou ao lado do amigo do ferrugem, quando pisquei ela desapareceu mas podia jurar que tinha uma forma quase...humana?
-Esta bem? – a loira de touca que acompanhava o grupo perguntou ao esbarrar de mim. – Já chegamos, quer água? – balancei a cabeça negativamente e forcei um breve sorriso.
-Só preciso de uma bebida. – ela sorriu em concordância. Arrancou a mochila das costas e tirou a garrafa de vinho de lá. Encheu um copo de plástico e me entregou.
Assistia um casal montar a fogueira e acende-la. O calor do álcool nas minhas veias ajudou a me fazer esquecer a sensação estranha e qualquer outro problema que tivesse em mente. Sentamos-nos no chão envolto da fogueira, furamos marshmallow e abrimos outras garrafas de vinho. Alguns logo se embebedaram e começaram a cuspir suas  porcarias, era divertido de assistir. Também estava alta, mas não me atrevia a beber tanto quanto eles. O amigo de cabelo preto do George se levantou, pegou seu violão e voltou a sentar entre nós.
-O que vocês querem ouvir? – perguntou dedilhando algumas notas. Nada me veio a cabeça, mas a garota de touca logo teve uma ideia. Assim que começou a tocar reconheci aquela música. Meus pais costumavam dançar ela após me colocarem na cama, eles acreditavam que eu dormia, mas sempre me levantava e ia até as escadas pra poder assistir eles dançarem. Mas isso aconteceu bem antes da minha irmã mais nova nascer. Aquela peste.
- There she goes...
Cantarolei junto a eles me sentindo um pouco nostálgica. Sixpense none richer era uma das minhas bandas favoritas, nunca esqueceria os dias que saia da escola mais cedo, ia até a casa da minha melhor amiga e nos sentávamos no chão do quarto dela ouvindo nossas musicas favoritas. Era como aquele momento, talvez me sentisse assim por acreditar que finalmente estava me encaixando. Eles não eram meus amigos do ensino fundamental, mas não tinham feito perguntas do tipo: Como veio parar aqui ou Tem esperanças de sair e menos ainda me olharam de forma estranha. Como se confirmassem que eu escondia algo. Algo obscuro.
As chamas a minha frente se misturavam com a imagem de George aos beijos com um dos garotos, o qual eu ainda não tinha decorado o nome. Talvez fosse Peter ou Derek. Talvez me lembrasse no dia seguinte, especialmente enquanto ele estivesse me contando sobre a pegação dele com o garoto de corte de cabelo atlético.
-Por que vocês não vão se pegar no meio das arvores? – O garoto que estava tocando disse sem parar de dedilhar as cordas. Por mais estranho que possa parecer os dois levantaram e foram se esgueirar entre as arvores.
Estranhamente aquilo parece ter sido algum tipo de passe livre pra pegação. O casal que tinha feito a fogueira se afastou sentando próximos a um tronco de arvore, daí em diante revolvi mudar minha atenção de foco. A garota de capuz tomou o violão do garoto que cantava e ele veio sentar ao meu lado, com segundas intenções brilhando em seus olhos. Fingi não ter notado sua aproximação repentina e encarei meu copo com os dois dedos restantes de vinho, sem chance de refil já que as garrafas já estavam vazias.
-Você é a Sabine certo? –Disse que não estava tão alto e neste instante agradeço por isso, caso contrário já estaria sobre o cara neste instante. A sua voz era estupidamente suave e rouca, do tipo que faz até os pelos da virilha se arrepiarem.
-Nem tenta cara, por que não vai dar encima dela? –fiz sinal com a cabeça pra garota brincando com as cordas do violão.
-Natalie me odeia. – ele a olhou e suspirou dramaticamente. – E ela é lésbica. –franziu o cenho dando um sorriso confuso. –Não vou dar encima de você.
-Melhor assim. –afirmei confiante. Apesar dele fazer meu tipo, simplesmente não me despertava qualquer interesse naquele momento. – Qual o seu nome?
-Timothy...ou só Tim, esta ótimo. – balancei a cabeça em sinal positivo e o olhei –Então, você e o ferrugem se conhecem a muito tempo? – tombei a cabeça pro lado momentaneamente, acreditava ser a única que o chamava daquela forma.
-Sim, desde de o dia em que cheguei pra falar verdade. – Era uma longa e constrangedora história qual não queria começar a contar. Por sorte o toque de recolher externo do internato me salvou. Virei o copo sem deixar nenhuma gota de vinho e o joguei no fogo em seguida. –Apaguem a fogueira que eu vou buscar os pombinhos.
Levantei-me imediatamente, peguei a lanterna na bolsa que George tinha levado e segui pelo caminho em que eles haviam saído. Precisávamos voltar logo, naquele horário entraríamos junto aos alunos que estariam na horta ou em qualquer parte ao redor do casarão, se demorássemos eles saberiam que estávamos na floresta fazendo farra e enchendo a cara com o vinho sagrado da irmã Martha.
Não haviam pegadas ou migalhas, estava apenas seguindo meu extinto e a trilha que conseguia iluminar com a lanterna. – George? – chamei na esperança de estar próximo o suficiente pra ele me ouvir, mas tudo que tive em resposta foi o som horripilante de uma coruja. Como um dejavi o ar gelado soprou pela minha pele me obrigando a abraçar os próprios braços com frio. O vento se chocava contra as folhas causando barulhos chatos e dispersos. Dispersos o suficiente pra me fazer parar no meio da trilha e olhar envolta. – Quem esta ai? George? – indaguei com a voz tremula. Medo ou frio. Não sei bem a diferença. Como resposta tive um completo silêncio, tentei me concentrar e voltei minha atenção a trilha que seguia, ainda precisava encontrar o casal. Me sentia na droga de um filme de terror, exatamente aqueles em que a mocinha estúpida se metia na floresta sozinha mesmo sendo uma péssima ideia e acaba morta. Odeio esse tipo de filme.
Ergui a lanterna e a passei pelas arvores do meu lado esquerdo apenas pra ter certeza que nenhum deles estava ali. Quando a luz da lanterna voltou a trilha haviam pés a minha frente, tênis mais precisadamente. Fiquei paralisada no primeiro momento, pois não podia ser de George ou de seu ficante, eram femininos e nenhuma das meninas poderia ter me alcançado. Queria fazer qualquer coisa, correr, chorar, pedir socorro. Só não queria descobrir quem era – por mais corajosa que fosse, aquele definitivamente não era um dos meus momentos –, com descobrir quem era, quero dizer iluminar seu rosto e encara-lo. Ironicamente foi isso que fiz. Pro meu alivio era um rosto conhecido.
-Abby, que diabos esta fazendo no meio da floresta a essa hora? –perguntei com a voz alta e confiante demais pra quem cogitava chorar de medo –Você me assustou. –ela esteve séria desde que iluminei seu rosto, mas depois que me calei ela esboçou um mínimo sorriso. Não sei como cogitei ter medo de uma garota quase metade da minha altura.
-Vou encontrar alguém. –disse e deu um passo desviando da minha frente. –A floresta é perigosa, tenha cuidado. – disse se afastando.
-O toque de recolher já bateu – eu avisei, mas não ouve nenhum efeito sobre ela. Continuou andando até sumir em meio as arvores.
A voz linear e adorável do ferrugem soou pelos meus ouvidos, há tempos não agradecia tanto por ouvir a voz dele.
-Com quem você estava falando? – me viro encarando o rapaz que parecia ter saído de uma luta com um leão.
-Com a Abby, ela entrou na mata pra encontrar alguém. – digo vendo seu ficante surgir atrás dele, tão desgrenhado quanto. – Vamos, o toque de recolher já tocou. Precisamos correr.
Os dez minutos seguintes foram marcados por nós sete correndo feito loucos em direção a o orfanato, por alguma razão a sorte estava do nosso lado. Não nos falamos muito depois de atravessar a porta, cada um seguiu seu caminho esperando não encontrar nenhum dos supervisores. Entrei no quarto sem fazer barulho, Sasha era a única que estava em sua cama, dormia de fones de ouvido como sempre. Leslie deveria estar – de preferência- no raio que o parta e Abby na floresta entrando em uma bela encrenca. Joguei as peças de roupa no chão e entrei embaixo das cobertas descansando o corpo no colchão macio.

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Notas Finais:  Espero que tenham gostado do episódio, qualquer dúvida ou curiosidade basta perguntar.
@Luanna_Drew fico feliz em saber que está gostado dá história, espero que me acompanhe até o final :).

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