Parte 7
O profissional se aproximou da minha cama e disse:
- O senhor se incomoda de eu colocar algumas questões básicas?
- Claro que não.
- Então, primeiro, o que você se lembra do que ocorreu no interior da sua casa na manhã de hoje?
Será que eu teria que contar tudo? Claro que não, se não ele ia me achar louco. Então antes de responder fiquei um tempo fingindo que estava tentando lembrar, enquanto arranjava uma maneira de acobertar a minha esposa a causadora de tudo. Espera aí, causadora de tudo? Isso inclui a explosão, não é?
- Eu.. na verdade não me lembro de nada - disse eu, fazendo uma cara de quem está sentindo dores no corpo.
Alguém girou a maçaneta e aquela linda profissional entrou.
- Senhor Matavele, agora é a hora da medicação do paciente, poderia pausar a sua atividade para outro momento?
- Claro, acho que o paciente ainda não está em condições de responder as básicas questões, creio que noutro momento ele já estará em melhores condições.
- Certo.
O homem com o seu andar semelhante a uma dança, caminhou em direção da porta.
- Eu te acompanho - disse a médica.
- Não é preciso, conheço a saída.
O senhor detetive apalpou a maçaneta girou e saiu.
De repente ouvi um fragor vindo dos céus, soando duas vezes consecutivas, era algo como trovoada.
- Então, os meus amigos não foram encontrados?
- Infelizmente é isso.
- Não é possível, os dois estavam na casa quando ocorreu - pausei para dizer - explosão.
Não me lembrava de ter observado uma explosão, eu não sabia o que acontecera ao certo, muitas dúvidas permaneceram no meu cérebro.
- Onde está a outra mulher?
- O senhor quer dizer, a mulher que encontramos juntamente com a sua esposa?
- Sim.
- Ela está internada neste hospital.
- Não é nada grave, não é?
- Receio em dizer que ela sofreu... de forma...
- Resuma isso.
- É grave sim diferente do senhor, mas vamos fazer de tudo que ela... fique bem... logo.
- Você disse que não estou em estado grave. Então, minha questão é: por que ainda estou nesta cama? Eu quero ver a minha mulher.
- Calma, daqui a pouco daremos alta ao senhor. Mas, agora precisa ficar mais um pouco. O senhor inalou muita fumaça, então tem que ficar aqui em observação, pois pode vir a apresentar complicações nas vias respiratórias e também as suas queimaduras são de segundo grau, nada grave, só vamos passar uma pomada como - ela disse segurando um recipiente na mão - esta aqui. Depois de fazer uma limpeza local. É uma pomada antibacteriana, pois as bolhas localizadas nos seus braços e mãos estouraram.
Enquanto ela olhava para mim, eu examinava as minhas mãos e os meus braços, de fato as bolhas tinham estourados, daí me dei conta que aquilo estava doendo.
- Está bem. Agora quero saber onde está minha mulher?
- Daqui a pouco saberá.
- Que raios você está a esconder sobre minha mulher? Fala logo, ela está morta?
- É hora de descansar.
Ela literalmente fugiu da conversa saindo me deixando na cama. Levantei, usando aquele roupão que todos os pacientes internados por ali exibiam de um lado para o outro.
Senti que a profissional estava escondendo algo de mim.
Eu estava decidido a descobrir por conta própria o que teria acontecido com a minha esposa e os outros.
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