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2-Os Esquecidos: Uma Busca entre Sombra e Luz


19 anos para o dia da luz.

Em meio à agitada rotina da Polícia de Nova Iorque, casos de crianças desaparecidas há mais de um ano parecem perder a sua prioridade. Esta realidade causa descontentamento numa figura obstinada - o detetive David Johnson. Ele é frequentemente confrontado com as palavras cinzentas dos seus colegas: "A essa altura, o garoto está  morto". Mas Johnson, impulsionado pela visão aterradora de que o  seu próprio filho possa, um dia, desaparecer nessa vasta cidade, encontra sempre um momento para percorrer as ruas em busca de John.

Um ano atrás, Johnson se encontrava no gabinete da psicóloga Ana, morta tragicamente na frente de John. Naquele dia, além de reconstruir a horrível cena do crime, um elemento particular chamou a sua atenção - as anotações detalhadas que Ana tinha feito sobre John. Elas revelavam uma visão complexa e intrigante do garoto que, desde então, o detetive tem lutado para encontrar.

As notas de Ana foram anexadas aos arquivos de John na polícia, engrossando ainda mais a crescente pilha de documentos ligados ao seu nome. Apesar da sua pouca idade, John já é mencionado em quatro relatórios separados: o primeiro relata o massacre traumático que ocorreu antes da sua chegada ao orfanato; o segundo detalha o escândalo que levou a especialista em tratamento de vítimas de abuso sexual, a Dra. Ana, a começar a trabalhar com John; o terceiro é um relatório completo do homicídio da Dra. Ana; e o último é um registo perturbador do próprio desaparecimento de John.

Neste dia, o detetive David está a consultar as notas, "A psicóloga Ana teria dado uma grande detetive", pensou. Ana havia recolhido alguns testemunhos de pessoas que viviam próximas à casa da mãe de John. Algumas frases dessa vizinha que Ana apontou foi 'Estás comigo, John?' e 'Juntos para sempre'. Havia ainda outras notas, uma delas com referência à chuva, parece que John, quando tinha 4 anos, gostava de brincar à chuva.

Outra nota fazia referência ao medo:" A criança devido ao trauma suprimiu as suas emoções como forma de se proteger, tornando-se hipervigilante. O medo foi suprimido, mas a capacidade de perceber o perigo permaneceu.... Deve ser vista não apenas como uma condição neurobiológica, mas também como uma complexa resposta psicológica. Este 'Síndrome do Vigilante' sugere um fenómeno único, onde a ausência de medo não resulta em temeridade, mas sim numa forma quase super-humana de perceção e vigilância.... Necessitando de acompanhamento e suporte profissional."

"Se logo ao final da tarde não estiver a chover, vou dar uma volta pelas ruas", pensou o detetive. O que ele não pensou, foi que a doutora Ana, não queria aquelas notas documentadas. E estava ainda longe de imaginar que hoje haveria de se cruzar com a criança.

Aquele dia, teria sido perfeito para a Dra. Ana trabalhar no seu gabinete de psicologia. Uma chuva delicada, quase como um sussurro, descia sobre o solo desprovido de pegadas. Ana havia uma vez compartilhado numa das suas reflexões com John, "A chuva delicada serena a poeira do dia a dia, dando espaço para o florescimento do futuro." Uma frase que ecoava nas lembranças de John, pois ela havia partido, há aproximadamente um ano.

Naquele momento, era um dia para John, abraçar a delicadeza. Não era a saudade da Dra. Ana que o impulsiona, pois a saudade era ausente nele., e Ana, de algum modo, ainda se fazia presente. A 'Escuridão' que coabita com John manifesta-se de maneiras peculiares. Na altura, a Escuridão, provaca-lhe a visão da doutora Ana, ele conseguia enxergá-la claramente, bem diante de si.

Quando Ana surge, significa que a Escuridão dentro de John está a aumentar. Se não for contida mediante boas ações, um choro de criança agonizante ecoa dentro dele, deixando-o paralisado. Cada ato de bondade que John realiza, serve como um remédio, reduzindo temporariamente a Escuridão, até que ela volte a ter fome.

Quando a Escuridão diminuía, rugia de fome na sua alma,  não era mais a figura reconfortante de Ana que ele via diante de si, mas sim uma imagem aterradora: o Mascarado, o mesmo que havia assassinado impiedosamente Ana.  Ignorar a fome da Escuridão trazia a John dores abdominais terríveis, que abalavam a sua sanidade. Para saciá-la, ele precisava cometer atos malignos, algumas vezes até horripilantes. Era um sacrifício sombrio e necessário para apaziguar a entidade faminta que habitava dentro dele.

A chuva desaguava nas ruas vazias, tornando-as inóspitas para a prática de boas ações. O dia não tinha sido ruim para John. Já havia surripiado três carteiras e planeava aliviar pelo menos mais uma pessoa dos seus pertences, se 'Jack Olho de Vidro', desse o sinal.

Do outro lado da rua, num bar obscuro, estava 'Jack Olho de Vidro', apreciando a sua cerveja habitual. Jack  descreve-se como um empresário, um sócio num empreendimento em parceria com 'Lewis Três Dedos'. Utilizam o trabalho infantil para manter o seu negócio florescente, uma espécie de escola prática para a vida. As crianças roubavam e eles recolhiam os frutos dos pequenos furtos, argumentando que "as crianças ainda são muito jovens para gastar".

A organização, no seu jeito peculiar, cuidava das crianças, proporcionando-lhes alimento e abrigo. Ofereciam uma refeição ao final do dia, uma sopa supostamente nutritiva. Na perspetiva de quem a ingeria, era pouco mais que água, sal e ervas aromáticas misturadas com pedaços de pão endurecido. Jack não contestava a qualidade do pão, alegava que era mais barato e que pão fresco poderia criar maus hábitos nas crianças. As crianças eram incentivadas não só a roubar dinheiro, mas também comida para saciar a fome. A generosidade de Jack, no entanto, não se estendia à cobrança de taxas por tais alimentos.

Existiam, contudo, algumas crianças que desafiavam a "honra" inerente ao funcionamento do negócio. Elas roubavam mais do que eles viam, ocultando o produto dos seus furtos, extra, de Jack, que com um olho só, não consegue vigiar a todos. Nesse dia, ele planeara capturar uma dessas crianças e ensinar-lhe uma lição que ela jamais pudesse esquecer. "John aprenderá a lição e servirá de exemplo para os outros.", dizia para si mesmo Jack.

Jack tinha apenas um olho, mas o faro para carteiras cheias era infalível. Um individuo, bem-vestido, aproveitava que a chuva amansara para sair do bar. Levava a carteira bem recheada, Jack fizera uma estimativa do dinheiro a tirar. A carteira repousava no bolso traseiro, do lado direito. Esse é o sinal que emitiu, depois o resto seria com John e o seu parceiro Sammy.

Sammy é um miúdo que estava nas ruas apenas há três meses. Também fugira do orfanato. John acolheu-o, não por simpatia, mas por precisar de um parceiro. E Sammy sempre tinha tido uma admiração por John. Sammy ainda tinha pouca prática nas "mãos delicadas e rápidas como um raio", serviria apenas como distração.

Os olhares de Sammy estavam bem ensaiados, dispensando a necessidade de palavras, gestos ou quaisquer outros sinais que pudessem atrair atenção indesejada. Ele acenou para o vazio do outro lado da rua e continuava a caminhar, os seus olhos aparentemente fixos nessa mesma direção, prontos para se chocar com a vítima a qualquer momento. Em sentido contrário, logo atrás do homem, encontrava-se John, que caminhava ao ritmo da presa.

O homem percebeu o iminente contacto, com Sammy, e tenta desviar-se, mas era tarde demais - o choque com a criança seria inevitável.

— Presta atenção por onde anda, garoto — repreende o homem, quando se deu o choque com Sammy, claramente irritado pela interrupção inesperada. Entretanto, antes que a suas palavras terminassem de ecoar no ar, a carteira já havia sido sorrateiramente transferida para o bolso de John.

— Desculpe, senhor! — disse Sammy, enquanto John continuava o seu caminho, numa mistura de descontração e pressa.

John podia, após o furto, dedicar-se a acalmar a Escuridão dentro dele, ou seja, realizar pelo menos, uma boa ação. A figura da Dra. Ana permanecia visível, apenas para ele. Ele olhou para cima, constatando que o céu, apesar da pausa na chuva, ainda carregava um manto de nuvens densas. O dia ainda não terminara e a chuva ameaçava retornar a qualquer momento. No entanto, o retorno da chuva não seria a maior preocupação de John.

Logo após o bem-sucedido furto, John e Sammy dividem os frutos do seu trabalho, enquanto Jack seguia os seus passos à distância. John, sagaz nas artimanhas da sobrevivência na rua, aprendeu rapidamente a se mover dentro das sombras, passando despercebido. Ele dispunha de vários esconderijos na cidade, mas naquele dia, acreditando na precisão da estimativa de Jack sobre o dinheiro na carteira, decide não esconder nada. "Jack é perigoso", pensou John, não só pilha as crianças como rouba o próprio 'Três dedos'.

Sammy, por outro lado, ainda era verde nos seus conhecimentos de rua. Não aprendera, ainda, a antiga lição de não depositar todos os seus ovos numa mesma cesta. Jack perdera o rastro de John, mas continuava na cola de Sammy, que nada percebeu. Em meio a um terreno desolado, Sammy tinha um esconderijo secreto atrás de uma pedra maior que ele. Sob alguns fragmentos de barro num montículo de detritos, ele escondeu o dinheiro. Jack, apesar de não conhecer a localização exata do esconderijo, tinha um faro aguçado que nunca o desapontara. Esperou pacientemente que o garoto se afastasse para tirar o dinheiro. Sammy, sentia-se satisfeito por saber que,  os chefes ficariam contentes com o saque e, talvez, até lhe oferecessem uma porção extra da sopa.

Havia uma razão clara para os garotos esconderem o dinheiro. Uma era que podem ser apanhados por algum polícia, mas essa seria a menor. Outra era que os mais velhos se sentissem que um dos garotos tinha dinheiro no bolso, este depressa ficaria vazio.

John dominava, já na altura, a arte de sobreviver nas ruas ásperas e impiedosas da cidade, e entendia, ainda, como aliviar a presença perturbadora da falecida Dra. Ana na sua mente. Ele encontrava consolo na ajuda aos outros, uma prática que  afastava momentaneamente o demónio da 'Escuridão'. Uma das pessoas a quem ele frequentemente auxiliava era Riana Suárez, uma senhora de origem mexicana, naturalizada, que já carregava as marcas do tempo nos seus traços envelhecidos.

Riana costumava frequentar a mercearia do bairro, um local simples, porém convidativo, que ostentava um aroma nostálgico de produtos frescos e especiarias. John, sempre à espreita, percebia quando Riana concluía as suas compras e prontamente se oferecia para carregar as  sacolas até à  residência da senhora.

Riana Suárez nutria um carinho especial por John, impressionada por, ele, ter um espírito prestativo e solícito. Em agradecimento, ela sempre se lembrava de comprar algum pequeno mimo para ele, fosse um delicioso chocolate ou um pacote de bolachas crocantes. A sua memória nunca falhava, mesmo quando John, por alguma circunstância, não conseguia aparecer para ajudá-la.

Na sua mente, John era mais do que apenas um garoto perdido nas ruas; ele era um jovem de bom coração que, apesar de ter sido desprovido das benesses de ter uma família, exibia uma bondade inabalável que deixava uma marca indelével na memória de Riana.

John, já completara uma boa ação, não chegava ainda via a doutora. "Maldita escuridão", pensou o garoto. John queria ficar rico, um dia governar o bairro e até quem sabe a própria cidade. No entanto, a 'Escuridão' estava sempre a atrasar-lhe os  planos. Onde iria arranjar uma boa ação novamente? A chuva recomeçara, as ruas estavam desertas e o tempo estava a terminar.

Por outro lado, quem parecia ter ideias bem definidas nesse momento era Jack, embora nada tivesse a ver com boas ações. Ele não havia conseguido pegar John, mas conseguiu apropriar-se do dinheiro do colega. Sammy estava em apuros, prestes a receber uma dura lição, e o incidente serviria de exemplo para todos, na opinião de Jack. E John, esse, pagaria pelo que está para trás e por "induzir Sammy a roubar o nosso dinheiro", pensou Jack limando a história que pretendia contar a 'Três Dedos".

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