16-O Mistério da Enfermeira: O Beijo da Morte
A noite caía pesadamente sobre a cidade de Chicago, com os seus contornos cobertos num manto de névoa. O detetive Rodrigo, sentado no seu carro sob a luz oscilante de um poste próximo, lutava contra o peso das pálpebras. O cansaço era um monstro que o engolia. Por um instante, rendeu-se e mergulhou no esquecimento.
Um som agudo rasgou a quietude da noite, arrancando-o do sono. Os olhos do detetive arregalaram-se ao ver a enfermeira Pauline, uma figura espectral, emergindo do velório e entrando no carro. Ela arrancou, lançando uma legião de perguntas na mente de Rodrigo.
Ligou o carro com um rugido, pisou no acelerador e a perseguição começou. O borrão das luzes da cidade passava por ele enquanto Pauline acelerava, desaparecendo entre os prédios altos. Cada curva acentuada, cada freio brusco aumentava a adrenalina que lhe corria nas veias.
No entanto, a enfermeira, ágil como uma raposa, conseguiu despistá-lo num labirinto de vielas estreitas. Rodrigo sentiu o gosto amargo da falha.
Mas não era um homem de desistir. A frustração no seu peito só alimentava a promessa que fizera ao seu amigo. "Haverá mais dias", murmurou para si, os seus olhos ardiam com determinação, "Descobrirei o que Pauline anda a tramar e quem estava por trás disso."
Algum tempo depois, Pauline estacionou numa rua deserta. A sua silhueta iluminada pelo poste distante assumiu uma forma estranha enquanto ela enfiava uma peruca escura sobre os cabelos loiros. Caminhou até a esquina e, com um gesto casual, chamou um táxi. O veículo parou junto a um bar cuja luz néon tremeluzente lançava um brilho intermitente sobre a rua deserta. A mulher agora morena saiu do táxi, lançou um olhar furtivo por cima do ombro, e então desapareceu para dentro do bar.
(...)
Entre as sombras da melodia, se ergue como um amante proibido, provocando suspiros profundos com cada gemido. O seu corpo esguio e curvilíneo, convida as mãos a deslizarem suavemente sobre as suas chaves sensíveis. Os dedos, ágeis e sedutores, exploram todos os recantos, descobrindo prazeres desconhecidos. Os dedos tocam no tubo como um toque suave na pele, enviando ondas de prazer pela espinha.
Os lábios se unem à boquilha, formando uma conexão íntima, um beijo carregado de paixão. Cada movimento dos lábios transmite uma entrega completa, uma entrega ao som do desejo. À medida que o ar se funde com o metal, o saxofone ganha vida, expressando desejos ocultos em notas sensuais que flutuam no ar.
Sentado ao balcão do bar está o detetive Michael, aonde vai todas as terças, olha atentamente para o saxofonista que enchia o palco. Sente os sons de jazz a invadir-lhe a alma preenchida pela imaginação do corpo de Maggie.
Uma mulher de vestido negro, senta-se ao seu lado, uma mulher escultural como a sua Maggie. O seu cabelo, escuro, reflete a luz colorida do bar, como um arco-íris. Michael, olhou para ela, imagina Maggie, não era ela, mas ele queria que fosse. Não fosse os cabelos e era Maggie. Os seus olhos investiam nela, desviando o olhar para o saxofonista para não ser apanhado no atrevimento.
— Está a gostar— pergunta ela, com tanto de simpatia como de uma sensual provocação.
— Desculpe! — diz ele timidamente— Faz-me lembrar alguém!
— Referia-me ao saxofonista — diz ela também sorrindo timidamente.
— Ah... Sim, sim— um tom avermelhado tinha coberto o rosto branco de Michael.
Ela também apresenta um certo nervosismo pelo embaraço da situação. Mas num impulso ela diz qualquer coisa. Michael não conseguiu ouvir, a música alta e o pequeno sussurro dela não lhe permitiram a audição. Ela aproxima-se, para lhe falar ao ouvido. Os seus mamilos acidentalmente roçam no braço de Michael. Michael lembra-se mais uma vez de Maggie, aquele gesto foi o suficiente para lhe trazer um misto de memórias excitantes com um desejo que lhe acalora o corpo.
— Espero que ela, a pessoa que lhe faço lembrar, seja bonita!
— É muito, mas a menina também o é!
— Samantha! — diz ela estendendo a mão.
(...)
A noite havia se aprofundado quando Samantha e Michael deixaram o bar juntos. A ausência de um veículo para Samantha tornou-se uma desculpa perfeita para Michael a levar para sua casa. A semelhança de Samantha com Maggie - o amor platónico que Michael tanto fantasiava - era uma dádiva do destino. A oportunidade de experimentar todas aquelas fantasias reprimidas nunca havia estado tão perto de se concretizar.
A intimidade cresceu rapidamente entre eles, preenchendo o espaço de Michael com beijos apaixonados e um frenesi de toques. Entre sussurros e risos, Samantha pediu as algemas de Michael. Com o coração acelerado e as fantasias galopando na sua mente, ele cedeu sem hesitar. A presença dela, mesmo que temporária, parecia ter realizado todos os seus desejos mais profundos.
A paixão deles inflamou a casa, queimando como um sol ardente. Com Michael preso à cama, Samantha tomou as rédeas, cavalgando através de ondas de prazer. No auge do êxtase, Michael pensou que se tivesse que morrer, então e ali seria o momento perfeito.
Samantha, depois de um último beijo, sussurrou que a noite ainda estava jovem e que logo retornaria. Com um sorriso de satisfação no rosto, Michael, algemado à cama, concordou. Era tudo incrível demais para ser verdade.
Enquanto Samantha desaparecia de vista, ele podia ouvi-la movendo-se na cozinha. Os seus pensamentos vagavam entre a felicidade e a antecipação quando ela voltou, com um brilho predatório nos olhos.
— Qual é a surpresa? — Michael perguntou, com o sorriso ainda brincando nos lábios. Montando nele, ela inclinou-se e sussurrou ao ouvido:
— É uma surpresa de morrer.
Então, com um movimento repentino, ela revelou a faca que tinha escondido atrás das costas. Os olhos de Michael esbugalharam-se, o sorriso desapareceu quando a lâmina se cravou no seu coração. A luz dos olhos apagou-se lentamente enquanto Samantha se afastava.
Com a respiração acelerada, ela abriu a bolsa, revelando um objeto estranhamente deslocado - uma tesoura de jardinagem. O cintilar do metal parecia ecoar no brilho cruel dos seus olhos, enquanto planeava o próximo movimento.
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