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14 - Nascida na morte: A história de Maggie


Maggie observava a sua terrível coleção com uma calma arrepiante. Num recanto sombrio do laboratório, vírus mortíferos e venenos não catalogados perfilavam-se como emblemas de perigo mortal. A falha em catalogar esses agentes mortais não era um descuido - era apenas um desvio propositado. Era uma mulher com uma memória inquebrável, apesar de não se recordar de nada antes do dia que os seus pais morreram. Aquele arsenal de venenos e vírus tinha um destino, ainda não revelado, destinava-se a Salvatore Pellegrini, aos seus homens e até à sua família. Todos iriam pagar, a sua vingança seria fria, calculada e implacável.

Ela tinha apenas seis anos quando os pais de Maggie foram brutalmente exterminados pela máfia. Escondida no armário, ela espiava, petrificada por uma fresta na porta. A pequena não emitiu um grito sequer, tampouco conseguiu fechar os olhos diante do horror que se desenrolava. Naquele momento, a sua mente estava vazia, como se nunca tivesse existido antes.

Para Maggie, o seu nascimento não foi num hospital, cercada de médicos... A sua vida começou naquele quarto manchado de sangue. Os registos do nascimento biológico existiam, claro, mas foi naquele dia que a existência de Maggie realmente se iniciou. Ela nasceu da morte, e a sua primeira dor não veio do contacto com o ar frio nos seus pulmões, mas da brutal visão da morte.

Assim como um recém-nascido necessita de ar, Maggie necessitava da morte. Ela nasceu na morte, respirava morte e queria a morte nas suas mãos, era a sua natureza. Segundo ela, a vida começou e terminou naquele dia - morta para os sentimentos, nascida para a vingança.

Hoje seria o dia da retribuição. O dia em que finalmente vingaria a morte dos pais. O instrumento para realizar a tarefa era John. Ela compadecia-se dele. John fazia-a sentir-se viva. Todavia, ele havia rompido o pacto, mostrando hesitação em matar Samantha...

(...)

O silêncio ensurdecedor da sala de cirurgia fazia os batimentos cardíacos de todos os presentes ressoarem como um coro uníssono. O nervosismo pairava no ar, como uma entidade independente na sala, oscilando entre a ansiedade e a resolução.

Dr. John, vestido com um uniforme cirúrgico impecável, revia meticulosamente os exames de Salvatore, os seus olhos analisavam cada pormenor dos registos médicos. Os dedos delineavam as curvas e linhas dos gráficos, os pensamentos mergulhavam no mar das complexidades médicas. A sua equipa, composta por enfermeiras e assistentes altamente qualificados, observava-o com um misto de admiração e apreensão.

No corredor, na sala de espera do hospital, Robert Walles, o advogado, mantinha uma conversa contida com os policiais. Conversavam sobre trivialidades, como deduções fiscais, numa tentativa de desviar o foco da cirurgia que ocorria atrás das portas fechadas. Por trás dos olhos aparentemente descontraídos, cada um deles sentia o peso da situação. Não apenas pelo notável Salvatore Pellegrini, que apesar do tumor era de coração generoso, mas também porque ele era uma grande fonte de renda.

Uma das enfermeiras, uma jovem de rosto pálido chamada Lucy, tentava controlar a respiração. Sentia o peso da responsabilidade, compreendendo plenamente a seriedade do procedimento e as consequências de qualquer falha. Sentia-se nauseada, a ansiedade mesclada com o medo avassalador de retaliação se algo desse errado na cirurgia. Tentou afastar esses pensamentos, concentrando-se nas tarefas à frente.

Dr. John percebeu a angústia no rosto de Lucy e, com um olhar de compreensão, se dirigiu a toda a equipa.

— Eu sei que a situação é tensa, — começou ele, a voz tranquila e firme. — Estamos todos cientes das possíveis repercussões desta cirurgia. Mas eu quero que vocês se lembrem de uma coisa. Nós não estamos aqui para salvar um mafioso. Estamos aqui para salvar uma vida humana.

Ele olhou para cada um dos presentes, as suas palavras ecoando na sala silenciosa. — Não importa quem está na mesa de operação. Pode ser um mafioso, um polícia, ou um mendigo. O nosso dever é salvar vidas. E é isso que vamos fazer hoje.

Um silêncio reverente preencheu a sala, os rostos antes tensos agora mostravam uma determinação renovada. A equipa assentiu, absorvendo as palavras de John.

Enquanto Dr. John realizava a operação com precisão hábil e meticulosa, o mafioso sob anestesia permanecia inconsciente à tensão que inundava a sala. As mãos de John eram firmes, seus movimentos exatos.

A cirurgia durou horas. Horas que pareciam dias na tensão palpável da sala de operação. Mas, por fim,, uma expressão de alívio se espalhando pela sala. Salvatore estava a salvo, seu coração batendo forte. Faltava apenas as últimas suturas.

(...)

Na sala de espera movimentada do hospital, dois policiais impacientes, acompanhados pelo advogado Robert Walles, esperavam notícias. O advogado segurava o seu telefone e, de repente, atendeu uma chamada urgente de Joe Pellegrini. Os rostos ficaram sérios. Os policiais, num movimento sincronizado, sacaram as armas e invadiram a sala de operações.

Lá dentro, o Dr. John finalizava uma delicada cirurgia cardíaca em Salvatore Pellegrini. Apesar da presença ameaçadora dos polícias, o médico manteve a compostura, continuando a suturar o paciente. Os monitores exibiam os batimentos cardíacos estáveis. A equipa médica presente entrou em pânico, enquanto o Dr. John, visivelmente enfurecido, apontou para os polícias, exigindo que saíssem.

No corredor, longe dos olhos curiosos, o Dr. John confrontou os policias com intensidade. A sua voz ressoava com indignação. "Não admito que coloquem a vida de um dos meus pacientes em risco. Se eu tivesse cometido um único erro enquanto operava o coração, poderia ser fatal!", ele disse, deixando claro o perigo que causaram.

Os policiais, agora com remorso estampado nos rostos, pediram desculpas, juntamente com o advogado. Reconhecendo o arrependimento genuíno, o Dr. John decidiu encerrar a discussão. Ele voltou para a sala de operações, acalmando a equipa médica,  com algumas palavras reconfortantes.

Ali, ele foi recebido com abraços de gratidão e alívio. O sucesso da operação, combinado com a calma e coragem do médico ao lidar com a ameaça armada, criou uma atmosfera de respeito e admiração. O Dr. John tornou-se o símbolo da dedicação inabalável à vida dos seus pacientes, mesmo em face de circunstâncias terríveis.

(...)

No laboratório da polícia, Maggie apagou as luzes, as sombras engoliram a sala e a sua coleção letal. Subiu no seu carro, os pneus cantarolando no asfalto enquanto ela acelerava para o hospital. A expectativa, misturada com uma pitada de tristeza, preenchia cada fibra do seu ser.

O hospital estava estranhamente silencioso quando ela chegou, como se o próprio prédio soubesse da escuridão que se aproximava. Maggie percorreu os corredores vazios, cada passo reverberando com uma promessa sombria. Ela dirigiu-se à sala de autópsias, o cheiro familiar de formaldeído e morte a preenchendo com uma estranha sensação de lar.

Ela olhou ao redor, fixando os olhos na mesa de autópsias vazia. Por um momento, ela permitiu-se visualizar Salvatore ali, frio e imóvel. Um sorriso cruel tocou-lhe os lábios. Ela estava pronta. Esperaria a morte chegar e a abraçaria de braços abertos. Afinal, como ela mesma teorizara, nasceu na morte e para a morte. A operação devia estar a terminar.

Quanto a John, ela lamentava, queria passar mais tempo com ele, John a fazia se sentir viva. Mas ele tinha quebrado o pacto. Ou pelo menos tinha hesitado em matar Samantha, e isso Maggie não admitia, nem que ele nutrisse sentimentos por outra pessoa, era como se esse sentimento fosse roubado dela.

A máfia iria matar John. John teria matado Salvatore na operação, poderia ser acidente, mas a tesoura deixava dúvidas. Maggie sabia que, em caso de dúvidas, a máfia matava para provocar certezas. Ela só precisava se certificar de que não seria um dano colateral. Por esse motivo, iria viajar para Nova Iorque naquele dia para assistir a uma conferência sobre medicina legal. Maggie havia se inscrito no dia em que a operação de Salvatore fora marcada, e o médico seria o Dr. Smith.

Maggie esperou, mas quem entrou não foi Salvatore, e sim John. Ela perguntou, ansiosa, algo que John adorou, nunca a tinha visto assim.

— Como correu a operação? — perguntou Maggie, com um leve sorriso para disfarçar a ansiedade.

— Melhor do que eu esperava! — respondeu John, com um sorriso radiante, enquanto caminhava na sua direção.

Ela abraçou efusivamente John. — John, meu amor, estou tão feliz! — disse, enquanto o beijava. — Esqueci de te contar, vou partir para Nova Iorque em três horas, vou sentir muitas saudades suas.

John ficou surpreso com a viagem. — Vai embora assim, amor? Por quanto tempo?

— Dois dias, talvez três. — disse Maggie, com uma expressão de tristeza.

— Ah, isso não é tempo suficiente para sentir saudades, pensei que seria mais!

— O tempo é relativo, John. O que para alguns são dois dias, para outros pode ser uma eternidade! — de fato, Maggie iria sentir saudades de John, seria a última vez que veria John pelo menos com vida, assim o pensava.

— Talvez você não devesse ir sem ver o novo presente que tenho guardado para você!

— Que presente? — questionou Maggie.

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