─━━━━━━⊱࿇𝓣𝔀𝓸࿇⊰━━━━━━─
"Oh, astro sereno que ilumina minha noite,
és o fulgor de uma estrela distante,
que brilha apenas para quem ousa olhar,
e cativa o coração que te contempla em segredo.
Teus olhos são vastos como os mares ocultos,
onde as ondas se quebram em murmúrios gentis,
e os sonhos que brotam em meu peito sussurram,
carregados do encanto que não posso confessar.
E como arde, no peito, o desejo velado,
de te chamar de meu, meu mais doce tormento,
mas temo o destino que nos olha em silêncio,
então, amo-te assim — calado e eterno.
Como prisioneiro de um desejo silente,
sufoco palavras no peito, queima sem fim.
Oh, mãos que se encontram como em segredo,
e sorrisos que trocamos entre um véu de mentiras.
Nas reuniões em que nos vemos de relance,
és a música que nunca ouso cantar.
Entre olhares furtivos e gestos velados,
cresce em mim o amor que não posso proclamar."
A adolescência tornou-se uma coleção de noites inquietas e manhãs de sonhos velados. Cada reunião familiar, cada encontro ao acaso, era um teatro de aparências, onde eu tentava, sem êxito, esconder o que queimava em meu peito. Ver Lanchlan ao longe, entre nossos entes queridos, era um misto de êxtase e tortura; um vislumbre do paraíso e o gosto amargo de sua distância.
Houve uma vez, em meio a uma tarde de verão, que nossos dedos quase se tocaram enquanto nos passávamos um cálice de vinho. A distância era ínfima, mas o toque breve e sutil carregava o peso de um segredo proibido. Meu coração pulsou no mesmo ritmo daquele instante, guardando-o como um tesouro.
"Ó céus, dai-me forças para resistir,
a tentação de teu toque, ainda que breve.
Oh, meu Lanchlan, és a chama de minha existência,
e na sombra de teu olhar, perco-me e renasço."
As palavras, contudo, permaneciam não ditas, como folhas que se recusam a cair mesmo na mais rigorosa das estações. Com o tempo, aprendi a encontrar satisfação em pequenos gestos: um sorriso, um aceno, o brilho de seus olhos que eu esperava ser reservado apenas para mim. Esses momentos se tornaram minha única verdade, o refúgio onde eu podia existir plenamente.
"És o perfume da noite em seu auge profundo,
os céus tingidos de mistérios escuros,
um espectro de sombras e brilho sutil,
onde a beleza é guardada em enigma e cor.
Tua presença é o vinho que embriaga meus dias,
um doce veneno que bebo com zelo,
pois em teus olhos, encontro os meus próprios,
refletindo um amor que jamais será dito.
Ah, se o mundo fosse um lugar sem amarras,
e as palavras voassem livres no vento,
eu gritaria aos céus que és meu tudo e além,
mas guardo-te aqui — secreto, mas eterno.
Como confessar-te meu anseio oculto,
quando ao teu lado devo ser apenas um amigo?
É no toque fugaz e no sorriso retido,
que minha alma arde e sangra em silêncio."
Nossos encontros tornaram-se os eventos pelos quais minha alma ansiava e temia. Ao lado de Caspian, meu coração oscilava entre a euforia e o medo, sentindo a urgência de revelar o que eu sabia ser proibido. No entanto, mesmo enquanto sorríamos como velhos amigos diante de todos, meu olhar traía o que meu coração gritava.
Ele me dirigia olhares que pareciam conter toda a compreensão do universo, mas logo desviava, como se temesse o que poderia encontrar ali. E ainda assim, havia momentos — tão raros e tão preciosos — em que nossas almas quase se tocavam, como nas tardes em que nos aventurávamos a passear pelos jardins, trocando sorrisos e confidências que jamais alcançavam nossos lábios.
"Entre o perfume das flores e o som de teus passos,
sinto o toque de um amor que nunca será dito.
Ó, meu Caspian, se ao menos pudesse falar-te,
revelar o mistério de minha alma ferida."
Era em tais encontros que eu descobria o doce sofrimento de amá-lo em segredo. E cada poema, guardado com cuidado em minha gaveta, era um fragmento do que eu não podia lhe dar em palavras. Amá-lo sem confissão, sem promessas, tornou-se a maior das penitências e a mais pura das devoções.
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