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𝒫𝑜𝑟 𝒩𝑜𝑠𝑠𝑜 𝒜𝑚𝑜𝑟

𝒜 noite, majestade  insondável, estendia um véu de sombras sobre a estrada deserta, enquanto a carruagem prosseguia em seu curso errante, rangendo suavemente, como se a própria treva a conduzisse em um balé fúnebre. O luar, pálido e vacilante, filtrava-se por entre as copas nodosas das árvores, projetando espectros esquivos que pareciam deslizar pelo caminho, sussurrando prenúncios aos viajantes imprudentes. 

No interior do coche, Caspian e Lanchlan entregavam-se a um beijo febril, onde tempo e espaço dissolviam-se num torvelinho de desejo e promessa. O toque de seus lábios  era um abandono ao êxtase, um pacto selado na orla da redenção e do abismo. Seus corações pulsavam em uníssono, ritmados pelo compasso errante das rodas sobre a terra úmida. 

— Finalmente, estamos livres! —  A voz de Lanchlan soou exultante, quase infantil em sua euforia, ressoando como o cântico jubiloso de um pássaro que, após longo cativeiro, descobre a imensidão dos céus. Seu sorriso, banhado pelo fulgor prateado da lua, carregava a crença ingênua de que haviam burlado as engrenagens impiedosas do destino. 

Caspian, enlaçando os dedos aos dele, reteve aquele instante com a avidez de quem deseja eternizá-lo. Seus olhos verdes cintilavam, não de receio, mas da certeza intransigente de que pertenciam um ao outro, quaisquer que fossem as sentenças que o futuro lhes reservasse. 

— Nada poderá nos separar agora meu amado. — Sua voz era um sopro de esperança, firme como uma prece murmurada diante dos deuses. — Esta é a nossa chance, e não permitirei que nada nos roube-a.

A carruagem seguia adiante, rasgando a noite como um devaneio audacioso que ousava desafiar a realidade, enquanto o mundo ao redor se dissipava na cadência monótona dos cascos contra a terra. Mas na vastidão de trevas que os cercava, o destino, inexorável como um caçador astuto, já afiava suas garras, pronto para exigir sua última palavra.

E foi no intervalo dessa jornada, onde o presente e o futuro se entrelaçavam, que a mente de Caspian, se perdeu em um resquício de memória distante.

A penumbra enlaçava o antigo armazém como o manto de conspiração, onde o silêncio era rompido apenas pelo farfalhar furtivo das ratazanas entre as caixas empilhadas. A chama trêmula de uma única vela projetava sombras disformes sobre as paredes de tijolos úmidos, moldando espectros evanescentes que pareciam sussurrar advertências inaudíveis. 

Caspian inclinava-se sobre uma mesa gasta, os dedos crispados sobre um mapa amarrotado, percorrendo com  precisão o caminho que os conduziria para além das amarras do destino. Em seus olhos, faiscava a resolução férrea de quem já não podia recuar. 

— Consegui um coche de aluguel. — Sua voz, embora contida, trazia o peso de uma decisão irrevogável. — Ele nos aguardará na saída da cidade ao amanhecer. Precisamos ser rápidos. Nossas famílias não hesitarão em nos perseguir, sobretudo na véspera dos casamentos.

Lanchlan, sentado sobre um amontoado de engradados, deslizou os dedos pelos cabelos em um gesto inquieto. O reflexo vacilante da vela tremulava sobre suas feições angustiadas, refletindo o duelo travado entre o medo e a esperança. 

— E se nos descobrirem? — O sussurro mal se desprendeu de seus lábios, impregnado do peso da incerteza. — As famílias das noivas não assistirão a tudo impassíveis. Vão nos caçar. 

Caspian ergueu o olhar, e na firmeza de sua expressão havia o desafio de quem já não se curvava às correntes do mundo. 

— Que nos caçem. Mas não permitirei que a sociedade nos encarcere. 

O espaço entre eles se dissipou, reduzido à distância exígua de suas respirações entrelaçadas. 

— O amor que sentimos é mais forte que qualquer decreto. 

O silêncio que se seguiu não era de hesitação, mas de um entendimento absoluto, um pacto selado sem necessidade de palavras. Por fim, Lanchlan exalou, e um tênue sorriso curvou-lhe os lábios, ocultando o turbilhão que lhe fervia no peito. 

— Partiremos para a América.

Caspian envolveu-lhe a mão, apertando-a com um fervor que deixava claro que não haveria retorno. 

— Lá recomeçaremos, livres de todas as correntes. 

A vela crepitou, e as sombras ao redor pareceram retorcer-se em expectativa, como se até a própria noite intuísse que aquela fuga não se consumaria sem resistência.

A lembrança do passado dissolveu-se como névoa ao primeiro sopro da alvorada, devolvendo Caspian à implacável realidade. A carruagem prosseguia seu curso sob o véu cerrado da noite, os cascos dos cavalos marcando o tempo em um compasso imutável contra a estrada de terra. O vento frio infiltrava-se pelas frestas do veículo, mas o calor do corpo de Lanchlan, aninhado junto ao seu, era um farol contra a escuridão do destino que os espreitava. 

Então, algo mudou. Uma perturbação invisível dançou no ar, como um presságio sussurrado pelo próprio universo. Um arrepio percorreu-lhe a espinha, e o silêncio noturno, antes um refúgio de esperança, tornou-se denso e opressor, carregado de um alerta soturno. 

E então veio o som — o galope feroz de cavalos cortando a quietude como lâminas impiedosas. Caspian ergueu-se instintivamente, os músculos tensos, as mãos apertando o estofado do banco como se pudessem conter o inevitável. 

A carruagem estremeceu ao ser forçada a parar. Do lado de fora, vultos emergiram das sombras, montados em corcéis tão negros quanto a própria noite. Homens de semblantes duros e olhares impiedosos cercaram o veículo, espectros de um destino que se recusava a ser desafiado. 

— Desçam da carruagem, degenerados! — vociferou um deles, a voz impregnada de fúria e desprezo. — Abandonar suas famílias na véspera do casamento? Achavam que poderiam fugir impunemente? Isso acaba aqui.

O mundo oscilou ao redor de Caspian. O fio tênue da esperança, tecido com tantos sonhos e promessas, começava a se desfazer. Seus olhos buscaram os de Lanchlan, onde um misto de terror e incredulidade reverberava na respiração ofegante. 

— Não podemos permitir que nos levem. — Sua voz, embora firme, carregava a urgência de quem luta contra a inevitabilidade. — Devemos resistir. 

Lanchlan segurou-lhe a mão, apertando-a com a força de quem sabia que aquele instante poderia ser o último. Nos olhos azul-acinzentados, a chama da determinação cintilava, mesmo diante do medo que os envolvia como um nevoeiro cruel. 

— Seja qual for o desfecho, nós nos amamos. Isso ninguém pode nos tirar. 

— Sim. Isso é o que importa. — O coração de Caspian apertou-se com o peso da verdade. — Mas não permitirei que te machuquem.

A carruagem chacoalhou violentamente quando mãos brutais forçaram a porta, o pânico adensando-se no ar como um trovão prestes a se romper. Tinham apenas segundos antes de serem arrancados dali. 

— Não somos os monstros que acreditam que somos! — Caspian bradou, sua voz carregada de desespero e súplica. — Buscamos apenas a nossa felicidade!

Mas não houve hesitação. Não houve compaixão. Apenas o estrondo seco da madeira cedendo. 

Foram puxados com violência. Caspian tentou resistir, mas um golpe certeiro o lançou ao chão, a visão girando ao impacto. Atordoado, ergueu o rosto em busca de Lanchlan — e o viu imobilizado por um dos capangas, os braços torcidos para trás, o horror estampado em seu semblante. 

A noite, que um dia fora cúmplice de seus sussurros e sonhos de liberdade, agora os enlaçava em suas sombras, inexorável em seu desígnio cruel.

A tempestade bramia sobre a clareira desolada, o vento açoitando a relva alta enquanto as ondas do mar castigavam os rochedos em um lamento fúnebre. A chuva, impiedosa, derramava-se sobre o mundo como se chorasse o destino dos amantes.

Arrastados sem cerimônia, Caspian e Lanchlan foram lançados ao chão úmido, os trajes empapados de água e barro, mas seus espíritos permaneciam altivos. Unidos em um abraço, não se dobraram ao terror que os circundava. Havia neles uma solenidade, uma aceitação que beirava a grandeza, como se a imortalidade de seu amor fosse assegurada pelo sacrifício que estavam prestes a fazer.

Dentre os homens que os cercavam, um emergiu das sombras. Sua presença era impiedosa, marcada pelas cicatrizes que lhe atravessavam o rosto, pelos olhos duros, carentes de piedade. Fitou-os com desdém, a voz áspera ressoando sobre o ribombar dos trovões.

— Então, é assim que finda vossa história? Na vergonha, no opróbrio? Recusais vosso dever, vossas famílias, para vos entregardes a uma loucura infame? Preferis a morte à redenção?

Caspian respirou fundo, os dedos apertando com firmeza a mão de Lanchlan, buscando nele a força que já habitava ambos. Não havia temor em seu semblante, tampouco vacilação. Quando ergueu o rosto para encarar o carrasco, sua voz soou límpida como uma sentença:

— Vergonha? A vergonha recai sobre aqueles que julgam sem compreender. Aqueles que se aferram a grilhões invisíveis, temendo uma liberdade que jamais ousaram tocar. Se a redenção que nos ofereceis é a renúncia ao que sentimos, então, sim, preferimos a morte.

Os olhos de Lanchlan fulgiram na penumbra da tempestade, e seu peito subiu em um suspiro profundo antes que ele tomasse a palavra, seu timbre vibrante desafiando a noite:

— Levamos em nossos corações um amor que transcende qualquer convenção, qualquer lei que busque aprisioná-lo. Se a eternidade nos aguarda além deste momento, que sejamos recebidos não com pranto, mas com júbilo, pois teremos partido fiéis àquilo que nos torna verdadeiramente vivos.

O silêncio que se seguiu foi quase reverente. Até mesmo os homens armados hesitaram por um instante, como se algo sagrado houvesse sido proferido. Mas a ordem já fora dada.

O líder levantou a mão, e as armas foram erguidas.

Caspian e Lanchlan voltaram-se um para o outro. No mundo ao redor, o caos se desenrolava impassível — o mar rugia, os relâmpagos rasgavam os céus, a chuva castigava a terra — mas para eles, só existia aquele instante.

As testas se tocaram em um gesto delicado, e seus olhos falaram tudo o que não havia mais tempo para dizer. Nenhuma despedida, pois o amor que partilhavam não conhecia fim. Apenas um último sussurro, entrelaçado ao vento, selando para sempre seu destino:

Por nosso amor.

Os disparos romperam o véu da noite.

O sangue manchou a relva, mesclando-se à água que deslizava sobre a terra ingrata.

E quando os corpos caíram, ainda unidos, a tempestade pareceu clamar seus nomes, levando-os para onde ninguém mais poderia separá-los.

E assim, no limiar da tragédia e da eternidade, Caspian e Lanchlan tornaram-se lenda em nome de seu amor.

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