𝒪 𝒜𝓂𝑜𝓇 ℐ𝓂𝓅𝑜𝓈𝓈𝒾́𝓋𝑒𝓁
Oh, que segredo tão profundo, grave e doce,
Carregaram nos corações em silêncio,
Onde o tempo, qual fiel servo da eternidade,
Vigia, mas não desfaz a chama do amor.
Dez anos se desfolham como um livro sagrado,
Onde cada página é uma dor não confessada,
E os olhares, furtivos como estrelas perdidas,
Traçam destinos que o fado já tinha escrito.
Sabiam, oh, sabiam, que ao fim dessa jornada
O preço seria o último e fatal abraço,
Que o amor que tocavam, sagrado e proibido,
Não era mais que um fogo prestes a consumir.
A razão, como guardiã de um palácio de gelo,
Erguia muralhas, mas o coração, insensato,
Vivia, como se no abismo da perdição,
Se encontrasse o porto seguro do destino.
Em segredo, por longas horas de agonia,
Lutaram, sabendo que a tragédia os esperava,
Mas quem pode conter a ânsia do desejo
Quando, ao longe, o abismo sorri em promessas?
E, assim, seguiram, por entre os véus da dor,
Decididos a desafiar as estrelas e a morte,
Porque, afinal, o amor, esse velho tirano,
Nunca se curvará à sombra do medo ou da razão.
Que importa o fim, se o fogo arde e ilumina?
Que importa a perda, se a alma se entrega?
Pois o amor, como uma chama eterna e incansável,
Desafia até o próprio Deus, que o vaticina.
E, ao final, restou a lembrança dessa paixão,
Que, embora impossível, os fez viver e amar,
E, por mais que a tragédia os tenha marcado,
Foi nela que se selou o seu destino, imortal.
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