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ventiquattro

Lunedi

Duas semanas se passaram cheias de provas. Eu frequentava as aulas de dia, trabalhava a tarde e quando chegava do RR, estudava para as provas, com toda a correria, não tive nenhum avanço.

Dean não confiava em ninguém sem ser nos primos e irmãos, e como Filipo fora descartado, ele continuava tentando descobrir o traidor, por isso, os rachas foram cancelados, as entregas estavam sendo feitas por eles mesmos e eu só os vias às vezes à noite no Roccia, que passou a fechar mais cedo alguns dias por ninguém aparecer por lá.

Eu não me preocupava com o dinheiro, já havia conseguido o suficiente para pagar minha dívida, mas sem conseguir ficar próxima deles, e Fran no escuro sobre o que vem acontecendo, eu não consegui nenhuma informação nova, e não sei como poderia usar o que tenho até agora:

A polícia está com eles;

Eles comercializam para quase toda Suvellié;

Só.

O fato de ter tão pouca informação em quase dois meses me faz realmente achar que não irei conseguir comprovar que eles são os culpados, eu não tenho nenhuma prova física além da cópia daquela câmera da entrega.

Bem, talvez não consiga fazer eles serem presos por assassinato, mas por contrabando sim, melhor do que nada. O baile de outono ocorrerá no começo de novembro, irei para casa após ele e caso eu não consiga mais nada até lá, usarei esta prova, mesmo que... Não consigo parar de pensar em como Dean me ajudou, mais uma vez, me escutou e foi legal, mais legal do que a garota que deveria ser minha amiga, na verdade, todos que deveriam ser um bando de filhos da puta, não são tão ruins assim, tirando o fato de serem traficantes e possíveis assassinos.

Merda, Dean tem urgentemente que voltar a ser o insuportável e insensível de antes.

Letitia curte algumas fotos de roupinhas de bebês em seu instagram ao meu lado, e quando ama alguma, me envia por mensagem, indiretamente me dizendo para comprar. Eu não sei como ela conseguiu meu número, mas conseguiu, e eu recebo pelo menos três mensagens por dia com fotos de coisas para bebês. Era fofo, até um professor pegar meu celular e perguntar na frente da sala toda se eu estava grávida.

— Você acha que minha barriga vai estar aparecendo no baile de outono? Comprei o vestido a alguns meses.

— Acho que não – Meus olhos estão fixos no pano que passo para limpar o bico da bisnaga de ketchup – A barriga não aparece antes dos quatro meses. - Pelo menos foi o que li na internet, quando deveria estar fazendo um trabalho de legislação.

— Meus peitos estão inchados pra caralho – Ela apoia os braços no balcão e passa o olhar pelo salão, hoje tem mais Ghostins do que os últimos dias – Michel me perguntou se eu engordei. – Faço uma careta.

— Que idiota.

— É, mas eu gosto dele. – A olho surpresa. Letitia tem os olhos fixos nas mãos. – Ele é um tremendo idiota insensível, Nicholas é idêntico, mas pelo menos ele não pode ser preso a qualquer momento.

— Um deles é o pai? – Letitia solta um suspiro.

— É, mas eu realmente não sei quem é. – Ela me olha com pesar. Solto a bisnaga de ketchup e penso no que dizer, mas Francesca se aproxima de nós antes:

— Vocês acreditam que Ettore não me convidou para o baile? – Ela joga a bandeja com força sobre o balcão, causando um barulho alto e assustando nós duas.

— Vocês namoram, não vão juntos? – Pergunto. Fran e Ettore haviam voltado semana passada, quando ele teve que se ajoelhar no meio do refeitório lotado, para ter o perdão por ter desconfiado dela. Achei justo, na verdade, talvez eu o fizesse passar por coisa pior.

— Idai? Eu mereço um pedido, estou pouco me fodendo se namoramos ou não – Arqueio as sobrancelhas, discordando de seu pensamento, mas prefiro não dizer nada.

— Manda-o se ajoelhar de novo – Letitia fala. – Foi épico aquela cena.

Francesca e Letitia não são amigas, mas começaram a se tratar com respeito e até flagrei elas algumas vezes fofocando sobre roupas juntas, mas Fran ainda fica irritada com Letitia. Letitia passa mal todas as noites, chegando a ir até três vezes ao dia no banheiro só para vomitar, todas às vezes, Fran perguntava se ela tava com piriri ou dizia que ela estava fingindo para fugir do trabalho, e eu tinha que a acobertar. Não sei por quanto tempo mais Letitia planeja esconder a gravidez, uma hora ou outra, a barriga irá começar a crescer, e será praticamente impossível esconder.

— Não sei pra que tanto escândalo com um baile. – Reviro os olhos e pego a bisnaga de mostarda.

— Ata, vai me dizer que não está nada animada? – Letitia pergunta e reviro os olhos.

— Não, eu não vou. – Letitia, que havia pego um hambúrguer que Lorenzo deixou na janela de serviço, deixa cair o prato com o lanche em cima da bandeja.

— Como assim você não vai ao baile? – Francesca abre a boca em choque, em seguida, fecha a cara – Você tem que ir. – Suspiro.

— Eu ia ir com minha amiga – Largo a bisnaga e encaro as duas com uma faceta entre brava e confusa - Mas não estamos nos falando, e não quero ir sozinha. – E talvez esteja traumatizada demais para pensar em ir.

Não fui ao baile do trimestre passado pois ia comemorar o aniversário de Luna junto com ela, mas as coisas acabaram acontecendo horas antes do evento, e no final, o baile nem aconteceu. Ainda assim, só de pensar em ir a esse baile, sem Kaori, me dá arrepios.

— Alou? – Balança a palma da mão na frente do meu rosto. – Vá com sua amiga.

— Você ouviu o que eu disse? Não estamos mais nos falando.

Meu relacionamento com K está uma grande bosta. Com a semana de provas, só a vi de manhã e de noite quando voltava do RR, no almoço, Francesca e às vezes Dante ou Matteo me faziam companhia, porém, quando nos víamos, discutíamos. Kaori tentava explicar a situação, mas eu não estava pronta para ouvir, e ainda não estou, o medo de me decepcionar com ela mais ainda me impede de ouvi-la, além do mais, na única vez que a ouvi, ela começou a relembrar meu relacionamento com Zach e acabei discutindo com ela.

— Meu deus Anabela – Fran resmunga, me tirando de meus devaneios – Eu sou o que? Um aipo? Iremos juntas. – Franzo o cenho.

— Não vou segurar vela para você e Ettore.

— Você já viu como eles andam? – Aponta para trás de si – Ele e o resto dos GG's ficam juntos a maior parte do tempo, como uma gangue mesmo, e agora, com a desconfiança, isso tá pior ainda – Fran se apoia no balcão, se aproximando do hambúrguer que esfria em cima de sua bandeja – Ontem, no meio do sexo, ele recebeu uma ligação, no meio do primeiro toque, ele parou tudo – Ela revira os olhos – Foi embora e me deixou sozinha lá, cheia de tesão. – Seguro uma risada.

— Sinto muito, quer um vibrador de aniversário? – Ela me dá a língua e finalmente pega a bandeja.

— Ótimo, então vamos comprar o vestido juntas? – Dou um pulo no lugar e Fran solta um gritinho. Martina aparece ao seu lado, sorrindo divertida. – O que foi?

— Vai assustar seu irmão assombração. - Fran zomba do cabelo de Martina, que essa semana, está metade branco. Martina revira os olhos.

— Vamos comprar ou não?

— Eu já tenho meu vestido – Letitia dá de ombros. – Mas conheço algumas boas lojas para comprar.

— Tem a opção de não ir? – Resmungo e recebo três olhares irritados.

— Não – Martina sorri alegre. – Então, que tal ser domingo que vem?

— Depois do halloween? Dia dois? – Letitia pergunta.

— Sim – Letitia dá de ombros. – Às oito?

— Da manhã? – Fran nega com a cabeça - Eu quero dormir, às dez?

— Ok – Martina revira os olhos e olha para mim, fazendo uma pergunta silenciosa.

— Ok? – Respondo em dúvida. Letitia apenas acena com a cabeça.

— Já tem as roupas da festa a fantasia? – Olho confusa para Letitia.

— Não, mal tive tempo com tanta enxeção de saco de Dean. – Martina revira os olhos.

— Festa a fantasia? Que festa? – Fran me olha chocada.

— Os Corvis vão dar uma festa a fantasia na casa dos Bianchi's domingo.

— Mas é dia 26.

— Os Alphas vão fazer festa dia 31. – É Letitia quem explica.

— É "vão" dar uma festa – Martina abre um sorriso – As festas de halloween são nossas, eles roubarem a data não vai ficar barato. – Troco olhares com Fran.

— Enfim, pelo visto a senhorita não tem uma fantasia – Solto um suspiro.

— Deixa eu adivinhar, vou ter que ir nessa festa também?

— Anabela fala sério, esses últimos dias foram um inferno, tanto pelas provas quanto pelos Ghostins – Martina me olha séria. – A gente precisa relaxar, viver pelo menos um dia como garotas normais.

— Mesmo que estejamos longe disso. – Letitia completa.

— Ok – Reviro os olhos. – Vão comprar as fantasias domingo também?

— Ah não – Letitia abre um sorriso para mim. – Eu já tenho a sua fantasia.

— Tem é? – Arqueio as sobrancelhas. – E posso saber o que é?

— Não – Ela se desencosta do balcão – Olha a mesa oito tá chamando. – Abro a boca em choque quando ela se afasta apressada de mim.

Me viro para falar com Francesca, mas ela agarra a bandeja e finalmente se afasta para entregar o pedido. Martina dá de ombros, agarra uma garrafa de cerveja que não sei quem pôs no balcão, e se afasta. Sua saída revela Dean, que estava sentado a algumas banquetas de distância e nenhuma de nós notamos. Franzo a testa ao vê-lo:

Dean está... horrível. Seu cabelo, sempre bem arrumado, tem um aspecto sujo, o rosto parece estar mais fundo deixando as olheiras roxas embaixo dos olhos, mais visíveis, e os olhos estão meio avermelhados. Além disso, a jaqueta em seu corpo parece menos reluzente e a blusa branca que veste por baixo tem uma mancha de que torço para ser café.

— O que aconteceu com você? – Dean suspira e passa as mãos pelo rosto, pelo visto, também está impaciente.

— Não dormi bem.

— Na verdade, acho que você não dormiu – Faço careta para o cabelo. – E pelo visto não tomou banho também.

— Eu tomei banho – Grunhe e leva a mão esquerda ao cabelo. – Só não lavei a cabeça.

— Pois deveria, isso aí tá nojento. – Ele revira os olhos.

— Não preciso saber o óbvio. Dá para me ver uma cerveja?

— Credo, seu mal humor tá pior também? – Resmungo e me agacho, pegando uma cerveja na geladeira balcão.

— Não tô com paciência Coppola. – Reviro os olhos e deixo a garrafa a sua frente. Dean a abre com facilidade e dá um longo gole, enquanto o analiso.

— Você tá legal?

— Não – Ele limpa a boca com as costas das mãos. - Tá tudo uma grande confusão.

— O que quer dizer? – Ele entrefecha os olhos em minha direção.

— Não posso dizer.

— Não confia em mim? – Pergunta irônica, é claro que ele não deveria confiar em mim.

— Não confio em muita gente neste momento. – Arqueio a sobrancelha, surpresa.

— E vai deixar isso te abalar? – Inclino a cabeça, analisando a barba por fazer em seu rosto – Não deveria deixar demonstrar isso, vai mostrar para a pessoa, que ele, ou ela, está ganhando.

Dean me encara, parecendo me analisar, e eu não sei se deveria ter dito algo ou não. Talvez eu devesse estar feliz por o ver em um estado deplorável? Sim, mas por alguma razão, não estou.

Talvez porque apesar de tudo, Dean já me ajudou em algumas situações, inclusive, da última vez, eu provavelmente estava tão deplorável quanto, além disso, após voltar de Gregia, ele ordenou que um dos Ghostins me levasse em segurança para casa após o turno, todos os dias, não importando o horário. Isso me deixa confusa. Como ele pode ajudar uma desconhecida que ele já disse várias vezes que não confia, e matar uma garota inocente?

Então eu finalmente penso em algo que nunca havia realmente parado para pensar antes: por que Dean iria querer matar Luna Di Angelo? Pela primeira vez, me pergunto se Luna realmente era a única inocente da situação.

— Tem razão – Sua fala me tira de meus devaneios – Só, é difícil não saber em quem confiar. – Sua fala soa como uma indireta, mas prefiro ignorar. Respiro e minhas próximas palavras são por causa da gratidão:

— Bem, um banho e uma boa noite de sonho podem ajudar um pouco. Você neste estado perde toda a autoridade, que já não tinha muita – Dean revira os olhos. Mordo o lábio inferior e pergunto: - Você... conhecia Luna Di Angelo? – Dean arqueia a sobrancelha com o nome.

— Não é a garota que sofreu overdose trimestre passado? – Fecho minha mão ao lado do corpo em punho.

— Sim, mas você a conhecia antes disso? – Dean me olha por alguns segundos, antes de responder:

— Nunca havia ouvido esse nome antes. – Sua voz é séria e ele não pisca ou desvia o olhar, ele soa sincero.

— Tem certeza? – Repito. Dean assente com a cabeça e se levanta, pega a garrafa nas mãos e antes de se afastar, afirma:

— Eu não posso confiar em você, se você não confiar em mim Coppola.

Luna é inocente, tenho certeza disso, como pude considerar que um traficante possa ser inocente? A gratidão acaba por aqui.

Domenica

— Policial? Tá falando sério? – Olho brava para a peça sendo segurada por Letitia. Francesca gargalha na cama.

Francesca surtou quando contei que iria me arrumar com Letitia no seu quarto, me acusou de renegar sua amizade e chegou a discutir com a loira. Ela só se acalmou quando foi combinado que iríamos nós três nos arrumar em seu quarto. E agora, onze horas da noite, Letitia finalmente me mostrou a fantasia que iria me emprestar.

— Qual o problema com a roupa?

— Bem, vários.

A começar pela roupa em si, que é extremamente colada ao corpo. Ela é de cor azul escuro com detalhes em preto, a parte de cima, felizmente, é fechada e tem um pequeno decote em v, já na parte de baixo, há uma saia curta que fica a um palmo apenas a baixo da bunda, nos pés, uma bota de salto preto até a altura dos joelhos. Mas o grande problema nem é realmente esse.

— Que tal o fato de eu ir de policial a uma festa de traficantes?

— Qual é Ana – Fran se senta na cama. – Ninguém vai levar pelo lado errado.

— Fala isso porque não é você a policial – Fran está vestida de enfermeira, com tiara, estetoscópio e tudo – E algemas? – Seguro o par entre os dedos.

— Vai querer ou não? – Letitia revira os olhos.

— Ok – Respiro fundo – A sua sorte é que eu gosto das minhas pernas. Mas sério, porque eu de policial?

— Sei lá – Letitia dá de ombros, pegando o cabide com sua fantasia de fada. – Você tem um jeito de que está analisando-nos a todo o momento.

— Verdade – Fran ri, passando um batom vermelho nos lábios. Tento rir junto, mas soa tão forçado que eu prefiro começar a vestir a fantasia.

É possível ouvir a música há dois quarteirões de distância. A casa Bianchi está lotada, há pessoas até mesmo no jardim decorado de acordo com o tema: aboboras com lanternas guiam o caminho da calçada até a entrada, as janelas tem teias de aranha e na varanda, uma caveira que solta risada e abre a porta da casa.

Letitia vai direto para a pista de dança, me puxando consigo. É estranho dançar sem estar bêbada, a vergonha me impede de aproveitar de verdade o momento, e quando o segundo cara tentou passar a mão em mim, me afastei e fui em direção ao bar improvisado na ilha da cozinha.

Pietro e Martina tomam conta dessa vez e Dante e Ettore estão sentados no balcão da ilha, o segundo, conversando com Francesca.

— Marguerita. – Fran grita, pedindo outra bebida.

— Mojito. – Peço.

— Uou morena – Dante desce da ilha e se aproxima de mim, pega minha mão e me gira – Tá gata em? – Sorrio sem graça.

— Obrigada.

Ettore puxa Francesca pela mão até ela parar entre suas pernas, então, começam a se beijar como se não houvesse ninguém aqui.

— Embaraçoso – Dante tosse e dá um gole na cerveja – Quer dançar? – Olho para ele receosa.

— A última vez...

— Prometo que me manterei afastado.

— Antes disso – Martina coloca um copo de uísque entre nós. - Alguém pode levar esse copo até o escritório e forçar Dean a sair de lá de dentro? Ele tá pirando.

— Eu já tentei de tudo, acredite, mas ele tá fissurado em achar o traidor. – Dante empurra o copo em direção a Martina.

— Mas ele tem que se divertir – Martina bufa – Você poderia tentar? – Arqueio a sobrancelha quando percebo que ela se dirige a mim.

— Não me peçam isso, por que não vai você?

— Prefere ficar no bar, no meu lugar? – Olho para Pietro que faz três bebidas ao mesmo tempo.

— Não – Resmungo e pego o copo. – Às vezes eu acho que vocês fazem de propósito.

— A gente faz mesmo – Dante dá de ombros.

Atravesso a multidão pelo canto da sala, evitando que esbarrem em mim e derrubem a bebida na minha roupa emprestada e alugada, até finalmente chegar à porta do pequeno corredor que leva ao banheiro e ao escritório.

Bato na porta do escritório e espero, mas como suspeitava, provavelmente pela música alta, ninguém abre, então, abaixo a maçaneta e vendo que está aberta, entro.

O lugar é pequeno, por ser debaixo da escada, é rodeado por prateleiras com livros e pastas, e no centro, uma mesa de madeira onde Dean está sentado atrás. Está uma zona aqui dentro, há papéis pelo chão, em cima das duas cadeiras do outro lado da mesa e da própria mesa, e no meio daquela bagunça, há um Dean vestido de pirata.

— Pirata? – Dean toma um susto com minha voz, levantando a cabeça depressa. Ele ergue uma sobrancelha e abre um sorriso.

— Policial? Veio me prender?

— Acredite, esse é meu sonho – me aproximo da mesa, achando um espaço livre para colocar o copo, então, com as mãos livres, cruzo os braços – Martina mandou você sair e se divertir. – ele ri.

— Ela vai descobrir o traidor para mim? Não. – Reviro os olhos.

— Pensei que tivéssemos tido essa conversa sobre se cuidar.

— Você soou como a minha mãe – Encosta-se à cadeira – Ou namorada.

— Sem gracinhas – Entrefecho os olhos. Minha paciência com ele diminuiu ainda mais após a nossa conversa no RR. – Agora, dá para sair logo antes que pensem que estamos fazendo algo aqui dentro?

— Não seria ruim.

— Não dá para falar com você, sério. – Desisto e dou meia volta, indo para a porta. Ouço a cadeira ser arrastada e Dean se aproxima rapidamente de mim.

—Ok, foi mal, eu vou sair para me divertir.

— Bem – Paro próxima a porta, e me viro para si. – Isso foi bem fácil até.

— Mas antes – Se aproxima de mim e nos movemos, até eu estar contra a porta – Quero um beijo. – Solto uma risada irônica.

— E eu quero você preso.

— Bem – Ele pega as algemas do pequeno gancho em que estava na borda da minha saia. – Você tem as algemas.

— Tenho um cassetete também, posso te bater com ele. – Ele sorri e aproxima o rosto do meu.

— Você tá linda hoje – Seus lábios se encostam brevemente nos meus, em um selinho, e então se afasta, tentando abrir a porta. – Vamos, não quero manchar sua reputação mais do que já manchei.

— Q-que gentil da sua parte – Tento soar debochada e não afetada. Minha mão coça para atingir seu rosto, mas me impeço a tempo. Como ele pode ser um grosseiro em um momento e no outro dar em cima de mim?

— Continue pensando isso, assim eu ganho pontos contigo.

— Sabe, é melhor parar de falar a todo momento que quer me beijar, ou vou achar que está apaixonado por mim. - Sua falta de resposta me faz comemorar a vitória por dentro.

Giovedi

Normalmente eu quem chego mais cedo à aula de sociologia, mas me surpreendi ao ver Antônio já sentado na cadeira ao meu lado, descobri algumas semanas atrás que ele também fazia essa aula comigo, então acabamos passando a sentar juntos, o que não era ruim, já que tínhamos conversas legais. Sento ao seu lado, tentando permanecer confiante para a prova de hoje, que fora adiada por sumiço dos papeis, nem desconfio de quem possa estar por trás disso.

— Você tá meio verde. – Olho para ele.

— Bom dia para você também – Coloco a caneta preta em cima da mesa. – Espero ir bem nessa prova.

— E eu só quero fazer logo para acabar o trimestre – Ele se espreguiça. – Eu preciso de férias.

— Somos dois. Felizmente essa é a última prova.

— E aí só falta receber as notas e ir ao baile – Ele coça a garganta – Falando nisso – Sua face começa a ficar vermelha – Você já tem um par? – Engasgo.

— Eu... - Sou interrompida.

— Já – Uma voz soa atrás de mim. Viro-me, vendo Dean parado atrás de mim com os braços cruzados e a cara fechada.

— Tenho? – Ergo as sobrancelhas para ele.

— Você está no meu lugar – Antônio me encara e eu tento o responder, mas Dean continua a falar – O professor chegou, vai logo. – Antônio bufa.

— Nos falamos depois?

— Você não precisa sair. – Seguro suas mãos quando tenta levantar.

— É eu sei, mas prefiro não discutir com o badboy aí. – Ele sorri e se levanta, indo sentar em outro lugar. Assim que Dean se senta ao meu lado, me viro para ele completamente furiosa.

— Que atitude machista de merda foi essa?

— Machista? – Ele se arruma na cadeira – Desculpe?

— Vai precisar de muito mais do que um simples "desculpe" para esse seu comportamento ridículo – Bufo – Você não senta aqui a semanas, e quando resolve sentar, resolve ser um idiota e me chamar para o baile - Me viro para frente, furiosa. – Não vá pensando que eu vou ao baile com você, principalmente após isso.

— E você iria ao baile com ele? – Ele pergunta, soando meio chocado.

— Se eu for... – Dou de ombros – Talvez, pelo menos eu não sinto vontade de socar o rosto dele toda vez que o vejo. – Lanço um olhar irritado para ele.

— Isso é ridículo – Ele ri com escárnio. – Eu não quero que você vá com ele.

— Não que você tenha o direito de querer algo sobre mim, mas – Viro meu rosto para si, curiosa. – Por quê?

— Por que eu quero ir com você. – Reviro os olhos.

— Devia ter pedido antes, e decentemente, porque agora, eu definitivamente não quero ir contigo – Viro meu rosto para frente, aguardando a prova e tentando fingir que o que ele disse não me atingiu, porque não atingiu.

Mais tarde, no Roccia, meus sentimentos estão tão conflituosos que perco alguns minutos perdida em pensamentos.

Eu gostaria de entrar na cabeça de Dean e saber o que se passa lá. Como ele pode demonstrar algum interesse em mim em um momento, e no outro ser um completo idiota? Infelizmente, os momentos que ele demonstra interesse, e é mais ou menos legal, são os que me deixam confusa.

Desde aquela madrugada no Roccia, meus hormônios disparam quando ele chega perto e depois daquele maldito beijo na casa dele, minha raiva por ele diminuiu o suficiente para o permitir se aproximar quando sinto seu perfume característico. Tudo isso porque em raros momentos, ele fora legal comigo, e para piorar, o filho da puta é gostoso pra caralho.

Não posso mais fingir que não sinto atração por ele, que na festa de halloween, quando tocou seus lábios brevemente nos meus, não senti vontade de o socar por conta do ato, mas sim porque eu queria que tivesse continuado. Por que eu só sinto atração por filhos da puta? Pelo menos Zach não era um filho da puta assumido, já Dean... eu não posso continuar sentindo isso, não posso, não posso.

Nego com a cabeça e decido ir tomar um ar nos fundos, qualquer coisa para me impedir de continuar com a troca de olhares entre mim e Bianchi, sentado na mesa dos fundos, que nem percebi quando começou.

Empurro a porta que leva aos fundos do Roccia e fico surpresa ao ouvir a voz de Letitia, a perdi de vista há alguns minutos, mas achei que havia ido ao banheiro, junto com sua voz ouço uma voz masculina, rebatendo a loira no que parece uma discussão. Tento me aproximar em silêncio, mas esqueci que a porta daqui não tem mais mola e quando a solto, ela bate com força, trazendo o olhar dos dois para mim.

Michel revira os olhos ao me ver, o cara não vai com minha cara desde que o impedi de ir atrás de Letitia há dias atrás, já ela parece soltar um suspiro em alivio ao me ver. Michel se afasta dela e passa por mim, batendo em meu ombro com força, apenas para voltar para a lanchonete.

Quando estamos sozinhas, Letitia se senta no meio fio da calçada, abaixa a cabeça e começa a chorar.

— Ei – Me agacho na sua frente. – O que foi?

— Meu dia está uma merda – Ela resmunga e ergue a cabeça para mim, me permitindo ver seus olhos vermelhos. – Eu contei.

— O que?

— Contei para eles que estou grávida. – Arregalo os olhos em surpresa.

— Espera, eles? – Ela assente e respira fundo.

— Eu não sei quem é o pai, então decidi contar para quem eu suspeito que é. Querendo ou não, esse bebê tem um pai e mesmo que ele não assuma, precisa saber – Assinto com a cabeça, concordando com seu raciocínio – Acontece que nenhum deles lidou bem com a situação, como pode ver. – Aponta com a cabeça para a porta fechada atrás de nós.

— Ele realmente não parecia feliz. – Ela solta uma risada triste.

— Ele mandou eu ir me foder – Abro a boca em choque. – Depois falou "ah é, você já fodeu tantos caras que ele nem deve ser meu".

— Que filho da puta miserável.

— Ah não, a reação dele até que foi boa, melhor do que a do outro pelo menos. – Engulo em seco, temendo saber como foi, mas Letitia decide continuar: – Ele mandou eu retirar essa porra – Meu queixo deve estar no chão no momento. – E usou exatamente essa palavra.

— Puta que pariu – Eu não sei o que dizer além de palavrões e me levantar, tremendo de raiva - Eu vou matá-lo, eu juro que...

— Não se atreva. - Sua mão agarra meu tornozelo a olho para ela.

— O que? Por que? Está o defendendo? - Ela revira os olhos.

— É claro que não, estou defendendo você - Ela me solta quando percebe que não irei sair correndo - Você é fodona e tal, mas o cara é jogador, ele iria te esmagar. - Bufo e me sento ao seu lado.

— Não duvide de uma garota com raiva - Respiro fundo. - O que mais aquele... troço, disse? - Letitia suspira e dá de ombros.

— Ele disse que é um herdeiro, e não pode cuidar do resultado de um casinho – Ela abre um sorriso triste – Casinho – Solta um riso. – A gente até namorou por um tempo, antes de ele me trair.

— Pelo visto deve ter um vírus de traição naquela casa Alpha - Ela solta um riso - Merda, eu sinto muito Letitia. – Seguro suas mãos e as aperto com força.

— Eu sou uma idiota – Ela solta uma risada e vejo mais lágrimas escorrerem pelo seu rosto – De todas as casas, eu fui pegar os das piores: um Ghostin e um maldito Alpha – Ela solta outra risada, uma que me dá arrepios. – Eu sou uma estupida, nenhum deles sabiam que eu me envolvia com o outro, mas agora com certeza vão descobrir que eu me envolvi com dois caras das casas com mais rivalidade da SMD.

E ela está fodida.

NOTAS FINAIS
Vamos todos comemorar porque é um milagre eu postar no horário kkk.
As coisas nos próximos capítulos serão cruciais para a história, então fiquem atentes e preparem o coração.
Beijos meus amores obrigada por todo o carinho e até quarta.

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