ventinove
Domenica
Respiro fundo assim que passo pelos portões da universidade, um sorriso idiota em meu rosto por não precisar fazer todo o caminho até o prédio Corvi a pé. Estou dirigindo um carro, que agora é meu, e pouco me importo pelo fato dele ser do século passado, ele funciona, é vintage, e isso é incrível.
Estaciono o carro no estacionamento Corvi e meu sorriso morre, ver esse prédio me faz lembrar dos GG's e tudo ligado a eles. E se eu ver algum deles por aqui? Vou ter que correr o risco.
Entro no prédio com minha mala, e enquanto atravesso o hall e subo as escadas, reparando em alguns olhares em minha direção, mas ignoro-os. Paro em frente ao quarto e retiro minha chave do dormitório do bolso, estou prestes a colocá-la na fechadura quando reparo em um bilhete colado na porta.
"Realojamento de quarto, segue abaixo o novo quarto das antigas moradoras"
Não sei se fico surpresa pelo bilhete, ou por meu novo quarto ser no prédio Sciame. Mas que porra?
Dou meia volta e saio do prédio, entro no carro de novo para o deixar no estacionamento Sciame. São cerca de cinco horas da tarde, o céu está quase escurecendo, espero já estar em minha cama quando escurecer.
Entro no prédio Sciame, brava por ter sido realocada sem nenhum aviso prévio, eles mexeram em minhas coisas também? Fico aliviada quando já vejo a porta do mesmo semi aberta, me dá preguiça só de pensar em andar até a secretária no prédio principal agora para pegar minha nova chave.
Empurro a porta do quarto, e me deparo com um quarto idêntico ao do Corvi, mas um pouco maior, há duas camas, uma em cada canto do quarto, entre elas, duas mesas de cabeceira e no meio de ambas, um mini frigobar. Tem uma mini TV na parede em frente à cama da direita enquanto na dá esquerda, há um guarda roupa maior que o último. Entre o guarda roupa e o começo da cama, há a porta que leva ao banheiro.
Deixo a mochila em cima da cama da direita quando vejo meu despertador em cima da mesinha, é, mexeram nas minhas coisas. Abro o guarda roupa, vendo todas minhas roupas ali, mas as roupas de Kaori estão totalmente diferentes, ou ela mudou de estilo, ou tem algo errado aqui. Ainda analisando o guarda roupa, a porta do banheiro ao meu lado se abre, e de dentro, sai uma garota loira enrolada em uma toalha, ela parece ser mais nova que eu, seus cabelos são lisos e na altura dos ombros, seus olhos são castanhos e ela parece ser mais baixa do que eu. Seu rosto fica vermelho quando me vê, provavelmente por estar só de toalha.
— Hã... oi – Ela segura o nó da toalha com uma das mãos, já a outra, ela estica em minha direção, seu sorriso é enorme e brilhante.
— Oi? – Aperto sua mão, não a deixando retomar a palavra. – Desculpe, mas... quem é você?
— Ah, que cabeça a minha – Ela solta um riso – Sou Zoela Hilton, sua nova colega de quarto.
— Colega de quarto? – Olho ao redor, notando o que deveria ser a cama de Kaori, com lençóis que definitivamente não são a sua cara. – Cadê Kaori?
— Kaori? – Ela franze o cenho, mas depois volta a dizer com uma voz extremamente animada – Ai meu deus, você tem um bichinho de estimação?
Respiro fundo, tentando não ser grosseira com ela, afinal, ela deve estar mais perdida que eu. Que merda Kaori fez?
Desde que nos conhecemos, Kaori e eu sempre fomos grudadas, estudamos juntas, comemoramos juntas, e choramos juntas. Kaori sempre foi como uma irmã para mim, uma irmã que eu pensara que nunca tive, então quando nos separamos na universidade, eu senti como se perdesse uma parte de mim, mas foi recompensado a partir do momento que passamos a dividir o dormitório, foi empolgante e me acostumei, então saber que ela abriu mão de tudo por uma briga... não sei exatamente como me sentir.
Zoela parou de falar, e agora me encara com uma cara zombeteira.
— Uau, você consegue brisar sem maconha? – Franzo o nariz.
— Você usa maconha?
— Que? – Ela arregala os olhos – Não, eca, mas meu primo usa – Dá de ombros – Uma vez, ele fez brownie com isso e me ofereceu – Revira os olhos – Eu deveria desconfiar, ele nunca cozinhou nada antes.
Gargalho de sua cara e ela joga seu travesseiro em minha direção, com meu senso de direção maravilhoso, o travesseiro bate na minha cara.
Zoela se afasta em direção ao guarda roupa e eu vou até a porta para fecha-la, só agora lendo o meu nome e o de Zoe na pequena plaquinha na porta. Pego o travesseiro que Zoe me atacou e o devolvo, o relógio ao lado de minha cama marca sete horas e apesar do cansaço, após horas dirigindo, pego o celular e mando uma mensagem para Matteo, avisando que cheguei e perguntando se podemos nos encontrar.
Enquanto aguardo a resposta, puxo minha mala para perto do guarda roupa para começar a guardar minhas coisas. Zoe entrou no banheiro para se trocar, mas deixou a porta aberta, por isso acabo decidindo saber mais sobre ela:
— Então, de onde você é?
— Roma, Itália. – Ela responde.
— Itália? – Pergunto surpresa – Garota, o que você veio fazer em Piena? E aqui? – Abro uma das gavetas que já tem todas minhas roupas lá, e coloco as que eu trouxe.
— Eu me inscrevi em uma universidade de lá, mas estou na lista de espera, e como passei aqui, decidi vir para cá por enquanto
— Não sei se essa foi uma boa escolha.
— Por que? – Sua voz sai em um tom confuso. – É a melhor universidade de Piena.
— É, mas... – Engulo em seco, indecisa se a digo ou não – Amanhã você vai descobrir. – Sua cabeleira loira aparece no espelho a minha frente, seu rosto esboça uma careta de confusão.
— Ok, estou com medo. – Tento dar um sorriso encorajador, mas desisto. Zoe volta para dentro do banheiro e pega sua escova de dentes.
Retiro a última roupa que estava na mala e no fundo, vejo o vestido azul do baile e em cima dele, um envelope, o mesmo em que guardei a cópia da câmera. Tanta coisa aconteceu nos últimos meses, que me esqueci disso, eu planejava entrega-la ao meu pai, com sua ajuda poderia prender Dean, mas com os últimos acontecimentos... Mordo o lábio e olho ao redor, parando o olhar em um notebook em cima da cama de Zoe.
— Posso usar seu computador? – Pergunto, e ouço um murmuro seu em resposta, por estar com a boca cheia, mas que interpreto como um sim.
Abro o envelope e pego o pen drive. Me arrasto até a cama de Zoe e ligo o computador. Enquanto a tela preta se torna azul, recebo uma mensagem de Matteo, confirmando e perguntando se podemos nos encontrar na área da piscina em meia hora. Respondo com um sim e então foco a atenção no computador, que já ligou. Coloco o pen drive e assim que ele reconhece o dispositivo, clico na pasta.
— Mas o que?
Não há nada dentro do pen drive, está vazio. Sinto vontade de gargalhar, dee raiva e incredulidade, parece que no final de tudo, eu não tinha nenhuma prova contra Dean. Solto um suspiro e retiro o pen drive e desligo o computador.
— O que você estuda? – Zoe pergunta quando volta ao quarto. Respiro fundo e me levanto.
— Direito e você?
— Jornalismo. – Arregalo os olhos.
— Que coincidência... – Divago, é só uma coincidência?
— Por que?
— Nada, só... – Levo a mão a testa e a coço. – SMD tem um ótimo jornal, é o único jornal da cidade, na verdade.
— Eu sei – Ela abre um sorriso. – Entrei aqui por causa de uma reportagem que fiz na minha cidade, para meu colégio, eles gostaram tanto que me ofereceram uma vaga no jornal.
— O jornal? Daqui? Da SMD? – Meus olhos estão arregalados enquanto eu só consigo pensar se tudo isso é uma mera coincidência. – Uau, isso é... incrível.
— Eu sei, estou tão empolgada – Ela deita na cama, um sorriso brilhante estampado no rosto. – Mal posso esperar para amanhã.
Tenho pena de estragar sua felicidade com antecipação, então a desejo boa noite, e aviso que vou sair e voltarei em breve. Zoe me empresta sua chave reserva, pego meu celular, as chaves do carro e apago a luz do quarto antes de sair. Antes de ir até Matteo, desejo poder voltar há meses atrás, quando minha felicidade de estudar aqui era tão ou maior do que a de Zoela.
Eu nunca entrei na área da piscina, então fico aliviada quando encontro Matteo parado no estacionamento Corvi, encostado contra seu carro. Assim que desço do meu carro, Matteo leva o olhar surpreso de mim ao meu carro, então ele se afasta e vem correndo em minha direção. Retribuo seu abraço quando sinto seus braços ao meu redor.
— Porra garota, eu estava quase indo a pé a Ammou para te buscar. – Solto uma risada e após deixar um beijo em sua bochecha, me afasto.
— Fran já fez um ótimo trabalho, – Dou de ombros.
— E esse carro? – Olho por sobre o ombro para o veículo.
— Presente de titia. – Matteo revira os olhos.
— E eu recebi ligações por chamada de vídeo as duas da manhã – Dou risada e me encosto no seu carro. Matteo se encosta no carro parado ao lado, ficando de frente para mim. – O que houve?
— Por que diz isso?
— Consigo ver nos seus olhos Ana – Franzo a boca. – Manda.
— Conversei com meu pai – Respiro fundo e o encaro – Descobri sobre você – Ele arqueia as sobrancelhas, me incentivando a continuar – Você não é filho dele, na verdade... é filho de Daniel. – Matteo arregala os olhos.
Com seu silêncio, acabo explicando sobre o que aconteceu entre nossa mãe, meu pai e o pai dele, penso em não contar que meu pai o mandou embora, mas não quero mentir para Matteo, ele merece saber de tudo, mesmo que doa.
Assim que termino, Matteo abaixa a cabeça e solta um suspiro. Me aproximo dele e paro ao seu lado, passando um dos meus braços ao seu redor.
— Eu sinto muito pelo idiota do meu pai.
— Tudo bem – Ele ergue a cabeça para o céu estrelado acima de nós – Eu o entendo, ele queria te proteger, mas..; eu fui o filho dele nos meus primeiros seis anos de vida né? – Solto um suspiro.
— Eu tenho certeza que ele sofreu por você ter ido embora.
— Foda-se – Ele nega com a cabeça. – Mas por que Antonella não me contou quem era realmente meu pai? Ela vivia com ele, não precisava mentir.
— Será que Daniel sabia? – Matteo me encara pensativo.
— Talvez não, se não...
— Se não...? – O incentivo quando ele não termina a frase.
— Se não, o comando dos Ghostins teria vindo para mim, já que sou o mais velho antes de Dean – Ele solta uma lufada de ar – Porra, eles morreram e estamos sofrendo pelas mentiras que deixaram.
— Eu sei – Inclino a cabeça, a apoiando em seu braço – Pais tentam fazer o melhor, mas não percebem que as vezes o melhor para eles, pode ser o pior para os filhos. – Matteo passa o braço pelos meus ombros.
— Estou feliz por ter você aqui. – Abro um sorriso.
— Eu também – Encaro o céu por alguns segundos em silêncio. – Como você está com eles?
— Bem, na verdade, acho que nem me sinto mais tão chateado. – Me afasto e o olho surpresa.
— Você os perdoou? – Matteo dá de ombros.
— Eu não tenho porque guardar mais esse rancor, eles pareceram realmente arrependidos e agora que descobri que realmente sou irmão e primo deles... Além disso, continuar com essa mágoa não vai trazer minha mãe de volta – Engulo em seco e desvio o olhar para o céu. – Leve o seu tempo para os perdoar Ana, não se sinta pressionada por isso.
— Eu não sei se um dia eu vou conseguir Matteo – Solto um suspiro – Eu não sei.
Lunedi
Minha semana foi um inferno. Por perder a primeira semana de aulas, tive que correr atrás de todas as matérias que eu perdi, e o problema nem foi a quantidade das matérias, mas sim encontrar alguém para passa-las, já que todos pareciam me evitar, nem sei exatamente o porquê.
Saio do elevador bufando enquanto tento organizar os papéis dos trabalhos que terei que fazer, em meus braços. Assim que me aproximo do refeitório, sinto uma presença ao meu lado.
— Finalmente. – Ergo o olhar para Zoela ao meu lado.
Sinto agonia ao vê-la naqueles saltos altos desde o momento em que saímos do quarto de manhã. Ela veste um vestido de manga comprida marrom, suas pernas estão cobertas por uma meia calça preta tão grossa que parece uma calça comum, e saltos altos pretos nos pés, ela tem um casaco pendurado em sua bolsa lateral.
— Te procurei por todo o lugar.
— Por que? – Não quis parecer grossa, mas estou realmente confusa.
— Passei a primeira semana sozinha nesse refeitório e não estou a fim de repetir. – Solto um riso, sabendo como é. Finalmente ergo o olhar dos papéis para o corredor e ao olhar ao redor, paraliso e sinto uma ânsia de vomito me atingir.
Parece um de já vu, a mesma cena do começo dos outros trimestres se repete: Vejo o rosto de Letitia por todos os lados, vejo cartazes de diga não as drogas e vermelho em todo o lugar. Letitia era Alpha, e os Alphas são os mais respeitados daqui, não me admira que a comoção por sua morte é maior. Zoela para ao meu lado e olha tudo ao redor. Respiro fundo e engulo em seco, tentando engolir junto a minha vontade de chorar, não sei porque só os colocaram aqui agora, mas preferia que continuasse sem por.
— Fiquei do mesmo jeito quando vi semana passada, foi bonita a homenagem que fizeram no auditório, apesar do vídeo de diga não as drogas ter sido ridículo – Engulo em seco e sinto o olhar de Zoe em mim. – Você sabe quem morreu?
— Minha amiga. – Respondo em um sussurro, mal sei se ela ouviu, mas decido continuar o caminho pelo corredor até a entrada do refeitório. Ouço Zoela correr atrás de mim.
— Eu não sabia, sinto muito.
— Tudo bem – Suspiro ao mesmo tempo em que empurro as portas do refeitório. – Isso é mais comum aqui do que você acha.
— O que? – Ela exclama surpresa ao meu lado, mas não dou atenção.
Meus olhos estão fixos a minha frente, onde vejo um grupo de jaquetas de couro saindo da fila do buffet em direção à mesa deles. Dante e Pietro lideram o grupo, sorrindo, mas quando me veem, param de andar, o sorriso de Dante morre e seus olhos se arregalam. Ele parece o mesmo, apesar dos cabelos maiores que escapam do topete e alguns fios que caem pela testa. Pietro apenas me encara sério, sem piscar.
Ouço Zoe ofegar ao meu lado e quando vejo Dante tentar se aproximar, agarro a mão de Zoe e driblo por entre as mesas, evitando passar por perto do grupo.
— Quem era aquele? – Zoe pergunta quando paramos na fila para se servir. Solto um suspiro e olho por sobre o ombro, vendo que o grupo agora segue para a costumeira mesa. Meu coração está acelerado em meu peito, apenas por ver Dante, porra.
— Dante Bianchi. – Zoe tropeça para frente, e acaba esbarrando em um garoto que a olha zangado.
— Dante Bianchi? – Arqueio as sobrancelhas, surpresa pela sua reação.
— Conhece ele?
— Não, quer dizer sim – Ela revira os olhos e em segundos, seu sorriso brilhante volta ao rosto. – Ouvi falar sobre os Bianchis, só não havia visto nenhum deles ainda. Mas não ouvi de nenhum Bianchi chamado Dante. - Arregalo os olhos, merda, merda, merda.
— Ah merda - Um resmungo me escapa. - Esquece isso, é segredo.
— Como assim? - Tenho vontade de me bater.
— Eles são... primos, mas esqueça isso. - Começo a me servir antes que ela pergunte mais.
A mesa que eu costumava sentar está com uma das pontas ocupada, então acabamos sentando na outra. SMD parece mais cheia, e não sei se fico surpresa ou não por haver alunos novos, ninguém sabe das mortes, então SMD continua sendo "apenas" uma das melhores universidades da região.
Assim que me sento, tenho a segunda ânsia do dia: Kaori e Zach sentados juntos na mesa do time de futebol. Por que mesmo eu decidi voltar para cá? Todo lugar que eu olho, sinto vontade de me jogar na frente de um carro.
Quando o intervalo termina, Zoe se levanta apressada e sai correndo antes que eu possa me despedir. Ela parecia nervosa durante todo o intervalo, mal tocou em sua comida, apenas ficava encarando as pessoas. Achei estranho, mas já tenho problemas demais para resolver.
Junto meus livros e quando estou para pegar minha mochila, um corpo ocupa a cadeira a minha frente. Ergo o olhar, esperando ver Zoe, mas fico surpresa ao ver Martina me encarando enraivecida.
— Fugindo de mim? – Ergo a sobrancelha e solto um riso, então pego minha mochila. – A gente precisa conversar.
— Eu não tenho nada para falar com você.
— Eu não ligo.
— Não liga? – Solto um riso e a encaro com raiva - As coisas não são como vocês querem, eu não sou um capacho de vocês e eu não quero falar ou ver qualquer um de vocês – Me refiro a ela e toda sua gangue. Meu tom de voz é baixo e grosseiro, mas não afeta em nada Martina que apenas revira os olhos - Será que vocês não podem me deixar em paz? – Estou prestes a me levantar quando a fala de Martina me interrompe.
— Você me deve algo. – Olho para ela confusa, mas então me lembro do dia em que pedi para ela me levar para falar com Dean, "vai ficar me devendo", merda.
— Pensei que tinha se esquecido disso. – Ela abre um sorriso maldoso.
— Eu nunca esqueço. – Resmungo, cruzo os braços e encosto-me à cadeira com raiva.
— Tá, o que você quer?
— Quero que você ouça Dean.
—O que? – Eu pergunto chocada. – Tá falando sério?
— Seríssimo.
— Por quê? – Seu sorriso morre, e ela me olha séria.
— Ele tem coisas para explicar, e você vem evitado todos nós a meses – Ela revira os olhos – Além disso, a gente quer descobrir quem vem fazendo toda essa merda, e queremos sua ajuda. – Reviro os olhos.
— Eu não quero mais investigar nada disso e não quero falar com ele.
Não menti. Eu decidi voltar pela minha futura carreira, e não para investigar novamente. Eu posso estar sendo egoísta ou covarde, mas não posso voltar a fazer isso, só de pensar em ver outra amiga minha morta... eu não vou suportar.
— Eu não perguntei se você quer, você vai. – Eu nunca quis tanto socar Martina como agora.
— Você está sendo uma tremenda pé no saco.
— Eu sei – Ela dá de ombros. – Mas faço de tudo pela família.
— Mesmo quando ele está errado? – Ela revira os olhos.
— Ok a gente mentiu para você, para vocês – Se refere a Matteo – Já saquei, mas você também mentiu para nós, e se não sabe, quem mente para nós, não vive para contar a história, então se considere sortuda. – Dou uma risada amarga.
— Dean sabia o tempo todo o que eu planejava, não tem comparação.
— Ok, foda-se, isso é conversa dele e sua – Ela se levanta. – Ele vai te encontrar, onde sempre te encontra.
— Eu mudei de dormitório. – Resmungo com raiva.
— Ah, a gente sabe.
— Vocês sempre sabem. – Resmungo enquanto ela se vira, mas então, ela para e olha por sobre o ombro para mim.
— Me lembro da primeira vez que Dean te viu – Engulo em seco – Ele falou que você parecia ser tudo que sua mãe falou, mas agora, te olhando fugir de uma simples conversa – Ela me olha de cima a baixo – Acho que ela se enganou.
Enquanto Martina se afasta, fecho minhas mãos em punho e sinto uma raiva enorme me atingir.
◤ NOTAS FINAIS ◥
OS GHOSTINS VOLTARAM BABY. Se preparem para um draminha básico ok?
Espero que tenham gostado dessa mini maratona, não esqueçam a estrelinha, obrigada por todo o carinho e até quarta-feira.
A Gih aqui vai descansar, porque depois desses capítulos... Mil beijos.
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