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quattordici

Sinto algo pinicar meu rosto, me fazendo despertar. Solto um resmungo e passo a mão em minha bochecha tentando afastar seja lá o que for, mas nem dois segundos depois, sinto algo cutucar ela.

— Anda logo Coppola, você está babando no meu banco.

A voz de Dean me faz abrir os olhos assustada. Não estou em meu quarto, muito menos em minha cama. Ergo a cabeça do estofado do banco e passo a mão pela boca, enquanto olho ao redor, estou em um carro, e só então me lembro de tudo que aconteceu.

Olho para o lado, de onde ouvi a voz de Dean e de onde sinto um vento frio me atingir. Dean está parado do lado de fora, segurando a porta aberta e me olhando sem paciência.

— É pra hoje? – Respiro fundo e levo as mãos ao seu abdômen, o afastando de mim e me permitindo sair do carro. Meu pescoço dói e eu o mexo para todos os lados tentando diminuir a dor.

Estamos no estacionamento do prédio Corvi, a lua brilha lá em cima no céu e não faço ideia de que horas sejam. Olho para Dean, que fechou a porta e agora está encostado contra ela.

— Cadê Dante?

— Deixei-o em casa antes de te trazer. – Arqueio as sobrancelhas.

— Obrigada? – Ele dá de ombros e eu dou alguns passos para trás, querendo me afastar o mais rápido possível dele.

A névoa causada pelo sono em minha mente se dissipou, e só consigo pensar no que descobri e no olhar que vi em Dean pelo retrovisor. Eu realmente estava muito cansada para ter conseguido dormir no carro com dois assassinos dentro.

— Precisamos conversar – Solto o ar que nem havia percebido que prendia e paro de andar. Tentativa de fuga fracassada. Cruzo os braços sob o peito e o espero falar – O que você viu? – Engulo em seco, o que é uma má ideia por causa do gosto ruim em minha boca.

— Você sabe o que eu vi.

— Quero que fale. – Desvio o olhar para a janela do carro, antes de voltar a olhá-lo.

— Dante e você são irmãos. – Dean suspira.

— Somos – Ele coça a sobrancelha, inquieto. – Não é algo que todo mundo saiba.

— Então suponho que devo guardar segredo? – Ergo a sobrancelha.

— Sim.

— E por quê? – Arrisco, e surpreendentemente, ele responde:

— Não somos irmãos de mesma mãe, isso interfere um pouco nos negócios, então não é algo que todos saibam.

— Ok, não é como se eu tivesse alguém para contar – Coço meu braço, nervosa. Ele dá risada. – O quê?

— Sei que você conta tudo para a sua amiga, inclusive sobre os Ghostins – Ele aponta para o prédio atrás de mim - Mas isso – Aponta para o carro - Não. – Ordena e eu quase reviro os olhos.

— Ok, eu prometo que não conto – Afirmo, não desviando o olhar do seu. – Já acabou?

— Você é bastante fofoqueira Coppola. – Reviro os olhos.

— Eu não vou contar Bianchi.

— Ótimo – Ele se afasta do carro e se aproxima de mim – Porque se eu descobrir que contou algo a sua amiga, nosso acordo acaba. – Sustento seu olhar, o queixo erguido

— Já acabou? – Volto a repetir.

— Por que você surtou? – Responde com outra pergunta. Talvez porque eu praticamente beijei dois irmãos, que inclusive são traficantes e possíveis assassinos.

— Boa noite Dean. – Me afasto.

— Sexta tem racha - Paro de andar - Você tem um carro para correr? - Suspiro. - Te empresto um dos meus se quiser.

— Seria ótimo - Me viro para ele - Traz o carro que desequilibrou a minha vida. – Aponto com a cabeça para o automóvel atrás dele. Ele sorri.

— Boa noite Coppola.

Não o respondo.

Giovedi

Eu sabia que meu dia seria uma merda assim que acordei recebendo travesseiradas na cara.

— Que merda – Sento em um pulo, fazendo Kaori ao meu lado se assustar, a arma do crime: seu travesseiro com fronha verde em suas mãos – O que aconteceu? Você tá bem? Alguém morreu?

— Depende do que você irá me dizer. – Ela cruza os braços.

Respiro fundo e coloco as pernas para fora da cama, o olhar impaciente de Kaori me seguindo a todo momento.

— Você quer me matar de curiosidade né?

— O que você quer saber?

— Começando pelo fato de que você chegou só de madrugada aqui?

— Tive horas extras no Roccia.

— Sei, e o Bianchi veio te trazer? – Arregalo os olhos – Tá todo mundo comentando, acordei com um monte de mensagens no celular do povo do jornal me perguntando qual seu envolvimento com ele. – Minhas costas ficam rígidas e me lembro das palavras de Dean. Se ele quebrar o acordo, lá se vai minhas chances de fazer o papel que a polícia deveria fazer, além disso, eu não teria como pagar a dívida e não consigo nem pensar no que poderia acontecer.

— Não aconteceu nada K, ele me levou a um lugar para me mostrar uma coisa e depois me trouxe aqui.

— Aconteceu algo Ana, eu consigo ver nos seus olhos – Sustento seu olhar. – Você não confia em mim?

— Confio K – Me seguro para não engolir em seco – Nada aconteceu. – K olha para mim por mais alguns segundos, antes de largar o travesseiro.

— Ok, se você diz. – Ela entra no banheiro, trancando a porta atrás de si. Sei que Kaori não acreditou em mim, e temo que ela tente descobrir a verdade.

Após conseguir me recuperar do inquérito, finalmente vi que horas eram no celular e acabei me deparando com a data que eu costumava nunca esquecer, mas que esse ano, mal lembrei: o aniversário de meu pai.

O aniversário do meu pai de trinta anos foi um dos dias mais incríveis de que possa me lembrar, mesmo com meus poucos cinco anos na época. Lembro de minha mãe ter enchido a casa com balões, o cheiro de bolinhos recém assados da vovó saindo do forno, e pela última vez, a casa cheia de pessoas do bairro em que vivíamos -nos anos seguintes fora apenas a família, até se tornar apenas eu e meu pai-.

Eu adorava o fato de nossa família sempre ter sido amiga das pessoas do bairro, lembro-me de um garoto cujo éramos tão próximos que não me lembro de nenhum momento daquele dia em que não estivéssemos juntos. Aquela foi a última vez que tivemos tantas pessoas em casa, foi também a última vez que vi minha mãe.

— Senhorita Coppola? – Ergo os olhos do caderno em branco para o professor parado a minha frente. Quando olho ao redor, noto que só há eu ali. – A aula já chegou ao fim há dez minutos. Está tudo bem?

— Sim, sim – Assinto com a cabeça, começando a fechar o caderno e jogar as coisas na mochila – Me desculpe. – Passo a alça da mochila no ombro e me levanto. O professor se afasta me dando passagem.

— Ótima percepção no caso número três em seu teste, já estudou sobre isso antes? – Arregalo os olhos. O professor mais sério do curso dizendo isso? Luto contra um sorriso.

— É, sim, li muitas papeladas.

— Com papeladas quer dizer livros? – Dou um riso nervoso.

— Claro, livros – Afasto alguns passos. – Posso ir?

— Sim, mas antes, me permite dar-lhe um conselho? – Franzo a testa em confusão, mas assinto - A senhorita é uma ótima aluna, mas percebo o quanto anda distraída, se puder, evite ou resolva o que a transtorna, direito não é para pessoas distraídas. - Abre espaço para eu passar.

O encaro totalmente embasbacada e confusa, e vendo que eu não iria "acordar" tão cedo, ele mesmo se retira, não sem antes dar um aceno de adeus e até um tapinha no meu ombro. Continuo parada por alguns instantes, admitindo o quão certo ele está e o quão todo esse caso com os GG's pode estar acabando com meu foco no curso.

No corredor, há poucas pessoas, o que é incomum já que sempre no final de alguma aula isso fica lotado, tornando-se uma muvuca para sair do prédio principal. Olho as horas em meu celular e vejo que já se passa das duas da tarde, em menos de uma hora terei que estar no RR, mas eu só queria deitar em minha cama e chorar até esse maldito dia acabar. Começo a andar até a saída do prédio e abro a agenda de contatos, clicando no rosto de meu pai.

Levo o celular à orelha, ouvindo-o chamar. Desço as escadas do prédio e viro à direita, indo em direção ao prédio dos Corvis. A ligação cai na caixa postal e eu suspiro, claro que ele não iria atender. Abro o aplicativo de mensagens, digito "feliz aniversário" e clico em enviar, sem saber quando ele me responderá.

Guardo o celular e ergo a cabeça a tempo de ver um vulto loiro correr na minha frente. Letitia veste um vestido vermelho escuro e a vejo subir correndo as escadas do prédio dos Alphas. Franzo o cenho, paro de andar e a olho entrar no prédio com livros nas mãos.

— Ana? – Viro-me, dando de cara com Zach, vestindo uma jaqueta vermelha e preta, a cor do time e da casa dos Alphas.

— Zach? – Pergunto, confusa por ele estar falando comigo, não o via desde a festa no começo do mês. Ele coloca as mãos no bolso da jaqueta e eu desvio o olhar de volta para o prédio, tentando ver Letitia por ali.

— A gente pode-

— Conhece Letitia? – Interrompo Zach. Ele franze a testa.

— Letitia?

— Alta, loira...

— Letitia Esposito?

— Deve ser – Dou de ombros – Ela anda saindo com o Nicholas. – Zach dá risada.

— Letitia Esposito, sei – Acena com a cabeça. – Ela é uma Alpha, tá no penúltimo ano.

— Espera, Alpha? – Ergo a sobrancelha.

— Sim, qual o problema? – Engulo em seco. Eu sei o tamanho da rixa que eles têm com os Corvis, e saber agora que Letitia é uma Alpha e sai e trabalha no ninho dos Ghostins? É estranho. Lembrei-me então que Dean disse que havia algumas pessoas de outras casas dentro da gangue, em segredo, ela seria uma delas?

—Nada – Dou de ombros – O que você quer? - Pergunto, não esquecendo de como foi nosso último encontro.

— Conversar – Seus ombros caem – Sei que não sou seu melhor amigo, mas talvez fosse bom conversar com alguém conhecido agora – Sua mão esquerda se ergue, coçando a sobrancelha – Sei o quão merda esse dia é para você. – Solto um suspiro.

— Se eu quiser conversar com um conhecido, eu tenho Kaori – Ele fecha a cara – Mas eu aceito, se você pagar meu almoço – Ele sorri, me fazendo revirar os olhos, no fundo, não acho que conseguiria negar isso para ele, não hoje, sabendo que Zach sempre largava tudo para estar comigo nesse dia em todos os anos. Ele sabe o quanto esse dia é uma merda para mim, o dia em que anos atrás minha mãe se foi – Só por dó Zach, eu ainda detesto você. – Ele revira os olhos.

— Nem hoje você dá uma folga?

— Vamos logo Zach, não tenho o dia todo – Viro de costas e passo a andar para onde eu sei que fica seu carro - Você não vai me levar no Roccia Ribelle, vai? - Ele ri.

— Entrar no ninho dos fantasmas? Nenhum Alpha é louco de pisar lá.

— Nenhum? - Pergunto por sobre o meu ombro. Zach dá de ombros.

— Ninguém que eu já tenha ouvido falar.

Dez minutos depois, Zach estaciona o carro em um restaurante italiano a uma quadra de distância do RR, o caminho até lá fora silencioso e tenso, apenas com a música vinda do rádio soando entre nós. No meio do caminho, mandei uma mensagem para Fran para ver se podia me cobrir por hoje, eu não me sentia bem mentalmente para trabalhar, e após essa futura conversa, eu estaria menos ainda, e para se tratar com Ghostins, precisa-se estar bem mentalmente.

Entro no restaurante na frente de Zach, me sentindo aquecida na mesma hora. O local é pequeno, as paredes são vermelhas e brancas, há alguns quadros com fotos de massas pelas paredes, e as mesas são revestidas por toalhas xadrezes. Na recepção, acabo ouvindo a discussão do casal à nossa frente, e a recepcionista me lança um olhar de desespero e tenta nos recepcionar, mas a mulher do casal a impede, a segurando pelo pulso. Tomo frente e caminho para o fundo do restaurante, ouvindo os passos de Zach atrás de mim.

Puxo a cadeira da mesa na parede e me sento, já pegando o cardápio. É engraçado estar aqui com Zach, depois de tudo, mas eu não quero passar esse dia sozinha, e Kaori, além de nossa discussão de hoje cedo, anda sumida ultimamente, só a vejo no café da manhã e raramente no almoço, o que é uma merda e me faz ficar na biblioteca para não ter que me sentar sozinha no almoço. Esse é um dos malefícios de se ter só um amigo na universidade, há Fran também, mas ela se senta com os GG's e eu não me sentaria lá nem se me pagassem. Ouvi um dia desses, algumas garotas falarem que Fran é uma vergonha para as Alphas por se envolver com eles.

— Tem o seu preferido, vai querer ele? – Ergo a cabeça vendo Zach já sentado, olhando por cima do cardápio.

— Claro. – Engulo em seco e desvio o olhar, estranhando essa intimidade.

Uma garçonete se aproxima e Zach pede dois Tartarellis e duas taças de vinho. Quando a garçonete se afasta, Zach se encosta-se à cadeira e me encara.

— Então, como você tá? Pergunta estúpida, eu sei. – Ergue as mãos em rendição quando vê o meu olhar.

— Você sempre foi péssimo puxando assunto – Suspiro e me encosto à cadeira de madeira – Como sempre, triste, vontade de chorar e sempre me perguntando porque a minha mãe. – Ele suspira.

— Falou com o seu pai?

— Como se ele fosse atender – Dou de ombros – Mandei uma mensagem, mas duvido que ele veja enquanto enche a cara de bebida – Fecho os olhos com força. – Nunca estive longe dele nesse dia, tenho medo do que ele possa fazer.

— Seu pai é adulto Anabela, ele sempre soube se virar nessa data, você que sempre...

— Surtava? – Pergunto – É, eu sei, tenho algumas cicatrizes disso. – Solto um riso, o fazendo revirar os olhos.

— Eu odiava quando você corria.

— Não só você – Sorrio debochada. As taças com o liquido escuro chegam e eu torno um longo gole da minha. – Eai, como vão os jogos?

— Bem – Ele se ajeita na cadeira. – Ganhamos os dois últimos.

— Parabéns. – Digo com sinceridade.

— Valeu – Ele pega a sua taça – Você podia ir em alguns jogos, tem sido difícil ganhar. – Toma um gole do liquido.

— Ainda com essa ideia de amuleto? – Ele sorri.

— Qual é, em todos os jogos que você ia nós ganhávamos com facilidade.

— No ensino médio, quando namorávamos – Aponto – Você não precisou de mim para ganhar o campeonato do ano passado, deve ter achado vários amuletos. – Seu sorriso quebra. A comida chega, deixando o clima tenso com um cheiro delicioso.

— Ainda não me perdoou por isso? – Pergunta. Pego o garfo ao lado do prato e enrolo o macarrão com ele. Levo o garfo à boca, satisfeita com o gosto delicioso. Engulo antes de respondê-lo.

— Por ter me metido chifres? – Dou de ombros – Claro. Por ser um estúpido quando terminamos e depois disso? Não. – Ele bufa.

— Acho que nunca poderemos ser amigos. – Aponto o garfo para ele.

— Nisso você está certo – Como mais um pouco – Agradeço por tentar me distrair hoje, isso mostra que você ainda tem um pouco do Zach que eu conhecia, ou melhor, que eu achava que conhecia, ai dentro. Mas eu ainda não gosto de você, principalmente após achar que tem o direito de mandar na minha vida e deixar seu amigo me dizer um monte de merda naquela festa. – Ele trinca o maxilar e eu dou mais uma garfada.

— Soube que quebrou o vidro do carro de Dean Bianchi.

— É, infelizmente eu não acertei a sua cabeça de melão. – Ele revira os olhos.

— Ele veio te cobrar né? Soube que ele anda te perseguindo, se quiser posso te dar o dinheiro e- Largo o garfo.

— Eu não quero o seu dinheiro, inclusive, desde quando você tem dinheiro? Pagar um almoço? Uau, antigamente rachávamos cada centavo da conta – Ele engole em seco e desvia o olhar. – Você nunca foi rico Zach, sei que não trabalha e seu pai não te manda mais do que a mensalidade, então...?

— Não te interessa.

— Ótimo – Dou uma última garfada e viro o resto do vinho na boca. Levanto-me e pego a minha mochila. – Que bom que já terminei.

— Aonde você vai?

— Valeu pelo almoço Zach, se você não fosse tão idiota, eu esperava pela sobremesa. – Me viro e ainda o ouvindo resmungar algo, saio andando até a saída do restaurante. Foi uma péssima ideia.

Abro a porta de entrada/saída, feliz por saber que algo iria dar errado e não ter deixado a mochila em seu carro, e saio para a rua. Resmungo alguns palavrões, pelo menos eu ganhei almoço de graça.

Ando pela calçada e viro a esquina, para a rua de trás onde há um ponto de ônibus, ainda sim, terei que andar muito até chegar à SMD. Enquanto ando, me encolhendo dentro do casaco após uma rajada de ar frio me atingir, um Audi preto passa rápido pela rua e quando passa ao meu lado, dá uma freada brusca, parando alguns metros à frente. Paro no lugar, olhando o carro com desconfiança, enfio a mão na lateral da mochila, procurando pelo canivete que sempre trago junto comigo, quando o carro da ré, parando ao meu lado.

Encontro o canivete e o aperto na mão quando o vidro do carro desce e revela um Matteo sorridente.

— O Roccia fica para o outro lado. – Largo o canivete, me acalmando.

— Não estava indo para lá. – Ele franze a testa.

— Seu turno não começa em... – Ele ergue o braço olhando a hora no relógio dourado em seu pulso – Dez minutos? – Dou de ombros.

— Não vou hoje, dia ruim.

— Sei como é – Ele sorri fraco. – Então... vai para onde?

— Universidade.

— Quer uma carona? – Olho ao redor. O ônibus ainda demorará uns bons dez minutos e eu terei que subir o morro da SMD a pé.

— Claro. – Tomo a frente, dou a volta no carro e abro a porta do passageiro.

O engraçado é que se fosse Dean ou qualquer outro GG me oferecendo carona, eu ficaria totalmente receosa, mas Matteo me passa uma calma e segurança inexplicável. Fecho a porta e puxo o cinto de segurança no mesmo momento em que Matteo arranca com o carro.

— Meu dia foi uma merda, não vejo à hora de chegar ao Roccia e encher a cara. – Resmunga, me fazendo rir.

— Somos dois, mas eu prefiro me empanturrar de sorvete e dormir o resto do dia.

— Quer desabafar? – Me olha por alguns segundos antes de voltar à atenção para a rua.

— Não mesmo, você?

— Nah. – Balança a mão. A música que sai do rádio toca em um som baixo.

— Então... – Puxo assunto – Você também é parente de Dean? Porque ontem eu descobri que ele e Dante são irmãos e... – Levo a mão a boca – Oh merda, você sabia disso né? – Ele gargalha.

— É eu sei, e não somos nada... não de sangue pelo menos.

— Explique-se. – Peço, me ajeitando melhor no banco para o olhar.

— É mais como um irmão adotivo, minha mãe teve um lance com o pai dele, moro com eles desde então.

— Entendi – Assinto. – Então você também é rico né?

— Rico?

— Cara, você tá dirigindo um Audi. – Aponto o óbvio o que o fez sorrir e me encarar, seus olhos parecem estar em um tom de azul ainda mais vivo, o que o deixa muito mais bonito.

— Que eu posso te emprestar amanhã se quiser. – Me lembro do racha e suspiro. Matteo começa a subir o morro da SMD.

— Nunca corri com um Audi.

— Isso é um sim?

— Nah – Imito seu gesto. – Prefiro correr com um modelo já conhecido, como o de Dean.

— Dean – Matteo estaciona o carro no estacionamento em frente ao prédio Corvi. – Certo...

— Pare de insinuar. – Ergo o dedo indicador, o ameaçando.

— Eu não disse nada – Ergue as mãos em rendição, o que me faz abaixar o dedo – Mas que vocês estão muito próximos e... – Dou um soco em seu braço. – Ei, doeu porra!

— Era a intenção – Retiro o cinto e abro a porta. – Dean e eu não temos nada, só ódio mutuo.

— Ódio, ahã, sei – Ergo a mão, pronta para o socar de novo e Matteo se encolhe contra a porta. – Tá, parei.

— Um Ghostin com medo do soco de uma garota... uau – Nego com a cabeça, um sorriso idiota em meu rosto. Desço do carro e pego minha mochila, mas então, lembro-me de Letitia – Matteo – O chamo fazendo-o se encolher contra a porta de novo, reviro os olhos. – Letitia é uma Ghostin?

— Letitia do RR? – Assinto o fazendo rir. – Não mesmo, ela é uma Alpha, aceitamos gente de outras casas, menos Alphas.

— Então é normal para vocês que ela trabalhe lá, entre vocês...?

— Claro, desde que ela não haja mais como um Alpha. Por exemplo, Francesca é uma Alpha, mas ela quase nunca está com eles, não almoça com nenhum deles, ela não queria ser Alpha, mas ela tem nome e dinheiro, então – Dá de ombros. – Além disso, quando alguém de outra casa se relaciona com algum dos nossos, passamos a os considerar da família, como Francesca com Ettore.

— E Letitia?

— Ela tá com o Michel, então... – Ergo a sobrancelha.

— Entendi, obrigada por explicar. – Agradeço, pronta para fechar a porta.

— Algum problema com Letitia?

— Não – Respondo de imediato. – Só fiquei curiosa.

Enquanto passo pelo hall dos Corvi, penso o quão ferrada Letitia estaria se algum Ghostin ou Alpha descobrisse que ela anda se envolvendo ao mesmo tempo com um GG e um Alpha, mas não serei eu a contar. Zach disse que nenhum deles pisava no RR, e eu nunca vi Letitia com algum Ghostin fora de lá, também nunca havia visto ela com Nicholas antes.

Deixo de pensar nisso e apenas foco no fato de que, os poucos minutos com Matteo, fizeram meu dia melhorar e eu esquecer a data por alguns instantes.

NOTAS FINAIS
Tem algumas revelações escondidas, então prestem atenção em TODOS os personagens, ações e etc, ok? Algumas coisas irão ser explicadas o mais breve possível, como um pouco do passado da Ana.
Até o próximo, obrigada pelos 2.5K

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