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diciassete

Domenica

Assim que acordei do meu cochilo pós almoço no domingo e vi várias roupas jogadas pelo quarto, me arrependi imediatamente de ter aceitado a oferta de Vincenzzo.

— Isso não é um encontro. – Reclamo, deitada na cama enquanto ela revira meu armário.

— É um encontro. – Reviro os olhos.

— Que você marcou por mim.

— Vamos voltar a isso? – Pergunta, olhando por cima do ombro.

— Não. – Faço careta. K joga uma calça jeans preta e uma blusa azul escura de manga comprida e decote em v em cima de mim.

— Pode ser? – Dou de ombros.

— Tanto faz. – Sento na cama, tentando tomar coragem para me arrumar. Falta apenas meia hora para me encontrar com Vincenzzo, e eu estou totalmente sem vontade.

— Se anime, tente aproveitar e esfriar a cabeça. – Tenta me animar. Respiro fundo e me levanto, passando a trocar de roupa.

— Eu poderia perguntar se ele tem algum amigo para você ir junto. – Tento, mas K revira os olhos e se senta em sua cama.

— Encontro duplo? Eca – Ela desvia o olhar. - E eu tô saindo com alguém, você sabe.

— Não sei, na verdade – Abotoo a calça e levo às mãos a cintura. – Você nunca fala sobre isso, quando eu pergunto, desvia do assunto, nunca me apresentou a ele, e eu aposto que essa pessoa tem a ver com suas sumidas.

— Em partes – Dá de ombros. – Eu só... não tenho certeza se isso vai durar, por isso não quero te apresentar a ele.

— Isso nunca te impediu de me apresentar a algum ex namorado ou até a um caso de uma noite. – Termino de me vestir e calço uma bota com salto.

— Eu só não quero falar ainda, pode respeitar isso, por favor? – Respiro fundo. Algo me diz que tem algo de errado com esse "namoro" de Kaori, mas não posso cobrar dela quando também estou escondendo coisas.

— Eai? – Pergunto e abro os braços.

— Arruma esse cabelo, tá com cara de quem acabou de acordar.

— É porque eu acabei de acordar – Ela revira os olhos, vou até o banheiro e pego minha escova de cabelos. – Eu só nunca vi esse cara na vida.

— Você anda com traficantes e possíveis assassinos, tem algo mais assustador do que isso? – Abaixo a escova, sem respostas para isso. Faço gargarejo com o enxaguante bucal e quando volto a erguer a cabeça, franzo o nariz. Meu rosto está inchado e vermelho por conta do cochilo, por isso passo um pouco de base, contorno meus olhos com um lápis de olho azul escuro e finalizo com um batom rosa claro.

— Vou indo. – Pego a jaqueta de couro recém comprada pendurada na porta do armário, e que não tive tempo ou vontade de usar antes, o celular e algum dinheiro.

— Canivete? – Murmuro um obrigada antes de ir atrás do instrumento.

Vincenzzo chega às sete em ponto, veste uma calça jeans clara e um moletom laranja escuro que me fez querer rir por causa de seu cabelo. Ele nos leva em seu carro ao cinema no único shopping da cidade no centro, o lugar, como previsto, está lotado e levamos vinte minutos só para comprar os ingressos para um filme de terror. Duas horas mais tarde, acabamos parando em um restaurante de comida chinesa.

Tudo está ótimo até agora, mas provavelmente apenas porque mal tivemos tempo de conversar sobre outras coisas senão sobre o filme. Enquanto o espero voltar do banheiro, tento segurar os hashis e levar um jiaozi a boca, mas assim que ele cai pela terceira vez, solto um palavrão e pego um garfo.

— Então – Vincenzzo senta na minha frente, me assustando. Ele cheira a sabonete e está sem o moletom de antes – Conseguiu usar essas coisas? – Aponta para os hashis que abandonei sobre a mesa. Faço uma careta.

— Não, e eu não faço ideia de como tem gente que consegue comer macarrão com isso – Ele dá uma risada, antes de puxar sua tigela de Yakissoba para mais perto, pegar os hashis que abandonei e com destreza, levar um punhado de massa a boca – Fala séri.o – O olho em choque.

— Não é tão difícil assim.

— Sei. – Resmungo.

— Então – Ele pega um guardanapo e limpa a boca antes de prosseguir: - O que você cursa?

— Direito – Respondo e pego um pouco do pato que pedi. – E você?

— Arquitetura – Ele sorri. – Você quer ser advogada?

— Não, detetive. – Falo com orgulho enquanto ele me olha estranho.

— Isso é... diferente.

— Diferente ruim?

— Não, só... diferente. – Semicerro os olhos.

— Você é nova aqui?

— Não, entrei no trimestre passado.

— Sério? Estou na SMD há dois anos e nunca lhe vi. – Meu olhar sobre si muda.

— Como me conheceu mesmo? – Ele leva mais macarrão a boca antes de responder.

— Muita gente te conhece por causa de Dean e outros Corvis, falando nisso, você e Matteo têm alguma familiaridade?

— O que? – Pergunto confusa com a súbita mudança de assunto. – Não, por quê?

— Curiosidade, e Dean e você têm algo sério? – Largo o garfo sobre o prato e me aproximo de si sobre a mesa.

— Fala sério Vincenzzo, por que me chamou para sair?

— Te achei bonita. – Responde confuso, mas seu olhar não foca em mim, ele não para de se desviar entre o macarrão e eu.                                                      

— E o que mais?

— Como assim? – Respiro fundo e me afasto, me encostando contra a cadeira.

— Acho interessante o fato de que só prestou atenção na minha existência pois Dean vive me enchendo o saco, e de primeira me chama para sair, e quando chegamos aqui, me faz perguntas sobre eles? – Ele respira fundo e larga os benditos hashis, parece desistir da mentira.

— Certo – Ele olha ao redor antes de olhar para mm – Eu trabalho no jornal – Arqueio a sobrancelha – Queremos descobrir algumas coisas sobre Dean e ele não sai com nenhuma garota faz tempo, só com você – Solto uma risada e arrasto a cadeira para trás, me levantando em seguida – Aonde vai?

— Cair fora, eu não sou um objeto que você pode usar para conseguir o que quer e mesmo que eu não goste muito de Dean, não vou falar, se quiser saber algo sobre ele, pergunte a ele.

Dou as costas saindo dali o mais rápido possível, uma raiva sobe pelo meu corpo e eu quero gritar com Kaori por ter aceitado aquilo por mim. Assim que passo pelas portas de entrada/saída, paro de andar. Vincenzzo é do jornal, Kaori entrou no jornal, ela sabia quem ele era? Eu espero que ela não tenha nada a ver com isso, porque se tiver, irá me escutar.

Chuto a calçada e começo a andar em direção ao ponto de ônibus mais perto, me amaldiçoando por não ter um carro. A primeira coisa que farei após pagar Dean será comprar um carro. Viro a esquina e sinto um arrepio passar pelo meu corpo, pelo horário, a maioria dos comércios estão fechados, resultando em uma rua escura iluminada apenas pelos poucos postes de luz.

— Se você tiver algo a ver com isso, eu te mato Kaori. – Resmungo e enfio as mãos no bolso da jaqueta.

Quando viro em outra rua, paro de andar quando ouço um choramingo sair de um beco alguns metros à frente. Olho para trás, pensando em voltar e ir pelo caminho mais longo, mas quando o choramingo soa mais alto, seguido de um barulho como de algo caindo, reviro os olhos e me aproximo. Meus instintos ainda vão me matar, fala sério.

Me aproximo devagar do beco, localizado entre uma loja de roupas fechada e um bar que parece estar fechado, em frente a este último, há uma Ferrari preta estacionada.

Assim que entro no beco, tenho que apertar os olhos para conseguir enxergar o lugar escuro. No chão, a poucos metros de mim, há um corpo jogado entre sacos de lixo, e ele choraminga, de novo. Fico surpresa quando a pessoa vira a cabeça na minha direção e reconheço Pietro.

— Pietro? – Sussurro incrédula. – O que você faz aqui?

— Hmmm. – Outro choramingo. Me aproximo dele e me agacho próximo ao seu corpo, segurando o ar por causa do fedor do local. Pego meu celular do bolso e ligo a lanterna, o analisando, seus olhos se fecham por causa da luz, mas ele não parece machucado.

— O que você tem?

— Quem é você? – Sua voz sai embolada, um cheiro forte invade meu nariz e quando ele abre os olhos, entendo: ele tá bêbado pra caralho.

— Anabela Coppola – Respondo, mas ele fecha os olhos, não parecendo ter sequer prestado atenção – Merda. – Olho ao redor, sem saber o que fazer.

Desbloqueio a tela do celular, pensando em ligar para alguém, mas como uma boa piada do destino, está sem sinal. Meu olhar para no carro a alguns metros de nós.

— Aquele carro é seu? – Ele solta algum murmúrio que eu interpreto como um ''sim'' – Cadê as chaves? – Seu braço faz um leve movimento em direção ao bolso do moletom preto que usa, mas desiste no meio do caminho. Enfio a mão no bolso e pego as chaves, as colocando no bolso – Consegue se levantar? – Seus olhos se abrem, e ele pisca lentamente.

— Neh.

— Porra – Resmungo – Meu bom coração ainda vai me foder – Passo meu braço por trás de sua cabeça – Me ajude com isso cara, eu não malho – Ele resmunga quando tento o empurrar. – Anda Pietro.

— Merda. – Ele fala embolado, mas consegue me ajudar dando impulso para nos levantarmos.

Assim que ficamos em pé, seu corpo tomba em minha direção e eu dou alguns passos para trás, quase caindo e o levando junto. Passo seu braço ao redor do meu pescoço e desço meu braço para suas costas, então, devagar, começamos a ir em direção ao seu carro.

— Você estava nesse bar?

— Sim.

— E foi expulso? – Ele não responde. – Você costuma beber assim?

— Não conte para o meu pai. – Franzo o nariz, em parte por causa de sua fala embolada e em parte por causa do cheiro de álcool.

— Seu pai? Eu nem sei quem é seu pai.

Finalmente chegamos ao carro. Encosto Pietro contra o carro e retiro a chave do bolso, destravando o carro. Assim que as portas terminam de subir, coloco Pietro no banco do carro e passo o cinto por seu corpo. Dou a volta no carro e puxo a porta para baixo quando entro.

— Você lembra do seu endereço? – Pergunto enquanto coloco o cinto e depois ligo o carro. Pietro leva o tempo para eu dar a ré e sair com o carro para responder:

— Luigi De Luca – Desvio o olhar da rua para ele, confusa. Pietro tem a cabeça inclinada, o olhar fixo em mim, então, do nada, ele solta uma gargalhada. – O delegado da cidade tem um filho gay, alcoólatra e traficante.

Arregalo os olhos e piso no freio, fazendo nossos corpos irem para frente, com sorte, sendo impedidos de bater por conta do cinto. Pisco várias vezes, confusa, esperando Pietro dizer que era uma piada, mas ele apenas continua gargalhando, bêbado demais.

Ele está bêbado, está confuso... mas merda, bêbados costumam falar a verdade né?

De Luca, o delegado da cidade, o cara que vem acobertando assassinos, inclusive o de Luna, é pai de Pietro, consequentemente de Martina, de quem tenho uma dívida e participantes da gangue do cara que tenho outra dívida.

Puta que pariu.

Eu não sei como consegui chegar até a casa de Pietro, na verdade, nem sei se ele conseguiu me dar as indicações certas. Assim que paro o carro na calçada em frente onde Pietro, adormecido ao meu lado, indicou, respiro fundo e jogo a cabeça para trás.

Merda, merda, merda.

As coisas finalmente começam a fazer sentido. Quando Dean me deu a câmera e me desafiou a entregá-los, se eu tivesse feito isso, seria completamente inútil já que eles têm um deles no poder da cidade.

Fantasmas. Eles não são presos, porque De Luca provavelmente trabalha para ou com eles. Pietro agiu como se temesse seu pai, talvez isso signifique que eles não têm qualquer tipo de ligação além do sangue, mas não acho essa opção válida.

O que me faz questionar meus planos. Como vou entregá-los a polícia se a polícia está do lado deles? E se eles tiverem ligação com os delegados de outras cidades?

Ouço um murmuro vindo de Pietro ao meu lado e olho para ele, só agora lembrando que ele está aqui.

— Porra. – Murmuro. Tiro o cinto e abro a porta. Quando o ar gélido me atinge, finalmente olho a casa onde parei.

A casa em tons de cinza tem dois andares mais um sótão, o gramado até a varanda da casa é grande e há dois carros estacionados na frente, apesar da garagem ao lado da casa, e reconheço um deles como sendo o de Dean.

Abro a porta do lado de Pietro e o cutuco até acorda-lo. Pietro ajuda mais dessa vez, tiro seu cinto e após fechar a porta, nós caminhamos devagar até a varanda, demorando mais nos degraus, é Pietro quem toca a campainha, já que não faz ideia de onde está a chave.

Leva alguns minutos para a porta ser aberta, mas quando é, fico surpresa ao encontrar Matteo. Será que todos eles moram aqui?

Matteo olha surpreso para mim, mas quando desvia o olhar para Pietro, engole em seco.

— Merda – Ele murmura e pega o outro braço de Pietro, o passando pelos seus ombros – Martina! – Ele chama enquanto indica para entrarmos.

Solto um suspiro, mas entro com Matteo e Pietro pela porta da casa. Diferente do lado de fora, o lado de dentro é todo na cor branca, daqui, consigo ver a sala, a cozinha, e no meio, uma escada que leva para o andar de cima.

A sala é ampla, tem um sofá cinza de oito lugares, uma televisão de sessenta polegadas equipada de um grande equipamento de som e consoles de vídeo games, na mesma estante, há alguns quadros virados para baixo.

A cozinha, do outro lado, é toda equipada em inox, e a ilha no centro é de um granizo cinza escuro. É dela que Martina sai, entrando no pequeno corredor em que estamos. Quando seus olhos param no irmão, fico surpresa ao vê-la revirar os olhos.

— Bota ele no sofá, vou preparar um café.

— Chame algum dos garotos, Anabela deve estar cansada de carregar esse peso.

Não reclamo quando Martina grita por Dante, meu corpo está cansado e carregar Pietro com salto é foda. Não fico surpresa ao ver Dante e Dean descendo as escadas, mas eles ficam ao me verem.

— Que merda você faz aqui?

— Sério? – Pergunto a Dean – Eu tô carregando um corpo semi consciente, mas você quer saber que merda eu faço aqui? – Sou grossa, e surpreendentemente, ele não rebate.

Dante abre um sorriso para mim quando vem tomar o meu lugar, o qual cedo sem problemas. Enquanto eles levam Pietro para o sofá, massageio meus ombros, doloridos e cheios de tensão.

— Quer comer algo? – Ouço Dean perguntar, mas demoro a perceber que foi para mim. Olho para ele com a sobrancelha arqueada.

— Não, não precisa, na verdade eu vou indo... – Dean me impede de me virar.

— Obrigada por trazê-lo – Dou de ombros. Dean leva a mão a nuca. Só agora reparo que ele veste uma calça moletom e uma blusa com o logo do Batman, parece ser seu pijama. – Onde ele estava?

— Largado em meio a sacos de lixo em um beco escuro. – Ele franze a testa.

— E o que você fazia lá? – Não respondo. Matteo e Dante saem da sala, e ao passar por mim, Matteo indica a cozinha com a cabeça.

— Chega mais, tem sanduiche de sorvete.

— Eu não... – Olho por sobre o ombro, onde o corpo de Pietro está largado no sofá. – Vocês não vão tentar acordar ele? Dar um banho gelado, sei lá?

— Não – É Dante que, responde. – Essa merda é normal de acontecer, infelizmente.

— E banhos frios o fazem ficar com mais dor de cabeça no dia seguinte. – Martina explica da ilha da cozinha, onde serve uma xicara com café.

— Ok... – Olho para todos, que parecem normais pelo fato de o cara na sala ser aparentemente um alcoólatra. – Então eu vou indo.

— Mas...

— Eu vou embora. – Interrompo Matteo, o olhando séria, dando a entender que eu não só vou embora, como eu preciso ir embora.

Nenhum deles me impede de passar pela porta e pegar um ônibus no quarteirão seguinte.

Quando chego ao dormitório, abro a porta com rapidez, não esquecendo o encontro com Vincenzzo mais cedo, fazendo ela bater na parede e causando um barulho alto, olho para a cama de Kaori a encontrando vazia e um post it colado na parede em cima da cama. Pego o papel rosa "vou dormir fora, beijos", isso é novidade. Reviro os olhos, amasso o papel e o jogo no chão indo dormir em seguida, minha cabeça cheia demais para conseguir raciocinar.

Lunedi

Kaori escapou na manhã seguinte. Não a vi no café da manhã, nem nos corredores, muito menos no intervalo entre as aulas. Pensei que a veria antes do horário do RR, mas ela não apareceu também, por mensagem, ela avisou que ia ficar no jornal até tarde, pensei em ir lá para questioná-la cara a cara, mas tinha que ir ao Roccia.

Minha cabeça ficou longe durante todo o dia, mal me lembro de como cheguei ao Roccia. Minha mente se dividia entre descobrir se Kaori estava por trás disso, e como a nova descoberta envolvendo os Ghostins poderia me ser útil.

Não cheguei à conclusão do primeiro caso, mas do segundo, cheguei a algum lugar: não posso deixar os Ghostins sem antes quitar a dívida de Dean, então, desistir continua não sendo uma opção. Além disso, se De Luca realmente trabalha com eles, preciso achar um jeito de provar isso, e estando junto deles o caminho se torna mais fácil. Pelo menos agora, tenho um caminho a seguir.

— O hambúrguer da mesa sete Anabela. – Ouço Lorenzo gritar atrás de mim, me fazendo sair do transe. Lorenzo literalmente joga o prato com o pedido na divisória, fazendo o hambúrguer ficar um pouco torto.

— Que estresse é esse? – Pergunto surpresa, é a primeira vez que o vejo sem esbanjar sorrisos e piadinhas. Pego o pedido e levo até a mesa, quando volto, Francesca se aproxima.

— Por que estão todos tão fodidamente estressados? – Olho para ela com uma cara que diz "sério que vai me perguntar isso?'" – Ah é, você está estressada também – Ela bufa.. – As coisas parecem piorar cada dia mais.

— O que está acontecendo no reino dos fantasmas? – Pergunto irônica e bato no sino da divisória, fazendo Lorenzo gritar um palavrão.

— Depois de ganhar dos Alphas no sábado, como vingança, algum deles entrou no porão e fez uma puta bagunça. – Olho para ela confusa.

— Pensei que quase ninguém soubesse como chegar lá.

— Só quem sabe é quem eles – Aponta para todos no salão. – Querem que saiba, ou seja, traidor na área.

— Matteo havia me dito algo sobre. – Apoio-me no balcão para olhá-la melhor.

— É, mas agora tem tipo, mil por cento de certeza e agora eles acham que é alguém bem próximo, então, adivinha? – Pergunta, batendo a mão no balcão com raiva, me surpreendendo – Estão desconfiando de mim. – Arregalo os olhos.

— Fala sério.

— Eu tô falando sério – Ela solta um suspiro com raiva – Ettore se afastou de mim e Dante vem me perseguindo a semana inteira – Ela olha ao redor – Uma das meninas disse que reviraram até o quarto de alguns, procurando por Luccichio.

— Se eles vendem essa droga, porque revirar o quarto de quem vende?

— Alguém ta sumindo com a droga, e descobriram que tem gente na faculdade comprando Luccichio sem ser de GG. – Franzo o cenho.

Alguém de dentro vem dando acesso ou repassando a droga para outra pessoa de fora. Qual o objetivo? Lucrar a mais em cima deles? Copiá-los? Culpá-los? Ou eles mesmo estão fazendo isso para poder tirar de cima deles a culpa?

— Ettore está desconfiando de você?

— Sim – Ela fala com raiva. – Isso é ridículo, eu nunca fiz nada que pudesse me incriminar, cara, eu praticamente trai a minha casa para ficar com eles, para que? Eles me acusarem? Ridículo.

— De quem mais estão desconfiando? – Pergunto, desviando o olhar para o pano que seguro em minhas mãos.

— Está perguntando se estão desconfiando de você? Não, não estão – Olho para ela um pouco surpresa. – Aparentemente isso já vem acontecendo antes mesmo de você entrar.

— E se acharem o suspeito? Vão fazer o que? Matar? – Sussurro a última parte.

— Não – Ela nega com a cabeça – Eles não matam ninguém, credo, é de mais até para eles – Ela dá risada e eu tento acompanhá-la, mas sai totalmente forçado – Apesar de terem armas. – Engasgo.

Letitia passa por nós correndo, largando a bandeja no balcão e indo para o corredor. Olho para Francesca que me olha de volta e dá de ombros.

— Ela é estranha, esqueceu?

Letitia está mais estranha e dispersa que o comum, entregou pedidos errados cinco vezes e quando alguém a pediu para refazer o suco, ela acabou colocando pimenta sem querer. O chefe, que por um milagre estava por aqui hoje mais cedo, a chamou e deu uma longa bronca, a fazendo ficar mais desatenta ainda.

— O que ela tem? – Pergunto para Lorenzo pela janela quando Fran se afasta para atender outra mesa.

— Não sei, ela ta estranha demais. – Ele olha para a loira que volta do corredor minutos depois.

— Eu a vi chorando hoje no banheiro – Nos viramos para Merlorie que retira o lixo do balcão, essa é a primeira vez que ouço a voz dele – Não é minha culpa se temos um banheiro unissex. – Reclama e se vira, saindo com o lixo.

— Ok, estou curioso. – Ele fala.

— Pergunte para ela porque está assim. – Sorrio perversa. Lorenzo gargalha.

— Eu prefiro lamber o chão primeiro.

Fran volta avisando que precisa sair mais cedo por causa de uma prova amanhã, e vai embora quando o relógio bate dez horas. Meu corpo pede por uma cama, mas aparentemente, ninguém vai embora antes da meia noite.

Às onze, eu quis bater a cabeça de Letitia na parede. Sem Francesca e com Letitia no mundo da lua, tive que atender aquela multidão de gente sozinha.

Minha roupa já está fedendo a cerveja de tanto pegar garrafas, Lorenzo e Merlorie estão atolados de pedidos na cozinha e não puderam ajudar, enquanto Letitia, nos poucos pedidos que entrega, entrega errado.

— Ei, ei, ei – Seguro o pulso da loira quando ela passa por mim, perto da porta, prestes a sair. – Aonde você vai?

— Não te interessa. – Ergo a sobrancelha e solto seu pulso.

— Fala sério – Apoio a bandeja na cintura enquanto ouço alguns caras reclamarem sobre a demora. – Você sumiu no banheiro por uns dez minutos, não ta ajudando em porra nenhuma aqui, e agora quer ir embora?

— Eu preciso fazer algo urgente.

— E eu preciso de ajuda. – Rodeio o dedo indicador para ela ver as pessoas que erguem as mãos e outros que simplesmente gritam para fazer o pedido. Letitia bufa, passa as mãos no cabelo e me olha séria.

— Eu preciso ir, mesmo, mas eu volto, ok? – Encaro-a, tentando pescar alguma mentira.

— Ok, mas volte logo.

Ela revira os olhos e da às costas, saindo pela porta da frente sem ao menos tirar o uniforme. Fico olhando-a pela porta, até atravessar a rua e depois sumir pelo outro quarteirão. Um grito me xingando soa ao meu lado e eu me viro com raiva para a pessoa. Ele é loiro, tem várias tatuagens pelo rosto e um piercing estranho nos lábios.

— Dá para esperar porra? Não ta vendo que eu tô sozinha aqui? – o cara me olha com raiva e se levanta.

Oh merda, dou alguns passos para trás enquanto ele avança, exalando raiva. Viro-me de costas, pronta para sumir atrás do balcão ou fugir pelos fundos, mas ele segura meu pulso.

— Que porra você pensa que é para falar assim comigo? – Ele praticamente grita, fazendo as conversas ao redor diminuírem. Tento puxar o meu braço, sentindo o lugar onde ele segura, doer.

— Sinto muito pelo o que disse – Falo a contragosto, eu não sinto porra nenhuma – Dá para soltar meu pulso? – Puxo de novo o meu braço. Ele aperta com mais força e eu gemo de dor.

— Ninguém grita comigo, muito menos uma qualquer como você.

Cerro o maxilar com raiva. Eu nunca planejei sair no soco ou discutir com algum Ghostin, principalmente por ser um deles agora, mesmo que só alguns saibam, eu não sou louca, pretendia resolver minhas coisas sem arranjar qualquer confronto, mas eu também nunca fui de engolir sapo, e não irei ficar aturando um babaca me causando dor e vergonha. Ergo meu joelho e do uma joelhada com força em suas partes intimas. Ele solta meu pulso na hora, me fazendo massagear a região enquanto ele se encolhe no lugar. Um silêncio ressoa e eu sinto que todos nos olham. Viro-me pronta para, definitivamente, sumir dali, mas ele segura de novo meu pulso e eu estou pronta para virar um soco em sua cara, mas sua mão tenta me atingir no rosto primeiro.

Olho para a mão erguida a poucos centímetros do meu rosto, uma mão a segura, impedindo o movimento. Levanto o olhar das mãos até o rosto de Dean que olha com raiva para o cara.

— Não se bate em mulher. – Ele diz entre dentes, tão baixo que só nós três ouvimos.

— Ela me bateu. – O cara retruca.

— Certamente você disse ou fez algo que a enfureceu – Dean olha por breves segundos para mim, antes de voltar o olhar para o cara – Se levantar novamente a mão para qualquer mulher, você está expulso dos Ghostins. – Dean solta à mão do cara que o olha chocado.

— Tá falando sério? – Ele riu – Ela é o que sua? Namorada? – Reviro os olhos, por que todos cismaram que temos algo além de raiva mutua? – Ou é só uma vadia qualquer?

Dou um salto para trás quando Dean dá um soco no rosto do cara que cai no chão, provavelmente mais pelo susto do que pelo ato. Abro a boca tão em choque quanto todos ali. Dean chega perto do rosto dele, no chão.

— Mudei de ideia, está expulso – Olha para o lado, e finalmente reparo que Dante e Matteo estão parados ao nosso lado – Tirem ele daqui – Matteo e Dante literalmente arrastam o cara até a porta – Alguém mais tem algo a dizer? – Dean pergunta em voz alta, mas ninguém responde. – Ótimo, então não tem nada mais para ver aqui.

Em segundos, todos voltam ao normal, como se isso acontecesse normalmente, o que provavelmente acontece. Dean se vira para mim e segura meu pulso, trincando o maxilar quando vê a vermelhidão, alguns pontos quase roxos. Eu fingi como se não doesse tanto na hora, mas porra, acho que ele torceu meu pulso

— Vem, vou te ajudar com isso.

— Não precisa, nem ta doendo tanto – Dean ergue a sobrancelha – Não tem mais ninguém para atender aqui. – Dean olha ao redor e então se afasta, quando volta, um cara e uma garota se aproximam e pegam a bandeja de minhas mãos. Olho para Dean surpresa.

— Agora pode vir? – Não digo nada, completamente surpresa, mas tomo a frente, indo até o vestiário onde há um kit para primeiros socorros. Dean me segue.

Abro a porta com a mão não machucada e então Dean toma a frente, sabendo já onde fica o kit. Sento no pequeno banco dali e acompanho seus passos até ele ajoelhar na minha frente com o kit apoiado na perna.

— Sério, não precisa fazer isso.

— E pretende cuidar desse pulso com uma mão só? – Responde sem me olhar, pegando coisas na maleta.

— E você sabe cuidar disso? – Aponto com a cabeça para meu pulso já roxo.

— Não fica perfeito, mas dá pro gasto – Solto uma risada que o fez me encarar – Um sorriso, que raro. – Fecho a cara.

— Idiota – Resmungo e desvio o olhar assim que ele pega meu pulso com uma delicadeza que não esperava, e começa a passar algo.– Acha que torceu?

— Talvez – Responde. - Se continuar doendo amanhã, vai ter que ir a um hospital.

— Ótimo. - Sou sarcástica.

— Sinto muito por aquele cara. – Solto um riso, que o fez erguer a cabeça.

— Foi mal, mas ouvir você pedindo desculpas é estranho. – Ele termina de envolver meu pulso com algum tipo de pano e o pousa em meu colo

— Já me arrependi. – Reviro os olhos.

— Não seja ridículo, isso não te faz menos homem, ou seja lá o que for – Ele se levanta e eu o imito – Obrigada, por aquilo lá fora, apesar de eu saber muito bem me defender sozinha. – Ele cruza os braços com um sorriso zombeteiro.

— É, eu já presenciei isso – Continuamos nos encarando até se tornar estranho e eu desviar o olhar – Vou ir lá... atender. – Aponto para fora. Dean pisca, parecendo sair de um transe e se afasta.

— Certo, vou também ir...  – Ele não termina a frase, faz uma cara de confusão, se vira e sai pela porta.

Continuo olhando para a porta, talvez esperando que ele voltasse, ou talvez que alguém dissesse que foi tudo uma pegadinha. Respiro fundo e guardo o kit de volta para o lugar e saio da sala, fechando a porta em seguida. Assim que passo pelo banheiro ouço um choro e uns murmúrios soando lá de dentro. Olho ao redor, e devagar, abro a porta do banheiro, e me surpreendo ao ver Letitia encolhida ao lado da privada. Entro no banheiro receosa e encosto a porta atrás de mim, o que faz Letitia erguer a cabeça e me olhar, seus olhos estão totalmente vermelhos, lágrimas escorrem por seu rosto e seu cabelo está desgrenhado. Olho mais para baixo e vejo um teste de gravidez em suas mãos, com resultado positivo.

NOTAS FINAIS
Atualizei agora a pouco o capítulo anterior porque na hora de passar o capítulo para cá, acabou sumindo um paragrafo, caso queiram o ler, ele começa com ''O dia da feira de arrecadações...''.

Atrasada, mas com um capítulo longo, espero que recompense.

Alguém esperava essas bombas?

É isso amores, mil beijos, obrigada por tudo e até o próximo

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