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cinquantadue

Giovedi

São sete da manhã quando atravesso o gramado da casa dos Bianchi no dia seguinte com Zoe ao meu lado. Não consegui dormir à noite, fiquei virando na cama e checando meu celular a cada minuto esperando uma mensagem de meu irmão, que só surgiu as cinco da manhã e que me fez querer ir atrás dele no mesmo momento, mas Zoe conseguiu me segurar no quarto até seis e meia.

— Será que isso é ser uma fugitiva? – A loira pergunta enquanto atravessamos o gramado apressadas – Quero dizer, tinha Alphas dormindo no nosso hall!

— Eles querem saber como pretendemos foder eles.

— Pela conversa que você me contou que teve com o diabo loiro – Solto um riso pelo apelido – Eles estão bem seguros que não poderíamos os foder.

— Então pelo visto o diabo loiro mentiu – Solto um suspiro e aperto a campainha – Mas sinceramente? Gostaria de saber o que eles acham que nós sabemos para poder saber o que fazer. – Zoe me olha com uma careta.

— São sete da manhã e eu nem tomei café, não entendi porra nenhuma do que disse.

— Tá aberta! – Alguém grita de lá de dentro e Zoe abre a porta.

— E pelo visto acordar cedo e não comer te deixa de mau humor – Zoe me lança um olhar de raiva por cima do ombro. Ergo as mãos em rendição e enquanto ela invade a cozinha da casa, fecho a porta atrás de mim e vou para a sala.

Dante dorme estirado no sofá, acho que ouve um ronco sair de sua boca, enquanto Fran desenha algo em seu rosto com uma caneta, Martina e Pietro conversam em voz baixa do outro lado do sofá, Matteo e Ettore estão no meio, comendo cereal enquanto assistem o jornal da televisão, ouço Zoe conversar com alguém na cozinha, deve ser Dean.

Tiro o crocs e piso no tapete felpudo, me encosto contra o encosto do sofá e encaro a obra de arte de Fran, Dante tem um monocelha, um bigode e um pau desenhado na bochecha, mordo o lábio para evitar escapar uma risada e pego o celular, tirando uma foto.

— Então, cadê o gravador? – Pergunto quando Fran tampa a caneta e se afasta, Dante se remexe abaixo de mim, mas não acorda. Matteo suspira e vira o rosto para mim.

— Bom dia doce irmã. – Reviro os olhos, me aproximo do encosto mais próximo de si e me inclino, deixando um beijo em sua bochecha.

— Melhor?

— Não, eu tive que me esconder na floresta e arranhei o braço. – Matteo ergue o braço, esfregando no meu rosto um pequeno corte nele.

— Explique – Peço. A voz de Zoe e Dean se aproximam da sala, e quando olho por sobre o ombro, vejo os dois saindo da cozinha com sanduiches nas mãos.

— Ettore descobriu quem tava dormindo naquele quarto e pediu para ela pegar o gravador, mas ela não poderia sair pelo hall porque tinha um idiota vigiando lá, então me entregou pela janela – Zoe se encosta ao meu lado e o cheiro de presunto sobe pelo ar, fazendo meu estomago roncar – Um deles me viu e tive que me esconder na floresta. Você não me disse que eles sabiam do gravador.

— Não achei que eles soubessem, o policial não me falou exatamente o que estava procurando.

— Eles sabem – Desvio o olhar para Dean sentado no braço do sofá perto da cabeça do irmão – De Luca me mostrou um e falou sobre ter interceptado ou algo assim, provavelmente queriam se certificar de que não havia cópias – Ele franze o rosto em uma careta e dá uma mordida no sanduiche – O que tem nele?

— É o que todos queremos saber – Fran se aproxima e dá um tapa na testa de Dante. Arregalo os olhos surpresa pelo gesto, não mais do que Dante que acorda em um pulo e quase derruba Dean – Acorda otário.

— Que merda ruiva, quer morrer? – Fran abre a boca em choque e encara o namorado.

— Não vai me defender? – Ettore, com a boca cheia de cereal, desvia o olhar da televisão, que agora passa um comercial de móveis, para ela.

— Não, você conseguiria acabar com ele sozinha.

— Sim, mas isso não significa que eu não queira que você me defenda. – Dante se vira para Dean atrás de si, e vejo quando pedaços de pão escapam da boca que eu costumava beijar, ao gargalhar do rosto de Dante.

— Você é tão confusa.

— E você é tão difícil de lidar. – Zoe me oferece o resto de seu lanche, que é literalmente só cascas e ergo uma sobrancelha.

— Ok, a reunião está ótima – Martina se levanta do sofá e desliga a televisão enquanto enfio os restos do sanduiche na boca – Mas podemos ir direto ao assunto?

— Qual é, é bom finalmente termos esses momentos de vida normal – Matteo exclama – Não aguento mais acordar e ir dormir só pensando em assassinatos.

— Você pode parar de pensar nisso quando resolvermos o caso – Dou um tapa em sua nuca – Agora cadê o gravador? – Meu irmão bufa, mas tira o aparelho de dentro do bolso do moletom.

— Dá play nisso logo, eu tô ansiosa – Zoe se estica e antes que alguém a impeça, ela dá play no gravador e todos ficamos em silencio para ouvir.

— Oi, aqui é a Kaori, se você está ouvindo isso... – Ela suspira – Talvez eu esteja morta – Engulo em seco.

— Você rabiscou o meu rosto? – Dante grita enquanto se olha pela câmera do celular – E desenhou um pau? Com caneta permanente.

— Cala a boca. – Pietro ordena quando a voz de Kaori volta a soar.

"E se isso aconteceu, quero deixar registrado tudo o que eu sei sobre ela e sobre meu possível assassino.

Nos primeiros meses em que cheguei a SMD, eu comecei a desconfiar de Zachery Ricci, o cara sempre viveu de mesada, e soube que o pai faliu dias depois dele chegar a SMD, então como ele poderia pagar bebidas para todos em um bar com mais de mil pessoas? Essa foi a minha primeira desconfiança.

A segunda, foi logo após eu tentar entrar no jornal. Eles falaram que eu precisava de uma notícia bombástica para entrar, então, eu decidi investigar sobre as mortes das garotas por overdose no campus, havia acabado de ocorrer a terceira morte na época, e todos culpavam os Ghostins. Eu queria descobrir como a droga era vendida, qual era o esquema deles, então passei a vigiar quem comprava Luccichio na universidade, e fiquei surpresa ao ver um Alpha passar as drogas.

Eu pensei em me aproximar dos Alphas, mas o único caminho que eu havia pensado, fora me aproximar de Zach, mas eu sabia que ele iria desconfiar, afinal, sempre nos demos mal, então tentei acreditar que tudo era paranoia minha e desisti do plano, então, minha melhor amiga chegou.

Uma das amigas dela, Luna Di Angelo, morreu por overdose, e sem acreditar que a garota consumiu esse tipo de substancias por vontade própria, e percebendo que a polícia e o delegado Luigi De Luca queriam arquivar o caso o mais rápido possível, ela decidiu investigar. No começo, eu não sabia, mas quando descobri, decidi voltar a investigar o caso, mas enquanto ela investigava os Ghostins, eu investiguei os Alphas.

Foi difícil no começo conseguir a confiança de Zach, e a desconfiança dele era ainda maior por causa dos boatos que surgiam de Anabela com os Ghostins, então, tive que provar que ele podia confiar em mim e revelei sobre onde ficava o porão dos Corvis, caso estejam ouvindo isso, saibam que não me sinto mal por isso.

Ele me perguntou de novo porque eu estava querendo me aproximar dele e eu disse que queria acabar com os Ghostins, queria que minha amiga não se envolvesse mais com nenhum deles, e bem funcionou.

Ela parece mexer em alguma coisa no fundo, antes de voltar a falar, todos estão tão quietos que consigo ouvir suas respirações com a breve pausa de Kaori.

Não tenho muito tempo, hoje é dia vinte e dois, acabei de brigar com Zach e temo o que isso possa gerar, então aqui vai: Zach e os garotos do time vem usando a droga fabricada pelos Ghostins, Luccichio, durante os últimos anos, desde que Dean se tornou o líder dos Ghostins, eles conseguiram acesso a elas graças a alguém chamado Michel, que sumiu do mapa,  tudo, para acabar com os Ghostins, e não, não é apenas por inveja ou uma implicância mínima, é por algo maior. O delegado De Luca é o cabeça deles. Eu não sei dizer exatamente o porquê, mas ele quer acabar com os Ghostins a qualquer custo, por isso, ele mandava os garotos matar as garotas, mas eles foram burros na escolha dos alvos, todas as garotas foram escolhidas porque tiveram algum problema com eles, e eu sei que Anabela descobriu isso, então se quiser saber, é só ir atrás dela.

Enfim, ele as mandava matar, e deixar Luccichio ao lado do corpo para incriminar os Ghostins e então, sabe-se lá o que fazer.

Ela solta um longo suspiro antes de voltar a falar, sua voz agora mais triste:

Eu vou mandar esse áudio para o delegado de Gregia e outro esconderei no banheiro de meu antigo quarto, torcendo para que Ana o encontre, então, essa próxima parte é para a minha melhor amiga:

Não pedirei desculpas por mentir para você, porque você também fez o mesmo, mas pedirei desculpar por ter lhe afastado de mim, sei que era inevitável com Zach, mas nunca fez parte do plano ter algo a mais do que uma amizade com ele, me desculpe pelo que viu e saiba que tomei álcool puro depois daquilo. Se você descobriu sobre a ordem, então provavelmente pensou que seria a próxima, e bem... você seria.

Ouço meu coração em meus ouvidos e me inclino contra o sofá.

Eles sabem que vocês estão investigando, e culpam você por tudo, porque fala sério, Dean e os outros nunca descobririam se não fosse por você, então, por isso, e após aquele episódio do vestiário, você ficou no topo da lista, mas não que isso ajude, e não quero que ajude, acho que Zach tentou ser contra isso. Eu não posso deixar isso acontecer Ana, não depois de tudo que fiz você sentir e tudo que passou, então, terminei com Zach e armei o maior escândalo, além disso, contei que sei sobre tudo, me tornando o alvo deles.

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto e meu coração se partir em mil pedaços dentro do peito. Kaori tentou me salvar, desde o começo ela fez tudo visando o bem e eu a tratei como uma vadia.

Não se sinta culpada por isso, por favor, você é minha irmã, e eu faço de tudo por voce, assim como sei que você faria por mim, então, pare de chorar, mecha essa bunda e me vingue garota, porque lá do céu ou do inferno -você sabe, aquele lance do primeiro ano talvez não passe em branco- eu irei acompanhar tudo.

Te amo maninha, e se está ouvindo... vai se foder Zach."

O único barulho que soa pela sala é dos meus soluços, me encolho contra o sofá e sinto os braços de Zoe ao meu redor enquanto meu irmão tenta secar minhas lágrimas.

— Ela quase morreu para me salvar – Minha voz sai esganiçada entre os soluços.

— Ana... – Zoe murmura contra mim – Eu sei que tudo isso é... mas foque que ela está viva e bem, foque nisso. - Nego com a cabeça, mas não consigo falar, os soluços quase me sufocam. Longos minutos se passam com todos em silencio apenas esperando eu me acalmar, o que demora muito, mas em algum momento acontece.

— Então? – Fran pergunta quebrando o silencio – O que fazemos agora?

— P-precisamos mostrar esse áudio para alguém – Afirmo e passo as mãos no rosto, secando-o, eu preciso cumprir o pedido de Kaori, depois posso a agarrar com força e implorar o seu perdão – Mas não sei quem, Zach disse que De Luca tem todos os delegados da ilha no bolso.

— Você foi atrás de Zach? – Dean se levanta, seu rosto fechado – Que merda você tem na cabeça?

— Não foi você que sumiu com seu doce irmão após falar com De Luca? Falando nisso, que merda aconteceu naquela delegacia? – Cruzo os braços quando Dean desvia o olhar para Pietro, que se encolhe, mas é Dean que responde após suspirar.

— Ele sabe de tudo, na verdade, admitiu bem na minha cara, e se ele descobrir que estamos querendo o incriminar, estamos todos fodidos.

— Ele admitiu tudo? – Ettore exclama – Me diz que você gravou. – Dean nega com a cabeça e todos soltamos um suspiro.

— Bem, eu e Ana gravamos a conversa com Zach – Martina exclama encostada contra a parede do outro lado da sala – Temos a confissão de que De Luca é um corrupto de merda, se isso ajuda.

— E com a gravação de Kaori, temos provas o suficiente. – Mordo o lábio para a empolgação de Fran.

— Se mostrarmos a gravação e as provas que temos, e se talvez ela contar o que aconteceu... sim, o pegamos – Assinto para a explicação se Zoe - Mas para quem vamos mandar tudo isso sem o desgraçado descobrir?

— Para alguém de fora da ilha? – Pietro pergunta.

— Tudo pode acontecer até esse áudio chegar neles, e sinceramente? – Dante suspira – Nossa família tem contatos fora dessa ilha, ele pode ter mais gente do lado dele.

— Então precisamos de alguém influente e de confiança – Dean assente com a cabeça – Não conheço ninguém, todos os que tínhamos contato ficaram amigos de De Luca.

— Merda, precisamos pensar em algo – Fran se levanta do chão e caminha pela sala – Não podemos acabar assim. E se mandarmos para algum jornal?

— Isso vai fazê-los fugirem – Matteo argumenta. Uma mistura de vozes começa a soar pela sala, menos Martina e Pietro que permanecem quietos, e eu, que tento pensar em outra opção sem ser essa.

Quando todos param de discutir e ficam em silencio, parecendo desistir por estarmos sem caminho e De Luca ter conseguido fechar bem o cerco, solto um suspiro e aceito a única opção.

— Eu sei como – Quebro o silencio, uma careta em meu rosto quando todos olham para mim – Mas não sei se ele ou se vocês irão topar.

— Como assim? – Zoe pergunta.

— Meu pai.

Uma mistura de emoções acontece nessa sala, surpresa, negação, raiva, choque... todas de uma só vez, até Dean começar a gargalhar e a surpresa prevalecer.

— Muito engraçado Bela – Franzo o nariz com o apelido que não vem em bom momento – Seu pai, claro, sei.

— Não entendi a graça. – Os olhares se voltam para mim, e depois para ele.

— Seu pai é um ex-policial.

— Por isso mesmo.

— E ele nos odeia.

— Ele odeia os Bianchi – Dante finge uma tosse – Mas odeia ainda mais a gangue de vocês, e se ele puder prender o suposto líder dos Ghostins, ele vai topar. Além disso, De Luca falou umas merdas para ele, ele deve estar furioso.

— Não entendi porque você não acha uma boa ideia – Fran dá de ombros.

— Francesca... – Dean tenta argumentar, mas o interrompo.

— Você tem alguma ideia melhor? – Ergo as sobrancelhas e encaro Dean, que apenas bufa – Olha, eu não fico feliz com a ideia também ok? Mas ele tem contatos, amigos que com sentimentos parecidos com o dele, é a nossa única chance.

— Merda, ela tem razão cara. – Olho agradecida para Dante, e minha tristeza diminui um pouco ao ver o desenho em sua bochecha.

— Eu não gosto do cara, mas se ele ajudar a vingar essas garotas... – Fico surpresa com as palavras de Matteo.  Pietro e Ettore apenas assentem, e isso parece fazer Dean desistir.

— Merda, ok, fale com ele, mas se algo der errado, eu não topei isso. Preciso resolver umas coisas – Dean sai da sala sem esperar mais ninguém dizer algo.

— Como se eu precisasse de sua permissão – Resmungo.

— Quando acha que ele chega? – Ettore pergunta.

— Se eu o chamar ainda hoje, amanhã.

— Ok, fechado, tudo maravilhoso, agora vou ir tirar essa merda do meu rosto – Dante sai resmungando.

— Não ofenda a minha arte – Fran grita, e recebe um palavrão de volta de Dante.

— Podemos ir? – Zoe pergunta - Quero dormir pelo resto do dia.

— Na verdade – Martina se desencosta da parede, dando um passo à frente – Podemos conversar?

— Você? Comigo? – Pergunto.

— Sim, em particular – Ela olha com as sobrancelhas erguidas para todos na sala.

Ettore bufa, mas se levanta, os outros repetindo seu gesto até ficarmos apenas eu e Martina na sala. Respiro fundo e pulo o sofá, me sentando nele enquanto ela se senta na mesa de centro.

— Não estou bem para discutir.

— Não vou discutir, na verdade, você nem precisa falar, só me ouvir.

— Não acho isso uma boa ideia, mas... – Dou de ombros – Fala.

— Eu queria pedir desculpas – Ergo as sobrancelhas, surpresa – E sua surpresa me ofende, você me acha tão sem coração assim? Não responda – Ela ergue o dedo em ameaça e engulo a resposta que tinha pronta para dar – Pensei no que você me disse, e percebi que fui sim egoísta e hipócrita – Ela franze o rosto – Não só com você, mas com meu irmão também.

— Fico feliz que tenha notado.

— É, infelizmente tarde demais, meu irmão poderia estar... bem agora – Ela suspira – Mas não quero que seja tarde demais com você, então... me desculpe também por tudo que falei após descobrir sobre meu pai, é só que... ele é, ou era, meu pai, acho que a ficha só caiu agora depois de ouvir aquele áudio.

— Tudo bem, aceito suas desculpas – Ela parece aliviada – E sinto muito por estar passando por tudo isso também, imagino como está se sentindo.

— É, é uma merda saber que a única família que te restou, não presta.

— Não diga isso, quero dizer, você ainda tem seu irmão e seus primos contigo, eles são sua família, e as vezes, eles prestam. – Ela revira os olhos, mas a vejo lutar contra um sorriso.

— Você sabe... imagino que você e Dean não estão em um bom momento, e mesmo se tudo acabar dando errado, o que eu espero que não de, mas não irei me meter – Assinto – Ainda assim, você também faz parte dessa família, e não só porque é irmã de Matteo.

— Tá dizendo que somos amigas Martina? – Ela franze o rosto.

— Não me faça parecer uma garotinha emotiva.

— Nunca faria isso – Reviro os olhos e encolho os ombros – Mas é bom saber disso, de alguma forma, todos vocês se tornaram especiais para mim, e espero que após tudo isso se resolver, possamos nos conhecer melhor.

— Eu também garota, e espero que caso não dê certo com meu primo, eu seja a primeira opção em sua lista. – Solto um riso, meu celular vibra em meu bolso e quando leio a mensagem de tia Hinata na tela, sinto meu coração disparar.

— Tá tudo bem? – Martina toca a minha perna e ergo o olhar para ela.

— Kaori acordou. – Ela arregala os olhos.

— Então é melhor você vazar daqui.

Entro no quarto de Kaori devagar, mesmo sabendo que ela está acordada e bem, de acordo com sua mãe ela não tem nenhuma sequela, ainda assim temo o que vou encontrar.

— Entre logo antes que eu arranque esses fios e te trague para cá – Sua voz soa tão rouca quanto da última vez, mas é o suficiente para me fazer fechar a porta e correr em sua direção, abraçando seu corpo em seguida – Ok, eu senti sua falta, mas está me sufocando.

— Me perdoa – Murmuro e alivio o aperto – Me desculpa, me desculpa por ter te chamado de vadia, ter duvidado de você e por não ter te considerado mais minha melhor amiga.

— Você nunca me chamou de vadia. – Me afasto de K e me sento ao lado de seu braço na cama, seu braço com fios ligados a ele e que me fazer querer voltar a chorar.

— Não, mas eu pensei – Solto um soluço – Você salvou minha vida, e eu me odeio por isso – K suspira.

— Você faria o mesmo por mim.

— Faria. – Assinto.

— Então não se sinta mal.

— Isso não faz o menor sentido – Solto outro soluço e K dá risada e aperta minha mão.

— Então, você achou o gravador?

— Sim – Passo os dedos por baixo das pálpebras e respiro fundo, engolindo o choro – Eu sabia de tudo aquilo, mas ouvir de outra pessoa...

— Parece ainda mais louco?

— Um pouco – Ela suspira e assente.

— O que vão fazer?

— Bem, descobrimos que De Luca tem todos os delegados da ilha no bolso.

— Merda, isso faz sentido.

— E ele pegou o gravador que você ia mandar para Gregia – Ela arregala os olhos – Então, nem pense em andar por aí sem mim ou os outros por perto e um canivete.

— É estranho eu ficar feliz por isso?

— É. Enfim, vou pedir ajuda ao meu pai – Ela franze a testa – Ele tem contatos, e sinceramente, não vejo outra opção.

— As coisas vão pegar fogo quando ele conhecer os Bianchi's, por favor, me espere receber alta para ver isso ao vivo.

— Infelizmente ele chegará amanhã e você não terá alta ainda – Ela bufa – Mas provavelmente Zoe ou Fran gravarão para você.

— Zoe ou Fran – Ela franze o nariz – Podemos falar sobre as garotas pelas quais você me substituiu? – Abro a boca em choque.

— Ei, primeiro, tem muito espaço no meu coração para vocês três, e segundo... – Aperto a sua mão – Não importa o quanto tentasse, você nunca deixaria e nunca deixará de ter um espaço no meu coração K.

Venerdi

No dia seguinte, pensei que estava nervosa o suficiente, mas nada se compara há como estão os outros assim que os vejo, Matteo já foi no banheiro duas vezes desde que cheguei, a dez minutos, e Dean nem está na sala.

Meu celular vibra em minha mão e vejo uma mensagem de meu pai, avisando que está entrando na rua. Bloqueio a tela e me levanto, todos me olham assustados, provavelmente porque ninguém, além de meu irmão, se mexeu até então. Zoe solta um riso, se divertindo da situação.

— Cadê Dean? Meu pai está chegando.

— No quarto dele, enrolando pra descer – Reviro os olhos e dou as costas, decidindo trazer o idiota para cá nem que seja arrastado.

Paro em frente à porta de Dean e bato duas vezes, então espero, Dean resmunga um entre. Ele está parado em frente ao guarda roupas, vestindo somente uma calça jeans preta, o torço nu. Ele analisa o interior do móvel com os braços cruzados e o rosto pensativo, há várias blusas jogadas no chão ao seu redor e em cima da cama. Ele só me olha quando fecho a porta atrás de mim, fica tenso e olha as roupas no chão antes de desviar a atenção para mim novamente.

— Tá planejando uma doação?

— Não – Ele resmunga com uma careta enquanto pega algumas blusas e volta a jogar no chão, ele tem mais blusas do que eu – Preciso de uma blusa.

— Você tem várias – Apoio meu corpo contra a escrivaninha – Escolhe uma.

— Não é tão simples – Semicerro meus olhos até finalmente entender.

— Você tá se arrumando pro meu pai? – Dean me olha assustado, seu rosto começa a adquirir um tom rosado e eu solto uma risada em completa surpresa.

— Não – Minha risada sai mais alta e ele fica nervoso – Eu não tô – Tento segurar o riso quando e então a campainha da casa ressoa. Dean fica tenso e eu paro de rir – Merda – Ele se abaixa e volta a mexer nas blusas.

— Escolhe uma preta, em luto pela merda que vai acontecer – resmungo e vejo Dean me encarar pelo canto do olho.

— Obrigado, estou bem mais tranquilo agora, na verdade, me fez lembrar que eu disse que essa era uma má ideia – Respiro fundo.

— Era a única ideia – Ele revira os olhos – Fala sério, e aquele papo de confiança? Você deve ter enfiado no cu pelo visto. – Ele cruza os braços e me olha sério.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

— Tem sim Dean, é claro que tem – Ele bufa e me afasto, abrindo a porta - Além do mais, ele já deve te odiar, a roupa não vai mudar em nada isso – Saio do quarto e fecho a porta na hora em que Dean solta um palavrão. Já no corredor, vejo uma outra porta se abrir, revelando Matteo, nem vi quando ele subiu. Ele trocou de roupa, agora, veste um terno, terno – Ok...

— Tá muito ruim? – Ele puxa a gravata – Achei a outra roupa muito simples, mas acho que dei o nó errado, merda, tá quente aqui? – Ele puxa o colarinho.

Me aproximo de meu irmão com calma, e quando estou próxima o suficiente, seguro suas mãos e a afasto de seu pescoço.

— Matteo – Chamo sua atenção, ele me olha nervoso – Você não tem que o impressionar – Ele franze os lábios – Ele não merece que você fique nervoso, o único que tem que impressionar e ficar nervoso é ele, que perdeu a oportunidade de ver o quão incrível você é –Engulo em seco nervosa quando vejo os olhos do meu irmão se encherem de lágrimas – Eu gostaria de ter conhecido esse garoto tão incrível antes – Matteo funga antes de passar os braços ao meu redor e me abraçar com força. Encosto a cabeça em seu ombro e retribuo o abraço.

— Eu te amo Ana – Sua voz soa entrecortada e meus olhos se enchem de lágrima – Tenho a melhor irmã do mundo – Deixo um beijo em seu rosto e nos afastamos quando a porta do quarto de Dean, atrás de mim se abre. Matteo passa as mãos sobre os olhos e dá alguns passos para trás – Vou trocar de roupa. – Assinto com a cabeça e sem mais explicações, Matteo volta para o quarto e fecha a porta. Respiro fundo e me viro para Dean. Ele trocou a calça jeans escura por uma de lavagem clara e vestiu uma blusa branca de mangas cumpridas.

— Acho que a visita do meu pai tá mexendo muito com vocês – Ele bufa.

— Nunca mais quero ele nessa casa – Começamos a caminhar juntos até o final do corredor, em direção as escadas.

Assim que começo a descer as escadas, vejo Martina, Pietro, Dante, Ettore, Francesca e Zoe em frente ao meu pai. Eles mal saíram da entrada da casa, estão parados no meio do corredor entre a cozinha e a sala, todos se encarando, analisando uns aos outros. Assim que termino de descer as escadas, com Dean atrás de mim, o olhar do meu pai se desvia para mim, ele está nervoso, estressado, mas acima de tudo, posso ver a curiosidade transbordar de seus olhos. Mandei uma mensagem que apenas dizia para ele vir para cá, nenhuma outra explicação, só porque sabia que ele ficaria ansioso.

— Seus amigos já estão todos aqui? – Reviro os olhos com o seu tom debochado.

— Falta um – Assim que termino de falar, Matteo desce apressado as escadas, olho para ele quando ele para ao meu lado, ele trocou o terno por uma calça moletom preta e uma blusa com os dizeres "foda-se" preta. Sorrio com sua atitude. – Agora sim – Volto a olhar para o meu pai, que está com os braços cruzados e desvia o olhar entre mim, Matteo e Dean, ambos ao meu lado.

— Ótimo – Ele respira fundo, nenhum dos outros parece querer falar, pelo visto vai ficar tudo por minha conta.

— Preciso da sua ajuda – Tomo a frente com um passo – Precisamos, na verdade.

— Não ajudo criminosos. – Dante solta um riso.

— Coragem insultar os criminosos na casa deles. – Ettore acompanha Dante. Reviro os olhos, prevendo a briga que poderá ocorrer se eu não impedir.

— É o seguinte – O olhar do meu pai se desvia da dupla e volta para mim – Precisamos de você para prender De Luca.

— Então agora você quer minha ajuda? – Reviro os olhos.

— Quer realmente falar sobre isso agora? – Cruzo os braços, o encarando, todos ficam em silencio apenas vendo a cena entre nós se desenrolar – Estou pedindo sua ajuda porque sei que odeia injustiças – Tento ignorar o quanto ele mentiu para mim – E porque sei que quer se vingar – Isso chama a atenção dele, ele desvia o olhar para Dean, atrás de mim.

— Eu tenho uma condição – Sinto a galera ficar tensa atrás de mim – Mas só direi a você – Ele aponta para Dean, e eu me viro nervosa para ele. Dean está com o rosto fechado, a máscara que sempre usa quando quer passar o papel de líder – Você é o líder, não é? – Quero argumentar, mas Dean dá um passo à frente.

— No meu escritório?

NOTAS FINAIS
Olá amores, como vãooo? Todos de bem com a nossa K?

Próximo capítulo vai pegar fogooo

Eu queria avisar que a minha entrevista para o Wttp_Projects está no ar!!! Caso queiram dar uma lidinha, é só ir no perfil deles, a minha é a número 26, ou, se preferirem, o link tá no meu mural no perfil.

Sobre o grupo no whats, amoresss, vai rolar, eu vou liberar lá no epílogo da história porque ai a gente aproveita e surta junto pelo prólogo de Fuggitivi, ok? Espero voces lá, por enquanto, até domingo meus amores e obrigada pelos 76K

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