Onze horas antes.
Niall
Foi pouco tempo depois de eu ter chegado que começámos a jantar. Uma grande parte da família de Travis encontrava-se à volta da mesa – pelo menos umas vinte pessoas, diria. Eu estava numa das pontas e o anfitrião na outra. Conseguia observar toda a gente facilmente e, no entanto, não conseguia retirar os meus olhos de uma pessoa em específico – sentada ao lado direito do seu pai, Olivia soltava algumas gargalhadas quando um rapazinho com uns cinco anos, sentado à sua beira, falava com ela.
Iríamos comer cabrito, um dos meus pratos preferidos, e todos pareciam entusiasmados para isso, exceto umas quatro crianças mais pequenas que apenas tinham vindo a acompanhar os pais. Todos conversavam alegremente, tendo sempre em atenção não me fazerem sentir excluído, e passavam os recipientes com comida de mãos para mãos para irmos passando a comida para os nossos pratos. Não pude deixar de reparar que a minha ex-companheira de cela decidiu recusar a carne e colocou no seu prato apenas batatas cozidas, arroz e salada. Não conseguia parar o meu olhar de viajar até ela, mas ela não olhou para mim uma única vez.
Não sabia se me devia sentir desapontado ou feliz por isso. A verdade é que eu não sentia nada – estava completamente indiferente a ela ou, pelo menos, à pessoa que eu conheci há quase treze anos atrás, porque era-me impossível retirar os olhos desta nova mulher, que não se parecia nem um pouco com a rapariga que me partiu o coração.
Travis levantou-se, quando a maior parte de nós já tinha acabado o prato principal, com o seu copo de vinho meio vazio na mão. Era fácil perceber que aquele copo já tinha sido cheio várias vezes durante a noite. Pousou o seu olhar em mim e mostrou-me um sorriso.
"Quero fazer um brinde!" Exclamou, entusiasmadamente. "À minha pequena, Emily, e ao homem que tornou possível algo que todos diriam que seria impossível – calar a minha ex-mulher de uma vez por todas!"
Ouviu-se um barulho um pouco estranho, como alguém a dar um murro na mesa, e todas as cabeças se viraram para Olivia. Os seus olhos estavam encharcados; ela fez um rabo de cavalo desajeitado, nervosamente, antes de arrastar a sua cadeira ruidosamente para trás e se levantar.
"Não acredito que estejas a celebrar o facto de a mãe estar destroçada." Limpou os seus olhos, de forma um pouco violenta, e abanou a cabeça em incredibilidade. "E eu não vou ficar aqui a ouvir-te fazê-lo."
O seu pequeno corpo passou rapidamente atrás das cadeiras onde os seus familiares estavam sentados, apenas sendo parado por uma mulher que devia ter cerca de mais dez anos que nós, mas Olivia ignorou-a. Veio contra a minha cadeira, distraidamente, e desculpou-se, olhando-me apenas por uns segundos. Apressei-me a abanar a cabeça negativamente, dando-lhe a conhecer que não me tinha magoado.
O seu pai ainda a tentou chamar, no entanto, a porta da entrada fechou-se pouco depois de ela se levantar. Na sala de jantar, entreolhámo-nos por uns segundos, como a fazer um pacto para não falarmos sobre o que acabara de acontecer, e a conversa retomou, pouco tempo depois. Contudo, eu não conseguia deixar de pensar no que estaria a passar pela cabeça da minha ex-companheira de cela naquele exato momento – então, decidi tentar descobri-lo.
"Com licença." Murmurei, antes de me levantar da cadeira.
***
okay isto é de mim ou eles são a coisinha mais pura e mais linda de sempre HA E VOCÊS AINDA NÃO LERAM O PRÓXIMO CAPÍTULO
look at me!!!! i'm on a roll
amo-vos e até ao próximo capítulo
ps: quero agradecer a Deus pelo ed sheeran
obrigada, de nada
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