Dezasseis horas antes.
Olivia
Niall ganhou o caso e, consequentemente, o meu pai ficou com a custódia da minha irmã.
A minha mãe já previa isso e estava completamente destroçada; passei o tempo todo que estivemos dentro da sala de tribunal a consolá-la, no entanto, o meu ex-companheiro de cela não abandonava os meus pensamentos nem por um segundo e perguntava-me se ele também ficara a pensar em mim.
Ele parecia ter lido a minha mente pois, do outro lado da divisão, envolveu uma rapariga mais ou menos com a nossa idade nos seus braços e beijou os seus lábios. Os seus olhos eram verdes e os seus cabelos castanhos escuros, com um corte semelhante ao que eu usava quando conheci Niall. Não pude deixar de reparar que os seus traços eram idênticos aos meus e, apesar de saber que a sua escolha de companheira não tinha nada a ver com o facto de ela se parecer comigo (tendo em conta que ele já tinha deixado bem claro que já me ultrapassou há bastante tempo), não conseguia deixar de sentir alguma esperança.
A verdade é que não o podia culpar por ter seguido em frente ou mesmo por não me querer dirigir a palavra. Depois de lhe ter dito tantas vezes que o amava, eu afastei-o completamente, confessando que tudo o que vivêramos juntos tinha sido uma mentira. Contudo, o facto de eu ter afirmado isso é que foi a grande mentira.
O loiro e a tal rapariga afastaram-se. Ela ficou a falar com o meu pai e ele dirigiu-se à grande porta que abria caminho para fora do tribunal – local do qual eu estava bastante perto. Informei a minha mãe e a minha irmã de que precisava de ir a um sítio e apressei-me a colocar-me em frente ao meu ex-companheiro de cela, antes de ele abandonar o estabelecimento.
"Deixa-me falar contigo! Eu preciso de te explicar o que aconteceu." Atirei, imediatamente, e ele limitou-se a pressionar os seus lábios numa linha, antes de me responder:
"Eu não sou burro." Declarou, com uma indiferença que eu não imaginava que era possível uma pessoa sentir. "Eu sei que estiveste, efetivamente, apaixonado por mim e que me mentiste. Apenas nunca percebi porquê de o teres feito." Encolheu os ombros. "Talvez tivesses deixado de gostar de mim e simplesmente ficaste arrependida por teres estado comigo. Não sei; mas, agora, também não quero saber."
Com o seu discurso terminado, Niall tentou abandonar a minha presença o mais rapidamente possível, mas eu agarrei o seu braço antes de ele o conseguir fazer. As mangas da sua camisa estavam ligeiramente arregaçadas, o que fez com que as nossas peles se voltassem a tocar, depois de tanto tempo; e, mesmo depois de todo este tempo, eu ainda senti os arrepios que costumava sentir sempre que lhe entrávamos em contacto físico – adormecidos, no início, no entanto, não duraram muito a atingir-me intensamente.
Apercebi-me de que ele ficara a olhar para o local onde as nossas peles se uniam mas, sem dizer nada, quebrou a união com a qual eu sonhara durante anos.
"Eu posso explicar tudo o que te disse." Fechei os olhos, por uns momentos escassos, e respirei fundo, tentando ganhar energia e coragem suficiente para conseguir encará-lo – falhei miseravelmente. "Por favor." Murmurei, praticamente sem forças. Apenas o seu toque tinha-me afetado bastante, contudo, o facto de ele se ter afastado afetou-me ainda mais.
"Olha..." Começou; e eu sentia-me como uma caloira prestes a ser rejeitada por um rapaz do último ano. "O caso do teu pai é importante e tem muita papelada que precisa de ser tratada. Depois falamos."
E foi-se embora, deixando-me, ali, especada.
Foi-se embora, antes de eu ter tempo para processar as suas palavras e formular uma resposta em condições que não fosse soltar apenas um "Fica."
Foi-se embora, mais uma vez.
A verdade é que eu nós não iríamos "falar depois," tal como ele prometera. E eu sabia perfeitamente bem disso.
Não tínhamos o contacto um do outro e era bastante improvável que nos voltássemos a encontrar. Sempre podia pedir o seu número ao meu pai, porém, eu não queria voltar a humilhar-me: já bastou o facto de lhe ter implorado para me ouvir no meio de toda aquela gente.
Talvez apenas não estivéssemos destinados a estar juntos.
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okay estou a ver se gosto do formato de "tantas horas antes" e acho que estou a gostar
encaixa-se relativamente bem com a história mas, ao mesmo tempo, significa que alguns capítulos vão ser minúsculos e outros vão ser enormes
... OH HEY! ainda estão a ler isto? desculpem, não vos tinha visto aí xp
eu já escrevi o próximo capítulo e é minúsculo, por isso, não vejo razões para vos fazer esperar (muito xp): vou publicá-lo amanhã ao fim da tarde/início da noite ^-^ (a não ser que decida fazer algo... mas eu amanhã já vos digo alguma coisa, ou num capítulo novo ou numa nota xp)
amo-vos e até ao próximo capítulo
ps: pessoas do futuro, não me dêem spoilers do que vai acontecer entre eles porque, honestamente, nem eu tenho bem a certeza D: estou a deixar-me levar um pouco, mas sem me afastar das coisas que tenho planeadas
mas eu quero saber a opinião das pessoas que estão a ler no presente xp acham que ainda vai acontecer algo entre eles ou acham que eu sou capaz de me livrar completamente do niall e seguir a olivia numa história de amor com outro rapaz qualquer? xp
pps: aproveito para vos pedir os vossos tumblrs (se tiverem) porque eu tinha tantas saudades de estar 24/7 no tumblr mas não gostava do meu tumblr antigo e acabei por criar um novo... e agora não tenho nada na minha dash :((
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