CAPÍTULO 10
Cheguei em casa cheia de compras, eu tinha passado no mercado e comprado algumas coisas.
Só de ver a alegria da Pedrinho meu coração encheu de felicidade.
— Quando eu ganhar mais dinheiro vou comprar um carro grandão pra você, tá bom? — falei pro Pedrinho que comida uma barra de chocolate.
— Promete?
— Prometo
— Eba! — ele saiu correndo pela sala em direção ao corredor — Pai! A Mel vai me dar um carro grandão!
Um pequeno sorriso brotou em minha boca ao ver todo empolgado.
Arrumei todas as compras no armário e depois abri uma marmita e almocei.
— E como foi no trabalho? Nem vi você chegando.
Meu pai passou por mim que estava sentada no chão fazendo minhas atividades e me deu um beijo na cabeça.
Eu não conguia olhar nos olhos dele.
— Foi bem legal, o dono até me deu o salário adiantado.
— Eu vi. Comprou comida, só falta o gás — ele falou — O que foi esse ralado no braço?
— Fui atropelada, mas tá tudo bem. O carinha até me chamou pra sair hoje, como pedido de desculpas.
— Mel, sabe que confio muito em você nas não quero você saindo com estranho. Sabe como estão as coisas, muitas meninas sendo morta por aí.
— Eu conheço ele do colégio e da festa que eu fui.
— Eu quero conhecer ele, tá? — assenti — E toda cuidado na hora de voltar pra casa também.
— Eu volto na van da empresa, tá bom pra você? — ele sorriu — E pai, o dinheiro que recebi antecipado é pra pegar o aluguel atrasado, tá?
— O dinheiro é seu, Mel. Deixa que eu resolvo esses problemas depois.
— Não pai. Esse dinheiro é nosso. Eu tô trabalhando exatamente pra isso.
— Você é a melhor coisa que eu tive na vida.
[...]
O tempo tinha passado muito rápido mas tinha dado tempo de fazer tudo o que tinha pra fazer.
Minha mãe como sempre tinha saído e voltou bêbada e com sangue na blusa e o nariz sangrando, parecia que ela tinha apanhado na rua.
Mas apesar de tudo eu tentei não desanimar e me arrumei. Vesti um vestido rosa soltinho e uma sandália preta rasteira.
Estava quase pronta, só estava passando uma chapinha.
— Mel! Seu amigo chegou — o Pedrinho entrou no quarto correndo.
Comecei a passar a chapinha mais rápido e depois passei a escova deixando solto.
Terminei e senti um friozinho na barriga que me fez sorrir.
Entrei na sala e o Gustavo estava no sofá conversando com meu pai.
— Estava aqui falando pro Gustavo que é pra ele cuidar bem de você, por que só tenho uma princesa e a coisa mais importante da minha vida.
Só podia ser meu pai mesmo.
— Pode deixar, se depender de mim a sua filha vai ser a menina mais cuidada do mundo. Inclusive trouxe isso aqui pra você.
Ele me entregou um buque de flores que era a coisa mais linda. Era grande é bem cheirosa.
— São lindas, não sei nem o que dizer, muito obrigado — meu sorriso abriu.
Nunca tinha ganhado flores antes. Fui até a cozinha e coloquei as flores dentro de um vazo com água, eu estava totalmente encantada com o Gustavo.
— Agora só não pode me atropelar de novo — geral gargalhou
— Não vou, prometo.
Minha mãe entrou na sala meio que cambaleando. Foi direto pra geladeira e pegou a água e fechou a porta da geladeira com força.
O Gustavo olhava aquilo intrigado.
— Essa é minha mãe.
— Quem é esse? Tem cara de rico — falou enquanto soltava a fumaça do cigarro — Ver se dá o golpe da barriga pra ver se a gente sai da merda.
Agora minha mãe tinha passado dos limites, sempre que ela me via feliz ela tinha prazer em me diminuir e humilhar. Minha vontade naquele momento era abrir um buraco e colocar minhas cabeça dentro de tanta vergonha.
— Débora! Porra! — meu pai falou furioso.
— É melhor a gente ir né
— Vamos, tchau seu Romario e dona Débora.
— Cuida bem da minha garota.
— Pode deixar.
Saímos e minha cara de envergonhada não saiu do meu rosto, apesar de o Gustavo parecer não se importar.
O Gustavo abriu a porta do quarto pra mim e eu entrei e logo em seguida ele entrou também.
Eu tinha certeza absoluta que esse carro não era o mesmo do outro dia, esse era um Fiat toro preto e o outro se não me engano era um jaguar.
— Parece que seu pai ama muito você né? — ele falou já dirigindo em direção a algum lugar.
— Muito, meu pai e tudo que eu tenho no mundo.
— Lá também é assim, mas ao contrário. Pra mim o meu mundo é a minha mãe, acho que a mulher mais encrivel — ele falava da sua mãe com brilho nos olhos — Quando você for lá em casa conhecer ela você vai ver o quão incrível ela é.
— E seu pai? Porque minha mãe você já viu como é.
— Meu pai é um cara frio sabe, minha mãe ama muito ele mas ele não dá muito bola pra ela. Acho que só estão casados por causa da empresa e pelo esforço continuo da minha mãe. Você vai ver tudo isso quando for lá.
Olhei a rua que estava totalmente iluminada e os grandes prédios com as luzes acesas.
— Onde vamos? — perguntei vendo que não conhecia o lugar.
— Em um restaurante.
— Mas eu tô muito simples.
— Você tá linda, relaxa.
[...]
Chegamos em um restaurante que era a coisa mais linda do mundo; a frente era toda em vidro, parecia bem chique.
Entramos e o garçom veio logo nos atender, não entendia nada do que estava escrito mesmo assim fiz o pedido.
O Gustavo era muito fofo e engraçado.
Ele me fazia sentir tão leve em meio a tudo que eu estava passando. Tem pessoas que sabem tirar o seu melhor e o seu pior e o Gustavo sabia tirar o meu melhor.
Jantamos e tudo estava tão gostoso.
O tempo tinha passado no piscar de olhos.
— Sou péssimo em linguagens, o que eu gosto mesmo é de matemática, física — Gustavo falava enquanto íamos em direção ao carro dele.
— Já eu sou totalmente ao contrário, amo linguagens e não gosto de matemática. Mas eu quebro um galho.
— Já reprovei dois anos perdendo em português e inglês
— Se quiser eu posso te ajudar.
— Eu quero mesmo.
— É só falar o dia.
— Pode ser amanhã a tarde depois do colégio? Por que eu trabalho e só vou ter amanhã de folga.
— Tá, depois do colégio então — sorrir.
O Gustavo me levou em casa.
Nós vínhamos conversando.
— Até amanhã então — ele tentou me cumprimentar todo desajeitando.
Eu também não sabia como cumprimentar ele, então saiu um abraço todo errado.
— Até amanhã — sorrir pra ele que sorriu de volta.
Assim que me virei pra sair o mesmo puxou meu braço com delicadeza e me puxou pra ele me dando um selinho.
Encostamos nossas cabeças uma na outra e abri meus olhos e logo após ele abriu também e logo começamos um beijo lento. Gustavo colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e segurou minha nuca me trazendo mais pra ele. Passei minha mão pela lateral da sua barriga fazendo intensificar o beijo.
O beijo do Gustavo era extraordinariamente bom, nunca beijei ninguém com um beijo tão bom.
Assim que a falta de ar começou nos paramos o beijo.
Era incrível sentir o que eu estava sentindo, apesar de não saber bem o que era.
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