Capítulo 22: Decisões
Eu e Robert já estávamos juntos a um ano e meio, o tempo havia se passado tão rápido como o vento. Nós estávamos felizes e mais do que satisfeitos com a nossa vida.
Minha carreira estava indo super bem, assim como a de Robert, e nosso relacionamento estava melhor que nunca. Com esse tempo, conseguir ter uma relação bastante afetiva com a família dele também, eu já me sentia como uma Pattinson.
Ana e Tom também ainda estavam juntos, finalmente estavam namorando, e agora moravam bem pertinho de nós. Tudo estava maravilhoso.
— Bom dia, meu anjo. — Acordei com Robert alisando minha bochecha e me dando beijinhos de leve.
— Oi... — Bocejei. — bom dia.
— Como você tá? Se sente melhor? — Ele perguntou.
Nos últimos dias, vim sentindo cólicas bastante fortes e eu não sabia porquê, mesmo menstruando eu quase não sentia dores durante meu ciclo. E no momento eu só queria ficar deitada o dia inteiro com uma compressa de água quente sobre a barriga. Nem trabalhar eu estava conseguindo direito.
— Não muito. — Respondi. — Ainda tô sentindo umas pontadas no útero.
— Será que isso é normal? Não lembro de você sentir isso quando tava menstruada.
— E realmente eu não sentia.
— Acho melhor você marcar um médico.
— Vou tentar ir na minha ginecologista hoje.
— Tá bom, vou ir tomar um banho pra poder ir trabalhar.
— Ok, vou enrolar na cama mais um pouquinho. — Me encolhi.
— Tá. — Ele sorriu e foi para o banheiro.
Infelizmente, nem ficar deitada estava aliviando minhas cólicas. Então decidi levantar para poder tomar algum remédio contra dor.
Para a minha surpresa, ao sair da cama, vi o lençol com uma mancha de sangue. Nos últimos anos, aquilo nunca tinha me acontecido, o que me deixou bem preocupada.
Então escondi aquela coberta manchada no fundo do cesto de roupa suja que tinha no closet e comecei a me vestir, eu precisava ir à médica a todo custo.
Por sorte, a secretária dela havia conseguido uma consulta para mim naquele mesmo dia após eu mandar mensagem dizendo que precisava vê-la urgentemente.
— Ué, vai sair? — Ele questionou ao me ver arrumada. Robert estava tão sexy com aquela toalha branca cobrindo a parte de baixo de seu corpo, era uma pena eu estar menstruada...
— Vou, consegui falar com a médica.
— Tá bom, que horas você volta?
— Acho que na hora do almoço.
— Ok, vou tentar vir almoçar com você.
— Tá bem, até mais tarde. — Beijei sua bochecha. — Te amo.
— Também te amo.
Peguei minha bolsa e as chaves do carro e logo saí de casa. O consultório da médica ficava no centro de Los Angeles, então peguei um trânsito infernal para conseguir chegar até lá.
Mas depois de uma hora dentro do carro, finalmente cheguei ao meu destino. A clínica era como uma casa, era bastante aconchegante. Acho que era o único consultório médico que eu realmente gostava de ir.
Fiquei sentada na recepção por poucos minutos aguardando minha vez. Até que a doutora me chamou e eu entrei dentro de sua sala.
— Quanto tempo que eu não te vejo, Rebeca. — Ela foi simpática.
— Pois é, já faz um tempinho.
— Me conta o que tá acontecendo. Minha secretária disse que você ligou pra ela dizendo que era urgente.
— É, bem... nos últimos anos minha menstruação sempre era bem fraca e eu não sentia nenhuma dor. Mas agora esse mês ela veio extremamente forte e eu tô sentindo muitas dores.
— Entendi, mas você sente outra coisa além disso? — Ela anotou tudo no computador.
— Não.
— Certo... eu vou te passar uns exames pra fazer, ok? Um ultrassom de abdômen, um transvaginal e um hemograma. Mas vai ser só pra desencargo de consciência.
— Por que?
— Porque eu acho que seu problema é outro.
— Qual, doutora? — Já comecei a me assustar.
— Sua ficha diz que você implantou seu DIU a cinco anos atrás, exatamente no dia treze de abril de 2010. Ele venceu no mês passado, Rebeca, é por isso que você sentiu seu fluxo mais intenso e doloroso. A função hormonal dele já não tá fazendo efeito.
— Então... o que eu devo fazer?
— Você está em uma união estável com algum homem? Namorado, noivo ou marido?
— Sim, tô morando com o meu namorado a um ano e meio.
— Certo, você tem duas opções. Primeira: você pode colocar um DIU novo e prevenir gravidez por mais cinco anos. Segunda: retirar o DIU e conversar com o seu parceiro sobre a possibilidade de um filho.
— Um filho? — Meu coração disparou.
— O que? Você não pretende ser mãe?
— Bom... sim, mas nunca amadureci essa ideia com o meu namorado.
— Posso te dar um conselho? Como amiga e como médica.
— Claro.
— Você já tem 28 anos, Rebeca. Quanto mais a mulher vai adquirindo idade, mais aumenta a probabilidade de riscos durante a gestação. Se colocar outro DIU agora, o ideal é que você retire ele só daqui a mais cinco anos, que é quando você terá 33 anos.
— Aumentando os riscos. — Respondi para mim mesma.
— É. Mas é você quem decide. Tipo, é claro que você pode pôr o DIU de novo e tirar antes do prazo de cinco anos, mas ainda assim é uma bomba de hormônios no seu corpo, pode dificultar a gravidez.
— Hum... — Não soube o que responder.
— Olha, faz o seguinte, conversa com o seu namorado, vê o que ele acha da ideia. Se vocês dois aceitarem a ideia de ter um bebê, tudo bem. Se não, você pode voltar aqui comigo assim que possível pra a gente implantar um novo DIU.
— Tá bom, nós vamos conversar.
— Ótimo.
— Obrigada por me atender, doutora. — Me levantei da cadeira e caminhei em direção à porta.
— Não a de que!
Saí da clínica bastante pensativa, pois o que foi conversado dentro daquele consultório era algo bastante sério. Robert e eu nos amávamos muito, porém nunca tínhamos debatido sobre a ideia de ter um filho.
E por incrível que parecesse, era algo que eu queria, era uma vontade que agora estava mais desabrochada que nunca, mas será que meu namorado tinha a mesma vontade que eu? Era preciso descobrir.
Quando cheguei em casa, vi a Mercedes de Robert estacionada na garagem, ele já havia chegado do trabalho. Comecei a ficar um pouco nervosa para vê-lo e conversar sobre o que foi falado com a médica.
Ao entrar, senti um cheiro ótimo de comida vindo da cozinha, Robert estava fazendo o almoço, o que podia ser praticamente considerado como um milagre.
— Você é algum impostor, por acaso? Pelo que eu saiba, o meu namorado não cozinha. — Eu o abracei por trás enquanto ele estava na beirada do fogão.
— Só quis fazer um agrado pra minha namorada.
— O que é isso? Tá cheirando bem. — Olhei a panela mais de perto.
— Bife ao molho de tomate. É o único prato que eu sei fazer. — Ele riu.
— Deve tá gostoso, com certeza. Gostoso igual ao cozinheiro. — Dei uma palmada em sua nádega esquerda para fazer graça.
— Ai, doeu.
— É ruim, né? Quando você tá distraído e batem na sua bunda. Tô só devolvendo na mesma moeda.
— Até parece que você não gosta quando eu faço isso.
Quando o almoço ficou pronto, nós nos servimos e começamos a comer na mesa da cozinha, a qual era menor que a da sala de jantar. Aquela mesa nos dava a oportunidade de ficarmos mais próximos um do outro, facilitando o início da conversa.
— Rob, será que a gente poderia conversar?
— Já me dá logo um medo quando você fala assim.
— Não é nada grave, prometo.
— O que foi?
— Eu conversei com a ginecologista hoje e ela disse que provavelmente meu fluxo tá alterado por causa do DIU.
— Qual é o problema com o DIU?
— Tá vencido.
— Ah... — A reação dele foi indecifrável.
— Bom... eu tô um pouco nervosa pra conversar sobre isso, mas é necessário. A médica me deu duas opções, ou eu coloco outro DIU e fico segura por mais cinco anos, ou... — Fiquei nervosa para dizer a outra opção.
— Ou...?
— Ou eu tiro o vencido e... começo a pensar em ter um bebê. — Falei e Robert engasgou.
— U-um bebê?
— É... acho que podíamos tentar. Eu já tenho 28 e você tem 29... talvez já esteja na hora.
— É uma decisão bem séria a se tomar, Rebeca.
— Eu sei, por isso quero saber sua opinião.
— Nem sei o que dizer. — Robert respirou fundo.
— Você não quer... — Esmoreci.
— Não, meu amor, é claro que eu quero. O que eu mais quero é formar uma família com você.
— Então qual é o problema?
— Só é meio... sei lá... assustador. E se eu não for um bom pai?
— Rob, é claro que você vai ser um bom pai. — Acariciei seu antebraço para acalmá-lo.
— Esse bebê vai ser a minha vida, Rebeca, não vou poder falhar com ele. — Ele passou a mão no cabelo. Robert sempre tinha esse tique quando estava tenso.
— E você não vai falhar, amor. A gente vai conseguir criar essa criança da melhor forma, e vamos criá-la juntos.
— Hum...
— Rob? — Estimulei uma resposta. Ele demorou um tempo para definir.
— Tá, acho que nós podemos começar a tentar. — Surgiu um sorrisinho em seus lábios.
— Mal posso esperar pra ter uma família com você. — Me atirei em seus braços.
— Eu te amo.
— Eu também te amo, Rob.
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