Capítulo 16: Texas
Depois que Robert voltou de Nova Iorque, nós já programamos outra viagem para fazermos. Dessa vez, iríamos ao Texas para a minha mãe finalmente conhecê-lo.
Era mais ou menos umas três da tarde quando desembarcamos no aeroporto de Austin, e demoraria mais uma hora para ir de carro até a minha antiga casa.
A cidade continuava a mesma desde que eu fui embora, não tinha mudado nadinha, me dando uma gostosa sensação de nostalgia.
Robert foi até a parte de aluguel de carros do aeroporto e alugou uma picape da Toyota para nós. Era a melhor opção de carro para nos levar até a cidadezinha onde a minha mãe vivia.
A viagem até lá foi super boa. Fomos de vidros abertos e ficamos sentindo aquele cheirinho de terra molhada e mato. Depois de muitos anos eu descobri que estava morrendo de saudades daquele perfume de interior.
Reconheci a minha antiga residência de longe. Ela não mudou absolutamente nada. Até me emocionei quando vi aquela casinha amarela cheia de vasos de plantas na varanda. O lugar que eu costumava chamar de lar.
— Essa é a casa? — Robert perguntou.
— É, é aqui mesmo. — Respondi emocionada.
— Vou tirar as malas do carro, pode ir logo entrando antes de mim, se quiser.
— Tá bom.
Desci da picape e andei rapidamente até a porta. Nem precisei apertar a campainha, pois minha mãe atendeu imediatamente. Deve ter escutado o barulho do carro.
— Meu amor, que saudade! — Ela me abraçou demoradamente.
— Eu também tava com muita saudade, mãe.
— Cadê o Robert?
— Ele tá tirando as malas do carro, já já ele vem.
— Ata, vem, vamos entrar!
Quando entrei na casa, senti um cheiro maravilhoso. Um aroma de bolo, biscoitos e café que só a minha mãe sabia fazer. Fiquei logo com água na boca.
— Preparei um lanchinho, devem estar com fome.
— É, tô faminta. — Já coloquei um cookie de chocolate na boca assim que entrei na cozinha.
— A viagem foi boa?
— Foi, só foi um pouco cansativa. — Falei de boca cheia.
— Mas graças a Deus chegaram bem.
— É.
— E como você tá, minha flor? Como tá sendo a experiência de namorar pela primeira vez?
— Tá sendo bem melhor do que eu imaginei.
— Você tá feliz?
— Mais do que nunca, mãe.
— É, tô percebendo, chega você tá brilhando.
— Beca, onde eu coloco as malas? — Ouvi a voz de Robert no corredor.
— Põe na beira da escada e depois a gente sobe com elas.
— Tá bem, cadê você?
— Tô na cozinha, vem pra cá!
Quando Robert chegou, minha mãe ficou encantada com ele. Mas quem não fica quando um homem lindíssimo de 1,85 m de altura aparece na sua frente?
— Oi, senhora Miller, sou Robert, prazer. — Meu namorado cumprimentou minha mãe educadamente.
— Não me chame de senhora, porque aí parece que eu sou velha. — Ela fez piada. — Me chame de Marlene.
— Ok, desculpe, Marlene.
— Senta aí, Robert, come um pouquinho. — Mamãe ofereceu seus biscoitos.
— Obrigado. — Robert colocou apenas um deles na boca e logo depois já quis mais outro. — Nossa, isso aqui tá muito bom.
— Minha mãe é especialista em doce. Tudo o que ela cozinha é maravilhoso.
— Podem até me chamar pra ser a confeiteira do casamento de vocês. Todos vão amar os doces e ainda vai sair barato. — Ela riu.
— Ah, com certeza eu vou querer que você faça o nosso bolo.
— É, quem sabe daqui a uns 5 anos. — Comentei.
— Credo, que demora, minha filha. Se fosse eu no teu lugar, já teria casado com esse homem logo depois do primeiro beijo.
— Tudo bem, eu espero mais cinco anos, espero quanto tempo ela precisar. — Robert segurou minha mão. — Contato que ela seja minha esposa, eu espero até cem anos.
— Que coisa linda. — Mamãe se emocionou e minhas bochechas logo começaram a ficar quentes e vermelhas.
— Melhor acalmar os ânimos. A pressa é a inimiga da perfeição.
— É, filha, você tem razão.
— Enfim, vou levar as malas lá pra cima, ok? — Robert falou.
— Tá bom, amor, pode colocar no meu quarto. É a porta rosa no fim do corredor.
— Ok.
Robert então saiu da cozinha e subiu as escadas para guardar as nossas coisas no meu antigo quarto, me deixando novamente sozinha com a minha mãe.
— Quais são os planos pra hoje a noite? — Ela quis saber.
— Acho que nenhum, a gente vai só dormir.
— Vai fazer um netinho pra mim e depois dormir, né?
— Não, mãe, pelo amor de Deus.
— Tô só brincando com você, besta.
— Por que quer saber os nossos planos?
— Lembra daquele parque de diversões que você ia quando era criança?
— Lembro, fechou faz tempo, acho que já tem bem uns dez anos.
— É, mas reabriram. — Ela contou animada. Minha mãe já sabia que aquela informação me deixaria feliz.
— Sério?
— É, você e o Robert poderiam ir lá se divertir um pouco.
— Nossa, seria muito legal ir lá depois tantos anos.
— Pois é.
— Vou falar com ele.
Subi as escadas de dois em dois degraus. Eu estava me sentindo uma criança de novo. Quando entrei no meu quarto antigo, vi Robert fuçando minhas coisas e rindo dos meus pertences de infância.
— Tá vendo o que aí? — Cheguei por trás dele.
— Seu diário.
— Ah, não! Pode largar isso!
Como ele era muito mais alto que eu, foi impossível arrancar o diário de suas mãos. Meus pulos eram em vão, eles só serviram para fazer Robert rir da minha cara.
— Querido diário, — Ele começou a ler para me provocar. — hoje o dia na escola foi mágico. A diretora finalmente anunciou a data do baile de primavera e eu vou começar a rezar todos os dias pro Peter poder me convidar. Ele é tão lindo e inteligente e...
— Para de ler isso, é vergonhoso! — Finalmente consegui tirar o diário das mãos dele e guardei de volta na gaveta.
— Quem é esse tal Peter? — Robert estava segurando o riso.
— Ninguém.
— Ah, me conta, vai.
— Era o garoto que eu gostava no colégio.
— E ele te convidou pro baile no fim das contas?
— Convidou. Por que? Tá com ciúme?
— Eu não. Ele só dançou valsa com você a mil anos atrás, hoje em dia sou eu te faço dançar de outra forma... — Ele segurou firme em minha cintura e me puxou para o seu colo.
— Não sei que dança você tá falando. — Respondi com um tom de inocência.
— Ah... você sabe.
— Realmente não consigo lembrar... será que é essa? — Dei uma leve rebolada com os quadris e logo senti seu membro se "acordando" rapidamente.
— É... — Ele mordeu seu lábio inferior e me beijou de forma rude, mas deliciosa.
Robert se deitou na minha cama e eu fiquei de quatro por cima dele, deixando apenas meu corpo falar.
— Desculpa, amor, não dá. — Ele interrompeu nosso beijo.
— O que foi? Algum problema?
— Não dá pra transar com você com todos esses bichinhos de pelúcia me encarando. — Olhamos para a minha prateleira, onde tinham todos os meus brinquedos.
— Tá bom. — Ri. — Quando a gente voltar, eu guardo eles dentro do armário.
— Voltar de onde?
— Do parque.
— Que parque?
— Um parque de diversões que eu ia quando era criança. Os brinquedos são de segurança extremamente duvidosa e as comidas de lá também, mas te garanto que é bem legal.
— Não sei, Rebeca... não quero ir pra um lugar onde as pessoas vão ficar em cima de mim.
— Pode acreditar, Rob, aqui o pessoal tá literalmente cagando pra você. Eu nem sabia quem você era até ir pra L.A.
— Bom... então se for assim tá ótimo.
Então nós trocamos de roupa e fomos para o nosso destino.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro