Capítulo 16: Imprevisto programado
Robert POV:
A tão esperada data do show da Taylor Swift havia chegado. Nos últimos dias nem sequer saí de casa, pois Willow e eu ficamos 100% concentrados em preparar cartazes e personalizar as roupas dela de forma bem chamativa para o show. E eu também não fiquei de fora dessa brincadeira.
Willow tinha pegado uma blusa branca minha e escreveu "I love T.S" com brilhinhos vermelhos, e me fez prometer que eu usaria essa camisa no show. E como um bom pai babão, é claro que eu iria cumprir a promessa.
— Então você vai passar a noite na casa da Ana hoje? — Perguntei para Rebeca enquanto estávamos na cozinha preparando o bolo de aniversário da nossa filha.
— É, vocês com certeza vão chegar bem tarde, não quero passar a noite de véspera de natal sozinha. — Ela respondeu olhando para o forno.
— Já disse que você pode vir com a gente.
— Não, Rob, tá tudo bem. Além do mais, todos os ingressos já se esgotaram.
— Queria tanto que você fosse. — Segurei Rebeca pela cintura e a virei para ficar de frente para mim.
— Vamos ficar só algumas horas separados, você vai ficar bem. Aproveita esse momento com a nossa filha.
— Sempre que eu te ouço falar "nossa filha" é como se a ficha não caísse pra mim. Eu sempre quis formar uma família com você e agora que finalmente consegui... parece um sonho.
— Mas não é um sonho, meu amor, isso tudo é real. Seremos nós três até o infinito.
— Eu te amo tanto, sabia disso? — Beijei sua testa.
— Eu sei, e eu amo ainda mais.
— Impossível.
— Claro que amo. Se não fosse por mim, nós nem estaríamos juntos. Tive que me humilhar pra você perceber que eu era a pessoa certa.
— Eu sempre soube que você era a pessoa certa.
— Aham. Conta outra.
— É verdade. Eu só era muito burro pra admitir.
— É, disso eu não vou discordar. — Rebeca sorriu e começou a me beijar.
Seus lábios doces se moviam conforme o ritmo dos meus em uma sintonia mais que perfeita. Ao sentir sua língua cálida invadindo minha boca, logo senti meu corpo se esquentar de forma involuntária. Apenas ela conseguia fazer aquilo comigo.
Então, com um desejo insaciável de possuí-la, a imprensei no balcão da cozinha e ali ficamos nos esfregando e nos beijando ao mesmo tempo. Rebeca soltava suspiros abafados enquanto eu explorava as partes do seu corpo com minhas mãos.
Quando desci minha mão até seus quadris, percebi que ela não conteve alguns gemidos. Eu me sentia orgulhoso por deixá-la tão vulnerável e excitada com apenas um toque.
— Mãe? Pai? — Willow chegou de repente, substituindo o nosso tesão por uma desconfiança.
— Wi-Willow! — Rebeca deu um pulo.
— O que vocês estão fazendo?
— Seu bolo! — Ela se afastou de mim rapidamente e tirou o bolo do forno. Rebeca estava tão nervosa que até se queimou.
— Bom... obrigada, mas não precisava. — Nossa filha ainda estava desconfiada.
— Imagina, filha, eu fiz questão de preparar esse bolo só pra você.
— Valeu, mãe.
— O que acha de batermos parabéns antes de vocês irem ao show?
— Parece uma boa ideia.
— Tá bem, vou buscar as velas na dispensa.
— Você tá linda, filha. — Elogiei. — Amei essa trança que você fez no cabelo. E sua roupa também tá ótima.
— Obrigada, pai. Também gostei da sua blusa. — Ela se referiu à minha camiseta que havíamos personalizado.
— A melhor estilista de L.A que fez.
— De nada.
— Você já desceu com os cartazes que a gente fez?
— Já, deixei ali perto da porta.
— Tá bem, não podemos esquecer.
— Voltei. — Rebeca apareceu na cozinha com treze velinhas para colocar no bolo.
Assim que enfeitamos o bolo todo com as velas, começamos a cantar parabéns para a nossa filha. Era o primeiro aniversário que eu passava com ela e não pude evitar de me emocionar com aquilo. Como era lindo ver a minha pequena crescendo.
— Vai, Wills, faz um pedido! — Rebeca falou.
— Tá bom, tá bom... deixa eu pensar. — Willow refletiu por uns segundos e logo depois apagou todas as velas.
— O que pediu, meu amor? — Perguntei.
— Que a nossa família nunca mais fique separada.
— Amamos você, lindinha. Parabéns pelo seu dia. — A mãe dela lhe deu um beijo na bochecha.
— Feliz aniversário, minha princesa. — Dei um abraço apertado nela. — E feliz natal.
— Obrigada, gente, vocês são demais.
— Bom... — Olhei para o relógio pendurado na parede da cozinha. — Já são oito horas, acho melhor a gente ir, Wills. Senão vamos pegar um trânsito horrível.
— É, seu pai tem razão, se adiantem logo. — Rebeca concordou.
— Quer que eu lhe deixe na casa da Ana, amor?
— Não precisa, amor, acho que vou com a Mercedes.
— Melhor não, vá no seu carro. Tem uma luzinha diferente piscando no painel da Mercedes. Acho que deve ser um problema no motor, ainda não sei. Amanhã levo na oficina.
— Tá bom, então cuidado vocês dois. — Ela me abraçou forte.
— Vou ir devagar, amor.
— Eu te amo, ok?
— Eu também te amo, meu anjo.
— Wills, fique sempre perto do seu pai, tá bom?
— Eu sei, mãe, relaxa.
— Divirtam-se. E não esqueçam de me ligar quando chegarem lá.
— Pode deixar, amor.
Willow e eu saímos de casa e entramos na Mercedes. Demorou um pouco para ligar o carro, pois das duas vezes em que tentei dar a partida, ele simplesmente morria.
— Esse carro tá esquisito. — Comentei.
— Mas é claro, a mamãe disse que você tem ele desde antes de eu nascer.
— Ele nunca me deu problemas.
— Você precisa comprar outro, pai, para de ser pão duro.
— Tem razão, Wills, semana que vem eu vou atrás de outro carro.
— Tente ligar ele de novo. — Minha filha sugeriu.
Na terceira tentativa, o carro funcionou e nós comemoramos. Então começamos a dirigir até o concerto da Taylor Swift.
Willow estava muito ansiosa, não parava de se tremer, parecia que ia ter um troço.
— Mal posso esperar pra ver ela. É meu maior sonho.
— Qual música você quer que ela cante primeiro?
— Shake it off, claro. É um clássico do pop.
— Tenho a impressão de que você vai voltar completamente rouca pra casa. — Eu ri.
— Mas é lógico, vou cantar com a minha alma.
Então o sinal ficou vermelho e os carros na minha frente começaram a parar. Por algum motivo, o meu carro não freou, e aquilo me deixou desesperado por alguns segundos. Se não fosse pelo freio de mão, eu teria batido na traseira do outro carro.
— Que merda! — Falei no susto.
— O que foi isso, pai? — Willow se assustou quando o carro parou de repente e seu corpo foi para frente.
— Essa droga desse freio tá com defeito. Engraçado que até ontem o freio tava funcionando, o único problema era o motor.
— O que vamos fazer agora?
— Acho melhor a gente parar e chamar um guincho.
— Pai, mas assim a gente vai perder o show!
— Filha, essa carro não tá bom.
— Não tem como a gente ir devagar? Não vai acontecer nada!
Ela estava muito animada para ir ao show, e eu não queria acabar com aquele ânimo justamente no dia do seu aniversário. Então concordei com a ideia de dirigir mais lentamente e com bastante atenção naquele freio defeituoso.
— Só coloque o cinto, Willow. — Pedi por precaução.
— Tá.
O restante do caminho foi tenso, mas consegui conduzir o carro numa boa. Eu tinha bastante experiência na direção, então foi fácil para mim não causar nenhum acidente por causa do freio.
— Estamos quase chegando. — Eu disse.
— Já consigo ouvir o barulho daqui! — Willow abriu a janela.
— Vai ser uma noite e tanto, não é, Wills?
— Com certeza!
Para chegar logo ao local do show, achei melhor ultrapassar o carro que estava na minha frente, o qual devia estar dirigindo a uns 20 km/h.
Mas, para a minha surpresa, na outra faixa havia um caminhão que eu não tinha visto, pois ele estava com os faróis muito mal iluminados. E, além de estar sem luz, o caminhão também vinha em uma alta velocidade, bem mais alta do que a permitida na pista.
O medo tomou conta de mim totalmente. Eu sabia que aquele maldito caminhão iria colidir de frente com o meu carro. Tudo aconteceu em questão de milésimos de segundos, eu olhei para a minha filha, olhei para aquele veículo enorme em minha frente buzinando de forma ensurdecedora e joguei o carro de forma que a batida só acontecesse do lado que eu estava.
Nada de ruim poderia acontecer com Willow, minha filha era só uma criança, ainda tinha muita coisa para viver. Então eu simplesmente coloquei apenas a minha vida em risco, tacando o foda-se para tudo. Se fosse para eu morrer, seria por uma causa maior.
— PAI, CUIDADO! — Ela gritou.
Foi a última coisa que eu ouvi antes da batida. O airbag estourou em cima de nós e depois disso, não me lembro de mais absolutamente nada. A única coisa que consigo me lembrar de forma nítida era a dor e o sangue que escorria pelo meu corpo.
Rebeca POV:
— Ele tá sendo um pai incrível, sabe? — Comentei com Ana enquanto bebíamos nosso vinho.
— Imagino que sim, não é qualquer pai que se sujeita a ir no show da Taylor Swift com a filha.
— É. — Sorri sozinha.
— Eu fico feliz por vocês. Depois de anos sofrendo, finalmente agora estão conseguindo se entender.
— Pois é, eu me sinto realizada com ele. Tinha até me esquecido como é bom estar apaixonada.
— Vocês ainda vão se casar, escreve o que eu tô dizendo.
— Tomara que sim, mal posso esperar pra me chamarem de "senhora Pattinson".
— "Rebeca Pattinson", até que combina.
— Sim. — Ri.
— Mas, mudando de assunto, e a cobra que ele namorava, hein? Como ela ficou com isso tudo?
— Sei lá, e tô pouco me lixando pro que ela tá sentindo. Espero que ela fique bem longe da nossa vida.
— Ouvi uma galera comentar que ela tava super mal. Parece até que falou em se matar.
— Menos uma babaca no mundo.
— Que horror, Rebeca!
— Você pensou a mesma coisa.
— É, pensei. — Nós duas rimos.
De repente, enquanto Ana e eu estávamos bebendo e rindo, meu telefone começou a tocar. Era Gisele. Não entendi porquê ela me ligou naquele horário, já estava bem tarde.
— Oi, amiga, como você tá? — Atendi.
— Rebeca, aconteceu algo terrível! Você já tá sabendo? — Dava para perceber o desespero em sua voz.
— Meu Deus, Gi, o que foi?
— Liga a TV agora!
— Tá bom, tá bom, eu já tô indo. — Desliguei.
— O que foi? — Ana ficou curiosa para saber.
— Eu não sei, a Gisele me ligou completamente alterada, dizendo que uma coisa horrível aconteceu e que era pra eu ligar a televisão.
— Nossa, o que será que houve?
— Sei lá.
Nós fomos até a sala da casa de Ana e eu logo peguei o controle para ligar a TV. Todos os canais noticiavam um acidente horrível na Hollywood Boulevard entre um caminhão e uma Mercedes preta. Meu Deus... é uma Mercedes preta! Pensei.
Meu estômago revirou, minhas mãos começaram a suar descontroladamente e meu coração estava quase saindo pela minha goela. Não, poderia ser só uma coincidência, várias pessoas em L.A tinham uma Mercedes preta. Talvez não fosse o carro do Rob.
— O acidente ocorreu a mais ou menos duas horas atrás nesse exato perímetro da Hollywood Boulevard. — O repórter dizia mostrando o cenário da tragédia. Havia sangue no local e estilhaços de vidro para todo lado. — A Mercedes não conseguiu parar nem desviar a tempo e colidiu de frente com o caminhão desgovernado. A polícia alega que o motorista do caminhão estava embriagado e fugiu antes de prestar auxílio para as vítimas da Mercedes preta.
— Amiga... esse é... o carro do Rob? — Ana perguntou em choque.
— Não, não é, não tem como ser! — Respondi com a voz trêmula.
— Os bombeiros afirmam que dentro do carro havia duas pessoas. — Voltamos a ouvir a TV. — O motorista era ninguém menos que o ator britânico Robert Pattinson, de 42 anos, acompanhado de sua filhinha de 13 anos no banco do carona, Willow Miller.
— AI, MEU DEUS! — Levantei do sofá com um pulo e comecei a chorar compulsivamente. — NÃO, NÃO PODE SER!
— Beca, calma! E-eles devem estar bem! — Minha melhor amiga tentou me confortar.
— CALMA? COMO VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA?? É MINHA FILHA E MEU NAMORADO! — Gritei completamente alterada.
— As testemunhas dizem que a garota foi para o hospital ainda consciente e apenas com uma fratura no braço. — O repórter disse.
— Viu? Ela tá bem. — Ana alisou meus ombros. — Eles estão bem, Rebeca.
— Já o ator infelizmente ficou preso nas ferragens do veículo e só foi retirado ainda pouco. Acredita-se que ele ainda estava com vida no momento em que a ambulância chegou. Mas não temos informações sobre o estado dele agora, só o que sabemos é que os dois foram levados para o Los Angeles General Medical Center.
— Puta merda... — Levei minhas mãos até a boca. — E se... e se ele...
— Não, Beca! Ele não tá morto! — Ela continuava tentando me tirar daquele estado.
— Eu preciso ir pra aquele hospital!
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