Capítulo 12: Novas amizades
Sentir o sol das dez da manhã batendo em minhas costas nuas e me fez despertar no dia seguinte. Robert não estava ao meu lado na cama, me fazendo estranhar. Será que ele já havia saído para fazer o tal comercial?
— Bom dia, bela adormecida. — Ele entrou no quarto com uma bandeja de café da manhã.
— Achei que você já tinha saído. — Me espreguicei.
— Não ia sair sem me despedir. — Recebi um beijo carinhoso na testa. — Você dormiu bem?
— Dormi até demais.
— Que bom, trouxe café pra você, espero que goste. Tem frutas, croissant, bolo, suco...
— A celebridade aqui é você, não eu. Você que devia ser mimado.
— Fica quietinha e me deixa te mimar um pouco.
— Já tomou café?
— Já, preciso sair daqui a pouco, só tava te esperando acordar.
— Ah, tá bom... — Fiz um beicinho.
— Para com esse beicinho, se não vou ficar com peso na consciência por te deixar sozinha aqui. — Ele me abraçou.
— Então evita esse peso e fica aqui comigo. — Comecei a beijar seu pescoço.
— Preciso trabalhar, Rebeca... desculpa.
— Tá bem, já vi que meu apelo não vai funcionar.
— Prometo voltar cedo.
— Ok, bom trabalho.
— Obrigado. Eu volto logo. — Robert me deu um selinho, pegou suas coisas e saiu do quarto.
Fiquei um tempo sentada na cama pensando no que fazer enquanto Robert estava fora. Então decidi me levantar, tomar um banho quente e demorado de banheira, dar uma arrumada no quarto e ter um momento de meditação após tomar meus remédios.
A psiquiatra batia na tecla dizendo que eu não podia ficar ociosa, sem fazer nada, pois aquilo me causaria ansiedade. Segui seu conselho da melhor forma, pois a meditação estava me tirando de um buraco sem fundo.
Geralmente, eu colocava uma música tranquila em meu fone de ouvido e tentava me concentrar e me conectar em linhas de pensamentos positivas. Para alguns, aquilo era bobagem, mas era um refúgio não medicinal para mim.
Porém, no meio do meu momento, escutei alguém bater na porta do quarto repetidas vezes. Então, insatisfeita, interrompi o que estava fazendo e fui olhar no olho mágico quem era.
E para a minha surpresa, foi a mulher que eu vi com Robert no restaurante, a loira bonitona. Eu estava prestes a conhecer a minha "cunhada".
— Rob, abre logo essa porta! Tá surdo? — A mulher continuava batendo. — Sei que você tá aí, o Michael me disse.
Respirei fundo, dei uma leve ajeitada no cabelo e nas roupas e abri a porta. Ela me olhou com bastante surpresa, quase como um susto.
— Rebeca? — Ela já me conhecia?
— Sou eu.
— É que o mudaram o horário do meu voo e só vai ser às quatro da tarde. Como eu sabia que o Rob também viria pra França, pensei em vê-lo. Eu só não imaginava que você tava aqui.
— Infelizmente, eu acho que ele vai demorar um pouco pra chegar, mas você pode entrar, fica à vontade. — Convidei.
— Obrigada.
A mulher entrou na nossa suíte, colocou as malas perto da porta e logo se acomodou no sofá.
— Sou Elizabeth, a propósito. — Ela estendeu a mão. — Elizabeth Pattinson. Mas pode me chamar de Lizzy.
— Prazer, Lizzy. — Cumprimentei.
— Me desculpa por te incomodar, pensei que ele tava sozinho aqui.
— Que nada, tá tranquilo. Aliás, é bom conhecer alguém da família.
— Ah, com certeza, fico feliz por te conhecer também. O Robert falou muito de você pra todo mundo.
— Falou? — Dei um sorriso genuíno.
— Pra caramba. Ele gosta muito de você.
— Que bom.
— Eu tô realmente feliz por ele. Por ele ter encontrado alguém que o faça se sentir bem. Depois de tudo o que aconteceu e tal... imagino que você já saiba a história.
— É, infelizmente sim.
— Não faz meu irmão sofrer de novo, tá? Igual aquela biscate fez. Faz ele feliz.
— Tô fazendo tudo o que posso pra isso.
— Que bom. Mas me fala de você um pouco, o que faz da vida?
— Eu me formei em jornalismo, mas não tô exercendo a profissão no momento.
— Por que?
— Tive uns problemas com meu chefe.
— É, sei como é. Por que não tenta se aventurar em uma carreira de modelo? Você é tão linda.
— Ah, não... desfilar não é comigo, acredite.
— Nossa mãe tem até uma agência de modelos, poderia falar com ela.
— Tô feliz no meu ramo, obrigada.
— Tá bem, desculpa a inconveniência. — Ela riu. Parecia que já me conhecia a tanto tempo. — Você nasceu nos Estados Unidos?
— Nascida e criada no Texas.
— Ouvi dizer que lá eles fazem churrascos excelentes.
— E fazem mesmo. Mas Londres também deve ser um bom lugar pra viver, não é?
— É... é meio chato, sendo sincera. Estados Unidos é muito melhor.
— Mas então, o que você tava fazendo aqui na França? — Fiquei curiosa para saber da vida dela.
— Vim a trabalho. Não sei se você sabe, mas eu sou cantora, então vim fazer contato com um cara aqui, tipo um caça talentos.
— Legal, espero que você consiga crescer na carreira.
— Valeu, desejo o mesmo pra você.
— Tá afim de abrir um vinho? — Perguntei.
— Vinho de manhã?
— Tem hora pra tomar vinho?
— Você leu minha mente. — Lizzy sorriu.
Eu e Lizzy bebemos e conversamos por horas. Era como se já fôssemos amigas de vidas passadas. A gente ria que chegava até a gargalhar e se engasgar com a bebida.
Nós nos demos extremamente bem e eu fiquei surpresa com aquilo. Não imaginei que ficaríamos próximas assim tão rápido.
— Juro! O Robert era tão danado quando era criança que a gente tinha que colocar aquelas coleiras na mochilinha dele, sabe? Parecia um cachorro. — Ela ria.
— Meu Deus, isso é tão a cara dele. — Ri junto.
— Se eu tiver um sobrinho, espero que ele puxe pra você. Porque já cansei de criança atentada na minha vida.
— É meio cedo pra pensar em filho, né?
— Verdade, você tem razão. Eu acho que tô meio porre.
— Também tô, relaxa.
De repente, a porta do quarto de abriu, era Robert. Ele tomou um grande susto ao ver sua irmã conversando comigo daquela forma tão descontraída.
— Rob, meu caçulinha! Tava só esperando você chegar! — Ela se atirou nos braços do irmão.
— Lizzy? O que tá fazendo aqui?
— Meu voo atrasou então vim pro hotel que você tava. Mas aí a Rebeca disse que você ia chegar tarde, então a gente ficou tomando um vinho e conversando até agora.
— Ah, entendi.
— Por que não me apresentou ela antes? A gente já virou melhores amigas!
— Que bom.... eu não tava planejando que vocês se conhecessem assim, mas tudo bem.
— Deixa disso, seu bobo. — Lizzy deu um tapinha no ombro de Robert. — Enfim, eu preciso ir, senão vou perder o avião.
— Poxa... vamos marcar pra fazer isso mais vezes. — Falei.
— Com certeza. — Ela me abraçou. — Vamos marcar pra você ir lá em casa conhecer a Vic, a mamãe e o papai.
— O Robert tem outra irmã?
— Nossa, pelo visto ele não falou nada de nós pra você.
— Era meio cedo pra apresentar a família, Lizzy.
— Você é todo cheio de regrinha chata, sabia disso? Se a menina é gente boa, ela tá mais do que convidada pra conhecer os Pattinsons. Sou eu quem tô convidando.
— Pode ter certeza que vou aparecer lá. — Eu disse.
— Ótimo! A gente se manda mensagem! Tchau, cunhada.
— Tchau, bom voo.
— Obrigada. Tchau, mano.
— Tchau, Liz.
A irmã foi embora e nós ficamos sozinhos. Robert ainda parecia meio confuso com o que tinha acabado de presenciar.
— Ok, isso foi bem... inesperado.
— Eu amei sua irmã.
— Não achou ela inconveniente e pé no saco?
— De forma alguma, a gente se deu super bem.
— Que bom.
— E como foi o trabalho?
— Foi ótimo, já tenho uma prévia do comercial. Quer ver?
— Claro.
Nos deitamos na cama, Robert tirou o celular do bolso e começou a me mostrar uma parte do comercial em vídeo.
Ele estava extremamente gato na filmagem, ainda mais que o habitual, mas só havia um problema. Depois que eu o vi beijando sua parceira de trabalho no clipe, comecei a me sentir angustiada. Meu estômago estava embrulhado e minha garganta deu um nó, mas eu não sabia porquê.
— O que foi? — Robert perguntou desligando o telefone.
— Nada.
— Você tava bem a cinco minutos atrás, por que tá de cara amarrada?
— Sei lá, Robert.
— Acho que já sei o que é. — Ele riu.
— Então o que é?
— Você tá com ciúme.
— Pelo amor de Deus, Robert, ciúme? Eu não sinto ciúme.
— Aham, sei.
— Não tô com ciúme.
Eu nem sabia qual era a sensação de sentir ciúmes de alguém, pois eu nunca tinha sentido aquilo antes. Será que eu realmente estava com ciúme?
— Assume logo. Não tem nenhum problema nisso.
— Eu só não gostei de te ver se agarrando com essa garota, só isso.
— Isso é só trabalho, eu não senti absolutamente nada por ela, juro por Deus.
— Tá.
— Meus olhos só estão em você, amor. — Robert disse e eu senti um frio na barriga. Ninguém jamais tinha me chamado de "amor".
— Amor? — Fiquei assustada.
— Desculpa, achei que iria gostar de ser chamada de algum apelido carinhoso. — Ele ficou com vergonha.
— Não... eu... eu gostei.
— Sério?
— Sim.
— Tá bom então, meu amor. — Sorrimos de forma boba um para o outro.
Meu Deus... eu estava tão apaixonada por ele.
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