1.Mensagens do além
Após as aulas, por volta das duas horas da tarde, Mary Ann, Harriet e Jordana foram para a casa de Luciana. Mary achou que seria bom ter mais uma bruxa para ajudar no que elas fariam e Luciana achava que não faria diferença se uma pessoa a mais ou uma pessoa a menos soubesse sobre os seus problemas espirituais.
- Muito bonita a sua casa, Lucy! - Disse Jordan olhando ao redor.
- Obrigada. - Falou Luciana.
- Bem, eu trouxe tudo o que vamos precisar. - Falou Mary Ann abrindo sua mochila e tirando cinco velas negras, um incenso de absinto, um sino de ferro pequeno, um saco de sal grosso e um tabuleiro Ouija.
- Deixa-me ver isso? Que lindo! - Disse Jordana admirando o tabuleiro.
Mary Ann traçou com um giz branco, um círculo grande o bastante para elas se posicionarem enquanto jogassem o tabuleiro. Depois, colocou o sal grosso por cima do risco de giz. Harriet passou a fumaça do incenso no círculo e deixou o incenso em um incensário que tinha o símbolo de uma lua crescente. Jordan posicionou as velas em cada canto do círculo, representando os quatro pontos cardeais. Luciana jogou um pouquinho de água benta no círculo para proteger contra espíritos impuros. Mary Ann tocou o sino quatro vezes.
As garotas se sentaram dentro do círculo em volta do tabuleiro e seguram a seta.
- Alexander? Você está aqui? - Mary Ann perguntou.
- Vai se ferrar. Ficou me ignorando o tempo todo e agora quer falar comigo? Não vou falar com você, clone da Katy Perry. - Falou o fantasma, mau humorado, ao aparecer em frente a janela.
- Ora, vai tomar no... - Disse Mary Ann irritada.
- O que? Minha deusa! O que eu fiz? - Falou Jordana, achando que Mary estivesse falando com ela.
-Ah, não foi com você que eu falei. Foi com o Alex. Ele está aqui. Você não consegue vê-lo? - Falou Mary Ann.
- Eu não sou fera em necromancia. Não domino bem, sabe? Vai e vem sem que eu possa controlar. Ainda estou aprendendo. - Falou Jordana.
- Corajosa, você! - Falou Harriet.
-Mas os mortos não fazem mal a ninguém... Quer dizer... Na maioria das vezes, pelo menos, não. Eles são sábios e... Solitários. - Disse Jordana.
- Ah, com você, eu vou falar. - Alexander se aproximou e se agachou, tocando a seta e movendo-a.
- Meu Deus! - Disse Luciana, arrepiada.
- Não são vocês, são? - Perguntou Harriet desconfiada às outras.
- Que esquisito, justo você perguntar isso, Harriet. - Falou Mary Ann, ofendida.
- Eu não entendo... - Luciana balançou a cabeça. - Se vocês podem vê-lo... Por que não falam diretamente com ele?
- Como eu disse... Não domino bem isso. - Falou Jordana sorriu sem graça.
- O espírito dele pode se grudar em nós e não queremos isso. Além do mais, é com VOCÊ que ele tem de falar. Só estamos aqui para te auxiliar. - Falou Mary Ann.
Luciana assentiu.
O indicador se moveu lentamente, formando a seguinte palavra: "LUCY".
- Ai! Meu deus! O que você quer de mim, assombração? - Luciana perguntou com medo.
- Quero ver você tomando banho. Alexander sorriu com malícia.
- Mas que... Filho da... - Disse Mary Ann com raiva ao ouvi-lo.
- O que ele disse? - Luciana perguntou a Mary Ann.
- Nada. Vamos continuar. - Disse Mary Ann tentando ignorar a voz daquele espírito irritante.
Alexander voltou a mexer a seta, escrevendo dessa vez:
"Eu vi a garota igual a você".
- O que ela quer? - Luciana perguntou.
- Não! - Disse Mary Ann. - Sabemos o que Hollie quer. Não queremos falar dela! Queremos saber sobre você, Alex. O que aconteceu com você?
- Ah, vocês querem saber a história da minha vida?! - Alexander revirou os olhos. - O que é que vocês querem saber, bruxinhas?
-Quem matou você, Alex? - Jordana perguntou.
Ele moveu a seta:
"Monstro".
- Que monstro? - Luciana perguntou.
Alexander moveu a seta, respondendo a pergunta dela:
"Vampiro".
- Ah, tá. Precisava zoar? - Luciana riu.
- Não tô zoando. - Disse Alexander sério. - Quem me matou foi mesmo um vampiro. Eu só não vi o rosto dele. Estava escuro, mas tenho certeza de que era um vampiro. Ele mordeu o meu pescoço e drenou meu sangue.
- Acho que ele não está zoando. - Falou Mary Ann.
- Vampiros não existem! Isso é... fantasia. - Falou Luciana.
- Existem sim. - Disse Harriet.
- Ah, tá. Você jura mesmo que acredita nisso? Tem de parar de ver essas séries bobas. - Luciana encarou as outras, esperando que elas rissem, mas elas estavam séria. - Não! Vocês acreditam mesmo em vampiros? Drácula? Carmilla? Só podem estar de brincadeira! Uma coisa são demônios e fantasmas e outra coisa são vampiros e fadas.
- Como uma wiccana, você devia acreditar em fadas. - Falou Mary Ann.
- Tudo bem. Elementais são reais. E vampiros? - Falou Luciana.
- Lizzie é uma vampira. - Falou Harriet aliviada por finalmente dizer aquilo em voz alta.
- Sei... Falta me dizerem que Christopher e o nosso representante de classe, aquele loirinho... Também são vampiros. - Falou Luciana, ainda recusando-se a acreditar.
- Descobriu tudo sozinha. Parabéns! - Falou Mary Ann batendo palmas.
- Isso não pode ser real. Tem de ter um limite. - Falou Luciana.
- Mas é tudo real. - Falou Jordana sem se espantar.
Luciana se perguntou se suas amigas eram malucas ou monstros realmente existiam?
Mas se elas eram loucas, Luciana também era. Quem era ela para rir das garotas quando elas estavam só tentando ajudá-la?
- Eu sei que é difícil aceitar tudo assim, de repente, mas... Quanto mais cedo você souber de toda a verdade, poderá se defender. - Falou Jordana.
Alguém bateu à porta do sótão.
- Quem é? - Luciana perguntou.
- Eu. - Respondeu uma voz familiar.
- Entre? - Falou Luciana
A porta do sótão se abriu e por ela passou Ananda.
- Cheguei muito atrasada? - Ananda perguntou.
- Só um pouquinho. - Falou Jordana.
- Foi mal. Eu quase não consegui encontrar o endereço. - Falou Ananda encostando a porta e colocando sua bolsa no sofá.
- Pode, por favor, dizer a Lucy que vampiros são reais? - Pediu Jordana.
- Vampiros são reais. - Falou Ananda com naturalidade enquanto se aproximava do círculo.
- Desculpe, mas ainda não acredito. Não consigo. Preciso de uma prova. - Falou Luciana.
A seta do tabuleiro se moveu, formando novas palavras:
"Cuidado, ela está aqui. Atrás de você, Lucy. Corra".
- Ah, meu deus! - Falou Luciana tremendo enquanto sentia as lágrimas escorrendo por suas bochechas.
Mary Ann e Jordana viram dois braços brancos se aproximando do pescoço de Luciana como se fossem enforcá-la. As velas apagaram-se e o sótão mergulhou na escuridão. Todas gritaram sem entender o que estava acontecendo.
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