🕛Um passado sombrio🕛
○● Capítulo três ●○
Ela abre os olhos, estranhando o que estava no seu campo de visão. Ela conhecia muito bem aquele lugar...
As duas antigas camas de quatro colunas, com cortinas de seda verde, e colchas bordadas com fios prateados eram familiares. Tapeçarias medievais ilustrando as aventuras de famosos Sonserinos cobrem as paredes, e lanternas de prata pendem do teto, além de cada cama ter ao lado um guarda roupa de madeira preta com serpentes talhadas a mão.
Lyra tinha certeza que tinha ido dormir no quarto da Rose, mas talvez foi tudo coisa de sua cabeça.
ㅡ Não pense que é louca. ㅡ Uma voz foi escutada, a loira olhou em direção à ela, podendo visualizar alguém sentado na outra cama do quarto. ㅡ A Professora Minerva nunca deixaria você dormir no quarto da sua amiga.
ㅡ Por quê? ㅡ Lyra levanta, indo até o guarda roupa ao lado de sua cama.
ㅡ Ora, achei que já estava bem na cara. Você é uma Sonserina, e não uma Grifinória. Pois bem, passe a dormir no quarto da sua Casa. ㅡ A garota que estava sentada na outra cama se levantou. ㅡ Essa foi a fala da Professora.
Lyra encarou a pessoa que estava falando, seus olhos se arregalaram. A garota tinha a pele muito pálida, seu cabelo era extremamente preto e seus olhos eram de uma cor que a loira não via fazia tempo, Verde Elegante. Sim, esse é realmente o nome da cor.
ㅡ Sou Astória Greengrass. ㅡ A morena estendeu a mão, Lyra ainda estava perplexa. ㅡ Tudo bem, eu não vou te machucar.
A loira revirou os olhos e apertou a mão estendida.
ㅡ Lyra Malfoy. ㅡ A garota se apresentou, foi a vez da morena revirar os olhos.
ㅡ Eu sei. Você, juntamente com os seus amiguinhos, é o assunto falado de Hogwarts. ㅡ Lyra murmurou algo como: " Obrigada por avisar, eu nem fazia ideia... "
Astória deu de ombros e saiu do quarto, deixando Lyra sozinha olhando para o guarda roupa que estava - obviamente - cheio de roupas da garota.
ㅡ Esqueci de avisar! A Professora Minerva conjurou algumas roupas para você. ㅡ Astória falou, abrindo um pouco a porta do quarto para que a voz entrasse no mesmo, depois fechou-a e saiu.
•○•
Lyra sentou-se ao lado de seu irmão na mesa da Sonserina. Alguns alunos ainda encaravam eles, ainda mais com Rose sentada na mesa das Serpentes usando o uniforme dos Leões.
ㅡ Bom dia, Lyra! Como vai? Dormiu bem? Está um lindo dia hoje, não?
ㅡ Como pode ser tão contente logo de manhã, Rose? ㅡ Lyra respondeu, massageando as têmporas.
ㅡ Como pode ser tão chata logo de manhã, Malfoy? ㅡ Lyra e Scorpius encararam Alvo, que tinha acabado de chegar.
ㅡ Estou extremamente ofendida com o seu comentário, Potter. ㅡ Lyra colocou a mão no coração e fez uma falsa cara de ofendida. ㅡ Vou até chorar! ㅡ Para completar seu teatrinho, a loira se concentrou e conseguiu fazer com que seus olhos se enxessem de lágrimas.
ㅡ Lyra! Tenho certeza que o Alvo falou brincando, não é, Alvo? ㅡ Rose cutucou o seu primo. ㅡ Não precisa chorar, ele está arrependido!
Scorpius estava igualmente pasmo com a atuação que Lyra estava fazendo, ele, juntamente com a Rose e o Alvo, estavam acreditando em tudo. Foi aí que uma gargalhada foi escutada pelo Salão Principal todo, algumas cabeças viraram para a direção da risada.
ㅡ Vocês são uns... ㅡ Lyra não conseguia falar de tanto que ria. ㅡ Uns... Eu não acredi... As suas car...
Após uns 5 minutos rindo da cara de seus amigos, Lyra conseguiu respirar e olhar atentamente para Alvo.
ㅡ Eu nunca vou chorar para você, Potter. ㅡ Dito isso ela saiu desfilando do Salão, alguns olhares de garotos acompanharam-na até a saída. Lyra Malfoy era realmente muito linda, até mesmo Alvo Potter concordava com isso.
•○•
ㅡ Gigantes não são tão inteligentes quanto os bruxos e bruxas, mas definitivamente são mais inteligentes do que trasgo, uma vez que eles parecem ser capazes de compreender a magia e até gostam de ver seu uso. Eles têm sua própria língua, cultura e estrutura social. Parece que gigantes são capazes aprender e de ler inglês, e outros idiomas. Ao se reproduzirem, eles se orgulham caso o bebê seja um grande recém-nascido, e mostram decepção se a criança for menor do que o que eles consideram grande. ㅡ O Professor Binns falava com a maior calma do mundo. Alvo estava desenhando qualquer coisa no seu pergaminho, Lyra estava dormindo profundamente, Scorpius estava apenas moscando mesmo e Rose era a única que estava anotando tudo no seu pergaminho.
Segundo ela, esse é o ano mais importante da vida deles, pois já estão no quinto ano, onde ocorre o famoso Níveis Ordinários de Magia, ou também conhecido por: N.O.M.s
ㅡ Senhorita Malfoy, será que a senhorita pode responder a essa pergunta? ㅡ Lyra acorda rapidamente, e olha diretamente no quadro, onde estava escrito a pergunta:
ㅡ Como é o título do gigante líder da Tribo dos Gigantes? ㅡ A loira olhou para todos que estava na sala, pela cara dos demais, ninguém sabia responder aquela pergunta. ㅡ A resposta é Gurg.
ㅡ 5 pontos para a Sonserina. ㅡ Alguns olharam admirados para Lyra, que apenas deu de ombros. ㅡ Para a próxima aula, quero que vocês tragam um pergaminho de 2 metros sobre a Guerra dos Gigantes.
Quase todos os alunos bufaram de tédio, menos Rose Weasley, que ficou super animada com a ideia. A aula estava quase acabando quando o próprio Dumbledore entrou na sala, atraindo a atenção de todos.
ㅡ Preciso roubar alguns alunos de você agora, Professor Binns. ㅡ O fantasma, mesmo contrário, concordou. ㅡ Senhor e senhorita Malfoy, senhor Potter e senhorita Weasley, me acompanhem.
Os três levantaram em um pulo, prontos para sair daquela entediante aula de História da Magia, e é claro que a ruiva começou a reclamar pelo diretor ter interrompido uma aula tão... "importante".
O caminho todo foi silencioso, Lyra estranhava o fato de Hogwarts estar um pouco mais nova do que no ano em que eles estudam. Seu olhar vagava pelos corredores, que eram grandes paredes de pedras, iluminados pelas tochas que prendiam nas paredes e/ou no teto.
Eles tiveram que descer um lance de escada até chegar no terceiro andar, no qual ficava a entrada para o gabinete do diretor e várias outras salas de aulas. Pararam em frente à gárgula do diretor, do qual Lyra conhecia muito bem. Após Dumbledore falar a senha a gárgula vai para o lado, dando passagem a uma escadaria de pedra em movimento circular.
Subiram todos os degraus, até chegarem em uma porta de carvalho, na qual Dumbledore abriu para todos entrarem.
Lyra observa que na sala há um grande número de retratos dos antigos diretores, todos claramente adormecidos; há muitos objetos de prata de formas intrincadas sobre mesas de pernas finas; e o Chapéu Seletor está colocado sobre uma estante. Lyra repara num pássaro de aparência doentia num poleiro atrás da porta; enquanto ela olha, o pássaro pega fogo. Ela sabia que o pássaro, Fawkes, é uma fênix e que essa é sua imortalidade; logo, logo ele renascerá das próprias cinzas.
Dumbledore mandou todos se sentarem, foi obedecido rapidamente.
ㅡ Creio eu que os senhores estão confusos por eu ter tirado vocês das suas aulas. ㅡ Ele começa. ㅡ Mas gostaria de colocar algumas regras, se vocês aceitarem, é claro.
Rose rapidamente levantou a mão.
ㅡ Que tipo de regras? ㅡ Perguntou ela desconfiada.
ㅡ Regras para não mudar o futuro. ㅡ Dumbledore falou, se levantando calmamente.
ㅡ Mas por que não podemos mudar o futuro? ㅡ A voz de Alvo foi escutada.
Dumbledore caminhou até uma mesinha que tinha ali, em cima dela tinha um pote de vidro com algumas palavras escritas com o mais puro ouro, a tampa era oca com alguns desenhos de flores feito com ouro rosê. O diretor tirou de dentro do pote um cookie de chocolate, surpreendendo a todos.
ㅡ Pensem que vocês são esse cookie. ㅡ Disse ele, mostrando o doce para todos. ㅡ Para fazer esse doce é preciso usar leite, chocolate e outros ingredientes... Mas se alguma pessoa tirar o leite e colocar água, os senhores acham que o cookie vai ficar igual?
Todos negam.
ㅡ Exatamente! Então vocês não podem simplesmente tirarem o leite e colocarem a água, precisam deixar a receita original. ㅡ Rose, Lyra e Scorpius soltaram um: "Ah!" de entendimento, mas o Potter Júnior ainda não tinha entendido.
ㅡ Por Melrin, Alvo! Como pode ser tão burro? ㅡ Lyra exclamou. ㅡ Não podemos mudar nada aqui, se não interfere no nosso tempo. Por exemplo, se nós interferirmos falando sobre quem são os nossos pais, é bem capaz da gente nem existir no futuro. Já pensou? Se seu pai não se casar com a Gina Weasley, você não irá existir. Não podemos mudar nada daqui.
ㅡ Ah, bom, agora entendi. ㅡ Alvo falou desconcertado.
ㅡ Muito bem senhorita Malfoy, tome um cookie. ㅡ O diretor entrega-o para Lyra, que mesmo hesitando aceita. ㅡ Vocês estão de acordo?
ㅡ De dar o cookie para Lyra? Por mim tudo bem. ㅡ Alvo deu de ombros, logo em seguida levou um tapa na nuca.
ㅡ Se liga, Potter! Dumbledore perguntou se estamos de acordo sobre não interferir em nada. ㅡ Scorpius falou.
ㅡ Ah, eu já sabia, só estava testando vocês. ㅡ Lyra revirou os olhos, e contou até dez para não lançar um Avada Kedavra nele.
ㅡ Estamos todos de acordo. ㅡ Falaram em uníssono, Dumbledore levantou uma sobrancelha.
ㅡ Perfeito!
•○•
ㅡ Ele é louco! ㅡ Comentou Alvo quando estavam saindo da Sala do Diretor.
ㅡ Você que é burro! ㅡ Rebateu a loira.
ㅡ Falou a inteligente...
ㅡ Sou mais que você! ㅡ As íris da Malfoy ficaram perigosas, Alvo parou abruptamente o caminho.
ㅡ Pelo menos eu não fiquei louco do nada... ㅡ Provocou ele, mas recuou um passo quando viu os olhos de Lyra.
ㅡ Não quero falar sobre isso. ㅡ Ela continuou a andar, mas parou quando percebeu que todos os seus amigos também tinham parados e agora estavam a encarando.
ㅡ O que foi?! ㅡ Suas íris já estavam congelantes, o que fez Rose desviar o olhar. ㅡ Por que estão me encarando?
ㅡ Estamos preocupados com você, Lyra. A única pessoa que teria vontade mudar as coisas seria... você. ㅡ Scorpius falou, tentando soar o mais educado possível.
ㅡ Ora, eu não seria fraca a esse ponto! Nós quatro sabemos o que aconteceu no ano passado, e eu não vou simplesmente matar alguém nessa época para que a pessoa não me prejudique na nossa época. ㅡ Lyra respondeu.
ㅡ Prejudicar? Ela quase te enlouqueceu! ㅡ Rose rebateu.
ㅡ Mas eu já estou bem...
ㅡ E ela fez tudo aquilo por quê? Lembra, Lyra? ㅡ Scorpius falou, ignorando o que Lyra tinha dito.
ㅡ Eu lembro mas...
ㅡ Tá legal, do que vocês estão falando? ㅡ Todos pularam de susto, e viram Hermione Granger parada no início do corredor. ㅡ Quem tentou enlouquecer ela?
ㅡ Hã... Isso é coisa de outra época... ㅡ Lyra tentou amenizar o clima, mas claro que alguém sempre tem que estragar tudo.
ㅡ Pansy Parkinson.
ㅡ Alvo/Potter! ㅡ Todos exclamaram, menos, é claro, que o dono do nome.
ㅡ O que foi? Ela pediu o nome da pessoa... ㅡ Ele tentou se defender, mas três pares de olhos encaravam-no mortalmente.
ㅡ Pansy Parkinson? Não é aquela garota que anda com o Malfoy? ㅡ Hermione indagou.
Todos se entreolharam e entraram em um acordo.
ㅡ Obliviate. ㅡ Lyra apontou a varinha para a Hermione, e cuidadosamente apagou a conversa que tiveram.
Hermione permaneceu desacordada, enquanto os quatro saíram rapidamente do lugar.
ㅡ Nós não deveríamos levar ela até a Ala Hospitalar? ㅡ Indagou Rose.
ㅡ Não se preocupe, Rose, a sua mãe ficará bem. ㅡ Scorpius provocou a ruiva, que apenas deu um soquinho no braço dele.
ㅡ Ei, agora não é a hora do jantar em que o meu pai lê um jornal sobre o seu avô, Rose? ㅡ Scorpius provoca novamente a ruiva.
ㅡ Ah, sim! É verdade! Vamos lá ver? ㅡ Alvo exclamou.
ㅡ Vocês podem ir, eu vou dormir. ㅡ Lyra disse, todos a olharam.
ㅡ Vai perder o grande show? E o jantar? ㅡ Perguntou Alvo indignado.
ㅡ Já ouvi essa história milhares de vezes. ㅡ Rebateu ela, indo em direção às masmorras, onde fica a Sala Comunal da Sonserina.
•○•
ㅡ Vamos querida, me diga onde seu pai está! ㅡ A voz demoníaca dela foi escutada, Lyra só conseguia chorar e chorar mais.
ㅡ EU JÁ DISSE QUE NÃO SEI! ㅡ Lyra gritou próximo ao rosto da mulher.
ㅡ Não se faça de desentendida, ele está com aquela mulherzinha dele, não esta?
ㅡ Não fale assim da minha mãe! ㅡ Lyra conseguiu falar, para depois cair com tudo no chão, berrando de dor.
ㅡ Quer outro Cruciatus para me responder? ㅡ Aquela mulher é um monstro, e Lyra sabia muito bem disso.
ㅡ Eu não... ㅡ A garota não chegou a terminar a frase, pois foi interrompida por um raio de luz que cruzou a sala de estar extremamente nobre da Mansão Malfoy.
ㅡ Minha filha não, sua vadia! ㅡ Mais um raio de luz cruzou a sala, Lyra sabia que a sua mãe não seria capaz de matar uma pessoa, por isso ela apenas congelou Pansy Parkinson.
ㅡ MÃE! ㅡ Lyra gritou, correndo para os braços de Astória Greengrass Malfoy.
ㅡ Meu anjo, você está bem? ㅡ Astória perguntou, tremendo muito enquanto ainda abraçava sua filha.
ㅡ Ela me machucou mãe, muito...
Lyra acordou ofegante, ela lembrava muito bem o final da história.
Por ter sido vítima de tantos Cruciatus, Lyra não ficou somente machucada fisicamente, ficou muito machucada mentalmente.
Lyra Malfoy teve ir durante uma semana no St. Mungus, para não enlouquecer completamente.
No final das contas, Lyra descobriu que Pansy Parkinson fez tudo isso por ciúmes. Ela queria ter se casado com Draco Malfoy, mas o mesmo não amava ela. Pansy ficou completamente louca quando foi rejeitada por ele, então descontou toda a sua raiva e loucura em Lyra. Logo após aquele acontecimento, Pansy foi internada no St. Mungus como uma pessoa louca, incapaz de conviver com a sociedade. Ela ainda permanece lá, para o alívio de toda a família Malfoy.
Lyra vivia dizendo que estava melhor, que não sentia mais nada, mas ela sabia perfeitamente que naquele dia uma parte dela morreu.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro