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23- Emma

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De vez em quando, tarde da noite, sinto os lábios dela nos meus. Minhas bochechas queimam toda vez que me lembro do seu corpo tão perto do meu. Aquele beijo passa pela minha cabeça diversas vezes no dia, e meu coração dispara todas às vezes. Eu nunca havia sentido algo tão forte no meu peito. Acho que... Eu realmente gostei do beijo. Não só gostei como beijaria de novo.

Quando cheguei do campeonato com o troféu na mão, minha avó correu para ligar para meus pais e me fez sentar no sofá para contar cada detalhe enquanto repassava tudo para eles. A única coisa que dava para ouvir vindo do telefone eram os "hm" ocupados da minha mãe. E como se não bastasse gastar o maior tempo contando sobre tudo uma vez, tive que contar duas. Minha avó me fez contar tudo ao meu pai também, pois, na percepção dela, ele ficaria chateado se ficasse sabendo pela minha mãe ou se não ficasse sabendo. Como não podia fazer muita coisa, apenas concordei em silêncio e repeti a história.

Para minha avó, a parte principal da história era quando eu virei último jogo e todos bateram palmas para mim enquanto eu tinha um troféu em mãos. Para mim, a parte mais importante da história foi quando estive com Saya. Principalmente quando seus lábios tocaram suavemente os meus. Mas, infelizmente, tínhamos percepções diferentes do que era mais importante na história e tive que deixar essa parte de fora. Não sei que tipo de caos essa notícia poderia causar. Só queria correr para o meu quarto e repassar essa parte na minha cabeça novamente enquanto sinto a pele arrepiar, o coração acelerar e um sorriso bobo surgir no rosto.

Eu ainda não falei com Saya desde que aquilo aconteceu. Não faço ideia se ela gostou de ser beijada por mim. Eu também não faço ideia de como agir perto dela. Como vou encarar seus olhos sem focar em seus belos lábios? Aqueles que fizeram meu coração saltitar. Deveria fingir que nada daquilo aconteceu e continuar com a amizade? Ou deveríamos falar sobre o que sentimos naquele momento?

Qual a coisa certa a se fazer agora?

Acontece que Saya simplesmente desapareceu no intervalo nesses últimos dias e tem sentado em seu lugar distante longe de mim e de Pam. Sempre que sinal toca ela sai tão rapidamente que não consigo chamar sua atenção. Às vezes tenho a impressão de que estou sendo evitada. Ou que ela está evitando o mundo, pois não fala e nem olha para ninguém. Parece estar presa em pensamentos em que nada consegue distraí-la.

Tenho medo do que se passa em seus pensamentos.

Hoje estou determinada a não perdê-la de vista. O sinal mal toca e eu já estou de pé pronta para segui-la. Ela caminha em passos apressados pelo corredor, mas é parada várias vezes por pessoas que entram em seu caminho. Pelos seus gestos, percebo que ela só gostaria de empurrar todas elas para se esconder onde é que esteja passando seus recreios.

Conforme avançamos, eu sempre a uma distância segura dela, chegamos a uma área com menos pessoas. Agora ela andava rapidamente sem nada para segurá-la. Logo, me deparo com duas portas de madeira que Saya abre e desaparece. Espero alguns segundos para entrar, o metal frio da maçaneta contra a palma da mão.

Quando entro por uma pequena fresta da porta encontro uma biblioteca de tamanho médio com várias mesas na entrada e diversas estantes enfileiradas. Apenas um aluno olhava uma das estantes de livros enquanto outros dois conversavam na mesa. O sol iluminando boa parte do garoto folheando o livro.

Tento fingir que estou procurando por algo também, deslizando discretamente por entre as estantes. Saya tinha que estar aqui em algum lugar. Não tem para onde fugir. Caminho pelas prateleiras cheirando a livros antigos e finalmente encontro Saya. Ela estava sentada em canto mal iluminado da biblioteca entre duas estantes no final da sala. Ela usava fones de fio e tinha um livro em mãos. Talvez tenha vindo até aqui apenas para ler. Quem sabe encontrou algo que realmente goste.

- Oi- Sento-me na sua frente, meus pés tocando ponta de seu tênis limpo. Seus olhos escuros se erguem do livro. Parecem assustados. Ela recolhe as pernas para mais perto do corpo e endireita a coluna- Desculpa, não queria te assustar.

- Como me achou?- Pergunta ela ao invés de me dizer um simples "oi". Acho que ela não me queria ali. Mas já que está fazendo esse joguinho, por que não jogar?

-Por que está se escondendo?

-Não vale responder uma pergunta com outra- Ela diz voltando a relaxar um pouco a postura e endireitando os fones no ouvido. Não parecia estar a fim de me ouvir.

-E não vale me ignorar- Puxo o fio de seu fone arrancando-o de sua orelha. Saya faz uma careta e olha surpresa para mim. Mas, depois, os tira para guardar no bolso.

O espaço entre as estantes não era muito grande, então já estávamos pertos o suficiente e longe o bastante para que ninguém nos ouça, mas, mesmo assim, deslizo para o seu lado. Não queria correr o risco.

-Ei, você tá assim por causa do beijo?- Sinto Saya ficar tensa ao meu lado, seus músculos contraindo- Você não gostou?

Ela fica em silêncio. Consigo ouvir nossas respirações se misturando no ar empoeirado da biblioteca. De novo, sinto medo do que se passa em seus pensamentos. Eu precisava romper essa bolha em que estava.

-Não é isso- Ela enterra a cabeça nas mãos e em segundos seus ombros começam a tremer. Seus olhos avermelhados por estar segurando as lágrimas, me encaram, e seus lábios tremem levemente- Eu acho que gostei. E isso me assusta.

-Me desculpa. Não deveria ter feito aquilo sem perguntar antes.

- A culpa não é sua. Eu que comecei a desabafar e você achou que precisava me beijar - Saya abraça o próprio corpo como se tivesse que se proteger de algo- Eu deveria ter ficado quieta sobre meus sentimentos confusos. Talvez eu só...

-Mas não foi você. Eu queria te beijar desde o início.

Seus olhos se voltam rapidamente para mim, parecendo surpresa com minha resposta. Ela devia saber que não é a única que está se descobrindo. Uma única lágrima escorre pelo seu rosto, não sei se é de alivio ou medo. Sinto a necessidade de enxugar aquela lágrima, então em segundos meus dedos estão em seu rosto, secando aquela pequena gota salgada. Espero que ela se encolha com o toque, mas não faz isso. Apenas fica ali esperando acabar.

Seus olhos marejados encontram os meus. Meu polegar passeia pela sua bochecha acariciando sua pele macia e rosada. Meu olhar viaja para seus lábios que eram doces quando estavam contra a minha boca. Eu queria sentir eles novamente contra os meus lábios. Aproximo-me aos poucos. As batidas do meu coração estão tão fortes que juro poderia ser ouvido por toda a biblioteca. E de repente eu já estava tocando seus lábios com os meus docemente.

Aquela familiar onda de eletricidade que me envolvia sempre que estava perto dela faz meu corpo arrepiar. Como eu adoro essa sensação. Nós separamos por um segundo, tempo o suficiente para olhar novamente em seus olhos.

-Viu? Eu te beijei aquele dia porque eu sempre quis. Igual agora. Eu senti vontade de te beijar.

-Mas eu não sei o que eu sinto. Tá tudo tão confuso. Eu nunca beijei uma garota antes. A antiga Saya não gostava dessas coisas.

-Mas você tá se descobrindo assim como eu. É maluco para mim também, mas eu... eu te amo. Meu amor é maior do que essa loucura.

-Mas eu... Eu não sei. Parece ser errado. Minha mãe sempre me falou que duas mulheres não podiam se beijar.

-As nossas mães nem sempre estão certas- Pouso minhas mãos em seu ombro, segurando a vontade de encostar em sua bochecha macia- Mas me diga. Você gostou do beijo ou não?

--Eu já disse que não pode lanchar na biblioteca, Sr. Thompson!- A bibliotecária surge entre as estantes de livros, pisando fundo com seu salto alto e o cabelo preso para trás com uma tiara- Meninas? Ah, me desculpe. Está tudo bem aqui? Por que ela está chorando?

-Tudo. Só estamos lendo um romance e- Pego o livro da mão de Saya e aperto contra o peito- estamos encantada em como o amor é lindo.

-Fique á vontade meninas. Sei como é maravilhoso ler sobre esses galãs. Todo mundo quer um homem desses!

Ela sai nos deixando sozinhas novamente. Mal sabe a pobre bibliotecária que eu não quero um homem daqueles escritos nos livros. Eu quero uma pessoa que sequer é homem.

-Eu acho que não Emma. Aquilo não foi para mim. Saya levanta e guarda o livro na estante novamente no buraco vazio. Depois sai sem olhar para trás me deixando sozinha com suas palavras.

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