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3 - Nevoeiro

Após uma longa caminhada sob a iluminação do nascer do sol, cheguei em uma enorme construção de pedra, parecia um tipo de arena, um pequeno estádio, redondo com a vista para o mar, deixando visível as duas outras ilhas do arquipélago, caminhei pela sua entrada e sentei bem no centro dele. Tirei os dois livros do bolso do meu casaco. As capas eram iguais, o nome era o mesmo, mas eu tinha visto antes que ele tinha mais páginas, eram desenhos. Uma floresta, flores, ondas e um livro. Esse livro. No final uma frase, outra frase.

"Eu tentei, mas eles me rasgaram, eu tentei ajudá-lo mas as ondas levaram ele de mim. Escute Os Sons da Montanha."

Um forte nevoeiro começou a atacar a ilha, trazendo uma queda drástica de temperatura fazendo com que o frio penetrasse minha pele atravessando o casaco de lã. Guardei novamente os livros em meu bolso e andei cegamente pela neblina, até chegar em uma estrada de pedra, onde uma mulher com longos cabelos loiros, vestida em seu mna leine verde entrava com uma sacola de papel em uma casa de madeira.

— Senhora? — chamei sua atenção, meus dentes se batiam por causa do frio

Ela parou e tentou enxergar diante daquela neblina.

— O que está fazendo aí fora nesse frio? — indagou a mulher quando me aproximei dela

— Sai para conhecer a ilha e o nevoeiro me pegou de surpresa — expliquei.

— Você é o vizinho novo da colina? Venha, entre. 

Ela entrou, colocou a sacola sobre uma mesa redonda de madeira e suplicou novamente para que eu entrasse. Quando entrei na casa ela fechou a porta atrás de mim e puxou a cadeira da mesa para que eu me sentasse, assim fiz. 

— Lana, temos visita! 

Momentos após o chamado, uma pequena menina com um vestido branco, e cabelos ruivos presos em tranças veio à sala, que também fazia parte da cozinha. Vi a moça sussurrar algo com a menina e indo em direção ao forno, a menina se aproximou lentamente e estendeu sua mão direita.

— Howya, meu nome é Lana, prazer em te conhecer.

— Ei, meu nome é Liam. — cumprimentei a menina 

A mulher voltou com uma xícara de chá e me ofereceu, eu aceitei. A menina voltou para seu quarto.

— Meu nome é Vanessa — completou a loira

— Vocês vivem aqui sozinhas? 

— Não, meu marido é pescador, a vida por aqui não é tão fácil, então ele trabalha fora e eu forneço transporte de cavalo pela ilha. Temos dois deles lá trás.

Tomei um gole do chá. Silêncio.

— Por coincidência eu e minha filha iríamos visitá-lo hoje, tem uma torta no forno, ainda não está pronta, é como um presente de boas vindas.

Olhei ao redor e lembrei de Mirna, provavelmente era hora de tomar os seus remédios.

— Você pode me emprestar um cavalo? Eu deixei minha esposa sozinha em casa e esqueci de dar seus remédios.

A mulher desviou seu olhar, respirou fundo e hesitante confirmou.

— Claro.

Ela me levou para fora da casa, a neblina continuava tomando conta da minha visão. A segui pela grama molhada até um cavalo branco. 

— Ele vai te levar, quando a torta estiver pronta nós aproveitaremos pra pegar ele de volta.

Agradeci e montei com pouca dificuldade no animal, trotei pela ilha confiando no senso de direção do cavalo e em uma questão de poucos minutos cheguei em casa. Entrei pela porta de madeira e a primeira coisa que fiz foi ir ao segundo andar.

— Mirna!? — gritei pelo seu nome e a única resposta que recebi foram ecos pela casa.

Fui até o nosso quarto e encontrei seu pijama jogado no chão. Um flashback de tudo o que aconteceu desde que chegamos na ilha passou pela minha cabeça e de repente lembrei do pesadelo que ela tinha comentado, desci as escadas desesperadamente, sai pela porta e montei no cavalo que esperava do lado de fora. Por um momento algumas peças se encaixaram, parecia que o livro tentava me alertar sobre o que estava por vir mas eu não dei ouvidos.

Ah, Liam, quanta teimosia. Eu sabia que tinha que ficar com o Dr. Colm.

Os cascos do cavalo batiam contra a terra molhada enquanto corremos pelas árvores, os espinhos rasgavam minha pele e ele relinchava repetidamente, em um baque meu corpo foi ao chão. Escutei uivos vindo das profundezas da floresta, levantei cambaleando e vi que o cavalo tinha voltado pelo caminho em que viemos, segui andando lentamente até chegar em uma clareira e perceber a forte luz do sol queimando meus olhos, mais a frente encontrei Mirna, ela estava completamente nua, com os braços abertos para o oceano, na beirada da montanha.

— Querida, o que está fazendo? — perguntei ofegante, com a mão direita pressionando meu braço que sangrava

— Tenho que enfrentar meus medos, eu te encontro quando você for dormir.

Ela respondeu sem nem mesmo me olhar, ela não me olhou, só deixou que o vento levasse seu corpo, leve como uma pena, o vento a derrubou. Eu cai de joelhos, arrebatado. Sem choro, continuei imóvel por minutos. Eu simplesmente não podia acreditar que eu tinha deixado aquilo acontecer, que eu tinha perdido minha amada esposa. Era as consequências de meus atos sendo pagos? Eu não tinha sido um marido bom o suficiente quando ela ainda estava sã? Eu não sei. O que eu faço agora? Agora eu estou escrevendo isso, em um dos livros, o livro que eu encontrei no porão, Os Sons da Montanha, o outro eu joguei no mar, junto de Mirna, percebi que tinha algumas folhas em branco nele e resolvi contar essa história aqui. Eu não consegui superar, ainda tô no mesmo lugar em que vi ela se jogar, ela está no fundo desse mar mas eu que estou me afogando. Está na hora de dormir. Hora de encontrar ela. Se você ler isso, por favor, escute os sons da montanha.

Liam deixa o livro sobre o gramado. Caminha até a borda e se joga, com a esperança de encontrar sua esposa de alguma forma. Horas depois, uma menina de cabelos ruivos se aproxima do livro e o agarra, colocando-o em uma mochila de pano.

— Mamãe, você acha que é solitário viver sozinho naquela casa imensa? Como ele tem coragem? — a menina pergunta a uma mulher de cabelos claros, que carregava uma cesta tampada por um pano pela trilha de terra

— Acho que sim, Lana. Não vamos ficar por muito tempo, só pegamos o cavalo de volta e eu te levo pra escola, aquele homem deve ter sérios problemas.

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