Sob outros olhos - Pacto com o inimigo
Como aquelas duas joias podiam pesar tanto?
Esse era o peso da traição, do sangue da herança Garfi, da minha briga com Nate, do silêncio ao aceitar deixar a garota. Nunca abandonei meus parceiros de equipe. Mas, em uma semana, cometi o ato duas vezes com Enny.
A primeira? Ela era tão responsável quanto nosso grupo pelo que aconteceu. Tomamos uma ação pesada, de fato, mas por causa das mentiras que se empilhavam como tijolos, construindo uma ilusão de garota desentendida quando ela sabia de tudo e nos enganava. Não me arrependia de autorizar Aline a investigar, bem como ainda concordava que o plano de transferir o cargo de Senhora da Luz era algo sensato a se fazer. Estávamos em guerra. Confiarmos tudo e todos nas mãos de uma menina mentirosa era uma ideia estúpida. Apesar de quê, Tracy estava certa; podíamos ter jogado limpo com a pinóquio.
Mas, a segunda vez?
Não insisti mais para ela voltar conosco. Aproveitei-me da escuridão dos túneis para garantir que meu grupo não notasse a falta da garota, ficando em silêncio até que estivéssemos de fato libertos e próximos ao portão. Nathan, claro, gritou horrores comigo pelo meu sigilo. Um puta hipocrisia porque foi ele quem não quis confiar na sua protegida no primeiro momento.
Eu não tive palavras para reagir, apenas absorvia todos os xingamentos ditos porque eu me sentia tão baixa quanto ele me acusava ser. As meninas estavam estateladas, sendo apenas telespectadoras daquele circo armado. Quer dizer, ficaram paradas até o nosso amigo decidir voltar pelos túneis. Neste momento, Aline se colocou na frente, batendo nele para o fazer parar e me implorando para agir.
Tirei-lhe todos os sentidos até que as garotas conseguiram o amarrar a uma árvore com os cipós. Conversamos como adultos e ficou decidido que voltaríamos para Terra, para Lúcia, e pediríamos orientação de como proceder. Porém, assim que contamos tudo que aconteceu à senhora, ela proferiu palavras de uma crueldade que eu jamais pensei ouvir:
"Na hora que ela escolheu Victor, condenou todos vocês. Deixem-na apodrecer como a traidora que é."
Essa sua resposta reverberava pela minha cabeça até agora, horas depois. Afinal, nesse jogo de traição, nós também não participamos?
– Filha, você está bem? – Mamãe colocou um prato à minha frente, forçando-me a encarar à realidade.
O jantar da véspera de Natal tinha sido programado por Lúcia para todas as nossas famílias. Não tínhamos como cancelar apesar de todos os seis estarem presentes apenas de corpo. Nathan praticamente fora amarrado na cadeira por Aline, que não saiu do seu lado nem quando ele foi tomar banho. Ninguém do sexteto parecia livre do peso nas costas com a ideia mais óbvia. Sem as joias, Enny talvez já tivesse sido capturada. Teoricamente, não seria morta porque era a Senhora da Luz, mas não significava que não a trancafiariam para sobreviver com o mínimo. E esse final era culpa nossa, principalmente minha, pois fui eu quem autorizou tudo.
– Sentindo falta de David. – Não era uma mentira, bem como não era a total verdade. Apenas o que eu podia ofertar por agora, na frente de todas aquelas pessoas.
Uma mesa farta acolhia as 17 pessoas presentes, pais e irmãos de cada uma do quinteto mais Nathan. A decoração natalina se espalhava pelo salão do restaurante em uma felicidade usualmente inebriante, o cheiro da ceia nos envolvia com a promessa de renovação e harmonia. Éramos uma grande família feliz. Uma mentira montada minuciosamente pela senhora sentada na ponta.
Ela era boa com isso. Enganou uma menina de 16 anos por seis meses e nos envolveu nesse plano desde o começo. E, por demasiada confiança, eu me tornei uma das peças que ela movia. Só que, se Lúcia era tão boa fingindo o zelo por Enny, o que me dava a certeza que seu apreço por meu grupo era verdadeiro? Talvez fôssemos mais cartas no seu baralho ardiloso, construindo muros para proteger seus dois únicos amores, Nathan e Aline. Não permitiria as outras três meninas serem jogadas à fogueira por aquela mulher. Nunca mais.
– Angel, esse colar é novo? – Minha mãe pegou o pingente do Coração de Rheyk, tentando colocar alguma trivialidade na mesa. – Parece familiar, mas nunca te vi usando.
– Porque não é dela. – Tracy bateu forte o copo na mesa, agravando o silêncio no ambiente. – É de Enny. Valeu à pena, Angel? Fazer tudo o que vocês fizeram por causa dessas duas joias? Tá feliz com o resultado, Aline? Satisfeito por ser um covarde e não ficar do lado certo, Nathan?
A loira se pôs de pé e tomou rumo para fora do restaurante. Quando tia July tentou ir atrás da filha, Luna se adiantou e disse que iria cuidar da situação. As mães das duas que saíram trocaram olhares preocupados, encontrando Lúcia logo em seguida, claramente pedindo explicações que não vieram de imediato. Mas, o próximo show viria de quem eu nunca vi de forma desequilibrada antes; não em público.
– Posso parar com o teatrinho de família feliz agora, líder? – Nathan pegou o copo de rum que o pai de Aline bebia e virou de uma vez. Seus olhos encontraram a 18ª cadeira que estava a sua frente, apontando para a mesma com desespero desenhado em sua face. – Aquela cadeira está vazia por culpa sua, Angel.
Apesar do rancor, sua voz era quase um murmúrio venenoso e eu pude ver o reflexo das lágrimas escorrendo ferozes pelo seu rosto. Sua dor gritava o que sua garganta não conseguia emitir. Me vi segurando o pingente, pensando na pitoco com uma dor no peito que retinha minha voz.
– Só dela? – Jane se envolveu, falando pela primeira vez desde que saímos dos túneis. A calma na sua voz contrastava com os ânimos dos demais e não tardou em ter efeitos nefastos em Nate, trazendo-lhe a culpa aos olhos. – Lembro de Tracy e Luna criticarem o plano. Mas, você? Parecia bem tranquilo. Agora vem bancar de moralista? Não me faça rir, General Monteiro.
Escutá-la evocar o título do rapaz fez minhas sobrancelhas arquearem. Os pais do recinto estavam em choque, sem saber como proceder tampouco entendendo a comoção. Olhei para a melhor amiga do rapaz e com um movimento de cabeça e a indiquei a tomar alguma atitude. Aline se levantou e o puxou para a parte de trás do restaurante. O silêncio que se sucedeu esmagou a mim e a minha irmã de alma, os adultos presentes urgiam por respostas mesmo sem dizer nenhuma palavra. Jane, sendo mais descarada, fingiu normalidade e começou a voltar a comer, forçando todos a imitarem seus atos.
– Eu disse que esse rapaz era problemático, titia. – A mãe de Aline falava com deboche, olhando para taça. – Criar filho dos outros. Nunca sabe que tipo de "defeito" vem junto com o sangue.
Essa pequena frase fez minha mãe e Lúcia elevarem o tom de voz para a mulher de longos cabelos castanhos. Eu era filha de um homem que passou anos em orfanatos. Aquela frase, indiretamente, era uma ofensa a mim e minha mãe jamais aceitaria isso. Porém todas as vozes se calaram quando o sino da porta anunciou mais uma entrada. Meu estômago se apertou em sua ansiedade, torcendo para encontrar a baixinha entrando no lugar. Então, alonguei o pescoço e meus pés formigaram enquanto minhas mãos perderam a força – largando os talheres sobre o prato de porcelana.
O homem de cabelo branco e íris vermelha entrava no lugar sem qualquer acanhamento. Não parecia boçal como sempre, tendo abandonado seu meio sorriso do lado de fora. Na verdade, parecia inquieto e furioso por precisar estar aqui.
– Por que veio, Thomas? – Jane foi a primeira a abandonar o choque, pondo-se de pé e os olhos varrendo a rua através da vitrine, procurando um possível ataque.
Os pais no recinto reagiram. Tia July e tia Camille – mãe de Luna – foram as mais reativas, tomando à frente de todos nós. Parece que esse comportamento promoveu em tia Vivian – mãe de Jane – um instinto de proteção, puxando seus dois filhos para trás de si. Mamãe estranhamente fitava as três mulheres e Lúcia, com o cenho franzido, aparentemente confusa. O rastreador sabia o impacto que tinha naquele recinto e logo ergueu as mãos. Suas íris vermelhas procuravam, nos rostos dos demais, alguém conhecido. Pus-me de pé, encarando-o com a raiva que habitava no meu peito desde que deixei Enny naquele castelo.
– Precisamos conversar. – O homem fitou cada adulto ali. – Sem o Monteiro, de preferência. É sobre a pequena.
– Seu pedófilo, você não vai conversar n... – A mãe de Aline se pôs de pé.
– Na minha casa. – Lúcia interrompeu, limpando os cantos da boca com o guardanapo antes de se levantar. – Jane, Angel, vão chamar Luna e Tracy. Vão por fora. Não quero que Nathan fique ciente dessa visita. Eu levo meu convidado em breve. Os demais, comam à vontade, já volto.
***
Thomas estava com suas costas apoiadas despretensiosamente na porta. Enquanto isso, nós quatro nos espalhamos ao longo da sala e cozinha daquele apartamento, garantindo que, caso ele atacasse, não tivesse visão ampla de todas as suas presas e ainda pudesse ser surpreendido com nossa reação.
– Quer mesmo que eu caia nesse papinho de que está aqui por Enny? – Jane, que estava na cozinha, pegou a peixeira em uma das mãos. – Tracy, liga pra Aline. Manda ela e Nate virem aqui. Vamos ter uma surpresinha.
A galeguinha tomou seu celular em mãos, mas eu puxei o aparelho antes de ela discar o número e o enterrei no meu bolso traseiro. Cruzei meus braços e me aproximei daquele homem que era um pouco menor que eu, analisando friamente sua fisionomia. A marca tinha lhe deformado a mandíbula, textura da pele e nariz, era nítido. Ainda assim, não era um homem feio, dando a entender que antes de ser convertido tinha uma beleza única.
Mas o que me chamou atenção foi o fato de que, apesar de nitidamente estar em desvantagem, ele não parecia se sentir diminuído naquele espaço. Por esse motivo, apesar de estar aqui, minha mente estava espiando pelos olhos de mamãe, garantindo a segurança dela caso tivéssemos caído em uma armadilha.
– Perdeu alguma coisa, garota? – A meia lua de seu sorriso me parecia uma ofensa, mas inibi qualquer emoção de transparecer em minha face.
– Foi você quem me procurou, não o contrário. Se não for para dizer o que veio dizer, pode cair fora. – Por sobre os ombros, meus olhos encontraram os de Tracy. – Se Thomas conseguiu entrar é porque não vai nos machucar. Então, que tal darmos cinco minutinhos para ele achar os colhões que perdeu e começar a falar?
Escutei as três garotas concordarem. Mas o real motivo por eu querer o ouvir foi a forma que ele e Enny se olharam quando se encontraram naquele quarto. Companheirismo. O rastreador de Victor parecia feliz da garota estar bem, mesmo após ser levada por Petrik. Bem diferente do homem que maltratava um mendigo para me capturar. Minha pergunta era: por quê?
O homem encarou cada uma das meninas, parando por fim suas pupilas em mim. O foco não era a minha pessoa, mas as duas joias que eu usava.
– Enny transferiu mesmo o cargo de Senhora da Luz para as joias?
Travei a mandíbula, a voz da garota me mandando usar as joias voltou à mente. Ela mentiu, eu sabia disso. Mas, se a pergunta estava me sendo dirigida era porque o outro lado não tinha a mesma certeza. Qualquer dúvida do cargo a pertencer era colocar uma faca no pescoço dela. Porém, admitir que eles tinham cativa a última parte da tríade que mantinha Rheyk também era mostrar a Victor que ele tinha tudo que precisava para derrotar a rebelião.
– Qual sua opinião? – Fingi surpresa, colocando uma teatral curiosidade na voz.
Patcho me ensinou que quando não soubéssemos como proceder em uma conversa, fizéssemos perguntas para conseguir desenhar o que nosso inimigo espera de nós. Era isso que eu estava fazendo e parece que Thomas captou bem meu truque, sendo um espelho da minha face caricata.
– A pequena disse que ia contar isso para Victor. – Seu tom sombrio contrastava com sua postura relaxada ou face sorridente. – Ele está furioso com a traição dela e só não a matou por causa do cargo. O que acham que vai acontecer sem isso?
Novamente, ninguém se pronunciou. As garotas conheciam a hierarquia, só falavam se eu olhasse sorrindo para elas, dizendo que estavam livres. Esse passe não foi dado nem seria. Thomas era perigoso, ardiloso. Nada que não fosse meticulosamente calculado poderia ser dito ou seria arma em sua posse.
– Por um momento, achei que ela estava errada por ter traído vocês. Mas isso que estou vendo? – Ambas as suas mãos apontavam de cima a baixo para nós, seus lábios se arqueando na curva típica do nojo. – Essa indiferença? Ela devia ter deixado Victor matar vocês. Afinal, é isso que estão fazendo por ela, certo? Lavando as mãos?
O sutil suspirar de Tracy foi o suficiente para transparecer o peso daquela conversa para o homem que trouxe sinais de vitória aos seus olhos. Não poderia o deixar achar que estava em vantagem. Distraindo-o das informações que captava com o silêncio, estalei a língua e exibi meu sorriso ácido.
– Nada me garante que sequer ela está viva. Vocês podem ter a visto sem as joias e estão jogando verde para decidir se vale à pena manter mais uma prisioneira.
– Ela disse que os presentes de "natel" de vocês seis estão debaixo da cama. Na última página do diário, ela detalhou sobre eles. A pequena disse que tudo bem ler essa, já que leram as outras. Querem ver?
Luna se prontificou a checar, voltando alguns minutos depois com várias sacolas pequenas e lendo um trecho do diário. Ótimo, eles conversaram realmente, mas não significava que aquele papinho era verdade. Ainda percebendo a incredulidade em mim, Thomas emendou:
– A escolha de acreditar em mim ou não está nas suas mãos, Angel. Mas as consequências disso também. Se Enny convencer Victor que não é a Senhora da Luz, ele vai mandar ela para a morte. Sabe o que acontece depois? Rheyk colapsa, morre de vez e todo o sangue derramado será culpa de vocês quatro. O que vai ser?
– Onde está Enny agora? – A voz de Jane estava carregada do catarro do choro preso em sua garganta. Poxa, Jane! Custava ficar de bico fechado?
– Trancada no calabouço, sem qualquer magia e com Petrik como guarda privativo. Victor disse que ele era o único que seria capaz de a proteger, ser seu guardião. Tentei me aproximar, mas desde que perdi vocês seis, ele me quer distante da pequena. Não consigo a colocar fora do castelo. Por isso vim pedir ajuda a vocês.
– E espera que eu compre essa conversinha de Thomas, o bom samaritano? Você é a porra de um marcado. Tudo de ruim que Victor tem, habita em você. Sua lealdade está com ele, então pode ir tratando de falar a verdade. O que vocês ganham?
O rastreador bufou, coçando a barba e tentando encontrar as palavras para continuar aquela conversa. Essa pergunta rondava a sua mente e a resposta não lhe parecia clara ou convincente. Sem sua típica áurea de superioridade, ele disse:
– Se ela estiver mentindo, tudo vai morrer. Eu, Rheyk, Victor. Uma coroa precisa de um reino. É isso que estou garantindo. E, se não estiverem convencidas da minha palavra, fiquem à vontade para apostar a cabeça de Enny nisso. Mas, saibam que ela apostou que esse grupo valia mais do que estou vendo aqui.
A postura dele passou a ser agressiva, destemperada. Seu equilíbrio, que era o cerne do perigo que exalava, ruía lentamente ao passo que rugas de preocupação lhe tomavam a face, tornando-o sua versão mais humanizada.
– Dentro do castelo, ela vai ser o brinquedo dos surto de Victor. A pequena sabe disso e não vai deixar acontecer, vai irritá-lo até ele mandar matá-la. Eu prometi a ela que o convenceria a fazer isso em praça pública, dar uma chance de vocês fazerem algo certo, ao menos uma vez.
Seu sorriso de escárnio se abriu, a mão esquerda bagunçava o cabelo, mostrando que, por detrás de toda a austeridade transmitida, uma versão mais caótica daquele homem estava escondida.
– Acham que estou feliz em pedir ajuda a vocês? Ao generalzinho? Isso está me matando. Mas eu vim aqui, em paz, porque sozinho não consigo a tirar dessa situação. – Novamente seus olhos encontraram aos meus, encontrando compreensão pela primeira vez
– Quando vai ser essa execução?
– Tentarei agilizar o máximo possível. Mandem seus informantes sondarem essa informação. Não quero saber dos seus planos, só apareçam. Vou me voluntariar para ser o executor e posso facilitar o confronto da minha parte.
– Como se não fosse haver dezenas de guardas, não é? – Queria sondar se ele ficaria nervoso e indicaria uma possível armadilha.
– Talvez até uma centena. – Sua resposta direta me fez vacilar. – Não conte da ascendência de Enny na rebelião. Há uns desgraçados traidores pelo que me lembro e podem tentar vender informações. Na minha época, eu confiava cegamente na família Herquio. Os três irmãos moravam em Ozin. Usem o terroristazinho de vocês para entrar em contato, podem dizer quem ela é. Claudios, Mackzuel e Patcho se alegavam defensores da antiga coroa, vão ajudar.
As garotas conseguiram manter os rostos impassivos como eu. Thomas não só tinha trabalhado na rebelião, como tinha intimidade com um dos maiores nomes da causa. E, pior ainda, mesmo após mais de uma década com a marca, ele ainda lembrava desses detalhes. Será que havia chances de entregar outras localizações? Ou seria um traidor de Victor por nunca ter revelado essas informações? Como ele conseguiu manter isso em sigilo?
Nosso silêncio pareceu uma concordância muda com seu plano, então Thomas se virou, pegando a maçaneta para abrir a porta e partir.
– Por que você se colocou neste risco contra nós por ela? – A voz raramente séria de Luna me surpreendeu. A garota mantinha o semblante duro e o status mudo desde o rompante de ira de Tracy.
– A pequena voltou para dar tempo de vocês fugirem e para Victor não descobrir minha traição. – O homem deu de ombros, suas mãos apoiadas no batente das portas. – Sou adepto do ditado que uma mão lava a outra e, honestamente, Luninha, espero que esse sexteto também.
O silêncio assombroso se sucedeu após a saída daquele homem. Não faço ideia do que passava na cabeça das meninas, mas a minha estava frenética com a sucessão de memórias das últimas semanas. As palavras duras de Aline sobre suas descobertas, o plano sugerido à priori por Lúcia e o sinal de silêncio que Enny fez ao me entregar as duas joias que eu usava. Devia estar na sua cabeça essa estratégia desde o princípio. Era nítido que sua prioridade era garantir que nós seis sairíamos seguros do castelo. Estava na hora de fazer o mesmo por ela.
– Ang, o que vamos fazer? – Jane pousou sua mão sobre meu ombro, pesando o seu tom de preocupação.
O plano de invadir o castelo ontem foi de Nathan. Usamos seus contatos, fomos na surdina, entramos pelos ductos de água. Tudo meticulosamente escondido para não envolver ninguém da rebelião e a identidade de Enny não fosse revelada. Era nítido que isso não ia funcionar, tínhamos que envolver um grupo seleto da causa e usar o sigilo ao nosso favor. Dessa vez, iríamos voltar com os sete para casa.
– Chamem Nathan e Aline. Não me importa como, mas dispensem os pais de vocês. Nós vamos para Rheyk e só vamos voltar quando resgatarmos Enny.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro