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Sob outros olhos - A busca

 17º dia de busca pelo Coração de Rheyk

Hoje demos uma pausa nas nossas buscas pelo teórico Coração de Rheyk e fomos fazer um extravio de carga. Encontrei um portão que era próximo da rota de Ozin para Cagecha, uma importante via econômica pelo fato da primeira cidade ser portuária e fazer comunicação com as diversas ilhas fluviais do nosso mundo, e a segunda ser a maior comercialmente falando neste mundo. Então, chamei um grupo seleto de soldados – os melhores que General Herquio tinha – e as garotas para fazermos esse furto.

De última hora, decidi trazer Enny. Ela vinha performando bem nos treinamentos – acima da minha expectativa – e queria ver como se portaria em um ambiente controlado para que entendesse como funcionava uma batalha real – e eu pudesse direcionar meus futuros ensinamentos para pontos necessários. Ela estava nitidamente nervosa, com suas mãos suando e a respiração barulhenta.

Estávamos escondidos na cobertura vegetal, aguardando a carga ser trazida. Após uns 15 minutos, escutei o barulho da carroça que andava sozinha. Ela era enorme. Devia ser um satisfatório carregamento e, além disso, ter vários guardas abrigados.

O nosso melhor arqueiro lançou uma flecha explosiva na roda, derrubando a carroça e todos saímos para confrontar o que nos esperava. Durante o ataque, fiquei perto de Enny para a proteger caso houvesse necessidade, mas ela tinha uma boa visão de oportunidade para contragolpe. Ademais, o fato dos guardas serem pouco transformados facilitou o confronto. Em 20 minutos, todos estavam amarrados.

Um rebelde baixinho, que era um antigo marceneiro real, conseguiu reparar o eixo da roda, com ajuda de Tracy e Luna, que ergueram a carroça com seus poderes. Mandei a maior parte dos soldados rebelde entrarem nela e eles foram para próximo da nossa unidade externa na cidade de Cagecha. Ficariam responsáveis por trazer os mantimentos acordados para o grupo de Rheyk. Dois soldados mais antigos ficaram vigiando nossos presos.

Em situações normais, eu já ordenaria a execução deles. Mas pedi para aguardarem, tentando poupar as garotas. Sempre esperava que elas partissem para fazer isso. No calor do momento acontecer uma morte era aceitável. Porém, matar a sangue frio assim podia fazer com que elas recuassem e não estávamos em condições de as perder. Infelizmente, a rebelião não tinha capacidade de fazer prisioneiros e nossas faces sendo reconhecidas eram um perigo. Esses assassinatos são um mal necessário para nossa sobrevivência. Era disso que sempre tentava me convencer quando acordava de um pesadelo, com a consciência pesada.

Comuniquei a eles para fazerem rapidamente após sairmos e irem de imediato para unidade de Rheyk. Particularmente, não via sentido no sadismo de os torturar como outros colegas meus. Até para a guerra, há limites. O tempo, tia Lúcia e as garotas me ensinaram isso. Se Felipe me visse falando isso, diria que eu era uma desonra para os ensinamentos do falecido General Erin e para minha própria versão mais jovem. Sendo honesto comigo, o monstro em mim, que eu suprimia, parecia zombar da fraude de bom moço que eu me tornara. Suspirando pesarosamente, calei esse demônio. Como Aline me dizia, eu escolhi me tornar melhor.

Angel me encarava seriamente quando me aproximei do grupo delas. Sabia que tinha me escutado e seus olhos agradeceram. Ela era a mais racional das garotas neste sentido, entendia as necessidade que uma guerra gerava, incluindo a urgência de vingar sangue por meio de sangue dos meus soldados. Tirei-as de lá, atravessando o portão para a Terra.

– Muito bom o serviço, mas temos que ir. Estudar para a prova. Nate, leva Enny para casa?

– Já estava nos meus planos, Angel. – Respondi com um sorriso confuso. Será que David tinha aberto a boca? Porra. Não devia ter contado sobre eu e Enny para o namorado da melhor amiga de minha ex.

Ela puxou Jane – que queria ficar – pelo braço e as demais meninas acompanharam. Os seus pais cobravam boas notas e isso era o que mais me irritava, pois tirava o foco delas do que era muito importante para mim. Mas, sendo honesto, hoje não fazia muita questão, pois estava só com quem eu mais queria. Enny parecia reflexiva, olhando preocupada para o nada quando falou, quase como um sussurro:

– Estava pensando em dar uma passada lá pela Biblioteca. O que acha?

Segurei em seus ombros, aproximando-me dela e tirei o cabelo do seu rosto. As suas bochechas coraram e ela fechou os lábios com força, como se inibisse o desejo de me beijar. Não era a ideia de encontro que queria ter, mas...

– Estou aqui para o que você quiser, protegida.

Curvei-me em sua direção e ela entreabriu os lábios, arfando. Porém, fiz isso só para a provocar, desviando no último segundo e beijando sua bochecha, próximo ao canto da boca. Esse mês que ela me pediu de espera por causa de Jane foi sensato, de verdade. Todavia, me consumia. Estávamos sempre juntos, só que nunca da forma que eu queria, precisando fingir que meus dedos não desejavam explorar cada centímetro de sua pele, que seu sorriso não me fazia sorrir, que não a desejava em meus braços mais uma vez.

Sem minha ex por perto, não me acanhei em pegar a mão de Enny durante o trajeto, acariciando com o polegar as suas falanges. Ela suava de nervosismo, parecendo não saber se retribuía ou só aceitava o carinho. Como todo mundo me dizia, ela realmente era inocente e tudo aquilo era novidade. Não podia ser afoito ou corria o risco de a assustar, especialmente por estar tão longe de casa, e, notoriamente, se sentir só.

Chegando à biblioteca, começamos a nossa procura pelo primeiro andar, setor destinado ao nosso trio – eu, Li e ela. Eu tinha dividido em subáreas e vinha vistoriando elas aos poucos. Era muito serviço e sequer sabíamos como esse tal colar poderia estar se manifestando ou se já não foi roubado. O silêncio me incomodava, então coloquei uma música para tocar no meu celular e pude ouvir Enny cantando baixinho a faixa que ela adicionou na playlist que criei para nossos treinos aqui na Terra. Ótimo! Finalmente encontrei algo que aquela garota era realmente ruim. Era doloroso de se ouvir.

Larguei minha busca e fui até ela. Parei um momento para a contemplar. Enny dançava animada de costas para mim, mexendo todo o seu corpo, totalmente desatenta ao mundo, presa em seus pensamentos. Duvidava que sequer se lembrasse que eu estava aqui. Puxei-a pelo braço contra meu corpo e tapei sua boca com minha mão. Seu peito subia e descia fortemente com sua respiração acelerada. Ela realmente tinha se perdido em seus pensamentos. Suas costas se apoiavam em meu torso, e eu afastei seus cabelos cobre para aproximar meus lábios de seu ouvido, sussurrando:

– Eu te imploro, pare. Faço o que você quiser. Só, por favor, pare de cantar.

– Tudo? – Seu semblante era empolgado quando se virou, mas não continha qualquer malícia, ao contrário dos meus pensamentos neste segundo. 

Controle-se, Nathan. Ir devagar como uma preguiça, foi isso que prometi a tia Lúcia. 

– Qualquer coisa, protegida. – Cruzei meus braços, evitando a tocar e me perder novamente nas ideias mais carnais que vinha tendo.

– Me ensina aquele chute duplo aéreo que você deu hoje.

Quê? De todas as coisas que passariam pela minha mente, essa não estava na lista. Pela surpresa, me vi rindo alto e a puxei para um ambiente mais vago, apenas demonstrando o movimento. Quando ela foi fazer, fiquei agachado por perto para a pegar. O que de fato foi necessário. Enny errou a pisada e caiu quase de pescoço no chão. Pus-me debaixo dela, amortecendo sua queda e redirecionando seu corpo.

O impacto fez com que nós dois ficássemos deitados no chão, gemendo de dor. Ela se recuperou primeiro, girou sobre as costas, apoiou-se nos cotovelos e, sorrindo, me perguntou:

– Por que tão cuidadoso agora? As 30 manchas roxas no meu corpo são prova de que você não é assim, General Monteiro.

– Porque aqui é concreto e normalmente treino movimentos aéreos contigo em lugar de terra fofa para amortecer. Porque cada uma dessas marcas são coisas que eu sabia que você conseguiria fazer, já estava pronta para tentar. – Tirei uns fios de seu cabelo grudado em meus lábios. – Sabe, você foi uma feliz surpresa. Um talento nato. Mas isso que quis fazer hoje era perigoso e ainda está longe de estar apta para o fazer.

– Então, por que me deixou tentar? – Ela se pôs de pé, me estendendo a mão para fazer o mesmo.

– Vez ou outra, um susto desse nos ensina nossos limites. E para alguém que está se desenvolvendo tão bem, criar um pouco de humildade também é importante.

– Além de mestre guerrilheiro, ainda é guru? – Enny sorria, mas lá estava ela com a profundidade em seu olhar me prendendo de novo. – Só faltam mais duas semanas. Isso é, se você ainda quiser, claro.

Fiquei feliz em saber que não era só eu quem estava nessa contagem. Segurei a barra da blusa dela e me aproximei, não tirando meus olhos dos seus. Enny Scott Peres não me libertara ainda e eu, sozinho, não tinha forças para tal. Afastei seus cabelos do pescoço e corri minhas mãos até sua cintura, trazendo-a ainda mais para perto. Aquele hálito adocicado e o rubor crescente me faziam querer ir adiante. 

– Nós prometemos. – Enny também não tinha forças para se afastar. Ela queria.

– Estamos sozinhos aqui. Será nosso segredo, se quiser. Mas eu não consigo mais resistir a você. Nem quero tentar resistir.

Os seus dedos tocaram meu antebraço, subindo para meu braço, tateando pelo meu pescoço até acariciar minha face, sem me libertar da prisão de seus olhos. Ela passava a ponta dos seus dedos por minhas cicatrizes. Seu carinho era como se almejasse me curar. Pude sentir todo o seu zelo. Seu toque, ou a mera ideia dele, vinha sendo a causa de toda minha disritmia nas últimas semanas. 

De coração, queria dizer "tenho cicatrizes pelo meu corpo inteiro se quiser tocar" e tentar a chance de consumar meus desejos mais profanos. Porém, sabia que isso ia a assustar por agora e a levaria a se afastar. Eu era um miserável por aquela garota de perfume jasmim. O pouco que ela pudesse me ofertar, eu aceitaria de bom grado. 

E então, quando ela ia finalmente me beijar, um vulto preto surgiu, acertando minha cabeça. Susto da porra! Encolhi-me, balançando meus braços para cima, almejando espantar o bicho nojento. Então vi o que me atacara. Caralho, pensei que fosse morcego! Por sorte, era apenas um corvo. Enny pulou assustada para longe e eu consegui afastar o animal que não foi realmente embora, apenas me olhava fixamente da janela mais próxima, como se preparasse um segundo ataque.

Antes que eu voltasse minha atenção para quem eu mais queria, meu celular tocou. Jane. Ela me pediu para que fosse urgente na sua casa porque JP tinha surtado e tentava atacar a mãe. Droga! Eu lhe devia isso, uma promessa antiga a ela e a seu pai. Dessa forma, avisei que chegaria em uns 20 minutos. Os olhos de Enny eram interrogativos quando desliguei o celular, preocupada com a segurança das garotas.

– Era Jane. Eu tenho que ir para casa dela. Vamos, te deixo perto de casa.

Quando tentei pegar a mão dela, Enny se esquivou de supetão.

– Pode ir direto. – A sua voz estava dura, levemente rouca. As suas narinas se alargaram suavemente, como normalmente faziam quando minha ex tentava um contato físico maior. – Eu me viro para chegar em casa.

– Confia em mim, não é isso que tá pensando.

– Eu não tenho que pensar nada, Nathan. Você é quem tem que fazer. Tem duas semanas para resolver isso ou eu estou fora. Devo deixar um prato para ti na janta ou vai dormir com ela?

– Não fala assim. Eu só quero você, minha...

– Se você diz... – Ela me interrompeu, revirando os olhos e bufando com acidez.

Enny pegou a bolsa dela e desceu as escadas rapidamente. Suspirei cansado e, dando uma última olhada no corvo de íris verde – que ainda me mirava –, fui atrás dela.

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