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Capítulo trinta e nove

Sofia

Decidi fazer a mais importante pergunta ao Tim:

- Isso pode ser revertido?

Acho que ele imaginou que esse momento chegaria, mas pela reação dele, talvez ele não esperasse de fato que eu fosse ter coragem de perguntar algo que o fizesse ter dúvidas sobre as próprias ações. Ou até mesmo sobre meus sentimentos por ele, já que o questionamento pudesse fazê-lo refletir a seguinte conclusão sobre mim: "Ela não quer fazer parte disso!". Ao menos é o mais lógico dos pensamentos. Ou, ele ficou surpreso por algo ainda maior, pois abriu os olhos em espanto e um pouco a boca, como se fosse indagar alguma coisa. Depois ele fechou os olhos, seguido de um movimento brusco ao passar as mãos pelos cabelos e depois uma das mãos os segurou com força, como se quisesse arrancar tudo de uma vez.

Então ele virou-se de costas, colocou a mão esquerda na testa esfregando-a, enquanto a outra mão permanecia baixa com punhos fechados. Mais controlado, voltou-se para mim, apertando os lábios e fazendo uma pausa antes de responder:

- Não.

- Não?

- Quer dizer – tentou falar com muita calma, lentamente, entre algumas pausas, como se quisesse medir as palavras - eu não acredito que isso seja reversível. Porque não é como uma doença. É como uma espécie de evolução da sua fisiologia, da sua química, do seu DNA. Não acredito que suas células sobreviveriam a uma tentativa de regressão, porque na verdade, "elas" não iriam querer isso uma vez que elas estão mais fortes agora. É como um grave doente ficando bom e pedir para voltar a ser doente.

Fiquei em silêncio. Apenas balancei a minha cabeça positivamente, para ele perceber que eu havia entendido o significado das palavras dele. E continuei olhando-o nos olhos, mas ele não suportou e fechou os olhos baixando a cabeça e colocando as mãos no bolso. Talvez envergonhado. Talvez decepcionado por entender que eu queria voltar ao que era antes. Voltar a ser a mulher que eu era, sem o ter conhecido. Ou até mesmo que nunca mais iria confiar nele ou perdoá-lo. E ele com certeza tinha noção que se isso acontecesse, eu estaria coberta de razão.

Realmente havia lógica em tudo o que ele me disse. E pelo pouco que estudei de genética, histologia e fisiologia, a explicação era aceitável. Além do mais, uma pessoa com o mínimo de bom senso iria entender toda a situação. Talvez até nem pensasse em voltar a ser o que era. Não posso ser hipócrita.

Porém, naquele exato momento, não queria vê-lo, nem ficar perto dele por um bom tempo. Estava esperando encontrar uma saída para aquela situação. Eu sempre fui como um cristal, uma vez quebrado, impossível o conserto. E ainda não sabia se eu realmente estava aos pedaços.  Mas precisava me afastar um pouco.

Incrivelmente, devo ser muito especial. Se eu fosse "normal", talvez aceitasse a nova realidade com felicidade. Quem sabe ter uma super saúde, quase ser uma highlander. Não seria algo desejado pela maioria das pessoas? Para contrariar, como sempre, penso diferente. E deve ser exatamente essa diferença que atrai as coisas mais escrotas da face da terra para mim. Neste caso, mais precisamente, fora da Terra.

Pedi a Deus que me enviasse um anjo da guarda, para que me orientasse nas minhas últimas palavras e ,me despedir dele. Foi quando a Júlia apareceu dando-me um tapinha na cabeça:

- Mulher! Posso saber onde esteve?

- Oi! Júlia! Que bom que está aqui - fui logo abraçando-a fortemente e muito grata por ela estar ali naquele instante - Pensei que estivesse dormindo a esta hora...

- Eu estava indo à padaria comprar pão e leite.

Então ela voltou-se para ele dizendo:

- Olá, rapaz! Que bom que trouxe minha amiga inteirinha e, novamente. Continue assim!

Sorrindo e sem jeito ele respondeu:

- É o meu dever, não é?

Aproveitei a situação para me despedir dele e ficar com a Júlia. Deus me ajudou a encontrar a saída para aquela momento. Ele também se despediu da Júlia, mas antes de sair, me chamou um pouco para o lado e retirou algo do bolso:

- Este dispositivo deve ficar com você. Basta usá-lo como um anel. Se por acaso você se sentir mal ou quiser me ver, basta pensar em mim. O anel vai transmitir essa energia que me trará até aqui.

Ele colocou o anel no meu dedo, novamente se despediu da Julia e foi andando até dobrar a esquina. Depois não o vi mais. Não me contive, caí no choro.

Júlia desistiu de ir comprar os tais pães. Levou-me até o apartamento. Eu não queria conversar sobre o assunto, mas ela estava preocupada achando que ele havia feito algo de muito errado comigo. Ou que eu estava apenas dando um chilique de mulher apaixonada por estar me afastando dele. Disse que não era nada demais e que eu estaria assim porque realmente me apaixonei por ele, mas que era impossível ficarmos juntos visto que ele "vivia em outro mundo". Corrigi-me dizendo que nós éramos tão diferentes um do outro, que dificultava o nosso relacionamento.

Ela começou a dizer que isso não existia. Que status social, cultura ou país onde se mora não deveriam ser impedimentos para um relacionamento onde há amor verdadeiro. Que se era para ser com ele, iria ser. E que se ele gostasse de mim igualmente, voltaria. Principalmente ele, que tinha dinheiro para isso e que dessa forma a distância seria diminuída por poder viajar sempre que quisesse. Ela só não imaginava o quanto que ele poderia viajar, sem nunca enfrentar as filas horrendas da imigração etc.

Eu não quis discordar ou até mesmo concordar com ela. Não estava com vontade de prolongar o assunto. Ademais, eu precisava falar com a minha família. Resolvi dizer a todos que de São Paulo eu estaria retornando para casa, que não poderia dar uma passadinha na cidade onde meu irmão morava e que eu não teria tempo disponível, já que precisaria de alguns documentos para o novo emprego que eu havia conseguido. Se é que eu iria mesmo para o tal "novo emprego". Na minha cabeça já estava planejado dizer que nada deu certo.

É óbvio que minha mãe não entendeu. Ela jurava que eu queria ficar mais tempo em São Paulo, que iria me divertir um pouco com meus amigos e sobrinhos. Tentei convencê-la que eu também precisava de oportunidades e que essas oportunidades me trariam outras diversões.

Ela me fez perguntas sobre o emprego, obviamente. Eu disse que precisava avaliar primeiro e que iria precisar de alguns documentos antes de qualquer coisa. Lembrei de não falar muito, pois melhor esperar e ver se iria dar certo antes de ficar me iludindo com a possibilidade. Falar poderia não trazer sorte. Ela entendeu, porque sabe que geralmente quando criamos muitas expectativas sobre uma coisa e quando não acontece, a decepção é muito maior.

Não demorei quase nada na casa da Júlia. Peguei minhas coisas e fui direto para o aeroporto, já que haviam pelo menos três ou quatro vôos para minha cidade e não seria difícil conseguir um. As passagens já estavam compradas, bastava solicitar a troca e pagar alguma taxa. No aeroporto me dei conta que poderia fazer isso de uma maneira mais fácil e econômica.

Entrei no banheiro, fiquei em um lugar onde ninguém poderia me ver. Então lembrei o que Tim e a Kate falaram sobre como "viajar". Comecei a imaginar minha casa, fechei os olhos e tentei ir até Maceió sem  ter que precisar de aviões.

Nada. Abria os olhos e ainda estava naquele banheiro. Depois de algumas tentativas, desisti. Alguém poderia achar que eu estava fazendo algo errado ali naquele cubículo. Cinco horas depois, eu estava pousando na capital de Alagoas. Tradicionalmente. De avião. Meu irmão mais novo também estava viajando e não havia ninguém para me pegar no aeroporto, portanto peguei um taxi e fui direto para casa. Eu queria a paz que só o meu lar iria proporcionar.

A primeira coisa que fiz ao chegar foi tomar um banho bem demorado. Maceió é uma cidade linda. Cercada de praias, lagoas e rios. Uma orla marítima de causar inveja. Sem contar no mar de águas mornas. E pensar nisso, me fez bem. Sempre desejei ver a neve. Mas pensando bem, avaliando a minha cidade natal, não há como negar que Deus foi generoso com o lugar. Existem muitas belezas naturais no mundo. É uma pena que nós estragamos tanto... De qualquer forma, voltar pra casa é sempre tão especial. Viajar é bom, mas retornar é ótimo.

E por falar em tudo isso, não é de se estranhar que seja um lugar naturalmente quente. Praticamente o ano todo! E como vivi a minha vida inteira nesse lugar, foi difícil para mim, sofrer tanto com o frio no Alasca. Se bem que sobre esse assunto, naquele momento, não pretendia pensar muito. Eu nem queria invocar o Timmy, já que ele disse que sonhando acontecia, imagina acordada! Ademais, ele merecia o mesmo gelo que havia me dado anteriormente.

A certeza de que tudo aquilo aconteceu comigo eu tinha. Até porque Julia também conheceu Timmy. Logo, ele existia. E eu estava com aquele anel que ele havia me dado. Era um anel prateado. Não parecia ter nada demais nele. Parecia uma simples aliança de largura mediana... fiquei imaginando de que material era feito. Tirei do dedo. Olhei bem para aquele anel. Não era de uma espessura anormal, pelo contrário. Então, não parecia ter qualquer dispositivo dentro. Talvez ele tivesse usado como desculpa para eu pensar nele e ele vir até onde eu estava.

Eu senti meu corpo cansado. Apenas fiz algumas ligações para familiares, amigos e fui me deitar. Liguei a TV com a intenção de me distrair e talvez me levar ao sono. E foi exatamente o que aconteceu. Acordei de madrugada. Dessa vez para ir ao banheiro. Não tive qualquer pesadelo. E como eu estava ainda cansada, voltei para a cama e continuei meu sono bom. Novamente apaguei. Acordei no dia seguinte com uma ligação da minha mãe para saber como eu estava. Ela estava preocupada e queria saber se eu realmente estaria feliz com a minha decisão de voltar para Maceió, já que ela sabe o quanto amo São Paulo.

Estávamos voltando a nos entender. Senti muito afeto vindo da parte dela por mim. E isso me fez sorrir. O que também me deu uma energia muito grande. Corri para a cozinha na tentativa de preparar algo para comer. Não lembro a última vez que comi muito e com muita vontade como estava naquele instante.

Enquanto apreciava uma comidinha caseira, lembrei do Tim e de quando cozinhei para eles. Dois dias sem notícias. Parei de pensar. Isso poderia atraí-lo.

Depois de saciada, percebi que o dia estava realmente lindo. E como eu estava sentindo um pouco de calor e não pretendia ficar dentro de um quarto de apartamento, checando o facebook, vesti meu biquíni e fui para a piscina. Infelizmente, comunitária e, com algumas crianças. Sem problemas, pensei. Eu estava interessada em ficar na água por um bom tempo me refrescando e não me importava com os gritos de alegria vindos delas.

Simplesmente relaxei, apoiei meus braços na borda da piscina, fechei os olhos, deixei meu corpo flutuar, já que a piscina estava bem cheia, transbordando, por simular borda infinita. Procurei ficar na parte mais funda, longe das crianças. Eu também escolhi o lugar onde já não batia mais sol, afinal, a intenção era me refrescar e não bronzear. E esse esquema de relaxamento estava dando muito certo. Por algum tempo.

Comecei a ficar incomodada. As vezes abria os olhos e olhava para trás. Era como se tivesse alguém atrás de mim. Eu sempre detestei estar em um plano mais baixo, como se eu estivesse sentada e alguém ficasse atrás de mim em pé. É uma sensação ruim de impotência, um desconforto pela ideia de estar desprotegida. Eu acho até que aprendi isso com todos os gatos que já tive na vida.

E essa sensação de ter alguém me observando já estava acontecendo há algum tempo. Desde que coloquei meus pés de volta ao Brasil, sinto isso com mais intensidade. Quando eu estava na casa da Júlia, senti a mesma coisa. Enquanto ela preparava o nosso café, fiquei deitava descansando. E parecia que havia mais alguém no quarto. Mas pensei estar paranoica.

Quis me livrar desse sentimento ruim, então, resolvi fazer um grande esforço para não mais olhar para trás, aproveitar a piscina, apoiando meus braços na borda e com a cabeça também apoiada no deck. Com os olhos fechados, eu só queria relaxar. E eu já estava conseguindo o meu objetivo novamente, aos poucos. Afinal, era a primaira vez que aproveitava a piscina do prédio.

Porém, uma criança fora dos cuidados dos pais, decidiu acabar com a minha alegria. Provavelmente correu pelas bordas da piscina e se jogou praticamente em cima de mim. Eu tomei um susto, mas não me importei muito porque quando isso aconteceu, imaginei que esse incômodo não seria proposital, por isso voltei a fechar os olhos.

Voltei a me posicionar e até julguei a coitada da criança de inconviente, pensando o quanto ela era mal educada. Mas no mesmo instante em que pensei isso, segundos depois, enquanto voltava aos meus pensamentos, ouvi o grito desesperado da mãe da criança quando viu todo aquele sangue se espalhando na água. Ela sabia que era da própria filha, pois a janela do apartamento dela era muito próximo à piscina e a mãe estava observando-a se divertindo.

Imediatamente reabri os olhos e não acreditei quando vi sangue na água. Não foi difícil entender que um acidente acontecera ali. Era tanto sangue, que grande parte da piscina ao nosso redor já havia mudado de cor muito rapidamente. Eu não via mais a criança perto de mim. Num impulso, mergulhei desesperadamente procurando-a no fundo da piscina. E consegui encontrá-la. Quando me aproximei da garota, foi o momento que vi que que ela havia batido com a cabeça em algum lugar, pois o sangue saia justamente da parte superior do corpo.

Como a piscina era funda demais, a criança nem havia alcançado o fundo. Consegui pegá-la no momento que ela estava próxima. Assim que consegui alcançá-la, ela estava de costas para mim. Quando eu a virei para ver o rosto, tomei um susto tão grande que por impulso, na falta de ar, aspirei aquela água, porque eu gritei desesperada enquanto submersa. Foi automático aspirar aquela água misturada com sangue. Eu literalmente gritei embaixo da água, tamanho o susto que levei!

A criança praticamente descolou a mandíbula do maxilar. Foi como se ela tivesse aberto toda a face. Foi uma cena tão terrível, que eu não consegui me conter. Naquele instante eu só imaginei que ela já estaria morta. Que ela havia morrido instantaneamente.

O motivo de buscar o ar no susto era legítimo. Eu não pensei rápido o suficiente para continuar com a respiração presa. Afinal, eu estava dentro da água e nós não respiramos nessas condições. E com o susto, acabei não prendendo a respiração. O mais estranho é que eu não engasguei. Senti uma pequena dor no nariz, mas não engasguei! Nem mesmo senti que iria me afogar com aquilo. E continuei a puxar a água com o nariz e com a boca, como se estivesse hiperventilando, mas não parecia que eu iria me afogar!

Só que mesmo diante daquela situação inusitada, eu não podia ficar ali parada por muito tempo, tentando entender o que estava acontecendo comigo, eu precisava salvar aquela garota. Voltei a prender a respiração e a segurei pela cintura, apoiando a outra mão na nuca dela, para dar mais suporte à cabeça.

Por fim, dei um impulso com os pés no fundo da piscina, então consegui ir até a superfície.

Foi então que puxei-a para fora, já com a ajuda de uma babá e cercada de outras crianças com as mãos tapando suas boquinhas, provavelmente segurando um grito. Segurei o maxilar e a mandíbula, tentando juntá-los. A criança estava desacordada, mas tinha pulso. Nesse instante,  o porteiro também havia encostado na borda da piscina, mas pela parte do lado de fora, mais abaixo. Para mim, aquela criança estava morta. Eu acabara de resgatar o corpo de uma menininha. Mesmo com o pulso fraco, achei que ela estava em seus últimos instantes de vida.

Aquelas crianças e uma única adulta que me ajudou a tirá-la da água, vivendo aquela tragédia. Pedi ao porteiro que ligasse imediatamente para o resgate, avisando que era uma criança, vítima de acidente em piscina com grave trauma em cabeça e que precisaria de suporte avançado de vida. O porteiro prontamente sacou o celular do bolso.

Várias pessoas começaram a aparecer, então pedi que retirassem as crianças de perto, solicitei que alguém segurasse o rosto dela, pois acreditei que ela teria quebrado os ossos da face, mas que ela poderia sobreviver. A essa altura, a mãe dela já estava desesperada ao meu lado e ensaiando desmaios. Eu acabei gritando com ela, coitada! Exigi que ela fosse forte e respirasse. Ela precisava ser. Não sei porque falei assim, não sei se é uma obrigação sermos assim pelos filhos por instinto. Acho que a verdade era que eu também precisava disso, talvez eu estivesse falando para mim mesma diante de uma situação tão louca. Eu queria evitar que ela se apavorasse em demasia, mas não consegui. Deve ser difícil manter a calma vendo uma filha naquele estado. Chamei uma moça para segurar a mãe da criança com medo de ela também criar outro tipo de problema. Imagina se ela passa mal e desmaia se machucando também? Aquela criança já era problema suficiente para mais de um ano!

De qualquer forma, foi o maior desespero que já vi na vida. Nunca passei por uma situação tão louca como aquela. A mãe da criança estava achando que a filha já estaria morta. Mas eu continuava sentindo o coração dela batendo.

E graças a Deus, ela conseguia respirar pelo nariz e fazia esforço para respirar também com a boca, provavelmente inconscientemente, visto que não esboçava qualquer outra reação. E esta foi uma das razões que tentei evitar que ela se engasgasse com o próprio sangue, já que ela podia perfeitamente utilizar as vias aeras superiores, deixei-a de lado e o sangue era muito intenso. Eu estava preocupada, com medo da SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) demorar a chegar!

Ainda bem que o socorro não demorou. Acredito que em 10 minutos eles já estavam lá. Acho até que eles já estavam próximos ao meu prédio, porque normalmente eles levam um pouco mais de tempo.

Definitivamente, essa criança teve muita sorte no socorro. Então, levaram-na imediatamente. A mãe da criança pediu para que eu a acompanhasse, que fosse com ela para ajudá-la, mas eu não tive coragem. Além do mais, não iria ajudar em nada. E estava praticamente nua, não iria entrar em uma ambulância e nem em um hospital vestida apenas de biquíni. Minha missão já havia terminado com aquela criança.

Para ser sincera, eu não queria me envolver mais. Só disse que sentia muito e desejei que tudo ocorresse bem para as duas. Depois fiquei observando a área da piscina em silêncio, já que as pessoas corriam até a saída do prédio, todos curiosos com a remoção da criança.

Eu fiquei ali parada, toda suja de sangue.

Quando olhei para a piscina, vi que a água que antes era cor azul transparente, agora estava vermelha. Fui para debaixo de um chuveiro na tentativa de me livrar de todo aquele sangue e depois subi para meu apartamento. As pessoas vinham conversar comigo, perguntar o que havia acontecido, me parabenizar pela astúcia, coragem e destreza, mas eu nem prestava muita atenção. E só dizia que não tinha visto nada, que foi tudo muito rápido e que só fiz tirá-la de dentro da água e ponto final. Mas o que mais eu poderia dizer? Por que as pessoas tem a mania que querer ouvir dez vezes a mesma coisa? Queria detalhes do rosto da menina. Alguém falou que ela ficou desfigurada e foi o suficiente para todos ficarem ainda mais curiosos.

E foi assim que meu dia estragou. Não tinha mais nada a fazer para mudar essa situação. Então voltei para casa, tomei um banho de verdade, coloquei roupas limpas e secas, nem quis lavar o biquíni, joguei fora de tanto azar que ele me trouxe! Tentei recapitular o acontecido, mas meus pensamentos só pensavam em uma coisa: dormir. Eu estava exausta. Estranhamente exausta. E minha cabeça não parava com tantos pensamentos. Eu sabia que iria ficar zumbi e não conseguiria dormir nem tão cedo.

Afundei-me nos remédios ansiolíticos. Tomei três comprimidos para apagar e só acordar no dia seguinte. Minha intenção era dormir pelo menos vinte horas sem parar. Então, liguei o ar condicionado no máximo, pois sentia muito calor e, tentei relaxar.

Acordei aproximadamente onze horas depois. Era madrugada. Eu estava morrendo de sede. Fui à cozinha e tomei quase um litro de água gelada. Mas antes de voltar a dormir, tomei mais um comprimido, pois minha cabeça estava estranha, com a sensação de que havia algo de muito errado naquilo tudo. Mais uma vez, apaguei.


                                                                                     ****

Algo também me diz que esse acidente tá estranho... e essas sensações dela... sei não heim? Onde tem fumaça...

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