Capitulo sessenta e seis
Timmy
Gabriel conseguir rastrear Milla foi a coisa mais importante para todos nós. Assim que Jullian achou que a mãe não servia mais, acabou baixando a guarda e não se preocupou com ela. Afinal, ele tinha Sofia. Mas ele não contava com duas coisas importantes por subestimar demais a força que ele tinha: não imaginou que por alguma razão, Milla voltaria a ter sua energia se reestabelecendo e nem que Sofia iria conseguir viajar sozinha. Aliás, ele não acreditou que a mãe iria defender tanto Sofia.
Assim que os pais dela conseguiram detectar a energia de Milla, imediatamente chamaram Gabriel, pois um dos irmãos dela estavam comigo e Nicolle a procura de Sofia e, meu irmão, exclusivamente, estava atrás do filho. Embora um pudesse levar ao outro, as energias eram diferentes, por isso nos dividimos. Não dava para concentrar apenas em um. Gabriel, como disse, e meus pais, procuravam Jullian, os pais dela procuravam Gregory e os demais Sofia. Eu fiquei entusiasmado, mas rapidamente fiquei sabendo que ela não estava com Sofia, portanto fiquei feliz por Milla, e fiquei apenas aguardando que ele pudesse nos ajudar de alguma forma.
Foi então que a energia do Gabriel com a dos pais dela chegaram até Milla. Ela estava em um local em Nova Iorque. Milla estava ainda se recuperando, mas estava feliz de poder viajar junto aos pais e Gabriel. Parecia que os dois nunca estiveram separados. Só faziam se desculpar um para o outro. Era isso mesmo, um desencontro que jamais deveria ter acontecido. Tinham muito a falar, mas precisavam focar no mais importante, que era o momento atual.
Milla falou que Gregory sempre foi o mentor do filho. E que acredita que ele está completamente equivocado sobre tudo, mas que desconfiava que Gregory não estava agindo sozinho. Afinal, mesmo com a aparência feia, para os padrões de normalidade dos humanos, ele era como todos eles, e que resolveu ficar separado da humanidade por decisão própria. Ele também estava obcecado pela Sofia, mas demonstrava quere-la apenas para agradar Jullian. Milla tentou alertá-lo, mas ele não acreditava na mãe.
Ela também disse que conheceu Sofia e que foi ela quem passou a última parte de energia que lhe sobrara de Jullian. Repassou para Sofia conseguir fugir de onde elas estavam. Não sabia ela que Sofia seria capaz de lhe devolver na mesma moeda. Por isso, ela já estava detectável aos demais. Confessou que Sofia era especial e que eu precisava mesmo encontra-la muito antes do Jullian. E que o filho era só a força, que ele não era mau. Mas que ela entenderia que talvez as escolhas dele poderiam leva-lo para algo sem volta. Foi surpreendente o que ela me disse.
Aguardei só um pouco mais, até conseguir sentir a Sofia mais uma vez. Finalmente. Mas ela estava diferente. E eu morria de medo de ela ter sofrido ou achado que eu a abandonei. Ela estava ali, sem demonstrar qualquer sinal de tudo o que eu tinha medo. E eu tive muito medo de perde-la. Eu senti como se não estivesse fazendo nada para encontra-la. E me doeu demais saber que ela estava tão perto e eu não conseguia sentir sua energia. Quando eu finalmente consegui, até estranhei o local em que ela estava. Eu quase me perdi. Eu quase desisti de mim e da minha família quando a vi encolhida, nua, sentada na areia, sem saber se ela estava ferida. Acho até que desisti. E só tirei esse pensamento quando a abracei e vi que provavelmente ela era muito mais forte do que eu.
Sofia brincou dizendo que nós éramos de planetas diferentes do super homem, afinal, quando ele precisava de força, buscava o Sol. No nosso caso, buscamos o frio. Não sei quanto a ele, mas nossa energia se recupera exatamente quando a deixamos quieta, inerte. E nossa energia fica calma, consegue ir passando para cada outra célula sem pressa, mas com eficiência. Quando estamos no calor, a energia agitada acaba se dispersando com mais facilidade.
E talvez seja essa tranquilidade que Sofia precise. Agora mais do que nunca eu percebi que ela havia se tornado uma de nós, quando Milla disse que ela havia conseguido fazer uma viagem sozinha. Provavelmente, não. Sofia é definitivamente muito mais forte do que eu. Ela é o ser mais espetacular que aconteceu neste mundo.
***
Sofia
Quando chegamos no Alasca, senti que eu estava em casa. Estavamos no quarto do Timmy, mas algo ainda estava errado comigo. Eu sentia necessidade do frio. Nunca pensei que iria viver coisas tão intensas e muitas vezes contraditórias em tão pouco tempo. Gabriel continuava empenhado em descobrir onde o filho estava, mesmo que já estivesse com a Milla ao seu lado. Ele ficou na Russia – engraçado que nem estão tão longe uns dos outros geograficamente -, junto aos familiares dela. Apenas Steven ainda não havia retornado. Eu contei tudo o que havia acontecido. Todos estavam preocupados se ele estaria vivo ou não. Nicolle se disponibilizou junto ao pai dele, para procura-lo. Milla, assim como Sofia, precisava ficar em algum lugar frio, evitando o desgaste de energia, para se recuperar.
Eu precisava contar com mais detalhes o que havia acontecido comigo. Fomos para um local que eles tinham, entre blocos gigantes de gelo, para que eu pudesse descansar. Era um lugar tão bonito. Nunca vi nada igual. Perto da água era azul cristalino. E todo o gelo subia lindamente branco. Estavamos em um local específico, entre os blocos, mas por cima de um enorme iceberg. Esse lugar, obviamente, não era possível aos humanos e existia há muito tempo. Claro que em algum momento deixaria de existir.
Comecei a dizer ao Timmy que essa minha habilidade de respirar na água era algo incrível. E ele logo deixou claro que eles até possuem um pouco, mas que não é nada tão importante. E isso me deixou intrigada. Ele também. Falei que precisávamos descobrir como isso aconteceu, pois ele me jurou que nada do que ele fez comigo tem qualquer DNA de outro ser, a não ser o deles mesmos. Expliquei que também não era dos outros, visto que antes mesmo do Jullian me ter como refém isso já estava acontecendo. Ter essa sensibilidade com os animais aquáticos também era algo muito intenso. E que com certeza eu eria que trabalhar mais, saber até onde poderia ir.
Expliquei com mais detalhes tudo o que havia acontecido comigo. O motivo de ele ter me achado daquele jeito, nua, sobre quando estava com Jullian, o fato do Steven ter me ajudado. E claro, o fato de não termos conseguido ententer porque ele conseguiu me achar e Timmy não ter sido tão rápido. Na verdade, os outros poderiam me achar, mas ele foi o escolhido para ir ao meu encontro. E acreditávamos que por eles terem uma energia semelhante ao Jullian, poderiam exercer mais poder contra os cancelamentos que atingiam tanto o Timmy.
Eu não pude esconder mais sobre nosso filho quando ele falou que tinha algo estranho comigo. Ele não sentia medo das minhas transformações, mas que havia algo a mais e que teve muito medo de me perder.
- Timmy, o que vou lhe contar agora, Milla já sabe, porque foi ela mesma quem me alertou sobre isso. Sua mãe com certeza sabe, pois assim que retornei, ela me olhou nos olhos, confirmou com a cabeça e apenas me deu um abraço. Ela também sentiu.
- Mais alguma transformação?
- Sim... Uma transformação para nós dois. Eu acho que quem me salvou, foi o nosso bebê.
- Como assim, nosso bebê? Você acha que está grávida?
- Eu achava antes. Hoje eu tenho certeza. E ele é a razão de eu estar aqui. Ele cedeu a energia dele para mim.
Tim ficou sem palavras, em choque, feliz, eu diria até que naquele momento ele ficou momentaneamente petrificado. Ele se jogou aos meus pé, me abraçando tanto, com as mãos ao redor da minha barriga, chorando e rindo como um bobo. Ele beijava tudo ao redor, depois ficava de pé, me beijava, voltava a beijar minha barriga... e quando menos esperei, ele agarrou minhas pernas, suspendendo-me no ar e começou a gritar de tanta felicidade que ele estava. Nossa, ele ficou muito surpreso e muito feliz. E isso era tudo o que eu precisava na vida!
Mas tínhamos muito o que resolver ainda...
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