Capítulo sessenta e cinco
Capítulo curtinho. Sim, tô bem atarefada para postar, mas tentarei ir nos curtinhos para não deixar de postar!
Sofia
Que sensação horrível foi despertar dentro da água. Mas não acordei sufocada, porque apesar do desmaio, eu continuei respirando normalmente. Só que ao acordar, tomei um susto por estar em um local escuro e flutuando. Logo percebi que estava acontecendo novamente... eu conseguia respirar na água. Só fiz olhar para cima e vi que havia luz, eu estava longe, mas não seria difícil voltar a superfície. A medida que eu ia nadando, mais claramente eu conseguia me enxergar, já que a luz que penetrava na água, ficava mais intensamente refletida na minha pele.
Foi quando um golfinho surgiu e nadou praticamente se jogando em mim, como se quisesse conversar e interagir. Na verdade, ele estava claramente querendo me ajudar a ir mais rapidamente à superfície. E aceitei a ajuda. Segurei em sua nadadeira dorsal e consegui emergir. Olhei rapidamente para cima, tentando encontrar alguém na falésia. Ninguém. Olhei ao redor. Nada. A única coisa que eu conseguia ouvir era o barulho das ondas do mar batendo mais a frente nas pedras das falésias. Eu estava relativamente longe. E isso era estranho. Se eu demaiei antes mesmo de atingir a água, não tinha como nadar para o fundo do mar, longe de onde aconteceria o impacto.
Enquanto decidia voltar, relembrei de tudo o que eu havia passado recentemente. Eu lembrei que estava em um cativeiro, mas sem estar de fato. Bastava eu conseguir entender como sair dali. A Milla foi muito corajosa, e mais do que nunca, naquele momento eu acreditei no que ela me dizia. Mesmo sem ter certeza que ela havia me contato tudo o que ela sabia, eu precisava encontrar uma forma de entender. Naquele momento, eu precisava descansar. Estava me sentindo fraca. E não tinha outra opção a não ser voltar e achar uma praia.
Foi quando ouvi um estouro. Imediatamente olhei para cima, naquela passarela e vi aquele ser horrível, menor do que o que veio atrás de mim, me olhando lá de cima. Eu parei de nadar, imediatamente. Fiquei tentando me manter ali, para ver o que iria acontecer. Eu não tinha para onde ir. E tentei fechar os olhos e tentar sair dali, mas eu não conseguia me concentrar, eu me sentia fraca, o barulho da água me distraía e o medo de fechar os olhos e não perceber o que ele poderia fazer me deixava angustiada. Resolvi afundar e tentar me concentrar enquanto flutuava. Mas eu continuava sem sucesso, porque eu realmente estava fraca.
Eu demorei um bom tempo, embaixo da água, tentando enxergar tudo ao meu redor. Depois percebei que eu precisava esquecer que estava ali. Então, fechei os olhos e tentei ficar mais ao fundo, descansando. Depois de um tempo, abri os olhos e quando eu virei minha cabeça de lado, vi um olho gigante ao meu lado. Mas estava muito pertinho de mim. Ele estava estático, me observando. Eu levei o maior susto! E só não morri sufocada porque eu era um peixe ali, conseguindo respirar. Acho até que engasguei um pouco.
Foi então que ao me afastar bem muito, no momento do susto, percebi que era uma baleia. Era uma enorme baleia! Mas ela não se moveu, parecia me observar. O golfinho voltou, ficou nadando ao meu redor, depois ia perto da baleia, retornava e parecia querer me dizer que estava tudo bem. Passado o susto, resolvi voltar a superfície e ver se o monstro ainda estava ali. E ele estava, no mesmo lugar, apenas esperando que eu voltasse. Então, assim que ele já entendeu que eu conseguia respirar embaixo da água, caminhou tentando ficar mais na minha direção.
E simplesmente, ele pulou.
Ele veio atrás de mim. E ali eu percebi que eu iria morrer. Eu tinha certeza que ele conseguiria chegar a mim facilmente. Ele estava determinado a me pegar. Mas algo aconteceu. A baleia emergiu e antes dele chegar na água, ela já estava agarrando ele. Pelo que vi, era uma daquelas baleias que não possuem dentes de verdade, então ela não poderia fazer nada além de engolir. E como se não pudesse acontecer mais nada, um pouco depois que ela caiu na água com ele na boca, vi que ela levou o monstro mais para longe e abriu a boca, deixando-o livre... Mas não livre para vir me pegar e sim para ser devorado por vários tubarões que apareceram, assim, sem mais nem menos. Eram muitos e eu não sei de onde surgiram!
O golfinho voltou a aparecer ao meu lado e não pensei duas vezes, segurei a nadadeira dorsal dele, que me guiou para um local que tinha uma praia, longe das falésias.
Já na praia, eu me senti estranha novamente por ainda estar nua. E dessa vez, não tinha nenhuma lama que escondesse, nem que fosse um pouco, a minha pele exposta. Sentei e fiquei relembrando todos os acontecimentos. Tentei ir para o Alasca na primeira tentativa e não consegui. Imaginei que qualquer lugar conhecido eu teria dificuldades para ir. Tentei algum daqueles pântanos próximos a casa deles, mas sofri perseguições e tentei pensar rápido em um lugar neutro. Lembrei dessas falésias na Irlanda, pois foi um dos belos lugares que desejei visitar com o Timmy. Uma vez ficamos um bom tempo pesquisando os lugares mais legais para o turismo e esse foi um dos que nós concordamos que deveríamos ir. Assim, tentei novamente uma nova viagem e consegui chegar na Irlanda. Se alguém me contasse, há algumas semanas, que eu viveria tudo isso, certamente iria procurar um psiquiatra para essa pessoa.
Lembrei que eu já estava mal vestida no cativeiro, e a camisa gigante que eu vestia se rasgou por inteira no pântano. Por isso eu estava nua. Fiquei sentada aguardando me recuperar para fazer uma nova tentativa. Mas não demorou muito, pois Timmy conseguiu chegar até ali. Eu levei um susto, achando que era mais um daqueles monstros, mas quando vi que era ele, meu coração bateu acelerado de tanta alegria e alívio.
E nos abraçamos com tanta intensidade eu eu achava que todos os meus ossos iriam se quebrar. Tim começou a me beijar por inteira. Tirou uma das suas blusas e me vestiu. Ele poderia ter vomitado tudo o que aconteceu com ele, mas preferiu se certificar que eu estava bem.
- Vamos para a nossa casa.
Não demorou muito e já estávamos no quarto do Timmy, após um banho revigorante, conversamos. Eu disse tudo para ele. Claro que ele confirmou que alguma coisa estava impedindo de eles conseguirem me localizar e de chegarem a mim. Tudo o que desconfiava e conversava com a Milla havia se concretizado. Estávamos bloqueados um para o outro e assim que eu consegui sair de perto do Jullian, pudemos nos reconectar novamente, mas só depois que ele parou de bloquear todos, como ele também estava fazendo.
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