Capítulo onze
Oiiii novamente! Vamos de bônus? É um capítulo curto apenas do Timmy.
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Timmy
Naquele dia eu estava concentrado. Precisava saber o ano daquela escultura e sabia muito bem que não era a registrada na placa. Nem muito menos era do artista que ela indicava. Eu já havia descoberto que o cara tinha adquirido fora de São Paulo e dissera que era obra dele. Também que ele a encontrou no sul do país e eu queria saber quem havia lhe entregue isso. Não foi difícil recolher uma pequena amostra para fazer a datação correta. Para as pessoas que prestassem bem atenção, iriam ver que não era uma forma humana. E que não era nada agradável aos olhos delas. Talvez por essa razão, tornara-se algo diferente, mas não tão importante. Era tão grande que as pessoas não precisavam chegar muito perto para enxergar. Usei a desculpa de ir ler com atenção a placa para poder fazer a coleta. Claro, teria que fazer algo profundo, já que a peça havia sido reformada algumas vezes.
Era fácil ficar atento a parte da movimentação, principalmente quando o museu estava com muitos poucos visitantes naquela hora. Eu poderia ir fora do horário de visitação, mas não estava com tempo para isso. Só que eu não contava com uma mulher distraída contornando a estátua. Eu simplesmente baixei a guarda, ansioso em finalizar a coleta, guardando a amostra, e assim que me dei conta a garota já estava caindo sobre mim! Por sorte eu tinha acabado de finalizar o processo... Quase deu errado.
Além disso, foi a primeira vez que eu tive um contato físico com alguém desse país. Normalmente eu apenas falo ao telefone e no máximo apertos de mãos com gerentes de hotéis ou referentes ao trabalho que exerço. A primeira vez de um contato físico maior, justamente com uma garota estabanada, afinal, foi um corpo inteiro caindo sobre mim. Ela foi engraçada até. Ficou toda sem jeito me pedindo desculpas. Foi tão genuíno. E de fato ficou bastante envergonhada, porque apesar de ela ter uma pele clara, era naturalmente uma brasileira, pois era visível que tinha um bronze natural. Suas bochechas ficaram vermelhas muito rapidamente e ela sentia dificuldade em falar, acho que até de respirar. Acabou chamando minha atenção com bastante facilidade.
Mas tinha algo a mais naquela pele e naquele olhar. O seu toque despertou algo estranho em mim. Havia um reconhecimento inexplicável. E acabei associando a mulher que sempre pairava nos meus sonhos. Sim, eu sonho bastante com a mesma pessoa, mas nunca consigo enxergar de fato quem é.
Ela parecia ser uma pessoa simples. Não era daquelas garotas que gostam de academia, porque ela tinha um físico magro, natural, sem mostrar músculos evidentes. Não vestia roupas que mostravam seu corpo, pois as roupas não eram justas. E isso me deixava curioso. Vestia um jeans, camiseta larga e segurava uma jaqueta na mão, além de uma mochila nas costas. Não estava usando uma maquiagem pesada, inclusive nem usava batom. Estava com os cabelos soltos, porém de lado e preso na orelha direita. Ela tinha uns cabelos lisos, compridos, castanhos claros e algumas ondulações que não dava para saber se eram naturais. Seus olhos eram de uma cor especialmente interessante. Eram quase da cor de gasolina, querendo se transformar em outra cor e isso você conseguia ver se olhasse bem próximo e, eu olhei bem para eles! Proximidade não me faltou já que a segurei próximo ao meu rosto. E ela os arregalou assim que olhou para mim. Os olhos dela eram fascinantes. E era também bem perceptível que ela estava com um aspecto cansado, visto que suas olheiras ainda se via por baixo da pouca maquiagem.
Eu honestamente não sabia o que fazer para conseguir ficar mais tempo com ela, mas de repente apareceu a amiga, já interessada em almoçar. Era tudo o que eu precisava. Aquela garota com a estrutura física maior que a da menina atrapalhada, tinha cabelos pretos e bem curtinhos, chegou sem cerimônias perto de nós. Não pareceu interessada em mim, porque quase não me olhou. Ela queria apenas sair do museu para matar sua fome. Achei ótimo, com tanto que eu conseguisse ir junto para ficar mais um pouco com aquela garota interessante, que eu nem sabia ainda o nome. Precisei forçar a apresentação antes de irmos pegar meu carro.
Sofia. Não poderia ser mais perfeito.
A amiga da Sofia se chamava Júlia e apesar de parecer bem descolada, também parecia ser bem orientada e preocupada com pessoas ruins, percebi que ela estava desconfiada em ir comigo no meu carro, por isso deixei que ela ficasse à vontade para dirigir. Talvez isso a deixasse um pouco mais confiante. Deu certo. Não demoramos muito para decidir onde iríamos comer, quis ser cavalheiro, aliás, não seria diferente, sempre fui. Principalmente agora. E elas ficaram felizes.
O almoço ocorreu muito bem. Eu também estava feliz, esqueci inclusive meus problemas. Tanto que meu irmão mais velho percebeu minha ausência e prontamente entrou em contato comigo para saber por que eu estava perdendo tempo e me arriscando a ficar mais do que deveria em São Paulo. E mais uma vez eu disse que apesar das nossas responsabilidades eu estava vivo e precisava, inclusive, viver! Fazia parte do plano, não só cuidar das nossas responsabilidades, mas fazê-la sem prejudicar nossa vida pessoal e nossa saúde. Embora estar em São Paulo por muito tempo não era exatamente sinônimo de busca de saúde, pelo contrário.
De qualquer forma, apreciei a companhia das duas. Elas eram animadas, no entanto Sofia era bem mais calada e isso me deixava intrigado, pois eu não conseguia descobrir muita coisa da vida dela, só conversávamos basicamente sobre assuntos do mundo.
A comida estava excelente. Aliás, mesmo sendo um restaurante italiano, os brasileiros sempre conseguem fazer da culinária uma arte. Muitos sabores. E sei que ainda deve ter muitas coisas, já que o país é bastante extenso e super diversificado. Pena que o clima não facilite as coisas para mim. Países tropicais são terríveis para nossa família.
Ainda bem que na volta, assim que as deixei em casa, Júlia prontamente nos deixou a sós e naturalmente conseguimos um novo encontro. Agora sim! Perfeito! Pude enfim, conversar com a garota que havia prendido a minha atenção sem nem ao menos eu saber a razão de tanto interesse meu, ou talvez eu soubesse, mas não acreditava que seria ela... E acabamos por marcar um novo encontro em apenas três horas. Fiquei com a sensação de que alguma coisa estava prestes a acontecer. ***
Não sei vocês, mas fiquei ainda mais curioso com esse segundo encontro. Como vai ser? O que promete? Já sabemos que os dois estão específicos um no outro... mas qual o mistério da história afinal?
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