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Capítulo cinquenta e oito




Sofia

Jullian tinha um sorriso malicioso no rosto, parecia confiante e tranquilo. É claro que eu tomei um susto, levei a mão a boca, meu coração acelerou e fiquei pálida. Emudeci. Mas ele estava firme, poucas reações. Então, depois de um minuto me recuperando, consegui balbuciar alguma coisa. Ele estava dando o tempo necessário para que eu conseguisse respirar e começasse a falar.

       - Não precisamos fazer joguinhos. Eu já sei quem você realmente é. Só não entendo o que você quer, vindo atrás de mim.

        Ele deu uma risada. E não estava se incomodando caso o Timmy acordasse. Achei ótimo, quem sabe fazíamos uma reunião em família de uma vez por todas e acabávamos logo com todo o mistério? Ademais, em alguns segundos, todos estariam ali diante de nós, não tive medo!

       Ledo engano.

      - A pergunta certa é: Quem é você? – Foi o que ele falou.

      - Eu sou... – Tive que pensar, porque eu nem sabia como iria me identificar, essa era a verdade – Sofia.

      - Isso eu sei que você sabe... Sabe mais alguma coisa sobre você, Sofia? – Ele estava fazendo joguinhos, só podia ser.

      - Namorada do Timmy – O que mais eu iria falar?

      Nova risadinha. E logo fez uma cara de decepção.

       - Esse idiota nem sabe onde está se metendo. Nem mesmo você. O que é bom na verdade. Quanto mais ignorantes, melhor para mim. Se vocês não tivessem ao menos me descoberto, realmente eu começaria a duvidar até da minha genética. Descobrir quem eu sou até um humano puro descobriria. Crianças descobririam. Mas você? Ora você! Você para mim não passa de uma moeda de troca, que poderia também ser uma bomba atômica, por assim dizer.

       - Onde quer chegar? Você ainda não me respondeu...

       Nem tive tempo de finalizar o que eu estava falando, pois em um segundo ele havia me puxado e me imobilizado. E tudo ficou escuro, pois ele me apagou. E acho que bastou apertar meu pulso e colocar um braço no meu pescoço, apertando um pouco, que eu já estava sendo nocauteada.

       Acordei em uma espécie de cela. E não havia janela. Uma porta com uma abertura ao centro, do tipo janela, provavelmente para entrega de alimentos e água. Dentro havia um banco de cimento com um colchonete e um banheiro simples. Não era sujo, mas em compensação era abafado, sufocante. Só não ficava sem ar porque a porta havia abertura embaixo e em cima de cerca de três centímetros. E sentia um vento gelado passando por ela. Deitei no chão na tentativa de olhar na fresta, vendo o que se parecia um corredor e a frente só parede. E o chão do corredor era o mesmo da cela, igualmente limpo. Claramente o local foi feito sob medida, provavelmente para mim. Não sei a razão, mas tive a certeza que aquilo havia sido programado há muito tempo.

       Comecei a andar em círculos dentro do quarto. Pensei em filmes que já assisti sobre cárcere privado, sequestros etc. Eu precisava me exercitar e tentar com isso criar uma rotina. Talvez com isso eu demorasse mais tempo a enlouquecer caso ficasse muito tempo ali presa. Não! Eu tinha certeza que iria elouquecer de ali! Eu não sou boa em mensurar tempo, mas acredito que após umas seis horas, alguém com capuz abriu a janela da porta, deu uma batida como se quisesse avisar que eu precisava ir até lá. Cheguei perto e a espécie de janelinha maior na porta se abriu e um pessoa me entregou a bandeja. Tinham alimentos. Deixar de comer não era uma opção, já que não pretendia  ficar fraca.

       Quem me entregou a comida estava com o rosto coberto. Era baixinho, deu para perceber fácil até pelo esforço que fez erguendo a bandeja pela abertura da porta. Parecia ser robusto. Com certeza era um homem. Seu olhos negros me fitavam com curiosidade. Assim que ele bateu os olhos em mim, percebi que arregalou um pouco antes de conter a calma. Depois começou a me fitar com um olhar desconfiado ou até mesmo com raiva, por estreitá-los em alguns momentos.

       Quando abri a boca para tentar colher alguma informação, a abertura da porta foi fechada com violência. Resolvi sentar e avaliar o alimento que me foi entregue. Haviam batatas cozidas, um filé de peixe, um pãozinho e um copo com água gelada! Bem, com certeza não queriam que eu ficasse morta de fome e nem mesmo me envenenar. Comi sem medo. E fiquei até abismada com tamanha preocupação com a minha alimentação. O que me deixava ainda mais curiosa com o que pretendiam.

       Desconfiei que a pessoa que havia me dado a comida seria o tal Gregory. Estranhei o disfarce. Jullian, apesar de ter chamado o Tim de idiota, não poderia também subestimar tudo o que sabíamos sobre ele. É claro que associaríamos um ao outro. Ele foi praticamente criado pelo homem, mas havia sumido. Era bem óbvio que fossem comparsas. Pensei em Milla. Se ele estava me tratando bem, considerando que eu era uma prisioneira, sentia um certo alívio em achar que a mãe dele estivesse sendo bem tratada também! Já tínhamos a certeza que ela não estaria morta e nem "sumida". Com certeza estavam juntos. Mas não sabíamos o quão "juntos" acontecia na relação entre eles.

       Tive um estalo e merda! O anel que Timmy havia me dado tinha sumido!

       Foi então que dei por mim que eu estava descalça, vestindo um camisão, sem nenhuma outra roupa. Na verdade, quando Jullian apareceu para mim eu só vestia um robe. Senti vergonha e angustia em saber que enquanto eu estava desacordada eles me viram nua. E por instinto, comecei a me tocar para ver se sentia alguma dor. E me olhei toda para ver se conseguia ver alguma marca. Por sorte, estava normal. Até onde eu conseguia me avaliar. Mas isso era a menor das minhas preocupações, eu ainda estava viva. Eu precisava ser fria, estudar todos os passos deles. Precisava decorar os momentos entre refeições, como ele faz a entrega e se existe alguma forma de erro da parte deles, o tipo de comida para tentar descobrir as horas. Talvez saber as horas ajudasse na minha fuga, sim, eu pretendia conseguir uma forma de fugir dali.

       Pensei em Timmy. Ele deveria estar atormentado. Ao mesmo tempo, estava curiosa, pois pensei que ele seria capaz de me encontrar com mais facilidade. Já estava demorando demais de ele me resgatar e eu ainda nem havia passado um dia longe dele... Assim acreditava.

       O silêncio sepulcral arruinava meu juízo. Era difícil ser estrategista vivenciando aquilo tudo. Era preciso muita força de vontade para não surtar. Provavelmente quatro horas se passaram para novamente a portinha ser aberta com uma nova bandeja. Mesma batida avisando sua chegada e que não percebi, tinha que ficar mais atenta na próxima vez. Após me entregar a bandeja, sua voz rouca, porém anasalada apenas falou: "a outra". Demorei um segundo para entender que ele se referia a outra bandeja. Repousei a nova em cima do colchonete e peguei a outra no chão. Ele aguardava do outro lado em silêncio, porém estava impaciente com certeza. Talvez a tarefa não o agradasse.

       Novamente, sem falar mais nada, puxou a bandeja pra si e rapidamente fechou a portinha do único acesso ao mundo exterior que eu tinha. Era inclusive um alivio, pois era o momento em que entrava um pouco mais de ar gelado, diminuindo o abafado dentro do cubíbulo. Da próxima vez, tenrarei demorar só mais um pouco. Além de aliviar meu ar, preciso ver o quanto vou irritá-lo e quem sabe descobrir alguma coisa. Talvez, seu eu conseguir escutá-lo chegando, e me fingir desacordada. Quem sabe ele não abre a porta...

       Novamente, a refeição estava impecável. Ao menos isso.

       Tento alinhar os pensamentos. Mas é tão difícil. Muitas coisas na minha mente e eu não consigo seguir uma linha de raciocínio. Nada que penso chego a uma conclusão. Então voltei a pensar sobre tentar me teletransportar. Será que eu mudaria tanto até conseguir isso sozinha? Que droga! Não deu tempo de conversar com Tim sobre isso. Eu estava tão preocupada sendo egoísta demais, querendo viver esse amor, que não lembrei de pensar, principalmente, na minha segurança. Era tão óbvio! Mas a merda da carência, de parecer viver uma vida de princesa, de contos de fadas, subiu a minha cabeça de humana fraca!

       Estava na cara que esse garoto ia querer alguma coisa comigo, afinal, ele estranhamente apenas aparecia para mim. Por quê? Nem faz sentido! O que deixei passar? Ou o que o Timmy e a família deles não sabiam? Ou será que eles me escondiam algo? Difícil acreditar nisso. Timmy estava muito entregue para fingir qualquer coisa.

       Dormi. Finalmente não aguentei mais e o cansaço se firmou. Ao acordar, perdi finalmente e totalmente a noção das horas. Eu já não sabia se havia dormido trinta minutos ou três horas. Mas acordei incrivelmente disposta. Não tinha fome. Mas fui ao banheiro, precisava fazer xixi. Encontrei produtos de higiene pessoal como sabonete, shampoo, condicionador, escova de dente, pasta de dente, toalhas limpas e outra camiseta. Então eles entraram enquanto eu dormia. Droga! Eu nem percebi! Será que havia alguma droga no alimento que me fez apagar? Não sei, talvez não.

       Sentada no vaso, comecei a me concentrar. Em nada. Absolutamente nada. No branco. Tentei isolar minha mente. Ver o branco não era difícil, porque mesmo vendo o branco minha mente trabalhava em outras coisas. Então lembrei que Timmy havia me dito que eu deveria pensar em um lugar. Mas vários ambientes rondavam minha cabeça. Principalmente os recentes em que havia estado com ele. Percebi que não iria a lugar nenhum, pois nenhum deles eu me prendi a atenção completamente, porque eu só via o rosto do Tim, seu corpo, até os sinais de pele do corpo dele.

       Resolvi tomar um banho e voltar ao colchonete. Tentei mais uma vez o exercício. Eu sentia paz, pelo menos isso estava sendo válido. Acho que escutei alguma coisa. Parecia um barulho de algo repetitivo, como um sopro. Silêncio. As batidas. Imediatamente peguei a bandeja anterior assim que a nova janela havia aberto. Peguei a nova. Janelinha fechada. O barulho novamente. Até sumir. Era ele! Esse barulho era o andar dele. Ele não deve usar sapatos, para fazer silêncio. Mas mesmo assim esse barulho deveria ser alguma coisa no andar dele. Era isso! Eu deveria ter fingido dormir ou qualquer outra coisa, mas agi por impulso por causa do barulho e já estava de pé com a bandeja em mãos.

       Resolvi ser esperta. Os alimentos nunca me diziam as horas. Não dava para saber nada. Era tudo muito parecido sempre: comidas leves, saudáveis. Depois dessa alimentação, passei muitas horas acordada. Tentei me exercitar. Tive mais duas refeições. Tomei outro banho, mas vesti a mesma roupa. Demorei muito a dormir dessa vez. Talvez meu organismo estivesse me mostrando que horas eram. Passei bastante tempo acordada, com três refeições nesse intervalo de tempo. Imaginei que eu estivesse entrando na madrugada. Estava acostumada a dormir sempre muito pouco. Normalmente eu dormia entre duas da manhã e acordava as sete. Será que eles sabiam quando eu estaria acordada? Dormi. Acordei bem. Novamente, pouco depois de sair do banheiro, esperei atenta. Aquele barulho. Dessa vez eu estava no colchonete. E decidi fingir. Batidas. Janelas abertas. Ele percebeu que eu não me mexi. Novas batidas mais intensas. Tomei um susto, mas consegui me controlar e não me mexer. Novas batidas mais intensas. E um grito. Russo? Poderia ser, mas não entendi.

       Barulho de porta abrindo. Ar gelado tomando o quarto com mais intensidade. Ele entrou em silêncio, mas ouvi um pequeno barulho, depois percebi o barulho maior da porta se fechando, diminuindo a entrada do ar. Depois foi a vez da janela. Esperei um pouco. Então me virei, notei que as bandejas haviam sido trocadas. Mas que merda! Ele me ignorou? Será que sabia que eu estava fingindo? Tentei me manter lá. Do mesmo jeito. Mas não resisti e precisei ir ao banheiro. Tentei ser rápida. Voltei a mesma posição. Esperei pacientemente.

       Novamente aquele barulho de sopro. Batidas. Janela. Batidas intensas. Grito em russo. Portas abrindo. Silêncio. Porta fechando, depois janelinha. Esperei. Esperei. Tinha medo que ele estivesse dentro do quarto. Mas ouvi o barulho do sopro logo após a batida da porta, então ele havia saído mesmo. Então me virei, nenhuma bandeja. Retornei a posição.

       Sopro com mais intensidade. Porta se abrindo. Tenho certeza que gelei. Escutei a voz do Jullian bem no meu ouvido, sussurrando.

       - Levante-se boneca – Estremeci, foi inevitável. Ele me dava medo.

       Eu tinha consciência que ele já sabia que eu estava acordada, mas mesmo assim, me mantive na mesma posição. Então, senti seu toque na minha nuca, puxando meus cabelos delicadamente. Estremeci, foi calafrio por medo. Merda! Ele agora tinha certeza que eu estava fingindo. Mas mesmo assim, não abri meus olhos e continuei meu plano. Então ele começou a descer sua mão pelas minhas costas. E voltou a sussurar em meu ouvido.

       - Sabia que eu te acho muito bonita? Meu tio certamente tem bom gosto, embora ele não entenda nada sobre você, acredito que ele tenha apenas sorte – Asco desse garoto!

       Então ele pulou para minha coxa. E quando ele começou a subir o blusão, desnudando meu corpo, aí ele finalmente conseguiu seu objetivo. Em um pulo rosnei para ele com toda a fúria que eu tinha no momento, com nojo daquele pirralho maldido.

      - Não me toque! – Gritei trincando os dentes com toda força.

       Ele começa a gargalhar. Dá calmamente um passo para trás rindo. Eleva as duas mãos em sinal de que não tem culpa de nada, que não fez nada. Cretino miserável! É o que eu penso dele. Sentada, olhando para ele, percebo em sua face muita satisfação. Gregory se posiciona, atentamente, estrategicamente, em frente a porta, como se estivesse fazendo uma barreira. Ele percebeu que eu havia observado as possibilidades de fuga. Então ele respirou alto. E começou a dizer fatos.

       - Não adianta. Saberei se você não estiver se alimentando. Saberei se você estiver fingindo. Eu sinto a sua energia, sua respiração, tudo. E nem preciso de uma câmera lhe filmando. Faça um favor para si, não me peça para vir aqui novamente fazendo essas idiotices. A próxima vez eu posso não ser tão condenscedente. Eu sou um cara disciplinado, mas também sou muito volúvel quando se faz necessário. E entenda essa mudança de comportamento como algo incoerente ou mesmo como um divertimento – E piscou o olho – Mas acredite, normalmente é pura diversão. E será muito fácil querer me divertir com você. Percebeu que eu também não tenho escrúpulos?

       - O que você quer de mim? - Direta, para que rodeios? – Eu não sou ninguém. Não tenho importância para seu pai. Agora eu já sei que você sabe de tudo. Chamou Timmy de tio...

       - Sim, sei muito bem quem você é. Os Orvrils não tem importância para mim. Você sim! E não estou interessando, principalmente, no meu pai, se é o que lhe incomoda. Ele nunca esteve presente, não tenho ligação com ele. Sei muito bem que a princípio minha mãe evitou, mas depois eles começaram a fugir, embora nem soubesse ainda da minha existência. Não existe esse negócio que vocês falam sobre trauma familiar - E deu mais uma gargalhada irritante e boçal – Tola! Eu não me importo com nenhuma deles. Eles são burros. Estão presos a uma tarefa. E só. E até pensam que devem viver como simples humanos. Talvez sejam apenas humanos com um pouco mais de sabedoria e truques. Nada mais. Nada. Mais. – Enfatizou.

       - Então, por que diabos você está me mantendo aqui? O que eu tenho demais então? – Já que eles não eram importantes, eu não conseguia enxergar então a razão de eu ser!

       - Humm – E colocou a mão no queixo, coçou e me fitou – Fico feliz de você ainda não saber nada. Facilita muito as coisas para mim. Sua nova refeição já está no quarto. Volte a se alimentar. Mas continue sendo também uma tola. Estou adorando.

       Saiu. Sem falar mais nada! Ainda tentei gritar, chamá-lo de volta. Nem me deu atenção. Gregory fechou a porta. Vi a bandeja com a comida. Senti fome. Pensei em seguir com o plano. Percebi que comer era algo importante. Era de fato minha saída. Precisava exatamente ficar fraca. Tinha que ser alguma coisa relacionada com energia.

       E se era sobre energia, como eu poderia sair dali? Ele poderia querer usar a minha, mas eu também precisaria dela. Decidi comer e esperar. Ver se ele iria fazer algum experimento comigo. Quem sabe eu conseguisse descobrir alguma coisa sobre Milla. Então comi e finalmente descansei de fato. Algumas horas depois, acordei com disposição. Tomei um banho e novamente tinham aquelas camisetonas, tipo de clínica de exames de imagem. Aguardei a próxima refeição. Tudo igual, sem mudanças. Quer dizer, Gregory finalmente falou comigo:

       - Jullian vem te ver hoje. Não durma novamente. Ele virá avalia-la – Bingo. Avaliar-me.

       Mas que diabos ele pretendia com isso? Que tipo de avaliação. Já vi que vou virar uma cobaia. Imagino que será uma tortura. Porém não foi exatamente como eu pensava. Mas nem sei ao certo o que pensar!

       Ele veio à minha pequena prisão, segurou minha mão e eu não fiz nenhuma questão de impedir, precisava saber o que ele pretendia. Ele disse:

       -  Como a senhorita está se sentindo hoje? – Falou de forma até simpática, como se nem tivéssemos tido aquele episódio horas antes - Vejo que está indo até bem demais. Você me surpreende. Gosto disso. Pretendo lhe usar. Fazer um teste agora. Seja boazinha, faça o que eu peço, ok? E se tudo sair bem, veja, todos nós poderemos ter a chance de vivermos bem aqui na Terra.

       - Nós quem?

       - Nós, diferentes, especiais, de outro mundo... Pense como você quiser – Ainda em dúvidas, pois não sabia se ele se referia aos Condros apenas.

       - Condros, Orvrils... – Tinha que ser bem direta.

       - Somos todos especiais, não? – Talvez, poderia ser. Mas também poderia ser tudo uma armação, já que ele demonstrou tanta falta de interesse no próprio pai, como acreditar que ele incluiria os Orvrils?

       - Sim, claro. Mas eu não me encaixo em nenhum dos dois casos, onde entro na história?

       - Ah, você está preocupada com você, claro! Gostei! Como poderia subestimá-la? Você tem sua importância! Se você pensa que tenho interesse em lhe fazer mal, engana-se. Pelo contrário. Acho que você é uma peça importante até demais. Mas, apenas se colaborar comigo. Se não tiver interesse, não tem problema. Muitas coisas continuarão como estão, algumas não terão mais jeito, mas não serei afetado, e sim, este é um ponto importante, obviamente, mas caso eu não consiga sua colaboração, aí sim pode ser que você saia prejudicada – Foi esclarecedora a minha importância, embora eu ainda não saiba como isso acontecerá.

       - Vamos lá? Não vai te machucar. Eu prometo que se não for promissor, você irá seguir sua vidinha, seu romancezinho com meu titio. Nada vai mudar para você, além do que já está acontecendo. Concentre-se no branco e depois deixe o resto comigo.

       Fiquei imaginando se iríamos sair do lugar. De qualquer forma eu fiz o que ele mandou. Eu também queria saber o que ele pretendia, depois tentaria pensar em algo em seguida. Senti um arrepio ao tocá-lo. Mas consegui suportar. Até ânsia de vomito tive só em encontra-lo. Mas continuei. E tranquilo, ele disse:

       - Gosto muito de frio. Que tal irmos agora a um lugar assim?

       Simplesmente estávamos no meio do nada. E eu só via gelo. Branco.

       Ele começou a rir. Ele continuava a segurar minha mão e apenas gargalhava.

       - Ah! Mas que maravilha! Conte-me Sofia, como você se sente no momento? – E arqueou a sobrancelha.

       - Eu só sentia um vento percorrendo meu corpo. E o barulho. Sentia um pouco do frio do chão em contato com minha pele. Mas não me sentia mal. Inclusive parecia um lugar tão agradável, que poderia sentar e ficar admirando todo aquele vazio, tão branco, tão bonito... – Não falei nada. Apenas fiquei observando o que poderia vir em seguida.

       - Acho que poderemos nos dar bem, titia. Ainda não está na hora, mas em breve sim. Muito em breve. Estou aguardando a chegada de alguns amigos. Teremos visitas em breve e será no tempo ideal para que eu possa iniciar meus planos. Fique tranquila, você não irá ser prejudicada em nada – Uma ênfase na palavra "você". E nesse momento percebi que ele não iria incluir mais ninguém além de mim nos objetivos dele. Eu precisava de um plano. Mas qual? Estava perdida e sozinha.

       Antes mesmo de pensar em mais alguma coisa, já estávamos de volta à minha pequena prisão. Ele se despediu prometendo retornar em breve e me pedindo para ser bozinha. Tentei pedir informações, mas ele não foi generoso na resposta:

       - Deve estar que nem uma barata tonta, tentando descobrir onde você se meteu! - E saiu gargalhando em deboche.

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