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30 | Um Belo Show

Cadu

20/02/2018

Terça-Feira, 11:42

Como não havia nada de anormal no meu corpo além da quantidade absurda de feromônios (o que é a quantidade normal pra mim), o médico me deu alta antes mesmo do almoço.

Tive de tirar algumas amostras de sangue para alguns exames já que o médico não botou fé quando eu disse que a quantidade de feromônios que tenho no corpo agora (similar a quantidade de feromônios que tem no corpo de um dominante no cio) é pouca considerando que eu deveria estar entrando no cio hoje ou amanhã.

Deveria ser o dobro disso e mesmo quando saí do hospital, tive de ligar pro meu médico pra informar ele disso, já que aparentemente, estou desregulado outra vez.

Sem ideia de quanto meu cio pode começar, ainda mais pelo meu "pré-cio" não durar mais do que cinco ou seis horas. Esse pré-cio nos outros dura até uma semana, um aumento gradativo de feromônios no corpo antes de entrarem no cio, no meu caso isso acontece em pouquíssimas horas.

Pra piorar, se não sei quando vou ter meu cio, também não dá pra comprar os supressores já que tem certa burocracia com papelada e assinaturas tanto de mim, do meu médico, de duas testemunhas e do meu responsável (o Sr. Novaes), só pro caso de o medicamento me matar no meio do cio, ninguém sair como culpado já que eu quem assinei pelo medicamento.

Ia comprar os supressores ontem, demora cerca de doze horas pra conseguir o supressor do fornecedor de sempre, mas não dá pra comprar sem receita e não dá pra ter receita sem ter certeza da data do rut, então é isso. Estou fodido.

Henri que insistiu em me pegar no hospital quando tive alta, está dirigindo como se estivesse na jaula de um gorila, a cara pálida, suando frio, tremendo apavorado. Nem consegue falar comigo sem gaguejar e fica desviando os olhos, incapaz de me encarar ou até mesmo provocar.

Não dá pra evitar, coloquei cinco adesivos supressores, usei desodorante corporal supressor e até sugeri tomar um comprimido, mas ele ergueu o punho e só não me bateu porque ainda tô com a cabeça enfaixada.

Henri insistiu em pararmos em um restaurante pra almoçarmos, ignorando quando eu repeti que acabaríamos expulsos. Mal nos sentamos depois de servirmos os pratos e o gerente veio pedindo pra nos retirarmos já que um funcionário, desmaiou, alguns clientes estavam passando mal e vi muita gente recuando, sem querer entrar no restaurante.

O texugo raivoso que estou criando até começou um barraco, mas saí pra não ver o final e ele veio atrás de mim revoltado por eu só ceder. Às vezes esqueço que esses ricos ficam presos numa bolha ilusória onde tudo é do jeito que eles querem. Como alfa, tem até lugares que não aceitam minha presença.

É difícil arranjar emprego pois rejeitam alfas pelo estigma de serem neuróticos, psicóticos, agressivos, territoriais e competitivos demais, além de terem "poderes demoníacos que mexem com a mente".

Em alguns mercados, lojas e até locais para lazer como baladas ou parques, a entrada de alfas é proibida. Sempre tive que verificar bem se minha entrada seria barrada ou não em algum local que pretendia ir e às vezes, é mais fácil só ficar em casa mesmo. Tem menos chances de eu sofrer acidentes.

Fechei a porta do carro, ouvindo Henri resmungar durante todo o caminho até o apartamento dele sobre isso ser ridículo, injusto, sem noção e mesmo no elevador, seguiu reclamando, até achei fofo como se irrita por uma coisinha boba dessas.

Não quero nem ver como vai reagir caso alguém jogue algo em mim ou algo do tipo.

No instante em que o elevador abriu, vi o vizinho Esquilo empilhando um monte de caixas na porta do Henri e até soltei um suspiro de alívio ao ver que não usava uma gargantilha e sim, um curativo na nuca, sinal de que está marcado e não sente minha "presença".

— Finalmente chegou, sabe quantas vezes eu desci na portaria pra pegar suas compras?! — o esquilo foi logo falando e o Henri fez careta. — Desci onze vezes, Henri! Pedi pro porteiro deixar acumular lá duas vezes e ainda subi carregando um monte de pacotes! — apontou pra entrada da casa dele e vi uma pilha de caixas e pacotes ali. — Você é um comprador compulsivo, isso sim!

— Eu já tinha comprado isso antes, só coincidiu de chegar tudo hoje!

— Essa quantidade de pacote é anormal, ainda nem é uma da tarde! Eu não vou carregar mais nada, bom que você já chegou e pode pegar esse monte de pacote!

— Que absurdo! Você quer que um ômega frágil e delicado como eu carregue esse monte de coisa? — franzi o cenho, vendo o Henri muito maior que o esquilo batendo no peito se auto–declarando frágil e delicado só pra não carregar uns pacotes.

— Frágil e delicado é o meu ovo, eu que não devia ficar subindo e descendo nesse elevador por esse monte de pacote seu! — e o esquilo cruzou os braços e resolvi ignorar os dois que estão discutindo pra começar a levar logo esse monte de pacotes pra dentro do apartamento do Henri.

Como pensei, só foram dois dias fora pra esse apartamento virar um ninho de rato. Tem roupa espalhada pelo piso, caixa de pizza na mesa de centro e uma fatia caída no tapete, latas de cerveja empilhadas por aí e uma cueca do Homem-Aranha numa almofada.

Depois de carregar os pacotes que estavam na entrada e passar pelos dois que ainda discutiam, peguei os pacotes que estavam na entrada do apartamento do esquilo, mas mal os deixei no chão da sala quando o telefone tocou.

Era o porteiro, dizendo que tinha mais uma encomenda lá embaixo e suspirei, saindo do apartamento e ignorando aqueles dois que ainda discutiam sobre quem devia levar pacote ou não e já estava no quarto andar quando ouvi uma voz baixa, lenta e muito grave falando palavras sem sentido.

Parei de andar, olhando por cima do ombro e vi uma dessas coisas asquerosas encolhida no alto da escadaria, as mãos desproporcionais com o corpo magrelo e desnutrido, parecia ter gigantismo nas mãos, não tinha um rosto e só tinha uns poucos tufos de cabelo preto que grudavam na cabeça muito grande pro corpinho magrelo que tinha.

Parece que não vou ter paz mesmo com esses capirotos.

Subi de volta os degraus que nos separavam, aquela coisa esticando as mãos com garras como se quisesse me tocar, mas segurei seu pulso e o puxei pra baixo, ao mesmo tempo em que o chutava para que desequilibrasse e quando caiu no chão, pisei em sua cabeça com força, seu crânio afundando sob meu pé e fazendo um ruído nojento enquanto aquele líquido preto e espesso se espalhava pelo piso, um grito esquisito escapando dela enquanto começava a se desfazer em uma fumaça negra.

Esses bichos asquerosos vão aparecendo aos poucos, mas se eu ignorar, ficam me cercando como no hospital, falando e fazendo sons estranhos, rindo ou chorando, poluindo minha visão com suas aparências horrorosas e uns abusados ainda vem me tocando e tentando lamber.

Os tênis e a barra da calça estavam sujos, mas essa gosma vai desaparecer em segundos, então voltei a descer as escadas e ao pegar os pacotes, o porteiro disse que chegou outro pacote nesse tempo que levei pra descer.

Quando voltei pro décimo primeiro andar carregando as duas caixas e o pacote que chegou, já não sentia aquela gosma negra grudando na calça e pude ver aqueles dois ainda no meio do corredor discutindo.

Interrompi a briguinha deles, guiando Henri pro apartamento e ao falar desse lixão que esse lugar virou e serviu pra distrair ele.

— E-eu só baguncei um pouquinho, estava com pressa e... — começou se explicando, mas aí voltou a olhar pro esquilo. — E eu ainda não terminei com você, seu...

— Terminou sim, chega. — fechei a porta na cara do esquilo que retrucava o que o Henri disse. — Olha o monte de coisa que tem que desempacotar.

Quase pulou nas caixas pra ir abrindo e verifiquei a condição dos cômodos mais comuns só pra ter uma ideia da nojeira que está, mas parei ao ver que a segunda sala de estar, depois do escritório se converteu num museu.

Um fóssil dentro de um expositor de vidro bem no meio da sala reascendeu meu desdém pela burguesia, ainda mais quando me aproximei e vi que as bordas do expositor e até a placa onde tinha as informações do fóssil eram de ouro com um monte de diamantes e joias incrustrados. Só a placa deve dá pra comprar uns dois apartamentos de dois quartos no centro de BH, não quero nem pensar no valor desse fóssil.

Busquei o avental pra começar limpando, só pra achar uma pilha de louça suja na pia, farelo de pão pela bancada, pacote de salgadinhos pelo chão da cozinha e até os potes com etiquetas revirados.

Mal lavei um prato quando ele deu um berro na porta da cozinha e pelo susto deixei o prato escorregar e ele quebrou na pia.

— Olha o que você...

—Não pode fazer isso! Você devia estar de repouso!

— Como repousa nesse chiqueiro? Sinto que vou sair daqui com leptospirose, olha que nojento esse monte de farelo e migalha por aí! Quem viveu aqui além de você? Uma legião de universitários?

— Ô, pera lá! Eu só baguncei um pouquinho! Nem está tão ruim assim! — se aproximou, tomando a bucha da minha mão. — Anda, vai deitar! Eu limpo.

— Limpa nada, acho que sua mão vai cair se pegar numa vassoura.

— Vai deitar, Cadu. Quer que eu ligue pro titio? Ele vai sair de onde ele está pra vir te dar uns sarrafos... — isso aí é jogo sujo.

Não sou nenhum doente, nem ferido mortalmente. Já sofri coisa pior e não fiquei na cama feito um encostado.

Quase enlouqueci um dia e meio no hospital estirado numa cama feito um cadáver.

Até tentei ficar só sentado no sofá, mas ele veio me perturbando e até ligou pro Sr. Novaes, então me enfiei logo no quarto e voltei a me deitar e fechei olhos, ignorando a música que o Henri colocou pelo apartamento e sua cantoria desafinada acompanhava a música fora do ritmo.

Ele começou a gritar a letra com toda a emoção de cada estrofe e sorri quando ele se engasgou, voltando a cantar meio tossindo e xingando palavrões.

Não fiquei cinco minutos deitado, decidindo me levantar pra fazer alguma coisa e aproveitar que o Henri está distraído. Comecei limpando o quarto, está um pouco empoeirado. Contanto que não faça barulho, ele nem vai notar.

Troquei o jogo de cama, limpei a mobília, abri as janelas, tirei as cortinas e no instante em que abri o armário, recuei surpreso ao ver que as roupas que ele comprou antes estavam dobradas em um canto enquanto os cabides estavam cheios de... Tudo quanto é bugiganga e traje esquisito.

Era roupa de cowboy, de astronauta, de algum anime com capa, e roupa de bombeiro e franzi o cenho, erguendo uma tanguinha bem estilo tribal, que vinha com uma nota escrito "maquiagem e tintura na pele pra fazer".

A pior parte da tanguinha era que a parte de trás se dividia em dois fiapinhos de tecido e meu erro foi imaginar o Henri usando isso. Que ele é bundudo isso eu já sei, tem a fisionomia quase típica de ômegas, com ombros e cintura fina, quadril largo e um traseiro admirável, mas é muito mais alto que um, o rosto não é afeminado, não tem uma vozinha melosa e doce... não é como um ômega.

Agora quero ver ele usando isso.

Coloquei aquela coisa de volta no armário e enquanto o revirava, achei uma fantasia de soldado esquisita, cheia de acessórios, colete, máscara de caveira e coldres, tudo organizado numa caixa e até os coturnos estavam ali, do meu tamanho.

Ele quer que eu vista essas coisas?

Peguei aquela tanguinha pra usar como prova contra esse sem-vergonha e saí do quarto armado pra briga, mas a música estava tão alta já no corredor que quase voltei pro quarto. Mal cheguei no arco do corredor e vi o Henri em cima do sofá, usando o avental rosa que eu uso, um par de luvas amarela e uma touca de tia de cantina de escola no cabelo, usando uma colher de pau gigante pra berrar a letra da música.

Puf estalou do meu lado, apontando pra ele todo animado, se sacudindo no ritmo da música e sorri vendo ele indo ser a plateia do Henri.

— CANTA COMIGO, PUFINOVISKIN-SEI-LÁ-DAS-QUANTAS! "I DON'T REALLY NEED TO LOOK, VERY MUCH FURTER! I DON'T WANNA HAVE TO GO, WERE YOU DON'T FOLLOW!" — cantava com tanta emoção que quase perguntei quem fez ele sofrer assim, o som da caixa de som quase tão alto quanto a voz dele, que fazia toda a performance pra uma pessoa (bolinha sinistra), com direito a dança e pedidos pra plateia cantar junto.

Puf chiou alto, no ritmo da música e ignorei as pulsadas no crânio enquanto Henri erguia aquela cueca na almofada, a sacudindo no ar enquanto cantava, meus olhos acompanhando seu quadril indo de um lado pro outro, incapaz de desviar o olhar, ainda mais quando considerei como esse traseiro ficaria com essa maldita tanguinha.

Acho que essa coisa de "cosplay" não é tão ruim quanto pensei.

Apoiei o ombro contra a parede, apreciando a cantoria desafinada e a dança desengonçada dele até que ele se virou de repente e me forcei a erguer o olhar e encarei seu rosto quando ele parou de cantar.

Ele usava três óculos diferentes no rosto, testa e cabelo, óculos escuros com formato de estrelas, o de grau redondo que o faz parecer uma coruja zoiuda e um cor de rosa em formato de estrela. Vi sua face ir do branco ao vermelho num instante enquanto se encolhia.

Sorri ainda mais quando ele escondeu aquela cueca atrás de si.

Que gracinha... até parece que não sei que ele é esquisitinho.

Henri

21/02/2018

Quarta-Feira, 13:47

Sem coragem de erguer o olhar, peguei mais um punhado de comida e enfiei na boca. Nem sei que gosto tem, só sei que adoraria não existir no momento.

Eu até fiz o almoço pra comprar o silêncio dele, faz anos desde que toquei numa panela e acho que não tá ruim. Ergui só um pouquinho o olhar e vi ele comendo com aquela cara normal de "tanto faz" dele, o que me fez sentir um pouco decepcionado. Cadê o "nossa, que iguaria divina?" que eu queria ouvir?

Não vou perguntar, deixa pra lá. Já é difícil concentrar em alguma coisa quando ele parece um farol, brilhando e cegando, é um custo só olhar pra ele.

A tal presença não é nada mais do que um rastro dos feromônios, sem essência alguma. Atrai atenção, intimida, seduz, dependendo do humor, é assustador alguém ter controle das pessoas ao redor assim e o Cadu é pior pois ele claramente está reduzindo essa presença com um monte de coisa e ainda assim, parece que não fez nada.

Quando o busquei no hospital, o vi colocando adesivo supressor em cada pulso, três na nuca, usou desodorante corporal supressor e ainda acabamos expulsos de um restaurante como se ele não tivesse feito nada pra suprimir essa presença.

Depois que fugi do hospital ontem, cometi o erro de contar pro Fael e Manu, dois graduados em bulliyng e virei chacota a noite toda, mas é que ficar perto dele é como ficar perto de um farol no meio de uma tempestade, que além de jogar luz na minha cara, quase me arrasta pra afogar no mar só pela ventania.

O ar é tão denso perto dele que se eu pegar uma faca, deve dar pra tirar um pedaço, não dá pra firmar as pernas que ficam tremendo e é difícil manter a linha de raciocínio se encarar ele. É difícil ficar perto e impossível de encarar por mais de dois segundos sem sentir fraqueza nas pernas e uns arrepios.

— Se está ruim... — não aguentei mais ao erguer o olhar e vi ele sorrir divertido, seus olhos já estavam em mim num tom dourado clarinho, o que me pegou de surpresa e por um momento, até esqueci o que ia falar.

— Achei que não ia falar isso nunca.

Senti um calorzinho esquisito no peito e me remexi, enfiando mais um punhado de comida na boca, tentando esquecer aquele fiasco de sábado. Talvez pela bebida, eu posso ter sim beijado ele e pelo jeito, ele não lembra disso senão já teria me provocado.

— Nunca mais vai provar da minha comida, seu ingrato!

— Não está ruim. Está ótimo, de verdade. — estreitei os olhos, tentando sustentar seu olhar, mas bufei ao voltar a encarar meu prato com a sensação de derrota. — Agora você poderia explicar o qu...

— Não era nada! Você não tem permissão pra falar que me viu cantando!

— Embora seu exímio talento vocal e rebolados sensuais sejam surpreendentes, o que eu queria perguntar era sobre aquele monte de fantasia no armário do meu quarto. — pisquei rápido, lembrando que tirei as fantasias do meu closet por ter fantasia demais e espaço de menos no meu quarto e meus olhos se arregalaram ao lembrar da fantasia do Avatar. Comprei só pra zoar ele, nunca que ele vai botar aquela tanguinha. — Você realmente vai me pôr naquela tanguinha?

— Eu te pedi pra ser meu modelo pra escrita, mas até agora não te pedi pra vestir ou fazer nada! Você me deve essa! E eu preciso de provas pra te ameaçar caso ouse sair falando demais por aí!

— Achei até que tinha esquecido desse acordo. — espalmei a mão na nuca, a sentindo coçar um pouquinho e bufei, frustrado. Desde domingo está me irritando, ou coça, ou dói. Inferno de glândula.

— Vai experimentar todas aquelas fantasias sim!

— Quantos gêneros você escreve mesmo? Além daquela putaria do lobo que rosna, tem algum outro? — senti o arroz até voltando pelo nariz quando engasguei, começando a tossir e com os olhos ardendo, o encarei horrorizado.

Desde quando ele sabe?!

— Você... c-como...?

— Não me olha assim, sua cara foi meio óbvia e sua assinatura de autor é seu próprio nome com variação alemã e holandesa, achou mesmo que eu não ia ligar um ponto com o outro?

Fael quem deu a ideia dos nomes, jurou que ninguém ligaria uma coisa com a outra. F. Karl (Charles em alemão) Henk (Henrique em holandês).

— M-mas não tem nenhum indicativo de... espera, só isso não entrega minha identidade. E você parece um stalcker!

— Você quem se entregou. De tanto livro pro seu amigo Esquilo me indicar, ele apontou logo aquele e disse pra te falar o que eu achava do livro, o que já é suspeito por si só. Depois confirmei com aquele seu editor que liga de vez em quando. — Ronei, aquele maldito! — Duvido que vá aparecer um astronauta cowboy na sua história do lobisomem tarado.

— E se eu disser que vai? Eu que escrevo, se eu quiser botar alienígena, vai aparecer sim! E você vai experimentar aquelas roupas sim!

— Tudo isso só pra não falar do seu exímio talento vocal e rebolados sensuais surpreendentes? — o chutei por baixo da mesa enquanto via ele sorrir outra vez.

Pro meu horror, ele estava no modo implicante e continuou me infernizando mesmo enquanto eu lavava a louça do almoço. O arrastei pro quarto, o obrigando a deitar pra ver se eu tinha um pouco de paz pra terminar de arrumar o apartamento, mas a cada cinco minutos, encontrava o desgraçado em algum canto da casa tentando fazer alguma coisa.

Dei um berro definitivo quando parei de separar a roupa pra jogar na máquina de lavar quando ouvi som de móvel arrastando e quando cheguei na sala, o vagabundo estava erguendo um lado do sofá e usando o aspirador pra limpar embaixo dele.

Porra de alfa que não sabe repousar, mais um pouco e eu vou ter de amarrar ele na cama!

Fael até veio de visita de tarde e me ajudou a terminar de limpar o apartamento. Não ousei ficar enrolando outra vez ou aquele maluco da limpeza viria fazer as coisas ou ficar me rodeando, falando o que tá certo ou o que tá errado. Com o apartamento finalmente limpo, pude me jogar na cama por uns minutinhos só pra descansar.

Acho que eu vou ficar louco com esse maluco aqui.

*  *  *  ヽ(=^・ω・^=)丿  *  *  *

Quarta-Feira, 19:47

Com um grito estrangulado, abri os olhos sentindo o coração explodindo no peito. Ainda com resquícios do pesadelo em mente, sentia meu corpo tremer sem controle, coberto de suor frio e por um momento, me senti incapaz de me mover na cama, completamente paralisado pelo medo.

Pisquei inúmeras vezes, dispersando as lágrimas enquanto os últimos resquícios do pesadelo se esvaíam da minha mente, a consciência de estar no meu quarto completamente escuro me atingiu e finalmente consegui reagir, saltando pra fora da cama atrás de alguma luz, mesmo que mínima.

Com um abajur aceso, por fim consegui soltar o fôlego, ainda com o coração disparado no peito e sem forças, deslizei até me sentar no chão, tentando apagar a visão daquele lugar tenebroso da mente. Outro pesadelo de merda.

Engoli em seco, me acalmando aos poucos, me acostumando com a pouca iluminação do quarto e consegui me levantar aos poucos.

— Al, acende as luzes. — e ele acendeu.

Por um momento, até esqueci do meu assistente. Com o quarto bem iluminado, pude encontrar meu celular e verifiquei as horas, quase oito da noite. Cadu deve ter aproveitado pra ir pra casa dele, esse sem-vergonha. Eu ia ficar de olho e vigiar ele, do jeito que é, vai acabar arranjando mil coisas pra fazer já que é doido. Ele avisou que estava indo pra casa lá pelas cinco.

Pela primeira vez em muito tempo, podia sentir um cheiro forte e nauseante em mim mesmo, suor puro, a roupa que usava grudando em lugares desconfortáveis me fazendo ir até o closet separar um pijama pra tomar um banho quando parei ao ouvir passos pela casa.

Ué, ele ainda está aqui?

Fiquei imóvel no meio do quarto, até prendi o fôlego pra ter certeza, só pra ouvir alguém andando por ali. Mandei Al me dar acesso às câmeras e peguei meu celular, verificando cada cômodo, mas não havia ninguém. O único lugar sem câmeras são os banheiros e o quarto do Cadu, retirei todas depois que ele se mudou pra cá.

— Al, tem outra pessoa nesse apartamento? — questionei.

[Os sensores de movimento não registraram nenhuma outra presença além da sua, senhor.]

— Tem certeza? — Esfreguei a palma na nuca, sentindo ela um pouco incômoda.

[Sim, senhor. Caso tenha alguma falha no meu sistema, posso solicitar ajuda? Contatar a equipe de segurança do prédio enquanto o senhor se refugia em um local seguro do apartament-]

— Não, deixa pra lá. — talvez esteja paranoico pelo pesadelo. — Apenas tranque a porta do quarto pra mim, por favor. — e ele obedeceu, a tranca ecoando quando segui pro closet.

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