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17 | Denunciar um Fantasma?

Henri

28/01/2018

Domingo, 20:39

Sob o olhar horrorizado do papai, senti meu corpo rígido de forma desconfortável.

Não é ruim o suficiente meu pai surgir de repente aqui. Tem que vir junto da mamãe e dos meus irmãos.

— Parece... que viemos em má hora... — papai arranhou a garganta, claramente incômodo, e como se finalmente meu corpo e cérebro assimilassem toda a estranheza da situação, empurrei Cadu e saltei do seu colo, vendo ele cair pra trás e bater contra o piso num baque surdo.

Demorei um segundo pra lembrar que ele está doente e me aproximei pra tentar ajudar ele a levantar, mas ele ergueu o indicador, sinalizando pra parar e se virou lentamente, se sentando com tanta dificuldade que pensei que ele ia só desistir, se deitar e dormir no chão mesmo.

— F-foi sem querer, eu...

— Por um momento, eu acho que vi Jesus me estendendo os braços. — ele murmurou, massageando atrás da cabeça.

— Falei que era melhor bater, pai. — Lucca disse e mamãe concordou com um murmúrio. Me virei, vendo que Leti carregava algumas sacolas, já invadindo meu apartamento.

— Pode explicar o que raios está acontecendo, Charles? — papai finalmente falou entredentes, dava pra ver a mandíbula até tremendo enquanto tentava manter a calma e engoli em seco, recuando um pouco.

— I-isso não é o que parece...

— Acho que vou vomitar... — ouvi Cadu murmurar e o encarei outra vez, estava mais pálido enquanto se colocava de pé, cambaleando um pouco e estiquei os braços pra impedir uma possível queda quando minha mamãe fechou a porta, sendo a última a entrar.

— Pois parece que é o que parece sim, viu? — Leti provocou.

— Não acredito que se esqueceu do nosso compromisso para... — Lucca ia dizendo, até franzir o cenho, encarando o Cadu que ergueu a cabeça, uma linha de sangue escorria do nariz. Não de uma narina, mas das duas e me movi tentando cobrir com a mão, mas ele recuou.

— Cadu, seu nariz está sangrando! — ele tentou limpar usando a manga da blusa.

— Céus! Filho, você está tentando matar o coitado?! — mamãe passou por mim, segurando o rosto dele. — Isso querido, incline o rosto, um lenço! Alguém me dê um lenço! — estendeu a mão e vi papai e Lucca se entreolhando, claramente nada dispostos á entregar algum lenço e revirei os bolsos atrás de um.

Incrivelmente, foi a Leti quem entregou um lenço pra mamãe que já olhava feio pro papai e então, independente das queixas do Cadu, ele foi arrastado pro sofá e mamãe cobriu seu nariz com um lenço.

— Olhe pra isso, quanto sangue... o golpe deve ter sido forte, deveríamos levá-lo ao hospi...

— Nada de hospital. — falei apressado, encarando o Cadu que disse a mesma coisa e ao mesmo tempo que eu e mamãe franziu o cenho, nos olhando estranho. — É-é que acabamos de voltar de lá... — completei.

— Acho que deviam voltar então. Eu ouvi o oco que fez lá da porta. Mamãe, esse aí é o palhaço que me estressou antes quando liguei pra cá. — quando ela ligou que eu nem fiquei sabendo?

— Letícia, vai tomar no olho do teu cu. — Cadu disse e franzi o cenho. Que grosseria é essa?

— Vai tomar no cu você, seu...

— Letícia, pare de ser mal educada! Você quem começou, se comporte. — mamãe a repreendeu, antes de olhar pra mim. — E Henri...

— E-eu juro que não era nada. — gaguejei e vi papai e Lucca olhando ainda mais desconfiados pro Cadu, enquanto papai parecia cauteloso, Lucca era só hostil mesmo. — Céus, eu sei o que parece, mas não é assim! Não sou nenhum desesperado pra pegar isso aí! — apontei pro Cadu, que estava mais ocupado tentando se afastar da mamãe que ainda segurava o rosto dele, o obrigando a manter o queixo erguido.

— Tem certeza? Nós podemos voltar outra hora, querido. — mamãe começou e neguei, apertando as mãos enquanto pensava em como fazer eles acreditarem que eu não ia comer o Cadu. Eu não sou uma besta pra sair trepando pelo chão.

— Vai por mim, SE e somente SE, fosse o caso de estar rolando alguma coisa agora, não ia continuar rolando com vocês aqui. — o canalha do Cadu abriu o bocão de novo. – Estávamos brigando. Eu acho. E ele estava perdendo. — eu estava o quê?! Eu estava claramente na vantagem, com refém e tudo o mais!

— Fica quieto! — mandei, vendo ele revirar os olhos e cruzar os braços naquela pose insolente de quem ainda tem muito o que falar. — Lucca, papai, mamãe, ignorem ele, ele tem um problema com o cérebro...

— Dois, depois desse golpe. — Leti gargalhou e bufei.

— Por que vieram tão de repente? Eu não tive tempo de comprar nada no mercado... — comecei, tentando lembrar se combinei de eles virem, mas nada me veio em mente.

— Avisamos sim. — Leti tirou o celular da bolsa e verificou nele. — Combinamos desde o início da semana, você disse que iríamos adorar a comida do seu escravo remunerado e que não íamos nos arrepender, então viemos. E ainda te lembrei ontem, perguntei se ainda daria pra seguir o programado já que a cara dele virou a hashtag mais comentada no Twitter depois de ficar refém no mercado ali da esquina. — ela me encarou com um ar divertido. — E o que vemos ao chegar é...

— Nada! — a interrompi, agora já exasperado. — Eu juro! Não estávamos fazendo nada... eu... me esqueci do jantar. — espremi os lábios, me encolhendo um pouco diante do olhar de todos.

— Sabemos que é um cabeça oca, por isso passei no mercado e comprei os ingredientes. — Leti sorriu e bufei.

— Leti, deixe de ser grosseira. — mamãe a repreendeu de novo, finalmente parecendo aborrecida, pensei até que brigaria comigo, mas então me encarou sorrindo. — Querido, não precisa se preocupar, nós entendemos. — e então encarou o Cadu. — Disse que foram ao hospital...

— Ah! Sim, fomos. Ele acordou doente hoje! — falei antes que papai e Lucca começassem seus interrogatórios, coisa que sei que fariam no instante em que mamãe e Leti dessem brecha. — Acabamos de voltar do hospital, ele acordou doente hoje, vomitou e tudo... — e todos encararam o Cadu, que segurava o lenço no nariz, tão pálido e visivelmente doente que não tinha como duvidar.

— Pobrezinho, deveria ficar deitado, se está mal assim... — mamãe se aproximou dele outra vez, estendendo a mão e ele, resignado, se inclinou um pouco e deixou ela tocar em sua testa. — Está febril... tomou algum remédio?

— Não, senhora. — o sem vergonha do Cadu respondeu estranhamente bem comportado e mamãe suspirou.

— Será melhor que tome algo pra diminuir a febre. Comeu alguma coisa? Está muito pálido também...

— É só um pouco de febre, logo passa. — ele recuou, claramente incômodo com toda a atenção e se levantou, tirando o lenço do nariz, ainda um pouco sujo de sangue que tentou limpar. — Se vieram pra jantar, posso fazer o...

— Pode nada, vai pro seu quarto! — interrompi antes que seguisse com essa loucura. — Podemos pedir algo, não faz falta. — olhei ao redor e vi Leti fazer careta, concordando. Papai suspirou, Lucca bufou e mamãe acenou sem pensar duas vezes.

— É melhor não se sobrecarregar, rapaz. — papai foi quem disse no final, o que convenceu esse teimoso.

Quando ele por fim se trancou no quarto, todos me encararam em silêncio.

— Filho, eu sei que agora que está vivendo sozinho, tem liberdade de fazer certas coisas em qualquer lugar, mas... — mamãe começou num tom mais baixo e cobri o rosto só pela vergonha.

— Eu não estava fazendo nada! Eu juro! — exclamei, já desesperado. Vão mesmo achar que eu faria isso com um homem? — Tenho as gravações das câmeras, podem ver, foi um acidente! Eu caí, aí estávamos brigando por um trem, daí ele ficou tentando pegar de volta... — comecei a me embolar na explicação, sem querer mencionar sobre o Puf-sei-lá-o-quê, a bruxa, a mordida e todo o resto, dá calafrios só de relembrar tudo isso.

— Está bem, já entendemos. — Lucca foi quem me interrompeu dessa vez, descruzando os braços. — Não me diga que esse é quem escolheu pra contratar, Henrique...

— Diz ele que é um amigo do orfanato... — Leti continuou, cruzando os braços. — Um... "amigo de infância"...

— Seria aquele tal "Filhote" que vivia falando quando te adotamos? — mamãe sorriu e acenei. — Sim, bem pequeno e adorável como um bolinho. — senti meu rosto queimar só de lembrar como descrevia ele na infância.

Mamãe gargalhou com isso, Leti também, mas vi Lucca bufar outra vez ainda mais irritado, mas se ele tinha algo a dizer, não abriu o bico já que nem o papai tá falando nada. Ele só vai reclamar do Cadu abertamente se o papai disser algo.

Me uni a mamãe pra pedir o jantar enquanto acomodava todos no sofá e ligava a tevê pra verem uma novela ou algo do tipo. Segundo Lucca, Bianca (minha cunhada) e Mel (minha sobrinha) foram pra casa dos pais dela e só por isso não vieram hoje. Pra completar a noite, mamãe resolveu me relembrar do tanto que ficava tagarelando sobre o meu filhote naquela época.

Ela seguiu repetindo os apelidinhos que eu inventava pra descrever ele, coisas tipo "um pacote de marshmallow estressado", "um cordeirinho fofo bom pra dar chifrada" e "meu pequeno pompom raivoso" só me fizeram sentir ainda mais vergonha, principalmente por quê agora, de "pompom" ele só tem o cabelo e não as bochechonas gordinhas que eu vivia pra morder.

Quando a comida finalmente chegou, Lucca quem foi buscar e quando voltou, mamãe serviu a mesa da sala de jantar enquanto queriam saber como tem sido viver sozinho, meio admirados pela casa estar limpa e brilhando.

Meus pais estavam mais interessados nos meus hábitos alimentares já que eu engordei um pouquinho já e quando falei que o Cadu me fazia comer mais carne e verdura do que qualquer coisa, foram verificar lá na geladeira pra ver se era verdade.

— Que rapaz organizado, tudo separadinho em potes organizadores com etiquetas, lavado e fresco... — mamãe estava radiante de felicidade. — E ainda picadinhos...

— Estou impressionado. Pensei que teria apenas álcool e besteiras pelos armários. — papai comentou e vi Lucca me olhando desconfiado.

— E era assim mesmo antes do Cadu vir morar aqui. — admiti sem vergonha alguma e Leti soltou um bufo divertido. — Ele ignora a lista de compras que o Al faz, compra o que quer, cozinha o que quer e me força a comer. Comi chuchu por causa dele. — todos pararam de desembalar as marmitas e de revirar as sacolas, me encarando chocados e empinei o nariz.

Papai e Lucca não gostaram do Cadu pelo jeito que nos viram na sala e a Leti não gosta de qualquer um que chega perto de mim, só mamãe está mais favorável com ele já que qualquer alfa que ela encontra é um potencial genro barra pai dos netos queridos dela.

É óbvio que vou colocar meu filhote no pedestal pra ele não ficar mal visto pela minha família. Continuei soltando todo tipo de baboseira sobre o quão bom funcionário o Cadu é, vai que consigo fazer aumentarem o salário dele?

É organizado, rápido, higiênico, que dá nomes pras plantas da sacada e são nomes horríveis e fica fofocando com as plantas enquanto faz aquele tal crochê. Já estava na segunda garfada da minha comida quando lembrei do caldo que pedi, o que me fez levantar num pulo e pegar o pote que Leti deixou de lado.

Pedi um litro de caldo de mandioca com muita cebolinha, sei que ele gosta, isso ele não economiza quando serve o próprio prato.

— Que isso filho, onde você...? — mamãe dizia quando busquei uma tigela na cozinha e uma colher.

— Eu pedi isso pro Cadu, ele não comeu nada o dia todo, só tomou soro caseiro mais cedo, mas aí vomitou no caminho pro hospital...

— Quer ajuda? — neguei com um aceno, já colocando o caldo em uma tigela funda, com a borda mais rasa pra parecer que tem pouco.

Ele vai comer tudo, detesta desperdício.

Peguei a tigela, mas mal cheguei no corredor e fui surpreendido ao ver ele saindo do banheiro secando o cabelo com uma toalha, usando somente uma calça.

Me senti constrangido e impelido a recuar e voltar, até reparar na quantidade ridícula de hematomas que tinha, desde á barriga, cintura, peito, tórax e ombros. Nos braços então, era outra quantidade anormal de marcas.

— C-Cadu, isso.... — me aproximei, o coração apertando enquanto o media de cima á baixo, a pele mais pálida ainda quando afastou a toalha do cabelo e a deixou nos ombros. — I-isso é...

— É só eu pelado. — pisquei rápido sem saber exatamente pra onde olhar e recuei um pouco, erguendo o olhar e me deparando com seus olhos, as orbes num cinza claro enquanto estreitava os olhos. — O que você está fazendo? — questionou e engoli em seco, erguendo um pouco a tigela.

— E-eu comprei pra você... — ele franziu as sobrancelhas por um momento, olhando pra tigela com um ar confuso. — É só um caldo de mandioca, mas... é melhor comer isso do que dormir com fome. — ele acenou devagar, coçando a nuca ao seguir pro quarto. Observei suas costas por um momento, havia hematomas até mesmo ali e resisti ao impulso de perguntar onde arranjou tanto machucado.

Ele se sentou na cama e deixei a tigela na mesa de cabeceira, vendo ele erguer um pouco o cobertor, jogando a toalha de lado. Deve estar ruim mesmo pra nem ligar pra toalha úmida em cima da cama, ele sempre briga comigo por causa disso.

Quando ele se ajeitou na cama, cobri suas pernas com o cobertor e ergui a tigela outra vez

— Precisa comer antes de tomar o remédio pra febre. — insisti e ele me encarou com óbvio desânimo, pegando a tigela e esperei ele provar uma colherada. — Vou trazer o remédio pra febre, precisa comer tudo.

Continuei encarando até ele comer outras três colheradas e sorri, satisfeito. Deixei o quarto pra pegar o remédio, considerando ligar pro tio Mauricio vir dar uma olhada nele depois se ele não melhorar. Depois de deixar o remédio e uma jarra de água no quarto dele, o observei comer mais algumas colheradas do caldo, resmungando com aquela bolinha felpuda esquisita que era muita comida e resolvi deixar o quarto ao perceber que estava repetindo o que disse antes sobre o remédio.

Por um instante, ele ergueu o olhar e acenou antes de eu sair, e acho que posso estar alucinando de novo já que vi seus olhos meio dourados antes de sair do quarto.

Cadu

29/01/2018

Segunda-Feira, 11:32

Sob o olhar desconfiado do Henrique, terminei de lavar meu prato do almoço. Não sei se ele tá assim por quê não comi muito ou por quê eu estou bem.

Outra vez acordei sem dor alguma, sem ter tido pesadelos, paralisias do sono ou qualquer coisa do tipo, até parece que não acordei podre ontem. Levantei na hora, fui a academia, parece que o mercado vai abrir só amanhã com novas medidas de segurança, então tive de ir em um mais longe pra conseguir comprar alguma coisa pra fazer salada.

Ontem, acordei podre sabe-se lá por que, mas hoje estou cem por cento.

Henri terminou de almoçar e saiu quase fugindo pro quarto e quando terminei de arrumar a cozinha e guardar a louça, vi ele já sentado no tapete, apoiando o notebook na mesa de centro e escrevendo nele.

Como não tem nada pra fazer, verifiquei os livros na estante dele e peguei qualquer um antes de me sentar no sofá e começar a ler. A cada instante, ele erguia um pouco o olhar e me encarava, franzindo o cenho, me medindo de cima a baixo e daí volta a escrever.

— Até quando vai me encarar assim? — questionei, já cansado disso. — O que foi, Henrique?

— Não é nada. — até desviou o olhar, encarando o computador de novo. Não demorou um minuto pra me encarar de novo, mas eu não parei de encará-lo e sorri quando quase saltou de susto, se encolhendo e desviando o olhar com o rosto ficando vermelho. — Ah, qual é! — e finalmente explodiu. — Ontem estava à beira da morte, hoje parece normal!

— É porque eu estou.

— Está nada! Eu vi... — começou, mas fechou a boca com força, me olhando exasperado. — Eu ainda lembro do que conversamos ontem e o que rolou no hospital e você não respondeu nada que eu perguntei!

— É porque não tem o que responder. O que era aquilo, o que rolou ou até o que é Pufinovidoaldo, a resposta pra tudo é "sei lá". Já falei, estou amaldiçoado, mas só recentemente essas coisas bizarras começaram a rolar. Antes era algo mais de boa, tipo quebrar um ou dois ossos a cada três meses, ou rolar de escadas, me meter em brigas, tiroteios, ser sequestrado, feito de refém, quase esmagado, atropelado, esfaqueado, incendiado, explodido ou quase estuprado... — parei de falar quando ele arregalou os olhos, horrorizado e arranhei a garganta, tentando não pensar nisso e continuei sem dar brecha pras milhares de perguntas que vi surgindo em seu olhar. — Como está aquela mordida?

— Sumiu. — murmurou, deixando os ombros caírem. — M-mas isso não importa, como assim sequestrado? E esfaqueado? Pior, estuprado, eu não ouvi errado. Que porra é essa? Você já foi...? — ah, muitas vezes. Mas não quero falar ou pensar nisso.

— Sumiu como? — interrompi e vi como a linha de raciocínio dele descarrilhava.

A parte legal de confundir ele é que ele nem sabe onde começa e termina o assunto se eu ficar interrompendo e mudando o foco da conversa.

— "Sumiu" como "nem parece que estava aqui". — e ergueu a blusa, estufando o peito pra mostrar. Não havia mordida nenhuma ali, a pele lisa sem mancha alguma e por um instante, o pensamento esquisito de que bastaria apertar um pouco mais forte pra deixar alguma marca me fez sentir que era mesmo algum pervertido e me forcei a desviar o olhar, encarando seu rosto que continha um sorriso sem vergonha. — Meu peitinho está lisinho feito bumbum de nenê. — apalpou o peito com uma das mãos e respirei fundo, soltando o ar lentamente. — Espera, para de mudar de assunto!

— Não tem vergonha de ficar mostrando essas tetas pra mim? — ele piscou atordoado e sorri, apoiando um cotovelo no alto do espaldar do sofá, me inclinando um pouco pra trás e me ajeitando no sofá, sentando mais na beirada, o olhando divertido. — Não sei se conseguirei manter o controle se ver isso de novo, sou um alfa maluco vendo um omega se apalpando na minha frente. — ele ia dizer algo, mas daí seu rosto começou a ficar vermelho e inclinou um pouco a cabeça, ainda mais confuso, piscando várias vezes antes de franzir o cenho.

Após alguns instantes de silêncio, abraçou a si mesmo depois de abaixar a blusa. É como quando o gato da dona bruxa me atacou, pela manhã não tinha nenhum machucado.

— Já se curou assim antes?

— É claro que não! Não é normal! Só alfas fariam uma coisa bizarra dessas, tipo você que se recupera de qualquer coisa numa velocidade anormal ou o bosta do Daniel que leva uma surra e uma semana depois aparece novinho em folha, prontinho pra outra surra! Ainda tenho a certeza de que não fiquei doido, aquilo aconteceu sem sombras de dúvidas, mas agora nem tenho uma prova pra corpo de delito!

— Vai fazer corpo de delito e denunciar um demônio pra quem? Os Caça-Fantasmas? Lorraine e Ed Warren? Está ouvindo o que você tá falando? — ironizei e ele suspirou, se apoiando contra o sofá.

— Quando disse da maldição, eu zombei de você, mas parece que não é tão ridículo assim, você sempre foi muito azarado, mas um capiroto na sua cola já é passar dos limites, não acha?

— Acho. Mas o que eu posso fazer? Procurar um padre? Um exorcista?

— ... Melhor do que não fazer nada. Você se conforma muito com as coisas. — lembro da época em que não me conformava, tentava mudar as coisas, me defender ou evitar certas coisas, mas tudo acabava ainda pior, mesmo quem estava ao meu redor sofria. Não tem como evitar, nem contornar, só me resta enfrentar e lidar da melhor maneira possível e sobreviver. — E se... fizermos uma oração?

— Tá, tanto faz. Não sou religioso, não sei oração nenhuma então você ora aí que eu vou... sei lá, ver e esperar que dê alguma coisa.

— Ó Deus, pai eterno, afaste todo o mal que nos rodeia e se possível... — começou a orar, fechando os olhos e unindo as mãos e soltei um bufo divertido. — O quê? Do que está rindo, otário?

— Você sabe que seu lugar está reservado, mas não por aí, né? — ele quem soltou um bufo divertido dessa vez, erguendo o olhar.

— Continuo achando que é melhor fazer alguma coisa do que apenas se sentar e esperar por algum milagre.

— Tem razão, vamos orar de novo. Cante o hino que eu faço a oração. — debochei, mas ele acenou muito sério e tive de ver ele desafinado pra caralho começar a cantar uma música que supõe-se, que é de alguma religião.

— Desde o dia que eu te reencontrei, me lembrei daquele lindo lugar... — cantando lento, num ritmo diferente...

— Isso é Dragon Ball. Vou orar ao som de Dragon Ball, ô atribulado? — perguntei e ele gargalhou.

— Mas essa música é um hino, um clássico.

— Vai orar de verdade, seu atribulado. – ele soltou uma gargalhada, como um uivo que foi subindo de tom até perder o fôlego e sorri, toda a merda de fim de semana ficando de lado por um momento como se fosse "só um detalhe".

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