🔹 26 🔹
Ao abrir os olhos, percebo que o dia está começando a raiar. Minha nossa! Eu dormi demais, mas, pelo menos, o meu corpo parece quase que recuperado dos esforços de antes. Consigo sentir a magia fluir por mim, não tão sofrida ou esgotada.
Agora só preciso dar um jeito de ligar com toda uma Nihal atrás da gente. Mesmo não tendo nem ideia de como começar a fazer isso. Mas estávamos cada vez mais próximos das pessoas que poderiam nos ajudar. Ah, como estou sentindo falta da minha avó.
Sento silenciosamente e vejo quando Adam me encara, e abre um sorriso tranquilo para mim.
— Dormiu bem Meg? — ele pergunta ainda prestando atenção no caminho que estamos percorrendo.
— Sim. Melhor do que poderia imaginar — quando ele olha para mim uma segunda vez, percebo uma sombra escura abaixo dos seus olhos, ele podia não estar cansado antes, mas agora, com certeza, está. — Você deveria ter me acordado para revezarmos, percebo o quanto está cansado.
— Não nego que em algum momento no meio da madrugada eu fiz isso, mas você estava tão firme no sono, que nem ao menos se importou em me escutar, então eu apenas continuei.
— Desculpa Adam — ele apenas boceja para mim em reposta e dá um sorriso lento.
— Acho que podemos dispor de alguns minutos para pensar num plano para nos reorganizarmos o suficiente para que eu possa nos conduzir agora.
Olho para o lado e vejo que Oliver está do mesmo jeito que deixei ele. Solto um suspiro aliviado, mas aproveito que minha magia se estabilizou um pouco mais e coloco mais uma fina e dura camada de gelo ao seu redor.
— Conheço um lugar que será seguro o suficiente para isso — há uma mudança mínima na direção da nuvem e percebo o quanto seus ombros estão tensos.
Desaceleramos e abaixo de nós, os contornos desgastados do que parecia ter sido um templo tomavam forma. Realmente, não havia sinal de pessoas por ali, e as paredes de pedra serviriam como esconderijo para nós. Sorrio ao encostar os pés no chão.
Conseguia escutar um barulho abafado de água correndo não muito distante.
— Será que nesse córrego tem algum peixe ou algo comestível? — pergunto aguçando meus ouvidos para tentar descobrir de onde o barulho vinha. — Só vamos recuperar as forças se comermos algo.
— Você sabe pescar? — Adam ergue a sobrancelha.
— Não me subestime, sou uma dominadora de água. Nunca fiz isso, mas acredito que darei um jeito nisso.
— Sim, claro, não quis falar que você não é capaz, desculpe, acho que é a privação de sono que está começando a me afetar.
— Então é melhor você ficar por aqui enquanto eu vou atrás do nosso café da manhã.
— Não! Eu posso ajudar você e...
— Adam, você está muito cansado. Já exigi muito de você ao fazer você nos locomover a noite inteira. Eu dou conta de trazer o café da manhã se você der conta de vigiar um pouco mais o Oliver e se manter acordado até que eu volte.
— Acho que consigo isso.
— Você que conhece melhor a área, para onde eu tenho que ir?
— Basta seguir naquela direção — ele aponta na direção de uma árvore um pouco mais retorcida do que as demais, não tinha como eu perder o rumo. — O rio não deve demorar muito.
— Certo.
— E Meg? — ele chama minha atenção. — Olhos e ouvidos atentos, se precisar de mim, grite. Vou no mesmo momento. Tome cuidado.
— Pode deixar — meus lábios encontram com os deles rapidamente e sorrio cheia de confiança. — Eu volto antes mesmo que possa perceber!
Tive que andar com cuidado, pois o estado daquela ruína não era dos melhores, e o chão de pedras é instável sob meus pés. Comecei a avançar com mais agilidade, porém ainda com cautela, assim que a grama deu lugar ao calçamento frouxo.
Olho para trás mais uma vez e suspiro aliviada ao perceber que olhando assim de fora, não dá para perceber que há pessoas ali dentro. Volto a minha atenção para a direção que Adam tinha indicado e sigo, percebendo o barulho da água aumentar a cada passo.
A floresta adensa um pouco antes de mostrar a clareira e o córrego largo e de água corrente. Antes que eu chegue na margem do córrego, percebo que não estou sozinha. Há três rapazes conversando alto, rindo e eventualmente jogando pedras em direção a superfície, que quicavam com agilidade e pousavam do outro lado do corpo d'água.
— Vocês acreditam nos rumores que o governador do Ar realmente pagará uma recompensa para quem trouxer a neta de Edith e o filhe de Raphael? — um dos rapazes fala procurando uma pedra no chão.
— Eu recebi essa informação de uma fonte segura! Mas ainda sim estou achando estranho todo esse rebuliço por conta de dois dominadores tão jovens! — o segundo, que está abaixado no chão, ajustando as lenhas numa pequena fogueira diz apontando um galho em chamas para o que falou primeiro.
— Você fala isso como se fosse muito mais velho do que os dois! — o último rapaz, que estava com os pés dentro do córrego, apenas olhando para algum ponto abaixo da linha d'água.
— A força e potência da juventude muitas vezes não é páreo para a habilidade e experiência de um dominador mais velho... — ele mexe com mais vigor na madeira, fazendo com que fagulhas voem um pouco mais alto.
— Os dois conseguiram capturar o Oliver, que de acordo com as suas ideias, é cheio de habilidade e experiência. E fugiram de lá, vivos — o que está parcialmente na água diz, virando e encarando o colega.
— Talvez tenha sido apenas um golpe de sorte — o primeiro encontrou a pedra e a joga entre as duas mãos, encarando nenhum dos outros dois.
— Talvez sim. Talvez não. Sinceramente eu é que não me arriscarei por conta de uma recompensa, por mais tentadora que ela pareça.
— O que uma garota bonita e seu namorado podem fazer contra um exército?
— Muita coisa se também tiverem um exército por trás. Tem algo de errado nessa história e vocês devem ter percebido isso.
— Errado é como o governador do Fogo deve estar se sentindo nesse momento. O filho envolvido num problema tão grande assim... Logo quando o outro filho ficou noivo.
Tenho que morder a língua e não ir mostrar um monte de verdades na cara desses três. É impressionante como é fácil se manipular pensamentos quando contamos apenas com um dos lados da história. Mas apenas engulo tudo isso e permaneço calada e escondida enquanto eles ainda parecem alheios, conversando meias verdades.
Mas tenho que voltar com algo para o café da manhã, então prefiro me afastar deles e procurar um ponto de correnteza mais calma, onde seria mais fácil utilizar meus domínios e pegar alguns peixes.
Depois de perder um peixe que voltou para o córrego quando eu apenas dominei a água ao seu redor e o tentei tirar da água sem fazer muito alarde, faço um aquário de gelo, e consigo pegar o que achei suficiente para reabastecer as nossas energias.
Volto para as ruínas, sem encontrar com mais ninguém, e então vejo que o Adam está lutando contra o seu cansaço e perdendo. Oliver está a seu alcance e o gelo está tão intacto como deixei. Mesmo praticamente dormindo, ele abre os olhos quando me aproximo um pouco mais. Seus ombros relaxam.
— Você voltou rápido — ele diz assim que estou a seu alcance.
— Não foi tão difícil assim. Quem diria que eu me tornaria uma ótima pescadora — digo dando risada e mostrando os pescados dentro do aquário de gelo.
— Queria dizer que estou impressionado, mas não estou, você é sempre impressionante Meg — minhas bochechas coram com o elogio. E ele boceja.
— E você está muito cansado. Vamos comer e depois será melhor para você descansar. Eu posso ficar de olho nas coisas, não se preocupe — digo sorrindo e ele apenas responde com um aceno com a cabeça.
Preferimos não fazer nenhuma fogueira, para não delatar onde estávamos, mas com dois dominadores de fogo, foi fácil controlar as chamas nas palmas de nossas mãos para cozinhar os pescados. Secamos o aquário em questão de minutos, e finalmente Adam se recosta nas ruínas e não demora praticamente nada para adormecer.
Faço algumas rondas pelo local, até consigo fazer um teto de terra sobre nós, já que o Sol começou a subir e queimar com muita intensidade.
A companhia de uma estátua de gelo e uma pessoa adormecida não é a melhor coisa para conversar, mas aquele tempo serviu para que eu pudesse organizar um pouco melhor as informações que tínhamos no momento e quais seriam as melhores opções para voltar a nos locomover. Não quero exigir tanto assim de Adam novamente.
O Sol fazia pouco tempo que tinha saído da sua posição mais alta quando percebo Adam se espreguiçando e sem dúvidas acordando.
— Dormi demais? — ele pergunta, se sentando reto e passando a mão pela nuca.
— Bem menos do que imaginei. Conseguiu descansar alguma coisa? Quer tentar dormir um pouco mais?
— Ah, não precisa, estou bem me sentindo quase recuperado.
— E você ainda está com fome, quer que eu pegue mais alguma coisa pra você comer?
— Meu estômago ainda está bem cheio do nosso café da manhã, não acho que vou sentir fome tão cedo... Mas obrigado por perguntar. Por mim até já podemos pegar o Oliver e dar um fora daqui! Ainda temos um bom caminho a percorrer.
— Então vamos! — digo ficando de pé e Adam faz o mesmo. — Acho que eu devo te falar isso, mas mais cedo, quando fui procurar o nosso café da manhã, eu acabei encontrando algumas pessoas. Não se preocupe, elas não me viram, mas eles sabiam sobre nós dois, e parece que há um boato correndo que Tobias colocou uma recompensa em nós dois.
— Recompensa? — suas sobrancelhas se juntam. — Ele está apelando demais, ele deve estar realmente desesperado para recuperar o Oliver.
— Exatamente. Mas isso não é nada bom para nós.
— Concordo. Com certeza será mais demorado e perigoso encontrar com os meus pais ou a sua avó e o Martin, porém vamos conseguir.
— Eu e você podemos enfrentar uma nação?
— Não precisaremos enfrentar uma nação, mas com você e por você, eu enfrentaria até mesmo um mundo — eu passo meus braços ao seu redor e o abraço apertado, me enchendo com a sua confiança.
O céu tinha aberto, então não haviam tantas nuvens no céu. Adam achou melhor que levássemos apenas o Oliver na nuvem para não levantar muitas suspeitas e eu concordei.
Começamos então a caminhar por entre as árvores. Vimos a vegetação mudar ao nosso redor algumas vezes. Nosso progresso é bem lento, indo para frente sem nunca se esquecer de conferir a nossa retaguarda, mas depois de uma tarde toda nos locomovendo, percebemos que estamos bem próximo do que parece ser uma vila.
Estamos caminhando ao redor da vila, analisando se há algum modo para que consigamos entrar de uma maneira mais discreta. Pelas pessoas que encontrei a beira do córrego é de se esperar que muitas pessoas estejam de olho, e nada nos garante que elas não vão nos dedurar.
— Acho que acabei de encontrar a solução para os nossos problemas... — Adam diz com um sorriso e aponta para a sua esquerda, eu acompanho a direção e quase quero sorrir.
— Na realidade isso é bem perfeito. Porém, não nos vejo entrando lá normalmente de cara lavada.
— Você tem razão... Mas com certeza será mais fácil nos locomovermos usando disfarces. E as perucas dessa loja seriam um ótimo começo.
— Eu poderia dominar a mente da mulher que está na frente da loja. Não estou totalmente segura que consigo fazer isso de primeira, mas acho que vale a tentativa.
— Se você não conseguir e ela nos ver, não tem problema. Só vamos ter que correr um pouco mais. Mas eu tenho fé em você Megan.
— Obrigada — sorrio e começo a me aproximar da loja.
Adam se esconde por perto, e mesmo não conseguindo vê-lo, consigo sentir seus olhos em mim. Vou escondendo o meu rosto, evitando olhar diretamente para a mulher, que, com certeza, já notou a minha aproximação.
Não há ninguém por perto e quase sinto a esperança da mulher. Mas não perco a concentração e ando o mais devagar que consigo sem parecer suspeita. Quero ganhar todo e qualquer momento, reunindo a minha magia para poder usá-la no momento certo.
Já treinei isso algumas vezes, minha avó me incentivando a testar meu domínio da mente com pessoas que eu não conheço, e é bem mais difícil do que parece. Com certeza é mais fácil fazer isso quando a pessoa é pega desprevenida, mas só tive sucesso em pessoas que não possuíam magia. Mas eu tenho que conseguir, eu vou conseguir.
A mulher agora está próxima o suficiente para distinguir detalhes: como a raiz do cabelo em tons loiros contrastando com o comprimento de um azul profundo, a estatura baixa e os braços longos e magros, os quadris estreitos e um cheiro floral que a rodeava.
— Posso ajudá-la em alguma coisa? Interessada nas mais belas perucas da província? — ela pergunta com uma voz amena e tranquila.
É agora.
Só terei uma oportunidade.
Meu olhar recai no dela, e antes que a mulher conseguisse abrir a boca, meu mundo desestabiliza um pouco, algumas lembranças que não são minhas enchem a minha mente, fazendo com que a minha perspectiva mude e quando finalmente a estabilidade voltou a mim, estou encarando o meu corpo.
Mal posso acreditar que deu certo...
"Você não atendeu nem viu ninguém hoje à tarde, pouco depois do almoço você teve uma dor de cabeça um tanto quanto desagradável, então fechou a loja mais cedo e foi descansar. Quando você acordar mais tarde estará se sentindo muito melhor, até mesmo teve um sonho agradável. Está tudo bem. Você ainda estará alerta para as pessoas que o governador do Ar falou e mostrou as fotos."
Volto para a minha própria mente e corpo e quase quero suspirar aliviada quando a mulher dá um bocejo, e me ignorando completamente gira a placa da loja para 'fechado' e depois de travar a porta com uma tranca simples, ela sobre uma escada nos fundos da loja e simplesmente some.
Corro até a porta, a destrancando e fazendo um movimento com a mão para chamar o Adam, e não demora nada para que ele apareça e venha até mim.
— Não sei o motivo de você duvidar tanto assim de si, isso foi incrível! — ele diz, dando um beijo em minha testa e entrando na loja.
— Obrigada, mas não vamos nos demorar tanto assim. Faz com que a mulher descansasse um pouco agora de tarde, mas não tenho como precisar quanto ela vai dormir. Apenas vamos pegar nossas coisas, pagar e ir embora.
— Concordo!
Nos postamos então a escolher os nossos disfarces. A mulher realmente não exagerou quando disse que as perucas eram belas. Além das perucas, ali tinham todo tipo de acessório.
Acabo escolhendo uma peruca lisa e loira, com franja, o que escondia parcialmente meus olhos, mas pra não dar margem ao azar, escolho uns óculos escuros que era um pouco grande demais, mas aquele era o objetivo. Escolho também um casaco escuro e sem muito corte para passar pelo meu corpo. Olho no espelho e à primeira vista não conseguia me reconhecer.
Adam trocou de camiseta, colocando uma cinza que tinha uns detalhes ridículos na manga, que, pelo menos, servia para esconder seus ombros largos. Ele também escolheu uma peruca loira num mesmo tom que o meu. Não sei aonde ele tinha arrumado aquilo, e nem como tinha tido coragem pra colocar aquilo na boca, mas até arrumou uma prótese dentária, que modificou o formato da sua boca. Se eu não estava me reconhecendo, com certeza não estava reconhecendo o Adam.
Ainda bem que Adam tinha dinheiro para pagarmos tudo, senão teria que deixar um pedido de desculpas ou algo do gênero.
Devidamente disfarçados, resolvemos testar os limites deles quando avistamos algumas pessoas que conversavam e riam distraidamente perto de uma fonte. Adam ainda carregava Oliver numa nuvem e tentava não olhar tanto assim para o céu.
— Acho que estamos bem — ele sussurra no meu ouvido e eu concordo. — Mas ainda acho mais seguro se não ficássemos muito perto das cidades, mesmo das pequenas.
— Vamos andando por agora, e quando chegarmos a hora de descansar um pouco, podemos ver o que faremos.
Ele apenas apoia a mão na base das minhas costas enquanto caminhamos. Minha coluna ainda fica reta quando passamos por alguém, porém os cabelos loiros e rostos parcialmente cobertos não despertam o interesse de ninguém.
E quando a noite chega, montamos um acampamento simples próximo ao rio. Faço uma cabana de terra apenas para nos abrigar dos ventos da noite. Enterro Oliver com bloco de gelo e fico prestando atenção em sua possível movimentação. E para aproveitar o calor que emanava naturalmente de Adam, me recosto em seu peito enquanto começamos a discutir o que faríamos no próximo dia.
— Você me disse que estava sentindo a magia dela Tintin! — uma voz conhecida fala não muito longe de nós, e nós dois nos sentamos, ficando em estado de alerta.
— E estou mesmo! Acho que estamos perto... — meu coração dá uma cambalhota ao escutar a voz dele.
— Você disse isso o dia inteiro! — a voz da mulher parece cansada.
— É, mas parece que ela parou. Está ficando mais forte... Não posso parar agora Felícia.
Ficamos de pé, e meus olhos enchem de lágrimas. Consigo ver o brilho do cabelo ruivo da sereia, e basta eu dar dois passos também vejo o brilho nos cabelos do meu guardião.
— Martin... — minha voz não passa de um sussurro, mas de algum modo ele escuta e gira o pescoço rapidamente na minha direção.
O guardião salta para fora da água numa velocidade espantosa, e abre um sorriso tão puro e largo que não tem como negar que é realmente ele ali. Nem me importo quando ele vem, ainda encharcado, me abraçar. Ele não fala nada por uns momentos, apenas sinto seus braços se apertando ao meu redor. Então ele me analisa da cabeça aos pés, e seus ombros relaxam.
— Vou avisar aos outros que encontramos os dois — Felícia diz com um sorriso tranquilo e meu guardião concorda, murmurando um agradecimento estrangulado. Ela pula dentro d'água e sou apertada mais uma vez, sem machucar.
— Oi pra você também Martin — digo com uma risada que sai aliviada.
— Ainda bem que você está bem Megan... Fiquei muito angustiado quando você foi levada por aquele cramunhão que é o senhor Smith.
— Estou bem, o Adam seguiu o Tobias de perto, está tudo bem, o pior já passou.
— Obrigado — Martin me larga segura as mãos do meu namorado e aperta contra sua testa. — Reúnam o que quer que tenham em suas posses e vamos sair daqui! Não é seguro, temos algumas informações preocupantes vindas da barreira da água e...
— MEGAN! — a voz da minha avó corta a conversa e vejo ela se aproximar, com a respiração entrecortada e os olhos marejados.
O alívio é tão grande de vê-la ali, que não seguro o meu choro, e assim que ela me abraça, quase tão apertado quanto o Martin, eu apenas me permito derramar as lágrimas. Sinto o seu carinho por cima da peruca loira, e ela sorri.
— Garota esperta! Vem, vamos para um lugar seguro.
— Claro... Eu preciso só, — com um movimento nas mãos, retiro de dentro da terra o bloco de gelo que continha o Oliver.
— O que diachos é isso? — ela me pergunta com o semblante preocupado.
— É uma longa história vó, vamos ter tempo de explicar essa situação, mas saiba que debaixo desse gelo temos o Oliver Fox. Só confia em mim quando digo que precisamos levá-lo.
— Claro minha querida. Vamos levar então.
Depois de remover qualquer evidência que estávamos ali, vamos na direção do rio, e sem pensar duas vezes, seguimos minha avó e o restante pela correnteza forte e sinuosa. Conseguia ver a lua que passou a brilhar no céu acima da superfície do rio, e não me espantei mais ao ver uma estrutura construída abaixo da linha d'água. Minha avó chamou aquilo de abrigo submerso, mas aquilo era uma fortaleza.
— Onde estão meus pais vó? Meus amigos? — pergunto assim que coloco o pé dentro do local.
— Seus pais estão bem. Seus amigos... — vejo a hesitação em sua voz. — Sei que talvez você não tenha cabeça para fazer isso agora querida, mas pode finalmente nos explicar o motivo de você ter trazido o...
— Oliver — Nicky tinha acabado de chegar e olhava fixamente para o bloco de gelo que está ao nosso lado.
Antes que eu consiga perguntar o motivo da hesitação da minha avó ao falar dos meus amigos, uma sirene começa a soar muito alto. Uma voz feminina começa a ser ouvida
"Atenção cidadãos de Nihal! Atenção cidadãos de Nihal! Isso não é um treino. Repito, isso não é um treino. Houve instabilidades hoje na barreira próxima a província da água, e a magia contida ali está muito instável. Uma falha catastrófica foi identificada e a barreira não resistirá. Ela ruirá em breve. Recomendamos a todos os cidadãos que procurem o abrigo mais próximo de sua residência de maneira ordenada, para evitar o impacto desse rompimento. Repito, procurem de maneira ordenada o abrigo mais próximo do local onde você se encontra. Indicadores mágicos mostrarão todos os abrigos disponíveis. Isso não é um treino."
E quando a gente menos espera... Isso!
Olá dominadores, como é que vocês estão? Tudo tranquilinho com vocês?! Eu nem sei como é que tá o coração de vocês, mas repito o que foi dito no aviso: "Isso não é um treino" hahahahaha
O que vocês acham que vai acontecer agora com a barreira se destruindo? Ah, que a ação tá ficando interessante, e alguns detalhes bem importantes foram alterados tanto aqui como nos capítulos que virão a seguir (:
Mas por hoje é só! Obrigada a todo mundo que tá acompanhando a história, e não se esqueçam de convidar os amigos pra acompanhar também além de deixar aquele comentário cheiroso e aquela estrelinha cheia pra Nihal ♥
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