Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

🔹 09 🔹

O final de semana demorou pra chegar, mas finalmente estava indo para a casa de praia da minha avó. Estava ansiosa e um pouco nervosa, mas consegui engolir esses sentimentos para que os meus pais não desconfiarem durante a viagem até a casa dela.

Meu pai me dá um beijo na testa e pede para que eu me cuide. Ele diz que minha vó vai me deixar no domingo em casa, e que se eu precisasse de qualquer coisa, poderia ligar pra ele, que os dois dariam um jeito.

Mal sabia ele que eu estou quase correndo pra dentro da casa da dona Edith.

Boto a mochila no ombro e me despeço do meu pai. Toco a campainha e não demora muito para a porta ser aberta e eu ser recepcionada com um sorriso amplo.

— Entra minha netinha! — ela abre espaço e eu quase pulo pra dentro.

— Tudo bem Megan? — escuto o Martin e sorrio ao ver a sua figura masculina sentada tranquilamente no sofá. Ele descascava uma tangerina e comia sem pressa os gomos.

— Bem ansiosa, obrigada por perguntar — digo, sentando ao seu lado e roubando um gomo da tangerina e o enfiando na boca.

— Então vá guardar a bolsa no seu quarto, que já podemos dar início aos seus testes... — minha vó fala.

Ela nem precisa falar duas vezes, vou correndo, e mal escuto a porta do quarto fechar e estou de volta. Martin não estava mais na sala, e minha vó estava sentada no sofá.

— Sente-se querida — eu faço isso. — Os testes são bem simples. E como já sabemos que você é dominadora de água, já é menos um. Então vamos começar?

— Sim!

Martin está de volta, com um jarro alto cheio de terra.

— Coloque a mão dentro da terra — ele diz assim que coloca o vaso na minha frente, e senta ao meu lado.

Ajusto-me na ponta do sofá e nem sei o porquê, mas respiro fundo antes de enterrar a mão dentro da terra. Não sinto nada acontecer, nada além de terra entrar debaixo das minhas unhas. Minha avó está olhando atenta a um relógio, e depois de um tempo, ela me pede a mão.

Desenterro a mão e estendo a ela. Vira a minha palma para cima e então segura apenas o meu dedo mindinho, girando-o de um lado para o outro. Quando eu vi a agulha em sua mão, já era tarde demais, ela já estava alfinetando o meu dedo, fazendo com que uma pequena bolha de sangue se acumule ali.

— Ai vó! A senhora disse que não machucava... — sinto a ponta do dedo latejar.

— Na realidade eu nunca disse que eles não machucariam... Apenas disse que eram simples — ela me dá um sorriso. — E é só um furinho...

E com isso, ela volta a colocar a minha mão na terra. Não quero me preocupar com a higiene disso, mas fico surpresa quando sinto a dor diminuir gradualmente. Acho que ela percebeu o meu semblante alterar, pois não demora a tirar a minha mão de lá mais uma vez.

— Parabéns meu amor. Você também é uma dominadora de terra — ela anuncia com um sorriso.

Ao soltar minha mão, vou analisar o meu dedinho. Além da sujeira da terra, não havia mais nada. Nem sinal de sangue e muito menos do furo que estava a poucos segundos ali. Eu não sentia mais nenhuma dor. Isso é incrível! Martin me entrega um espelho e meu olhar cai diretamente para os meus olhos.

— Assim que são os olhos de um dominador de terra — estranhei o meu olhar.

Acostumada com o azul, agora eu encarava dois pontos marrons escuros. Mas não eram completamente marrons. Conseguia ver as montanhas em seu reflexo. Lindo.

Só desvio o olhar do espelho quando escuto passos se aproximando de nós, e minha avó e Martin já estavam ali. Então pelo reflexo mesmo consigo ver Adam entrar na sala e sentar do lado de Martin.

— Você é uma dominadora de terra! — Adam diz com um sorriso e o meu se alarga ainda mais.

— Adam!

— Ah é, o jovem Adam veio acompanhar os seus testes também! — minha avó diz. — Mas como você chegou tão ávida para começar logo os testes, acho que esqueci de falar. Mas vamos continuar?

— Vamos.

— Com esse vamos com um pouco mais de calma — minha avó me entrega um isqueiro. — Quero que você acenda a chama e vá se aproximando da sua mão. Vá com calma, já que se você não for uma dominadora de fogo, você vai se machucar.

— Boa sorte — Adam acena sério.

Abro a tampa do isqueiro e logo a chama vermelha surgiu. Mais uma vez respiro fundo antes de começar a aproximar da minha palma.

Assim como é comum, a cada centímetro mais próximo, mais a sensação quente se aproximava. Mas não era nada que incomodasse. Até que ultrapassei a barreira do normal e continuei a trazer a chama para mim. Meus olhos mal podiam acreditar, mas a chama agora estava em contato direto comigo.

Aprendi que deveria doer, mas não estava doendo, nem sequer ardia. Do ponto de contato vinha apenas uma sensação de calor quase que reconfortante. Olhei atentamente para ver se criava alguma bolha ou algo parecido, mas minha pele estava completamente normal.

Passei os dedos pelo bocal por onde saía a chama e então transferi a chama para o topo da minha mão. Ao redor do fogo, minha pele parecia brilhar, e me encantei com a facilidade com que a aquele ponto brilhante passeava por mim.

Ainda não conseguia controlar a chama do mesmo modo como controlo a água, mas ainda sim estava conseguindo passar o fogo de uma mão para outra, sem sentir nada além de conforto.

Movimento a chama por todo o meu corpo e adoro o quentinho que percorre junto. Eu posso até ser uma dominadora de fogo, mas a minha blusa aparentemente não faz parte do pacote, e nem percebo a brasa que chamuscou a barra dela.

Só quando Martin abafa as chamas com um cobertor, é que eu estava prestes a entrar em combustão.

— Obrigada.

— Para servir e proteger Meg — ele diz com um tom de brincadeira. Sorrio tanto pela brincadeira como por ele me chamar de Meg. Estamos evoluindo! A senhorita White está ficando para trás.

— Parabéns querida! Você também é uma dominadora de fogo — minha avó me dá um abraço. — Três domínios é muita coisa... E elementais então... Os poderes estão aflorando. Vamos continuar?

— Ué, e eu preciso? Você mesma não disse que três já é bem incomum...

— E é. Mas pode ser que você ainda tenha algum. É raro, mas vamos continuar para descartar todas as outras opções.

— Entendo... Já que é assim, vamos continuar.

— O teste de agora é do domínio do ar. O Adam se voluntariou para nos ajudar a testar esse domínio em você. Então você estará na companhia dele enquanto realiza o teste.

— Vem comigo que eu te explico no caminho... — Adam me estende a mão e nem penso muito quando a pego.

— Vocês não vêm? — pergunto para os dois que parecem não ter a intenção de nos acompanhar.

— A gente vai organizando as coisas pros próximos — Martin diz dando de ombros.

— E dois jovens como vocês procurando um lugar mais reservado não traz tantas suspeitas... Melhor ficarmos mesmo. Já não gosto tanto de caminhar na praia — minha avó completa.

— Voltamos assim que concluirmos o teste — Adam diz.

— Claro, claro — minha avó sorri e praticamente nos coloca para fora.

Começamos a andar na beira da praia, e tudo o que eu conseguia falar era como eu estou animada em ter três domínios. Adam também estava bastante animado e conversou comigo durante toda a caminhada.

Só então percebi que estávamos bem afastados e já não havia ninguém perto de nós. Andamos tanto que estávamos sozinhos, mas acho que era o objetivo, pois quando Adam percebeu que não havia mais ninguém, ele para de caminhar.

— Aqui será um bom lugar.

— O que diabos envolve esse teste para que precisamos estar tão afastados assim?

— Então, uma das maneiras mais fáceis é testar o corpo em queda livre. Precisamos de uma boa altura para o corpo despertar. Se você conseguir flutuar, então você é uma dominadora de ar.

— Como assim uma boa altura? E se eu não conseguir flutuar, eu apenas vou cair com toda velocidade no chão?

— Por isso um lugar distante, assim eu não preciso me preocupar em alguém nos ver. E claro, se você não for dominadora de ar, eu vou te pegar antes que você se machuque.

— Não sei não Adam... E se der errado? Estou com medo.

— Medo é comum, mas não precisa disso. Eu vou te segurar. Você confia em mim?

— Confio — digo com toda a sinceridade que tenho dentro de mim.

— Então saiba que se você não for uma dominadora de ar, eu estarei sempre por perto para te segura. Podemos ir?

— Sim.

— Então, com licença — um dos braços ele passa por trás dos meus joelhos, e o outro ele segura firme em minhas costas. — Segura o mais firme que conseguir em mim.

Passo os meus braços por seu pescoço e enlaço os meus dedos o mais forte que consigo. Ao perceber que eu tremia, Adam me puxou um pouco mais apertado contra ele.

— Vamos subir agora — ele diz calmo, e mal percebi o momento que os pés do Adam passaram a não tocar mais o chão.

O ar foi ficando mais aquecido a cada momento e eu não estava com coragem de retirar o rosto do abrigo do peito do Adam. Minha respiração estava pesada.

— Chegamos — Adam diz suave e só então tenho coragem de olhar pro seu rosto. Os olhos dele são tornados brilhantes e envolventes. Brancos, sobrenaturais e belíssimos.

Mas ao olhar para baixo, parte da coragem que eu tenho em mim vai embora. Uma sensação intensa de vertigem toma conta de mim e volto a me agarrar no pescoço do Adam. Estamos muito alto.

— Não acredito que eu vou fazer isso... — choramingo e minha voz sai abafada.

— A queda é rápida, e se você entrar no personagem, pode até ser bem divertida.

— Você promete que vai me segurar se eu não for uma dominadora do ar?

— Sempre.

Então puxo uma respiração e solto os braços do pescoço dele. Adam também solta o seu aperto e então eu começo a cair.

A sensação de cair é realmente divertida. O vento entrando e passando por meus cabelos é quase uma carícia. Só que estou começando a ver a superfície da água se aproximar e não sinto meu corpo desacelerar. Se o Adam não me segurar a queda vai ser muito feia. Seu eu não morrer, vai machucar.

Fecho então os olhos sem conseguir acompanhar a velocidade que estou me aproximando do chão. Por instinto, minhas mãos protegem a cabeça.

Mas o impacto fatal não vem. Em vez disso, braços firmes me envolvem. E o cheiro do Adam misturado com o mar me traz um alívio imenso. Solto uma respiração que nem sabia que segurava.

— Eu te disse que não precisava se preocupar. Eu sempre estarei aqui para te pegar.

— Obrigada Adam... — digo e mais uma vez me perco naqueles olhos brancos. Duas massas de ar em pleno movimento em seus olhos, como se fossem nuvens a atravessar um céu nublado e brilhante.

— Eu tenho uma má notícia pra você — ele diz com um sorriso tranquilo, mas não está me encarando. — Você não é uma dominadora de ar.

— Eu bem que imaginei. Nem estou esperando ter mais algum domínio... Três já é uma coisa que me assusta.

— Ah, mas vai que você ainda tem alguma magia adormecida?

— Acho que não.

— Tenha um pouco mais de fé Meg, eu sei que você pode fazer e realizar muito mais do que sequer imagina — fico tocada com a quantidade de fé que Adam tem em mim, mas não falo mais nada enquanto espero Adam pousar na areia deserta. — Vamos voltar pra casa e dar as notícias aos dois.

Concordo com a cabeça e fazemos o caminho de volta em um silêncio agradável. Admiramos a paisagem, eu observei as ondas do mar e Adam parecia perdido em seus próprios pensamentos. Assim que chegamos na porta, ele que segura a maçaneta para abrir a porta, mas antes de girar a mão, ele para e me encara por alguns segundos.

Adam se inclina um pouco na minha direção e me dá um beijo na bochecha. A indagação para saber o motivo do beijo fica anestesiada pelos efeitos que despertam em mim. E só então abre a porta, m deixando parada ali, sem saber ao certo o que fazer.

— Infelizmente dona Edith, sua neta não domina o ar.

— Bem que desconfiei... Um dominador com quatro elementais seria bem difícil de acontecer. Vamos dar continuidade aos testes querida?

— Claro! Ainda faltam quatro domínio para testar.

Martin então coloca no meu colo uma longa espada de metal. As inscrições na empunhadura pareciam antigas, e nem ousei me mover. Aquilo parecia mortalmente afiado. Eu não entendida de espadas, mas aquele exemplar deve ter um alto valor.

— Ela é linda — digo e seguro a empunhadura, tentando ler o que está escrito ali, mas é numa língua que eu não faço a menor ideia de qual seja.

— "Um rei bondoso. Um rei justo. Um rei do povo" — minha avó diz, apontando para as inscrições, já respondendo a pergunta que não fiz.

— Essa espada pertencia a realeza.

— Querida, nós somos realeza. Ela primeiramente pertenceu ao rei Henry e desde então vem passada de geração em geração nas famílias descendentes.

Não quero muito pensar nessa coisa de realeza agora. Tudo o que eu quero saber no momento é se eu tenho "apenas" três domínios.

— E o que eu faço com essa espada vó?

— Quero que você a dobre.

— Dobrar? Mas e se eu apenas entortar? Vai estragar! — digo e vejo que o fio é incrivelmente reto e brilhante.

— Não precisa se preocupar com isso querida. Se você não for dominadora de metal, não vai fazer nenhum dano na espada, e se você vier a ser uma, você terá poder para consertar.

— Ok então — digo desconfiada e com cuidado para não cortar a mão na lâmina, coloco força para tentar curvar o metal.

Fecho os olhos e me concentro em entortar a espada de qualquer modo. E não preciso de muito esforço para sentir a lâmina começar a minha mão descer. Não acredito. Ao abrir os olhos, a espada do rei estava torta, num ângulo nada comum.

— Fazia um bom tempo que eu não via uma pessoa com quatro domínios — Martin fala abismado. Olho para a minha avó e ela está tão surpresa quanto eu.

— Isso é... — Adam fala, mas não completa a frase.

— Você consegue consertar a espada? — minha avó recupera a voz.

Dessa vez, de olhos bem abertos, seguro em cima da dobra e com um esforço mínimo de dedos, a espada volta a ficar reta. Passo a mão por cima algumas vezes, tentando deixar alinhada, mas não deu muito jeito, não consegui, estava ainda um pouco imperfeita.

— Não precisa se preocupar com isso querida. Quando você tiver mais controle sobre as suas habilidades, você vai conseguir deixar espada como nova... Mas agora vamos ver o que mais consegue fazer. Vem aqui pertinho de mim.

Faço o que ela pede, sentando ao seu lado.

— Sua mão — ela pede, com a palma virada para cima. Segura firme a minha mão com a sua e com a livre, vem aproximando lentamente. — E não se mexa, isso pode ser perigoso.

Quando pequenos raios e faíscas roxas se acumulam na palma de minha avó, sei que ela vai testar o meu domínio de eletricidade.

Não sei ao certo o que estava esperando, mas não sinto nada. Apenas me assusto quando uma faísca cai em minha palma. Não chegou a machucar, mas nem de longe era a mesma sensação que tinha quando a chama percorria a minha pele.

— Bem, negativo para dominação de eletricidade — minha avó segura e desfaz os raios que estavam na palma de sua mão. — Quer tentar mais um teste antes de almoçarmos?

— Claro.

— Primeiro é preciso que você tome isso — Martin me entrega uma xícara com um líquido que parecia ser chá. Tomo dois goles grandes do líquido frio e extremamente doce, mas ainda fica mais da metade na xícara. Quando entrego a xícara de volta para o guardião, ele termina de tomar o conteúdo.

— E agora?

— Agora é simples — ele senta bem na minha frente, em cima da mesa de centro, mas ninguém reclama. — Vou segurar a sua mão para termos um ponto de conexão. Vou fechar os olhos, e você vai movimentar alguma parte do seu corpo, menos onde estamos conectados.

— Só isso?

— Só. Vamos começar? — ele já vai fechando os olhos e eu faço o mesmo.

Começo a levantar o braço livre lentamente, com cuidado para não me mover demais e quem sabe estragar alguma coisa.

— Pode abrir os olhos querida — eu faço isso e apenas eu estou com o braço levantado. Movimento a cabeça para frente e para trás e nada. Balanço os pés, e Martin ainda está parado.

Minha avó sorri e encosta a mão no ombro do meu guardião, que abre os seus olhos.

— É, nada de controle de corpo... — ela diz num suspiro. — Vamos dar uma pausa por enquanto nos testes querida. Vamos almoçar, e depois continuamos. O último teste demora um pouco mais a ser realizado, então é melhor começarmos de barrigas cheias, o que acham?

— Por mim tudo bem!

— Ótimo, então todos arregacem as mangas e venham me ajudar a preparar o nosso almoço — ela chama e não é bem um convite, é uma intimação e vamos sem demora.

Martin é habilidoso na cozinha, dando opiniões em temperos e sabores que a minha avó atende com um sorriso no rosto. Adam é habilidoso com as facas e cortes, então é de grande ajuda na preparação. E eu, só tenho habilidade para arrumar a mesa e perguntar coisas bobas sobre Nihal.

Mal consigo engolir a comida, por mais deliciosa que ela esteja. Estou jogando de um lado para outro uns grãos de arroz no meu prato quando sinto uma mão apertar de leve o meu joelho, e uma calma toma conta de mim.

— Coma querida, não precisa ficar tão nervosa assim, falta apenas um teste — minha avó diz calma e devolvo o sorriso que ela me dá.

De algum modo, consigo terminar de comer o que tinha colocado no prato e a minha respiração fica calma.

Quando terminamos de comer, me ofereço para limpar tudo enquanto os três foram para sala preparar seja lá o quê para darmos continuidade aos meus testes. Só falta um domínio e vou ocupar as minhas mãos em algo para tirar a cabeça do último teste.

O domínio de água é útil até mesmo na hora de lavar a louça e solto uma risada ao perceber que as coisas vão ficar bem mais fáceis para mim.

Pensarei em novos métodos de utilizar essa magia ao meu favor. Perguntar como podem ser treinados e se de algum modo aumentados. Não sei se estou pronta com as responsabilidades que devem vir com esses poderes, mas num primeiro momento posso me aproveitar deles.

Enxugo as mãos em um pano de prato, depois de terminar com a louça, e então vou para a sala. Martin estava jogando algumas plantas dentro de uma pequena panela de barro que estava sendo aquecida por minha avó e Adam.

— Só mais uns minutos Megan — Martin diz. — Preciso terminar isso direito.

Apenas aceno com a cabeça e sem conseguir sentar no sofá, começo a caminhar pela sala. Olho para todos os quadros, janelas, e até fico passando meus dedos entre as teclas do controle da televisão apenas para passar mais rápido esses minutos.

Mas não passaram.

— Esse último domínio é o considerado mais perigoso minha neta. Quem o domina é visado por toda Nihal, não pode ser utilizado de qualquer jeito. Esse domínio faz com que o dominador seja capaz de dominar a mente de uma outra pessoa. Há maneiras para se defender desse domínio, mas a magia para bloquear tem um preço muito alto. Mas quando você consegue, você vê tudo o que a pessoa vê, sente tudo o que ela sente seja psicologicamente ou fisicamente. Por isso que nesse domínio, os olhos do dominador ficam iguais aos do dominado. O dominador pode controlar ações e palavras do dominado, e esse dominado coitado, vai obedecer. É um controle mais alto do que o de corpo. Pode vir a ser uma faca de dois gumes, pois se a mente que se está tentando controlar for forte, o dominador que sofrerá um golpe na mente. É perigoso, e foi muito utilizado em espionagens.

— Minha mente e a da sua avó são bem preparadas para combater dominadores de mente, por isso, num momento inicial, é melhor testarmos esse domínio com o seu amigo, que de nós três é o que tem a mente mais propícia para ser dominado.

— E está tudo bem com você em fazer isso Adam? — pergunto, sem saber o que sentiria se entrasse na mente dele.

— Claro, está tudo bem — ele diz e tenta parecer tranquilo, mas eu o conheço bem o suficiente para saber que aquilo não é totalmente verdade. Ele está nervoso, e com razão.

— Mesma coisa, os dois têm que beber do mesmo copo e do mesmo chá — Martin entrega primeiro para mim a xícara alta e tomo um gole incerto.

Diferente do doce extremo do primeiro chá, esse é amargo e deixa um gosto pungente na língua e boca.

— Entrelacem os dedos das duas mãos. Quanto mais contato melhor. Megan, você se concentre na mente do Adam, busque lembranças, qualquer coisa assim. E não desviem o olhar — Martin nos dá a instrução e fazemos isso.

Sentados um de frente pro outro, não falamos nada enquanto encaro os olhos bonitos do Adam. Como eu posso me concentrar em pensamentos e lembranças que eu nem ao certo sei quais são?

Mas antes que eu possa questionar como posso fazer isso, imagens começam a entrar em minha mente. Estou de frente a um bolo de aniversário com duas velas indicando a minha idade de dez anos. Assopro as velas e olho para mim, com dez anos sorrindo e batendo palmas.

Pisco confusa.

Agora estou de frente a minha porta e então eu abro a porta. Minha mão se estende e me entrega a flor que ganhei do Adam de aniversário.

Fecho os olhos mais uma vez, confusa com a enxurrada de imagens, sensações que querem me consumir.

E quando abro os olhos, estou me encarando, no sofá, de mãos dadas. Só que eu estou com os mesmos olhos que o Adam. Estou na mente do Adam. Eu vejo o que ele vê.

Puxo uma respiração e tanto eu como ele enchemos os nossos pulmões de ar. Olho pro lado e vejo que minha avó e Martin estão olhando de boca aberta para nós. O corpo do Adam é quente e diferente. Tento colocar minhas palavras na boca dele e me surpreendo ao ouvir o tom grave dele.

— Acho que sou uma dominadora de mentes.

Martin, sorrindo de orelha a orelha, vem na nossa direção e separa as nossas mãos e corpos. E com isso, estou mais uma vez na minha mente.

— I-isso foi... — Adam parece perdido e sacode algumas vezes a cabeça.

— Sinceramente minha neta, não sei se te dou os parabéns, ou se fico preocupada. Você domina mentes. Pessoas vão se aproximar de você. Vão querer tirar vantagem do seu domínio se souberem do que você é capaz. Você ainda não sabe como controlá-lo, mas quando souber... Terá que se cuidar.

Um nó se forma na minha garganta.

Era isso. Eu possuo cinco domínios.

E um deles é perigoso além da magia. 

É, se os três domínios do Adam já eram um poder grande, os 5 da Megan podem muito bem ser a reviravolta que Nihal esperava. Não mudei os domínios dela, vocês ainda lembravam deles?! E aos novos dominadores, o que acharam dos poderes da nossa protagonista?

Se gostou, não se esqueça de conferir se a sua estrelinha está aqui e de deixar seu comentário ♥ Ah, e cuidado com os spoilers (:

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro