De repente me deparei com meu passado na rua. Ele estava de costas e eu, mesmo que me esforçasse para seguir em frente, tive que diminuir o ritmo para me certificar se era mesmo ele.

Não fui vista, apenas o observei enquanto ele continuava a agir novamente, enquanto ele continuava a viver.

Me senti como um personagem em flash back, não podia interagir, apenas ficar ali, olhando para ele, com a mente confusa e os sentimentos embaralhados no peito.

Pensei em chama-lo. Ir até ele e cativar sua atenção em mim, como aconteceu no passado. Aquela minha parte, minha versão mais antiga, ainda continuava o amando. Minhas lembranças o amavam. Mas eu também percebi que, mesmo que isso fosse recíproco, mesmo se ele também se  lembrasse de mim, de nós... não mudaria nada. Porque não somos mais as mesmas pessoas. Não somos mais as mesmas crianças que estavam vivendo seu primeiro amor.

Por isso, segui em frente. Tornei daquele momento mais uma lembrança. Mais um fragmento do passado que ele decidiu, por si próprio, fazer parte.