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Capítulo 1

RUBI – Distrito 1

Cada vez que Rubi se levanta da confortável cama do Capitólio, as pernas tremem e balançam como bambu ao vento. Os treinos são exigentes e realizá-los numa questão de dias é um feito enorme. E como se não bastasse, os pesadelos que vagueiam pela mente dela à noite impedem-na de dormir bem. Nem o tributo do seu distrito, Ónix, a ajuda. Mal falam, na verdade. Ela recorda perfeitamente o dia da Colheita. A cada ano que passava, cada vez mais pessoas do Distrito 1 voluntariavam-se para participar nos Jogos mas este ano o azar sobrevoou o distrito. Aliás, invadiu a casa de Rubi como um convidado indesejado.

Abanando a cabeça para afastar os pensamentos negros que a envolvem, a jovem parte para a casa de banho, aprontando-se para o dia especial. Terá de provar o que é capaz em frente aos Patrocinadores.

- Vou mostrar que até uma miúda gorda como eu é capaz de ser hábil.

É verdade que Rubi não é a rapariga mais esguia do grupo de amigas dela. Nem a mais bonita, apesar do seu nome assim o indicar. Nem o longo cabelo ruivo dela, liso e suave, servem para seduzir os rapazes do distrito. Após se vestir e descer até à sala de espera, senta-se ao lado do rapaz do seu distrito sem lhe dirigir uma única palavra. Não há dúvidas na mente dela que na arena não haverá aliança entre eles.

- Ser dos últimos é uma seca. As regras deveriam mudar. A avaliação devia começar pelo distrito 12, depois 11 e por aí adiante. Não é justo.

Rubi levanta o olhar para o rapaz do Distrito 11 que está a resmungar para a rapariga do seu distrito. Alto, musculado e irritado. Tudo adjetivos que mostram que ele não é muito inteligente, mas que tem uma força bruta pronta a esmagar algumas cabeças. Não será alguém de quem a Rubi se aproximará.

- Rubi Meade.

É a segunda a entrar na avaliação. Enquanto atravessa até ao centro do pátio a sua mente começa a trabalhar.

"Os Patrocinadores estão no topo, à esquerda. Interessados no que vou fazer. Quando chegar ao final das provas, eles vão estar menos atentos então tenho uma vantagem adicional. Preciso de fazer isto rápido e sem erros. Mostrar confiança, foi o que a minha mãe me ensinou."

Ela lembra-se dos ensinamentos da sua mãe antes de sair do distrito. Ambas sabiam que a morte era iminente. Aliás, Rubi sabe que o seu corpo não aguenta muito tempo se estiver a correr. Mas ela é amigável, irá arranjar aliados.

- Bom dia. Rubi Meade, Distrito 1.

Dois dias antes Rubi tinha pedido que na Avaliação estivesse presente um conjunto de cordas e madeira para construir uma armadilha. Ver a sua mãe trabalhar na joelharia dela sempre tem as suas vantagens. Precisão e concentração. É o necessário para fazer um excelente trabalho. Após se posicionar atrás da mesa com os materiais à sua frente, Rubi respira fundo e prepara-se para mostrar o que vale.

Nessa noite...

- Minha linda, não te preocupes com o resultado. A tua cara gordinha mais esses olhinhos verdes derretem o coração de qualquer um.

Ninguém se espanta com o comentário de Neil, o mentor do Distrito 1. Desde a Colheita que ele fazia comentários sexuais sobre Rubi, ignorando Ónix por completo. Sendo um antigo vencedor, era suposto ser condescendente com os tributos mas o homem era apenas irritante. Neil ganhou os jogos com 18 anos, um ano a mais que Rubi e não há muita diferença de idades, sendo que não fazem sequer 10 anos que ganhou.

"Nojento. Mereces um pontapé no meio das pernas."

Rubi sorria sempre, fingia-se amigável mas a sua mente era um tsunami de emoções negativas e comentários ofensivos. Talvez momentos antes de ir para a arena, ela possa dizer-lhe tudo na cara.

- Oh, está na hora das classificações!

Neil comenta animado, sentando-se entre os dois tributos, pondo a mão na perna de Rubi que logo a afasta, desconfortável. Há limites e o nervosismo de Rubi sobre as classificações destrói por completo a paciência que tem para o mentor.

O seu "amigo" recebe uma classificação de 5.

"Horrível, vê-se mesmo que vai morrer à primeira oportunidade".

- A tributo feminina do Distrito 1, Rubi Meade, recebe uma classificação de 7 pontos.

Neil festeja, abraçando logo a tributo. Mal dá tempo a Rubi para festejar por si própria, mas o que interessa? Uma classificação de 7 é bom, não é muito alto nem muito baixo e para a armadilha que fez, em 1 minuto, está excelente. Se calhar, se tivesse sorrido mais poderia ter ganho a simpatia dos Patrocinadores.

Continuam a ver e a avaliar as pontuações, curiosos para ver quem tem a mais alta.

- O rapaz do distrito 5, Jack, teve um 9. Nota-se que é inteligente e hábil.

Chega então a vez de Sylas, o rapaz irritado do distrito 11. Rubi sabe que ele terá uma pontuação elevada, todos sabem. Mesmo sendo do distrito 11, um dos mais pobres de Panem, não impede que ele ganhe fãs e sendo da agricultura, o trabalho que ele tem lá deve tê-lo tornado mais forte, tal como tornou Rubi mais cuidadosa.

- O tributo masculino do Distrito 11, Sylas, recebe uma classificação de 11 pontos.

- Aposto que o ponto em falta deve-se à sua personalidade. Falei com a mentora e com os estilistas dele e todos confirmaram que o miúdo ferve em pouca água e já ameaçou a tributo do distrito dele. É perigoso, tenham cuidado.

Entrada na Arena

- Lembrem-se, mantenham a calma, contentem-se com uma arma e corram à procura de abrigo. Se estiverem em más condições pensem "Será que poderia ficar pior que isto?". Se sim, então não façam coisas que possam pôr em perigo a vossa segurança.

Neil abraça com força os tributos, deixando até Rubi impressionada com os conselhos e a demonstração de afeto sem qualquer intenção sexual.

- Obrigado Neil, vou dar o meu melhor.

- Sim, obrigado por tudo. Foste um excelente mentor, mas tenta melhorar as tuas maneiras.

Rubi despede-se com um outro abraço e ambos partem para a enorme nave que recolhia os tributos. A ruiva morde o lábio inferior quando inserem o dispositivo de localização no seu braço esquerdo. Não sangra, mas dói por uns segundos.

"Como será morrer?"

A pergunta já tinha passado pela sua cabeça algumas vezes, mas agora que está a chegar o grande momento, a sua mente só pensa nisso.

"Será que dói muito? Depende da forma como se morre. Se pudesse escolher, preferia morrer com um corte na cabeça ou no coração. Quanto mais rápido melhor."

- Preparar para descolar!

Rubi fecha os olhos. Nunca gostou de voar, ela própria admitiu na entrevista, duas noites antes, com Padma Cox, a apresentadora dos Jogos. Quando se dá conta, está já na sala com o seu estilista, prestes a entrar na arena.

- Tem cuidado. És linda e inteligente. Tu consegues sobreviver, apenas tens de ser mais inteligente que os outros.

- Obrigado. Eu...

O estilista põe o dedo indicador à frente dos seus lábios, sinalizando para se calar.

- Não digas, nada. Falaremos quando voltares vitoriosa.

Rubi acena determinada. As chances de vencer são escassas, ela própria ouviu algumas pessoas a comentar a tabela de chances. Uma voz mecânica ecoa pela sala anunciando que faltam 20 segundos para entrar na cápsula. Rubi caminha até à cápsula de vidro como se a lentidão com que caminhava fosse impedir que a jovem não participasse nos jogos. Mas sabia que teria de entrar, nem que fosse à força.

Ao fim da contagem a cápsula sobe e o estilista desaparece na parede, dando lugar a um espaço aberto. Rubi consegue ouvir os pássaros a chilrear e o sol atinge a sua face.

"Passo 1: Não sair da plataforma"

Tomara que o seu pensamento ecoasse na mente de todos os tributos porque segundos depois ouve uma explosão do outro lado da Cornucópia. Consegue ver o fumo da explosão e pedaços de terra e carne a voarem, caindo por todo o lado.

"Sobram 23."

CILO – Distrito 7

Cilo não estava pronto para entrar na arena. No seu distrito, nem estava apto para tomar conta da família e mesmo assim o destino obrigou-o a entrar no evento mais importante e letal de Panem.

Os flashbacks da última semana ocupam o seu pensamento, como um filme a passar vezes e vezes sem conta. A despedida da sua família, o abraço apertado que deu ao irmão mais novo e as centenas de olhares ao ser escolhido na Colheita. Olhares de pena e de despedida pois ninguém acredita que um rapaz de 16 anos tenha grandes chances nos Jogos.

Enquanto sobe pelo tubo em direção à arena, relembra o aviso da Mentora, aconselhando-o a cortar o cabelo. Cilo, ofendido, recusou o conselho dela. O seu longo e negro cabelo que lhe chegava ao peito era a forma perfeita de morrer. Aparentemente, a fugir de alguém, podiam agarrar o cabelo dele e por fim matá-lo. Como típico jovem de 16 anos, rebelde e teimoso, discutiu com a Mentora e ela informou-o que se ele tiver de morrer, que seria por causa do cabelo.

As memórias desvanecem à medida que o sol preenche a sua mente, limpando a escuridão dos seus pensamentos, apresentando o local onde irá morrer. 30 segundos para começar e 5 segundos depois uma rapariga, 4 plataformas à direita da sua, explode. O som agudo nos seus ouvidos desconcentram ainda mais o rapaz que aflito, não ouve o primeiro chamado de Katherine, a tributo do distrito dele.

- Cilo!

Fora do seu transe, vira a cara na direção do som, para a plataforma ao lado da sua. Kath pede-lhe para correr para a parte de trás de uma das casas.

A verdade é que ele ainda nem tinha sequer reparado na arena. A Cornucópia está espalhada num enorme parque infantil, armas e mochilas enterradas na areia e, no meio do parque, um castelo de madeira.

"Só podem estar a brincar. Parque infantil?"

O jovem de descendência árabe repara que faltam 10 segundos e para poupar tempo olha em volta e percebe que está num bairro do Capitólio. No centro do bairro, a Cornucópia, a fazer de rotunda e 4 estradas e separar as mansões em pares.

A que Katherine apontou parecia ter um jardim e é para lá que iria correr.

"O jogo começou"

Todos saem das suas plataformas, muitos dispersam-se pelo bairro e apenas alguns atrevem-se a correr para a Cornucópia. Cilo é um deles. Precisa de um machado, a arma em que é mais experiente, graças à especialidade do distrito dele, árvores. Corre o mais rápido que pode e procura algo que possa agarrar. Um tributo passa por ele a correr, sem se importar com Cilo e com a mochila que estava enterrada na areia.

- Kath! Kath!

Enquanto desenterra a mochila procura a sua aliada e mantêm-se atento a ameaças. Vê uma rapariga loira cair na areia, com o peito manchado de sangue. Por fim, liberta a mochila e corre como um louco na direção combinada. Vê ainda dois corpos caídos no chão, no caminho da casa, contendo as lágrimas que ameaçam jorrar dos seus olhos.

- Kath.

Falando agora mais baixo, para o caso de alguém hostil estar à espreita, observa a cerca de metal e arame que cerca o jardim da mansão. É demasiado alta para escalar e se o fizer algum tributo pode vê-lo. Decide ir até ao fundo do jardim até que encontra o que queria. Uma pequena abertura, camuflada na vegetação. Com um pouco de força, abre passagem para dentro da casa, tendo sempre o cuidado para não se arranhar.

- Cilo, aqui!

Ouve uma voz junto a um arbusto e logo a seguir surge a cabeça de Kath. O jovem aproxima-se, a sua pele morena coberta com suor como um lençol. Ouve a respiração ofegante e nervosa dela que com o dedo indicador faz sinal para não falar.

- Está alguém dentro da casa.

Através de sussurros, os dois aliados definem uma estratégia. Não podem ficar na rua apenas protegidos pela vegetação mas escolheram a casa errada. Devido à proximidade à Cornucópia não foram os únicos a entrar no edifício branco.

- Antes de irmos deixa-me ver o que apanhei.

Cilo abre a mochila verde e encontra no seu interior um cantil vazio, corda e um recipiente meio cheio com um líquido transparente. Para além disso, na mochila estava preso um saco de cama. Apesar de não existir nenhuma arma, os materiais aparentam serem promissores. Ouvem os gritos de pessoas do outro lado da cerca mas a atenção foca-se no interior da mansão, não sabendo quantas pessoas lá estão nem o quão perigosas são.

O edifício com enormes janelas estende-se de um lado ao outro da cerca, logo o acesso ao mesmo é apenas feito a partir da porta da frente e da falha na cerca. Observam atentamente as janelas, desde o rés do chão até ao terceiro andar. Por sorte o terreno naquele jardim é plano, permitindo-lhes observar cada janela do rés do chão.

- Ali, está um rapaz naquela janela. Parece estar sozinho e... a comer?

De facto, reparam no tributo a partir da janela do lado direito, no rés do chão. Aparentando ser uma sala de jantar, observam com espanto a mesa recheada de alimentos e bebidas, que desaparecem rapidamente com fome insaciável do tributo.

- É capaz de ser do distrito 12. Eles costumam passar fome, não me admirava nada. Temos de entrar lá e matá-lo. Recolher o máximo de comida possível e esconder-nos aqui de novo. Se houver perigo, fugimos pela abertura na cerca.

- Não, fiquemos aqui um pouco mais. Reparaste na arena? Não é muito grande. Para trás deste jardim à um pequeno bosque e quanto apostas que a barreira deve estar algures no meio dele? O foco é aqui, neste bairro.

- Não podemos ficar aqui muito tempo, ele vai acabar com a comida toda!

Sem resposta de Cilo, a tributo cala-se e tenta manter-se calma e atenta aos movimentos do tributo inimigo. Sabe que a melhor chance de ganhar é permanecer ao lado do seu aliado e seguir as ordens dele apesar de ser um ano mais velha.

Cilo alterna o seu olhar entre o inimigo e a cerca do lado esquerdo, a qual apresenta ser tanto uma via para escapar como para a entrada de inimigos indesejados. No entanto, um movimento brusco chama a sua atenção. O tributo que engolia alimento atrás de alimento bate com os punhos na mesa e dobra-se, como se estivesse com dor. Atira bolos com recheio amarelo e vermelho para o chão e lança um copo contra a parede, estilhaçando-se.

- O que será que está a acontecer? Alguém deve ter ouvido o copo a partir-se, será alguma armadilha?

Não responde de novo, tamanha é a atenção e o choque. Ao fim de uns segundos ouvem-no berrar e logo depois vêm com horror a sua barriga explodir, cobrindo a janela com sangue e pedaços de intestino. Katherine deixa escapar um pouco de ar, assustada. Cilo deixa-se cair para trás com o susto, pois observava a face do rapaz até ele rebentar, em pura agonia. O som do canhão soa, anunciando a morte do tributo.

- O que foi aquilo...?

- N... não sei, temos que ir ver o que aconteceu, agora!

Sem esperar por uma resposta, o tributo corre na direção da porta de vidro, empurrando-a com cuidado para não a partir com a pressa de descobrir o que se passou. Empurrando as duas portas que dão para a sala das refeições, Cilo observa horrorizado as entranhas do tributo presas ao candeeiro do teto, o sangue colado à comida, cobrindo de vermelho o arroz e os bolos, criando um contraste trágico entre o branco e o vermelho vivo. A cara do tributo caída em cima de um prato, de olhos abertos e boca cheia de sangue.

- Não entres! Não é algo que queiras ver.

Cilo tenta conter-se para não vomitar ao sair da sala, arrastando Katherine com ele até ao andar de cima. Apercebe-se que está a ter um ataque de pânico e tenta manter-se calmo.

- Fica... fica de vigia na janela. – Instrui ofegante, sentando-se encostado à parede. Respira devagar, tentando não pensar na imagem grotesca do andar de baixo.

"Sem armas, sem comida e assustados. Bela forma de começar os Jogos".

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