Capítulo 7
STEPANHIE
Na noite anterior, eu e o Lucas fracassamos na nossa missão atrás do Victor, sinceramente nada aconteceu. Fomos até a casa do Jefferson e verificamos se ele iria fazer algo estranho. Foi o primeiro dia, nada rolou. Mas fiquei sabendo que muita coisa aconteceu com Max e Eduarda, várias mensagens deles no grupo, e ele com certeza estava muito nervoso, porque não parava de fazer piadinhas.
Desço as escadas e vou até a cozinha, minha mãe está sentada na mesa tomando café.
— Oi mãe bom dia — Ando até ela e a abraço, beijando seu rosto.
— Bom dia Teh — Ela retorna o beijo. Ah como amo minha mãe, sou apaixonada pelas bochechas dela, toda cheinha, cabelos pretos e curtos, baixinha e muito trabalhadora, sempre tão carinhosa e engraçada, exceto de manhã, a bicha é brava.
— Nossa que cheiro gostoso de café mãe, pena que sou tomar rapidão e sair logo — Pego minha xícara e coloco o café. — Cê vai sair daqui a pouco?
— Sim eu tô vendo que horas o ônibus vai pro ponto. Teh, leva o guarda chuva viu, pode chover mais tarde — Se uma mãe fala pra você levar guarda chuva, leve guarda chuva, sempre faça isso.
— Você viu no sptv? — Pergunto curiosa, e ela confirma sim com a cabeça. Já falei, de manhã ela não funciona, melhor eu parar de falar.
— Sim, leva a blusa de frio viu, e vou chegar pouco tarde hoje porque vou na igreja depois do trabalho, fiz mistura pra você ontem tá .
— Tá bom mãe, preciso ir, o cafezinho tá ótimo viu... Mãe, você está bem? Percebo você pouco..triste — Noto isso nela, e a conheço o bastante para sacar isso.
— Saudades do seu irmão... Mas tudo bem, ficarei bem — Meus olhos rapidamente se enchem de lágrimas, e abraço ela.
— Eu também sinto mãe... Vamos ficar bem. — Tento consolar ela, mas a hora não espera, preciso sair
Coloco minha jaqueta e me despeço da minha mãe beijando a testa dela. Esse frio da manhã é de matar qualquer um, São Paulo é bizarro nesse sentido, mas faz sentido com os sentimentos tenho lembrando que o meu irmão não está mais aqui.
……
Depois de três aulas completamente tediosas e sonolentas, eu e a equipe vamos até a biblioteca conversar sobre o dia anterior. A hora do intervalo é sagrado a partir de agora, comer jamais. Estamos sentados reunidos em volta da mesa.
— Eu estou com as costas toda dolorida. Ainda bem que o meu corpo é resistente — Max fala um pouco desconfortável, acho que deve tá sentindo muita dor ainda.
— E mesmo assim não tivemos muita coisa relevante. Mas Rashid parecia saber de alguma coisa, e o Verde-Luz também. Sabe quando alguém meio que finge algo? Estranho, curioso o Verde-Luz está envolvido com Rashid. — Noto a reação do Max, quer dizer alguma coisa.
— Louco observar isso, a sensação que tem é que querem criar um grupo de super vilões, sei lá, e o Rashid é extremamente forte, ele me derrubou legal… E o Homem Repolho também — Gosto do deboche do Max, me diverte demais, que menino besta, mas ele levantou um ponto que me chamou atenção.
— Tá, mas como você chegou nessa conclusão que eles estão tentando criar equipe de super vilões? — Pergunto tentando entender o raciocínio dele.
— Victor… — Antes que Max pudesse responder, Chris o corta, usando sua convicção jogando o nome do Victor no ar.
— Mas como isso Chris? Quando estávamos lá, Rashid e nem Verde-Luz deu a entender isso. Precisamos pensar pé no chão certo? — Eduarda tenta trazer realismo para essa conversa, boa garota. Eu e o Lucas apenas ficamos calados, até entendo, não conseguimos pegar tanta informação.
— Mas Rashid se encontrou com um Avançado, e segundo a própria palavra de vocês, ele estava fazendo um negócio. Que negócio é esse? Com um Avançado? Victor também é, e pelos relatos nós arquivos encontrados em dois mil e sete, Rashid tentou criar uma equipe assim mas fracassou. Esses caras seguiam um deus, um papo religioso de trazer paz para terra, é muito viajado
— Estranho, ontem a noite Rashid mencionou que Victor matou o Nerfestor e isso o consagrou a algo grande, mas que eu tenho uma mente pequena demais para entender, será que tem uma…relação? — Noto a reação a do Chris, que de mostra mais curioso no assunto. Ele pega o seu celular e coloca sobre a mesa, mostrando suas anotações.
— Uma coisa que fiz na minha investigação foi pegar tudo sobre Nerfestor, e ele é um cara curioso, nos anos noventa ele roubava bancos e coisas do tipo, tanto que os Chains o caça desde essa época. Uma coisa que Nerfestor pregava era sobre vida nova, paraíso, ele em toda sua existência seguia uma religião, as suas vítimas tinham marcas triangulares em seus corpos, e na minha pesquisa, uma vila na Europa tinha uma religião assim, que possuía esse mesmo símbolo, talvez tenha sim Max — Caraca isso está tomando uma proporção gigantesca, parece história de filme.
— A minha cabeça tá girando agora, as coisas só ficam piores. Então o Victor simplesmente foi sequestrado pelo culto religioso e agora vai apanhar pra ser padre? — Com os braços cruzados, a nossa marrentinha mostra as garras ao fazer essa pergunta que pensando bem, concordo, soa ridículo.
— Ou ele pode ser um da vida Constantine — Max não perde uma, é incrível.
— Gente tô aqui quieto ouvindo vocês e a minha cabeça tá que nem da Eduarda. Assim galera, precisamos ver o Jefferson também, que ironicamente é o nosso diretor, acho que investigar aqui na escola é o melhor jeito — Lucas consegue manifestar colocando seu ponto de vista, Chris o escuta com total atenção.
— Eu tinha comentado com Max e Eduarda que Jefferson saiu do crime e virou diretor, não lembro se falei que ele dirige nossa escola — Disse o Chris, e logo após todos nós ficamos em silêncio, reflexivos. — Lucas e Stepanhie podem continuar na cola do Jefferson, como Lucas disse, aqui é o melhor lugar pra investigar. Max e Duda praticamente resolveram, qual coisa nos chame. E eu, ficarei de olho, já que o meu poder é mais pensar do que lutar, as vezes acho que serei o primeiro a morrer entre vocês.
— Ai que horror Chris, eu falaria mais o segundo, o primeiro será eu — Brinca Eduarda, com esse humor ácido que ela sempre faz quando tem oportunidade.
— Misericórdia gente que papo down — Eu falo quase que censurando eles, morte aqui não, por favor, tenho muito medo disso.
— Pô tava pensando aqui né, nós nem temos nome pro nosso grupo de heróis — Max revela seus pensamentos, tanta coisa rolando e ele me solta uma coisa dessa do nada.
— Quero nem pensar nisso, afinal, nem somos heróis, só queremos achar o Victor — Consigo dizer essas poucas palavras, queria ter esse ânimo que Max tem ainda, tô tão preocupada com Victor. Os outros continuam em silêncio
— Eu estava um tempão em um nome galera, Os Irrepreensíveis, esse nome dos forte e somos assim. Então, se somos heróis, precisamos de nomes, eu sou o Esmaga-Max — Não consigo me segurar, eu solto uma risada, Lucas, Chris e Eduarda fazem o mesmo. Só o Max mesmo pra nos fazer rir numa hora dessa.— Porque tão rindo galera, não tem nenhum palhaço aqui, esse nome é mó maneiro, Os Irrepreensíveis, liderado pelo Esmaga - Max — Ele declara isso quase subindo em cima da mesa, mas não o faz, e continuo rindo.
— Agora tô curiosa com o meu nome — Eu falo, esperando que ele responda.
— Pensei no nome de todos vocês. Chris seria Holmes, Lucas seria Homem - Otário, Eduarda Amor da Minha Vida e Stepanhie Raio do Amanhã e o Victor, Homem - Pastor — Espera ele falou o que da Eduarda? Lucas e Chris até regalaram os seus olhos, Eduarda está vermelha de vergonha e Max todo sem graça em pé.
— Eduarda é o que Max? — Lucas pergunta na intenção de zoar o Max, que tenta se disfarçar.
— Eduarda… Nada não gente eu só tava zoando — Ele dá uma risadinha sem graça ah que fofo.
— Mentira que Max ta apaixonado ai que fofo — Eu coloco lenha na fogueira e todos ali começam a dar risada. Eduarda e Max mal conseguem se olhar de tanta vergonha, ah que lindos!
Ficamos mais uns minutos ali, rindo, conversando, algo que faz um tempinho que não tivemos, algo leve. E foi Max que trouxe isso de volta, se tem algo que posso dizer dele é que ele consegue nos fazer rir mesmo em meio ao caos, mas que fofo que ele tá gostando da Duda
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