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Sobre pais

Caim

Vagamos pelas ruas abarrotadas de Copacabana, nossas barrigas pesavam por conta dos hambúrgueres. Minha camisa pendia no ombro, assim como a do Miguel. Éramos os reis da cidade.

—Estou lotado! —Miguel reclamou.

—Ainda bem que expulsaram a gente. —Arrotei. — Ou as pessoas iam continuar fugindo da lanchonete.

Paramos no semáforo. Quem é carioca sabe que parar na sinalização é mera formalidade, mas os carros estavam rápidos demais, e nós, lentos o suficiente. Cleiton apenas nos acompanhava em silêncio.

—Vocês sempre fazem isso? —Perguntei, e alisei minha barriga.

Miguel riu. —Na verdade não! —Usou do polegar para apontar o Cleiton. —Eu e o Cleiton costumamos fazer escondido! Minha família não é muito unida, se é que tu me entendes.

—Bem... Eu tenho um pai e alguns cachorros. —O sinal se abriu, e começamos a caminhar. —Conheci pouco minha mãe.

—E os parentes?

—Nem sei quem são. —Afirmei.

—Não precisa. —Cleiton cortou nossa conversa. —Parente mais atrapalha do que ajuda.

Paramos do outro lado da rua, sob a sombra de uma árvore frondosa, e ao lado de uma banca de jornal. Miguel apontou para uma sorveteria, a poucos metros de distância.

Uma vez, vasculhando uma lata de lixo, encontrei um sorvete derretido. A aparência não era das melhores. Estava cheio de grãos de areia. Não foi uma experiência legal.

—Cleiton tem razão. —Miguel afirmou. —Eu vi os meus de maneira esporádica. Não são nada legais. —Ele foi um pouco mais fundo nos pensamentos. — Eu tenho um irmão, mas nunca chegamos a ter um certo... afeto.

—O que te impede de ter?

O telefone de Cleiton tocou. Ele foi atender, um pouco afastado de nós. Eu e Miguel paramos em frente a uma galeria escura que tinha um cheiro ruim. Olhei para o abismo, e por algum motivo, parecia que ele me olhava de volta.

Um calafrio repentino percorreu minha espinha. A escuridão densa e impenetrável, apenas cortada por um brilho sinistro do olho da criatura. Fui possuído por um instinto primitivo. Empurrei Miguel para trás, e me joguei para o outro lado.

O olho colossal emergiu da galeria. O ar ficou pesado e opressivo. Um silêncio sepulcral se abateu sobre o local, quebrado apenas pelos gritos frenéticos da multidão. Contudo, a criatura não estava focada em ninguém, a não ser Miguel.

Cleiton ajudou a se levantar. —Seu pai está a caminho! Ele me avisou que estavam ocorrendo dois ataques de parasitas na cidade!

Meus músculos tremiam e meu corpo pesava como chumbo. O medo da morte me paralisou.

—Caim! —Ele gritou para mim.

A criatura lançou seus tentáculos em direção a Miguel. O movimento vibrou o cheiro de sangue e podridão. Mais uma vez, Cleiton, atento, se jogou para protegê-lo.

Era loucura. Beirava a insanidade. Não existia comparação de força entre o homem e aquilo que o vírus fazia. Era misantrópico, vil, mordaz. Para a besta não passávamos de insetos. Ou homens, diante de um deus.

Qual era o segredo que Miguel guardava que a atraía tanto? A luz que o circundava era de fato tão divina assim? Tinha em meu lado a reencarnação de cristo? Olhei para ele. Assim pude ver, os olhos firmes e violentos que encontrei no primeiro dia. Ele queria se mover, dava para sentir. Distinto de mim, não observava o parasita com medo.

"Parece estar acostumado..."

Ele apontou para mim com o dedo indicador. —Primeira coincidência. —O brilho ao redor ampliou. Chegou a ficar dourado. Uma energia mística saltou do peito dele e conectou-se ao meu. Um elo que transpassava minha carne.

—Miguel! O seu pai disse que- —Cleiton ficou com medo.

—Não temos tempo, Cleiton. Tem gente aqui que pode morrer. —Miguel interrompeu.

Os tentáculos vieram outra vez para cima dele, e o agarraram! Contudo, não havia em Miguel um mísero arranhão. Ele se permitiu ser tragado pela criatura, para que pudesse fazer algo.

"Moleque burro do caralho." Comecei a olhar o meu redor. "Algo! Algo para salvar esse arrombado! Alguma coisa!" Até que enxerguei a barraquinha abandonada de um vendedor de produtos de limpeza. —Álcool 70 por cento!

Miguel começou a aplicar força contra alguns tentáculos para ter liberdade de se mover. O parasita não tinha corpo, apenas os tentáculos e o olho. Ele se libertou, em sequência deu-lhe um soco no globo que fez a criatura se irritar. O meio olho se abria, e mostrava do oculto, dentes serrados e sujos com carne já mastigada.

Esperei que abrisse totalmente a boca. —Miguel! Recua! —Alertei-o. Havia encontrado todos os materiais necessários. O álcool, um pano limpo, o isqueiro —roubado da banca de jornal —, e uma garrafa verde. Joguei o protótipo de molotov na boca do parasita. Assim que a garrafa bateu num dos dentes, quebrou e incendiou a boca dela.

Podemos ouvir o barulho incomodo do parasita que agonizava de dor. Miguel deu nele outro soco forte, que o empurrou para a entrada da galeria.

"Esse brilho nele, é o que está o deixando forte?" Só podia. Um soco daqueles quando havia tentado roubá-lo me levaria para o IML.

Nos olhamos, e sorrimos um para o outro. Nosso plano havia dado certo, mesmo com o medo que nos abarrotou.

Contudo, algo estava errado. A criatura não havia sido derrotada por uma ação tão inocente. Os tentáculos, que antes tentavam comer Miguel, agora apontavam para ele na intenção de atravessar sua carne. Ele não seria capaz de desviar de tantos.

O medo me deixou perplexo, e perto dele, não tinha capacidades mágicas para fazer nada incrível. Mais uma vez ia ver a morte na minha frente sem poder fazer nada.

—Emissão! —Uma voz grossa sobrepujou através de nossas costas determinando uma ordem.

O ar modificou-se com tamanha agitação que o comando parecia um tiro. Uma esfera de ar quente entrou na boca da criatura e a implodiu. A carne dela voou para tudo quanto é lado, e Miguel foi solto.

Quando olhamos para trás, vimos um homem grosso, de cabelos ruivos e um olhar severo por trás de um óculos fino. Ele não se afastou do carro que dirigia, apenas entrou nele.

—Em casa conversaremos. —Disse para Miguel.

Ligou o carro e foi embora, sem nem ao menos me dar um oi.

—Quem era ele? —Perguntei ao Miguel.

—Meu pai. —Respondeu. —Um dos destinados mais perigosos mais perigosos do Rio.

—Vocês são destinados... Que foda! Eu sempre quis ser um! — Eu fiquei tão imerso no uso daquele poder, que mal dei ouvidos a Miguel.

—Caim. —Chamou minha atenção. —É por isso que eu não falo com meu irmão... Minha família só sabe enxergar o poder... —O olho dele pesou. 

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