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O novo aliado

A missão que se iniciou com um alarde de espanto e horror, teve um fim feliz. Batista e Ricardo, que imaginaram ter um papel maior para o acontecimento, acabaram apenas contemplando o prodígio em combate. Nós voltávamos para casa após prestar orientações a polícia.

As pessoas estavam um pouco mais distantes. Nossos sapatos fediam a sangue e minha roupa estava sujo do líquido vital pútrido do parasita. Era pior que sentir cheiro de alguém que não toma banho.

A sensação de ter protegido a menininha ainda pairava sob o aquecer do meu sangue, e ritmava as batidas do peito. Não posso mentir. —Foi bom ser um "herói". —Contudo, ainda não era a forma de vida que almejava levar. Parasitas, destinados, e esses poderes ridículos. Todo o conceito filosófico em torno da forma de vida que os destinados levam é essa terminologia acorrentada. Se sou destinado a algo logo não deveria me preocupar ou repensar sobre os pensamentos que derivam os desvios da minha vida. Todos eles só me levarão aquilo que nasci para fazer.

É cruel. Talvez seja por isso que quando eu olho a afirmação de Camus. Me venha o pensamento: "recusar aquilo que se é não é a pulsão humana de negar aceitar que o ser se limitar apenas a ser algo?"

—Viajando outra vez? —Ricardo me tirou do transe das ideias.

—A menininha. Ela ficou feliz em estar viva. —Afirmei.

—Quem é frágil para manter sua própria segurança sempre vai ficar aliviado em existir outros que possam assegurá-la. —Batista se intrometeu. —É óbvio que não estamos aqui exigindo "força" de uma criança. Mas isso é a base de uma sociedade enfraquecida. Humanos inseguros que dizem lutar por valores subjetivos como amor, liberdade, felicidade, mas no fim, o que todos querem, é segurança.

—Isso não deveria fazer com que uns protegessem os outros? Para que a gente conseguisse sobrepor esta necessidade?

—Altruísmo é uma ideia narcísica da bondade humana. —Ricardo apontou. —Só pessoas como você podem ter, justamente por serem fortes demais para serem subjugadas. É assim que policiais federais, políticos, bilionários, desembargadores, se sentem. Quando alguém é acima do conceito inseguro do medo, ele é capaz de fingir que é bondoso.

—Eu não fingi! —Olhei para Ricardo com uma careta feia. Incomodado.

—Não foi uma ofensa, Miguel. —Batista apaziguou meu olhar. —Você não é protegido pela superficialidade da segurança. Há em ti a liberdade de ser o que poucas pessoas almejam alcançar.

—As pessoas possuem medo de morrer, porque sabem que nem viveram ainda. —Ricardo concluiu. —Franz Kafka. Um gênio.

—Vocês querem parar de tanto papo profundo? —Reclamei. —Fazer nada faz o cérebro querer gastar energia de qualquer forma.

—Insolente do caralho... —Ricardo riu. —Querem parar para comer algo antes de voltarmos? Tem uma hamburgueria ali por Copa que eu queria muito experimentar.

—Vai pagar para todos? —Batista ajeitou os óculos. —Feito, vamos lá. Gostei da proposta.

—E-E-Eu nem disse... —Ricardo ficou cabisbaixo. —Caralho meu dinheiro vai todo embora hoje...

O que era aquela sensação? A vontade de sorrir no meio daquela descontração única. Caim era meu amigo, mas havia no peito de outras pessoas, corações que também podiam ser tocados. Mesmo não fazendo algo que eu gostava, sentia o que peso era menor quando compartilhado com os outros.

Nós descemos em Copacabana, e lá pudemos aproveitar da hamburgueria —e do dinheiro —opinados por Ricardo. O clima próximo a praia dava um frescor marítimo durante o dia que aliviava a sensação térmica. Ricardo saboreava a comida, e a bunda das banhistas que passavam pela calçada.

—Está gostoso o hamburguer? —O perguntei.

—Uma belícia... —Ele estava fora de si.

—Como o conheceu, Miguel? —Batista tomou um copo de suco. —O garoto não nasceu em berço de ouro. É quase um animal.

—Ele tentou me roubar. Acabamos nos tornando amigos. —Resumi a história. Só me lembrar fiquei feliz das cenas que viviam na minha cabeça.

—Quem diria! —Ricardo exclamou, com a boca cheia. —Aquele moleque tem mesmo o espírito de quem sabe lutar pela vida! —Alguns pedaços caíram em nós.

—Hahahahaha! —Eu fiquei animado. —Ele é um otário! Mas é o ser mais sincero que já conheci em toda minha vida... E um ótimo amigo.

—Eu tenho que dizer. Mesmo que Vargas o rejeite. Aquele garoto... —Batista tomou mais um gole. —É diferente.

—Me permitindo fofocar sobre Caim, agora. —Ricardo parou de olhar as bundas. —Miguel, nunca sentiu nada de diferente nele?

—De... diferente?

—Ele é totalmente mal-educado, inexperiente, profundamente ineficaz, prepotente, arrogante, inescrupuloso, violento, sádico, sólido em suas próprias filosofias, egoísta, cruel, soberbo, debochado... —Batista ficaria horas apontando todos os defeitos de Caim.

—E sinceramente... —Ricardo olhou para dentro de si. —Tem um potencial assustador.

—Potencial?

—Você nunca deve ter percebido isso, por conta da amizade. Caim, diferente de qualquer prodígio que a gente conhece, não parece que nasceu para fazer aquilo.

—Ao mesmo tempo. —Batista concluiu. —O fato de não aparentar nascer para tais ações o faz ser totalmente capaz de sobrepujar essa ideia de "destinado".

Algo estalou na minha cabeça. Era isso? Meu amigo também tinha essas sensações que atordoavam sua cabeça. Contudo não se importava nem um pouco com a ideia de que ele não "nasceu" capaz. Alguém não destinado, que estava violentamente lutando contra algo que se é, para tornar-se algo que se quer.

Como eu poderia me considerar amigo de alguém com tamanha capacidade de vontade? Logo eu, tão preso as normas... Patético.

Ricardo pagou a conta. O otário ainda pagou o refrigerante para duas mulheres que estavam na hamburgueria pois queria impressioná-las. Eu tenho certeza de que as risadas ocultas pelas mãozinhas espertas eram para ocultar alguma espécie de piada sobre nós.

Destinados não eram pessoas importantes na sociedade. Apenas para quem se conhecia como.

Como mais próximos. Ricardo decidiu terminar suas economias chamando um carro por aplicativo. Ele apareceu rápido, e nos deixou na frente do dojo. O dia havia terminado. Agora era o momento de falar com Vargas e se despedir. Entramos no templo e a imagem surpreendeu a todos nós. O mestre ali repousava, vendo televisão sobre algum programa de culinária.

Caim não estava mais na sala de treinamento do mestre. Ele apresentava cicatrizes, alguns machucados, e um corpo mais bem trabalhado e alimentado. Estava se alongando, num estado de concentração fora do padrão.

—Demoraram para voltar. —Vargas reclamou. —Como andou a missão?

—Miguel executou a criatura. Nenhum inocente morto. —Batista respondeu. Ele foi o primeiro a entrar, mas ainda olhava para Caim.

Como se observasse uma barata no canto da sala, que pudesse a qualquer momento voar.

—Caim terminou seu treinamento comigo. Esse fim de semana vocês possuem uma missão. —Vargas virou-se para nós. —Ele acompanhará.

Caim abriu os olhos, e me encarou. Ele sorriu de orelha a orelha, como se estivéssemos competindo. Era a forma de dizer "eu vou te alcançar."

Algo nele, me dava um certo receio. A alma, parecia ter sido torturada pelo nosso mestre. Caim já não parecia mais ser meu amigo que conheci na praia. Uma ambição parecia queimar eu seu peito.

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