Capítulo XXV: Sangue é o preço.
— Ele é imparável! O Escorpião Rei elimina mais um competidor de forma brutal! — uma voz ecoa por toda a arena, abafando até meus pensamentos. — Agora é a vez dos semideuses convidados pela diretoria. Será que eles finalmente poderão derrotar nosso campeão invicto? Provavelmente não, mas será uma luta muito especial!
Quando a voz cessa, uma multidão começa a gritar em torcida. Frases como "acaba com eles" são as mais prevalentes e eu sinto meu medo começando a surgir. A possibilidade de acabarmos como o semideus morto na nossa frente era grande e Damian sabia disso. Ele sorria em nossa direção de uma forma assustadora. Um líquido viscoso e cheio de magia pingava de sua boca como baba, fazendo com que o rapaz se assemelhe mais a uma besta do que uma pessoa.
Em um gesto de intimidação, ele ergue sua mão e aponta na direção de Getúlio. Meu colega, por sua vez, parece ter sido atingido por esse gesto, já que suas mãos — já trêmulas — não conseguem mais parar quietos, além de seus olhos arregalarem tanto que poderia ser que eles fossem pular para fora.
Enquanto ri, Damian corre e desaparece do meu campo de percepção. Assim que ele faz isso, o portão atrás de nós se fecha com um barulhento impacto. A audiência começa um canto organizado, rugidos sincronizados como se estivessem fazendo parte da luta também, nos intimidando junto com Damian.
— Nós estamos com sorte. — Arthur Solís diz e eu fico sem entender qual parte da nossa situação atual parecia ser sortuda, até que ele explica. — O placar de apostas do nosso lado tem um apostador. Na minha experiência nunca teve nenhum.
— O problema era você mesmo.
Kuta provoca, muito para a irritação de Arthur. Os dois se encaram por um momento, com Kuta sorrindo esperando uma resposta do filho de Apolo. Eu geralmente deixaria ele fazer o que ele faz, mas não agora.
— Kuta, para com isso.
Eu digo com o tom mais sério que consigo. Minha mensagem parece ter sido clara, já que o meu amigo tira sua atenção de Arthur, mesmo que grunhindo no processo. Eu começo a focar ainda mais, esperando qualquer alteração no meu campo de percepção, não importa quão menor ela possa ser. Damian parecia ser bem rápido, mas se eu percebesse ele cedo o bastante, sei que conseguiria reagir.
— É, agora é hora de focar. — Alexandre manda. Sua expressão nunca esteve tão furiosa. O olho do rapaz ia de um lado ao outro da arena rapidamente, forçando sua visão ao máximo. — O apelido dele pelo visto é Escorpião Rei, então evitem contato com ele a qualquer custo. Não seria a primeira vez que ele usa veneno contra a gente.
— Então vamos entrar em formação. — Lucian complementa. — Ninguém se separa. Temos que ajudar uns aos outros agora.
Todos nós concordamos, criando uma formação circular enquanto nos movemos um pouco mais para o centro da arena. Agora cada um de nós seis cobria uma direção, então era impossível ele chegar despercebido. Com todos preparados, Lucian invoca sua magia de vento para cobrir sua lâmina, Getúlio faz algum tipo de prece enquanto segura a cimitarra de Kuta, imbuindo-a com energia e o resto de nós apenas fica em posição de combate.
— Valeu, Getúlio. — Kuta agradece. — Olha, ele parecia estar focado em acabar contigo. Seria melhor se você ficasse no meio da nossa formação.
Getúlio olha para Alexandre e Lucian, que apenas acenam a cabeça em confirmação. Assustado, o garoto entra no meio do círculo, embora ainda estivesse tão assustado quanto antes. Não o culpo: se um assassino insano quisesse me matar tanto assim, eu provavelmente já teria desmaiado.
Depois disso a arena fica quieta demais. Claro, ainda haviam os cantos de batalha, porém a esse ponto eu já estava tão concentrado que minha mente já filtrou esses sons. Além disso, silêncio total. Nem uma alma se movia na arena. Eu não faço ideia de quanto tempo passa, porém nenhum de nós sequer se mover, com medo de quebrar a formação. Se Damian não se movesse, nós também não nos moveremos.
O silêncio só se quebra quando um de nós, já impaciente demais, sugere:
— Pessoal, e se a gente se mover ao redor da água? — Kuta pergunta, inquieto. — O Alex pode ficar na água e a gente vai andando pela beirada. Não podemos ficar parados assim.
— Não vale a pena se mover se não tiver alguma coisa importante por aqui, como um ponto de vantagem ou algo útil. — Alexandre responde sem pensar duas vezes. — Arthur, você sabe de algo que poderia nos ajudar?
Arthur discorda com a cabeça antes de responder, vez ou outra olhando na direção de Getúlio, preocupado.
— Não tem como saber. A arena muda todo dia praticamente.
— Então a gente não vai se mexer.
Lucian reafirma, o que irrita Kuta. O rapaz encara o filho de Zeus com uma mistura de ansiedade e raiva, logo depois insistindo:
— Eu vou tentar uma coisa.
Kuta se inclina, pega uma pedra e arremessa ela na direção dos destroços no final da arena. O som do impacto da pedra na madeira é completamente abafado pelo som de alguma coisa desmoronando por conta do arremesso, e isso tira a atenção de todos nós. Foi um único instante, só o suficiente para o meu cérebro processar que não era um inimigo, e sim o resultado da pedra de Kuta.
Nesse breve instante algo invade meu campo de percepção em alta velocidade, aterrissando no centro do nosso círculo e dando um único golpe que atinge todas as nossas costas. Só quando eu sinto minha carne queimar que percebo que era Damian, nos dando um golpe quase fatal. Getúlio e Arthur são arremessados para longe com o impacto. O resto, incluindo eu, se machuca muito, porém conseguimos nos manter de pé.
Lucian parecia ter sido o único a ficar intacto, pois bloqueou com seu escudo na última hora. Com Damian no meio de todos nós, o próximo passo parecia ser óbvio: suprimi-lo com tantos golpes que ele nem teria como reagir. Com certeza é o que teríamos feito, porém um contratempo surge.
Rindo, Damian lambe a sua adaga, e nesse momento todo meu corpo se arrepia enquanto uma sensação fria percorre pelas minhas veias. Como se eu estivesse sendo agarrado, nenhum dos meus membros se movia. Da ponta dos meus dedos até meus ombros, meus braços eram inúteis, e o mesmo podia se dizer da minha perna. Era uma sensação de impotência agonizante — por mais que eu fizesse força, eu não conseguia me mover nem um único centímetro.
Focando nos meus arredores, percebi que o mesmo havia acontecido com todos nós, exceto Alexandre. Eu consigo perceber a água ao redor da arena subindo e infiltrando nas feridas do rapaz, misturando-se com seu sangue e aos poucos fechando suas feridas. Erguendo sua lâmina, o filho de Poseidon avança com fúria em seu olhar.
Antes que ele pudesse chegar ao seu alvo, no entanto, Damian arremessa sua adaga como se fosse um arpão, sua lâmina penetrando o joelho de Alexandre quase completamente. Damian puxa a corrente acoplada a sua adaga de uma vez só, trazendo junto com ela o semideus, que cai de costas e fica submerso de vez na água.
Ainda rindo, Damian se vira para Getúlio e diz:
— Eu falei gord-
Sem poder terminar sua frase, um jato d'água de repente vem em sua direção como um projétil. Reagindo rapidamente, Damian usa sua adaga para bloquear a maior parte do impacto, porém ainda assim é atingido. Sua risada não havia terminado, mas agora parecia bem mais irritada. Sem perder tempo, ele corre para trás de Lucian, que ainda seguia atordoado.
— Esse cabeludinho até que é forte.
Damian diz com um sorriso convencido.
— Mais forte do que você imagina! — Lucian grita, extraindo toda a sua força para se mover, e por um momento vejo seu braço tremendo, sinal de que talvez ele pudesse se libertar. — Acaba com ele, Alexandre.
— Eu vou. — o filho de Poseidon grita. — Vem pra cima, Damian!
Com o ferimento em seu joelho já quase fechado, Alexandre tenta outra investida. Damian faz o mesmo, e a lâmina dos dois se encontra em um choque que causa uma explosão de faíscas. Por ter uma espada só, Alexandre consegue paralisar o uso de apenas uma das adagas de Damian, que usa sua segunda lâmina para desferir um ataque no filho de Poseidon. No último segundo o rapaz usa seu braço para segurar sua mão, mas Damian não para. Ele desfere uma cabeçada em Alexandre, que é pego completamente desprevenido e cambaleia para trás.
Outro golpe é lançado, dessa vez um soco que atinge Alexandre em cheio. Mais uma vez o rapaz é jogado na água, que se mancha com seu sangue enquanto ele afunda.
— Alex!
Lucian grita, rugindo e se livrando da paralisia em uma demonstração de poder incrível. O filho de Zeus ergue seu escudo em sua frente enquanto avança para dar um ataque. Damian, por estar desprevenido, recebe um corte fundo em seu braço. Enquanto ele lidava com a ferida, Lucian tenta desferir um segundo ataque usando seu escudo, porém Damian já estava esperando isso. O rapaz enfia sua adaga no ombro de Lucian, e um líquido verde, misturado com o sangue do filho de Zeus, jorra para fora.
Sem dúvidas, era veneno, e Lucian estava sentindo seus efeitos em uma velocidade assustadora. Seus olhos reviram e Lucian logo cai para trás, apagado. Nesse momento a paralisia em meu corpo desaparece completamente. O mesmo parece ter acontecido com os outros. Getúlio olhava para os lados completamente em choque, enquanto Kuta parecia querer avançar mesmo se fosse sozinho. Não, a gente tem que ser inteligente.
— Getúlio, cuida do Alexandre. — eu digo. — Kuta, vem comigo. Vamos atacar juntos.
Sem esperar a resposta de Getúlio, eu e Kuta avançamos em Damian em um movimento de pinça, tentando flanqueá-lo. Meu primeiro soco vai em direção ao seu rosto, mas o rapaz consegue segurar com sua mão. As duas lâminas de Kuta tentam rasgar sua coxa, porém Damian responde pulando por cima e aproveitando a queda para desferir um chute em mim, me afastando e dando oportunidade para que ele possa lidar com os vários outros ataques de Kuta.
Eu não desisto e volto para a luta, agarrando Damian por trás. Kuta aproveita a oportunidade para desferir dois cortes no peito do semideus, que grunhe de dor e me dá uma cabeçada de costas, fazendo com que eu o solte. Irritado, ele se vira enquanto repete o corte giratório que iniciou a luta. Talvez por estar alterado, o corte parece menos focado, mais selvagem, o que dá oportunidade para que eu desvie me abaixando e Kuta bloqueie o ataque quando ele chega nele.
— Vocês dois... — Damian rosna. — Eu vou matar vocês. Eu vou pendurar seus corpos nessa arena, manchando o chão com o sangue podre de vocês, seus miseráveis. Eu vo-
Interrompendo-o, Getúlio grita de longe:
— Não deixem ele beber o meu vinho! Não importa o que vocês façam para isso, impeçam ele de tomar o vinho! — o rapaz parece mais desesperado que antes. Ao seu lado estava uma criatura familiar: um sátiro, ferido e quase inconsciente. Desde quando ele estava aqui? — Se ele conseguir tomar o vinho, estamos acabados.
Eu não fazia ideia do porquê dele estar falando isso, mas sua emoção era genuína. O vinho era de Dionísio, então não parecia ser impossível que a bebida fosse perigosa de alguma forma, ainda mais nas mãos erradas. Damian também parece suficientemente convencido, abrindo um sorriso e pulando para trás, se afastando da gente enquanto o rapaz busca a garrafa por baixo de sua jaqueta.
Eu não pretendia deixar ele fazer isso impune, então avanço com o objetivo de acertar uma parte bem específica: a garrafa. Um soco bem dado e a garrafa iria ser destruída, impedindo ele. Minha percepção busca o vinho nos pertences do rapaz, e quando eu sinto que tenho uma pista de onde estava, lanço meu soco sem pensar duas vezes. Em vez de bloquear ou revidar de alguma forma, Damian pula para trás novamente, porém chegando exatamente onde Kuta havia arrodeado para esperá-lo.
Em resposta, Damian atinge com um chute o pulso de Kuta, arremessando uma de suas lâminas para longe e interrompendo o rapaz. Eu me aproximo em um piscar de olhos, segurando a perna levantada de Damian e desferindo um soco na direção do seu peito. O semideus consegue bloquear com suas mãos, mas eu consigo sentir que causei um bom dano com o impacto do ataque.
Me atingindo com uma cotovelada na lateral da minha cabeça, ele mais uma vez pula para trás e bota a mão em sua jaqueta, agora puxando a garrafa sem precisar procurar mais.
— É isso que eu não posso beber? — ele sorri vitorioso. — Agora eu mato vocês.
Abrindo a garrafa, Damian leva ela à sua boca e vira o líquido inteiro em pouquíssimo tempo. Ele arremessa a garrafa na direção de Kuta, que deflete com a lâmina que ainda possuía. Era tarde demais, o que quer que o vinho fosse fazer, agora iria significar nosso fim. Se normalmente ele já estava nos dando uma surra, mal consigo imaginar quão forte ele ficaria com algo que pertence a Dionísio.
Ou pelo menos foi o que eu pensei.
A realidade foi totalmente diferente: nem cinco segundos depois de beber o líquido por inteiro, Damian leva suas mãos a sua garganta, aparentemente sufocando. Assim como Lucian, seus olhos reviram e o rapaz cai para trás na água, inconsciente. Seu sangue se mistura com a água, porém algo além disso acontece. Onde seu cabelo toca começa a deixar uma mancha negra na água, e aos poucos eu percebo que isso era a sujeira saindo de sua cabeça. Seu cabelo antes preto aos poucos deu espaço para revelar um tom avermelhado forte, que parecia ser a cor natural de seus fios.
Uma memória volta a mim: foi assim que descreveram uma das cartas de tarô que acompanhava a profecia. Uma pessoa de cabelo vermelho, o semideus perdido.
Assim como nós, a audiência entra em um silêncio de puro choque. Boquiabertos, eu e Kuta encaramos Damian como se o rapaz fosse levantar a qualquer segundo. Esse momento nunca chega, e até Lucian se aproximar de nós, apenas ficamos em silêncio e recuperando nosso fôlego.
— Amarrem ele. — o rapaz tosse. — Agora, antes que ele fique de pé.
Lucian estava apoiado em Arthur Solís, que usava uma magia luminosa em seu ferimento. Lucian parecia estar pálido, como se a vida estivesse tentando fugir do seu corpo por aquela ferida. Que veneno aterrorizante.
Logo depois deles, Getúlio, Alexandre e o sátiro também se aproximam com dificuldade. Os três estavam tão feridos que não seria surpreendente se eles caíssem no chão a qualquer segundo.
— Esse desgraçado... — Kuta grunhe ao meu lado. — Eu vou acabar com ele, Noah. Ele não merece sair impune.
— Kuta, não.
Eu ponho a mão em seu ombro, impedindo o rapaz que estava tentando ir na direção de Damian. Ele me olha confuso, mas eu apenas mantenho o silêncio, pedindo sem palavras que ele tenha paciência. Kuta afasta a minha mão e anda para longe, irritado.
— O Lucian tem razão. — Alexandre usa sua espada para se apoiar enquanto anda. Mesmo tendo mais feridas, ele ainda parecia melhor que o filho de Zeus. — Temos que prender ele de alguma forma.
— O-o que aconteceu? — o sátiro sai de seu silêncio. Sua voz parecia tímida, até mesmo apavorada. Ele olhava para todos nós como se fossemos nos virar contra ele a qualquer instante, e suas mãos próximas ao seu corpo indicava que mesmo com Damian derrotado, ele ainda não havia abaixado sua guarda. — Vocês fizeram algo com ele?
— Essa bebida servia para desintoxicar pessoas. Drogas, álcool, qualquer coisa.
Getúlio diz, abrindo um sorriso reconfortante para o sátiro, que suspira aliviado.
— Então por que você mandou a gente impedir ele?
Kuta pergunta, cruzando os braços. Eu confesso: agora que entendi o que o vinho fazia, também não entendi o plano de Getúlio. O rapaz também não parecia muito confiante, e enquanto ele olhava na direção de Kuta, ao mesmo tempo tentava evitar contato visual com ele.
— Eu menti. — Getúlio começa. — O Damian é orgulhoso e... e eu pensei que se eu falasse para ele não beber, ele iria querer beber só para nos irritar. Desculpa, eu devia ter avisado vocês de alguma forma...
— Cacete, cheinho. — Kuta arregala os olhos e bate palmas. — Tu é um gênio. Eu não acredito que você conseguiu até me enganar.
— Ele tem razão. Foi um bom plano, Getúlio, mandou bem!
Eu digo, indo até o rapaz e balançando-o pelos ombros. Nem em mil anos eu pensaria nesse plano, e não é como se eu fosse bom com mentiras para começar. Lucian, Arthur e Alexandre também parabenizam Getúlio, que embora esteja sorrindo de orelha a orelha com os elogios, parece tentar esconder seu rosto em timidez.
— E então, o que vamos fazer com esse merda? — Kuta pergunta depois que a celebração termina. — Cortar a cabeça dele, afogar ele ou os dois?
— Não dá pra fazer os dois.
Eu respondo, confuso. Kuta revira os olhos e abre a boca para me explicar, mas é interrompido antes mesmo de começar.
— Me perdoem, mas eu peço que vocês n-não façam isso... — o sátiro seguia desconfiado. — Ele é um semideus muito importante. Ele não é um rapaz mal, eu juro... foram essas drogas, não é culpa dele!
A discussão sobre o assunto nem tem chance de começar, já que os monstros começam a vaiar e gritar de raiva. O homem loiro que parecia comandar a arena se ergue e bate suas mãos no parapeito que ficava entre ele e a gente. A pedra racha, e eu sinto o chão tremendo.
— Ah, ótimo. — Arthur reclama, sua voz notavelmente trêmula. — Irritamos o chefão.
— Parem de conversar, seus covardes! — o homem grita, sua voz ecoando por toda a arena, quase nos ensurdecendo. — Damian, se levante, seu inútil! Lute, eu ordeno!
Em silêncio, Getúlio caminha na direção do homem. Seus passos pareciam determinados, e aquilo era tão inesperado que ninguém teve como reagir e impedi-lo. Parando logo abaixo da sala onde o homem ficava, Getúlio diz em voz alta:
— Tântalo, eu derrotei o seu maior guerreiro. — ele exclama. — E eu, Getúlio, serei o maior dos ceifadores. Tânato, eu aceito seu convite!
Assim que ele diz isso, Tântalo pula na direção do rapaz e tudo explode. Uma onda de choque nos empurra para trás, e uma nuvem de poeira camufla tudo na direção de Getúlio. Assustado, só um pensamento passava pela minha cabeça:
O que foi que ele fez?
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