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Capítulo XVII: Sacrifício.

Minha cabeça estava prestes a explodir, meu corpo sentia-se fraco demais para mover qualquer músculo, queimaduras me machucavam como facas ao longo de todo o meu braço, e o gosto metálico do sangue em minha boca foi o suficiente para me tirar qualquer dúvida: eu havia acabado de fugir de uma viagem só de ida até o submundo. Quando meus olhos finalmente conseguem enxergar algo que não seja apenas a escuridão, vejo Getúlio em minha frente, ofegante e visivelmente desesperado. Uma olhada de relance para o lado faz com que eu veja Noah, forçado a ficar na defensiva contra um esqueleto gigante.

Ah, o esqueleto gigante, como eu esqueci?

Era pra ser fácil. Não a missão, claro, é impossível afirmar que qualquer missão pode ser fácil, porém uma coisa era certa: era fácil até demais não cair nessa armadilha, e ainda assim, cá estamos. Deitado próximo de onde era a porta, Kuta estava deitado com chamas douradas cobrindo o seu corpo, sem queimá-lo, e logo ao lado dele estava Alexandre, ficando de pé com extrema dificuldade e imediatamente correndo até o inimigo. Dizer que a situação estava perigosa era ser otimista — é bem capaz que nenhum de nós saia daqui. Essa não era a minha primeira missão, mas havia se tornado a mais perigosa bem rápido.

O fracasso bateu a porta, e eu estava dando o meu máximo para pensar em formas de não atender ao chamado. Estávamos desorganizados demais, confiantes demais. Nem mesmo ter passado perto do afogamento algumas salas atrás foi o suficiente para fazer a nossa ficha cair, mas algo estava certo, se antes era esse o caso, agora com certeza não é mais. Uma breve olhada para as expressões dos meus companheiros revelava o medo que estavam sentindo, era quase palpável. A cada soco de Noah que não surtia efeito, o rapaz ficava mais e mais desesperado. Cada ataque de Alexandre que não encontrava seu alvo quebrava mais e mais a confiança do filho de Poseidon, que aos poucos começou a atacar sem pensar, movido apenas pela esperança de algo funcionar uma vez sequer.

Eu conhecia esse medo pessoalmente, e sei que esse é um caminho sem volta. Eu sou o líder deles, eu preciso cuidar disso.

— Valeu, Getúlio. — agradeço ao rapaz em minha frente, usando a minha lâmina como apoio para ficar de pé. — Eu assumo daqui.

Retirando uma sacola plástica da minha mochila, eu pego os pequenos alimentos em formato de quadrado e engulo-os sem perder tempo, respirando fundo enquanto sinto os efeitos da ambrósia agindo em meu corpo. Não faria milagres, e eu precisaria de muito mais tempo para me recuperar, porém era o suficiente para me dar a energia necessária para continuar lutando.

Enquanto eu me preparava, Noah e Alexandre lutavam desesperadamente, tentando distrair o inimigo sempre que via o outro se tornando alvo de um ataque. Ambos os rapazes estavam evitando bem os golpes, porém os pontos positivos acabam aí. Seus ataques — quando não erravam completamente — eram bloqueados pela espada do esqueleto, ou apenas arrancavam pequenas partes de seus ossos. Parecia um trabalho impossível, e talvez fosse.

Em um movimento rápido e sagaz, Noah consegue chutar uma das pernas do nosso inimigo, derrubando-o no chão bem a tempo de Getúlio, que seguia ao meu lado, invocar um de seus barris e arremessar, acertando em cheio o esqueleto. Infelizmente, o filho de Eósforo não consegue aproveitar a oportunidade que ele mesmo criou, pois imediatamente o pior acontece. Seu tom de pele começa a ficar mais pálido, e os socos do rapaz ficam tão lentos e fracos que são tão efetivos quanto bater em alguém com um travesseiro. Não sabíamos quanto tempo se passou, mas foi o suficiente para outro ciclo da condição de Noah passar, e com certeza não teríamos a sorte de enrolar até outro ciclo passar.

Para todos os efeitos e propósitos, Noah era tão eficaz quanto Kuta.

Percebendo que o tempo estava acabando, eu abro outra garrafa de néctar, virando o líquido em um gole só. Meu corpo inteiro entra em chamas por dentro, e por muito pouco não é o suficiente para me derrubar. Deixando a dor de lado, empunho minhas armas novamente e parto para o ataque. Minha lâmina faz um corte vertical, atravessando uma das costelas do esqueleto e ficando presa em outra. Nesse momento, ele fica de pé e tenta revidar, fazendo um corte horizontal com sua espada. Eu rolo por baixo do ataque e sigo golpeando, entrelaçando meus cortes com impactos do meu escudo, repetindo isso diversas vezes, parando apenas quando meu braço fica fraco demais para se mover.

Nesse momento, eu sinto meu coração congelando, e minha respiração fica presa sem meu conhecimento. Eu não esperava destruir meu adversário somente com isso, mas a visão dele intacto, até mesmo sorrindo — da melhor forma que um crânio consegue — foi o suficiente para confirmar as minhas suspeitas: ele era forte demais. Não tínhamos a menor chance de vencer, e é tudo culpa minha. Se eu tivesse impedido Kuta, nada disso teria acontecido. Se ao menos eu pudesse organizar melhor a equipe... não. Não existe se.

Existe o que aconteceu, os fatos, e meu papel era lidar com isso. Eu vou tirar eles dessa situação, custe o que custar.

E é com esse pensamento positivo que eu recebo mais um ataque do meu inimigo. Um corte rápido demais para esquivar, porém lento o suficiente para me dar a oportunidade de bloquear. Mesmo que meu escudo tenha se mantido intacto, a força por trás do ataque foi absurdamente forte. O choque atravessa todo o meu braço e atinge o meu corpo, além de me empurrar para trás até que eu sinta o impacto das minhas costas contra a parede.

Toda a minha energia recém-adquirida desmancha nesse momento, e eu sinto mais uma vez o gosto metálico do sangue preenchendo a minha boca, fugindo enquanto eu respirava ofegante, lutando para me manter consciente. De joelhos, eu conseguia sentir meus olhos arregalados, e eu consigo somente imaginar o quão fraco eu parecia, quão patética era a minha expressão. Eu não era tão forte quanto os meus tios, e estava prestes a envergonhar a minha mãe, a rainha do Olimpo. Talvez ela soubesse que eu não era forte, e por isso não aparecia em minha vida. Como eu poderia culpar ela? Eu também não perderia meu tempo, ainda mais se fosse tão importante.

Não, não, não. Eu já havia chegado a uma conclusão, eu não posso deixar o medo me consumir. Custe o que custar, eu vou tirar os meus amigos daqui, e então eles terminarão a missão sem mim. Esse é o mínimo que posso fazer por todos. Mais uma vez uma força desconhecida se faz presente em meu corpo, e eu consigo ficar de pé — por muito pouco. Minhas pernas estavam trêmulas, toda a minha força se concentrando em me manter de pé enquanto estava apoiado em minha espada. Não precisava ser um gênio para perceber que um sopro me derrubaria novamente.

Em minha frente, vejo Noah em uma situação semelhante. De pé, mas não por muito tempo, respirando ofegante e com os olhos revirados, visivelmente desorientado. Alexandre, que estava ao lado dele, agora estava se esforçando em dobro, mantendo a atenção do inimigo, esquivando dos ataques e tentando contra-atacar simultaneamente. Novamente, não era preciso ser um gênio para entender que embora impressionante, aquilo não duraria muito. Em questão de segundos Alexandre seria superado, e Noah cairia logo depois.

Estranhamente, eu sabia exatamente o que fazer.

— Ô seu otário! — eu grito para o esqueleto, que finalmente acerta um ataque em seu alvo, derrubando Alexandre no chão. Os golpes foram tão rápidos que eu mal percebi, porém o filho de Poseidon conseguiu bloquear no último segundo, o que salvou sua vida, embora não tenha sido o bastante para continuar lutando. — Deixa eles irem embora e eu te quebro na porrada no mano a mano. Não consigo lutar direito com esse tanto de gente aqui.

Eu blefo. Ele percebe, meus amigos percebem, qualquer um perceberia. Não era um convite para uma luta justa, era um sacrifício. A expressão chocada de Getúlio e Alexandre revelam o óbvio: eles discordavam, e fariam de tudo para me impedir. O segredo era deixar isso fora das mãos deles, e eu tenho motivos para acreditar que o esqueleto tinha ótimos meios para tal.

— Você quer tanto morrer assim?

O esqueleto responde. Sua voz era rouca e macabra, como se fosse um sussurro vindo direto da escuridão. A voz nem ao menos saia de seu crânio, vindo de todas as direções ao mesmo tempo. Um arrepio sobe pela minha espinha, e eu não sei ao certo se fui capaz de esconder isso. Depois de tudo que eu vi, não era surpresa que criaturas assim existiam no mundo, mas uma inteligente? Esse era o verdadeiro perigo.

— Se você aceitar o trato eu te mostro quem vai morrer.

— Lucian, não faz isso. — Getúlio diz, e eu nem ao menos olho para ele. Minha atenção estava reservada. — A gente vai dar um jeito.

Inclinando a cabeça para o lado, intrigado, o esqueleto estende o seu braço ósseo e armadurado, oferecendo o aperto de mão que selaria o meu destino. Um sacrifício. Esse era o meu fim, e talvez em minha lápide sejam gravadas essas palavras. Não era algo tão glorioso, muito menos a morte que qualquer um pudesse desejar, mas era a morte que eu estava escolhendo. E não é como se eu estivesse desistindo: eu realmente pretendo lutar até o fim, apenas estou sendo realista. Nem o maior dos inimigos me faria cair sem uma boa briga antes, e não é esse esqueleto que vai mudar isso.

Me aproximando dele, eu aperto a mão do meu inimigo. O pacto estava selado. Era como um juramento pelo estige. Não haviam contratos assinados, muito menos uma regra firmada por seres "normais", como os deuses ou os mortais. Era uma condição imposta pelo próprio universo que rege toda a magia. Um juramento entre dois seres. Claro, eu poderia quebrar o acordo e fugir assim que a oportunidade se apresentasse, mas haveriam consequências. Talvez seja algo tão simples quanto a morte, talvez meus amigos paguem o preço pela minha transgressão. Eu nunca entendi muito bem como esses juramentos funcionam, porém eu sei que até mesmo os deuses os respeitam. Algo sobre as irmãs do destino e blablabla, tanto faz.

Não é como se eu quisesse fugir.

— Sua parte agora, esqueletão. — eu digo, e nesse momento a porta de antes reaparece, abrindo-se sozinha ao lado de Getúlio e Kuta. — Vão embora, cumpram a missão, eu acompanho vocês depois.

Nem ferrando. — Alexandre exclama, irritado e ficando de pé mais uma vez, limpando o sangue que estava sujando seu rosto. — Não vamos deixar você fazer isso, Lucian, não adianta.

É uma ordem. — eu elevo meu tom de voz, comandando-o. — O que eu disse? Foco, Alexandre, foco na missão. Terminem o que viemos fazer, contem para todos o que viram.

— Você vai morrer!

Getúlio intervém, sua expressão já tomada pelo medo. Era como se ele estivesse realmente olhando para um homem morto, e embora eu entenda o porquê — e até concordo em partes — isso é extremamente ofensivo para o meu orgulho. Eles realmente não tinham nem um pouco de fé na minha vitória? Credo.

— Se eu morrer, eu morro como um guerreiro. — digo, sorrindo. — Além do mais, não tenho planos de perder.

— Essa decisão não é só sua, Lucian, larga de ser egoísta.

Alexandre diz, segurando sua espada com as duas mãos e se preparando para voltar a luta, me encarando como se estivesse implorando para eu reconsiderar e voltar a lutar também.

— Cara, eu sou o líder, o duelo é meu, a decisão é minha. — eu não contenho uma risada, o que desconcerta o filho de Poseidon, que por sua vez se vê sem palavras. — Esqueletão, tem como você tirar eles daqui?

Acompanhando a minha risada, o esqueleto estala seus dedos — de alguma forma — e o mesmo vento de antes toma a sala, empurrando os outros quatro semideuses para fora da sala. Assim que eles entendem o que ocorreu e ficam de pé, a porta se fecha. Por uma pequena fresta na lateral, eu vejo Alexandre e Getúlio me encarando com Noah logo abaixo, embora ele não esteja vendo nada — por motivos óbvios.

Bem, esse é o fim, dessa vez de verdade. Eu mato (pouco provável) ou morro (muito provável). Ainda assim, eu conquistei o recurso mais importante: tempo. Por mais que eu odiasse a ideia de deixar a minha equipe sozinha, agora tudo dependia apenas deles. Embora seja um pensamento terrível, eu consigo concordar que Alexandre poderia ser um bom líder, e isso é o suficiente para acalmar alguns dos meus medos.

Lucian, seu desgraçado!

A voz abafada do filho de Poseidon chega aos meus ouvidos, e eu aponto o meu dedo do meio para ele. Enquanto a porta lentamente some, transformando-se de volta com a parede, eu respondo com uma piscadinha e um sorriso. Logo depois, eu estava sozinho. Apenas eu contra o esqueleto, sem volta. Exceto pela risada macabra e desconfortável do meu oponente, a sala estava em completo silêncio, como se não tivesse acabado de ser o palco de uma grande luta. Frascos de néctar jogados pelo chão, fragmentos de madeira dos barris de Getúlio e sangue são os únicos vestígios do que ocorreu.

— Você tem coragem, garoto. — o esqueleto finalmente para de rir, empunhando sua lâmina mais uma vez, assumindo uma postura de luta despreocupada. Claramente, ele também não acreditava em mim. — Como recompensa, eu vou garantir que você e seus amigos tenham um fim rápido.

— Você é forte, amigão, mas com todo respeito? — eu levanto meu escudo e minha espada, pronto para lutar. — Quem vai morrer bem rápido é você.

Como se minhas palavras estivessem preenchidas por puro poder, o som de um raio ressoa na sala, e eu sinto meu corpo se recuperando. Meu coração acelera, meu sangue transportando adrenalina para todos os cantos do meu sistema, e várias faíscas começam a sair de meus dedos até minhas armas, depois até o chão, depois até o meu oponente. Em pouco tempo, as faíscas começam a se tornar raios, iluminando a sala e queimando alguns ossos do meu adversário. Dezenas de trovões ecoam por todos os lados, e por pouco eu vejo que meu oponente finalmente toma uma postura mais cautelosa.

— Tá assustado?

Eu pergunto, sorrindo com confiança. Nada disso fazia sentido. Eu sei que não tenho esse poder, e eu tenho certeza que com certeza não conseguiria invocar algo assim no meu estado atual, porém leveza toma meu coração. Não importa a fonte do poder, nada disso tem significado. A única coisa que importa é a vitória, e nesse momento eu apostaria tudo que tenho que eu com certeza vou vencer. A possibilidade da derrota se torna uma memória distante. Tudo que consigo fazer é sorrir, vitorioso.

Estendendo minha lâmina para frente, eu vejo os raios cobrindo minha arma aos milhares, se expandido mais e mais até que a luz ofusque tudo em minha frente. Em um movimento só, eu libero todo aquele poder de uma vez. Uma explosão ocorre, minha visão escurece, tudo apaga.

Eu venci.

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