
XXVI - Reino de Areia e Luz
As portas da nave Gênesis se abriram com um suspiro metálico, como se o próprio cosmos exalasse um segredo antigo. Mirov emergiu, um titã sombrio envolto em ambição, o olhar afiado cortando o ar da Mesopotâmia primitiva. Ao seu lado, Kirubi, blindado em uma armadura que reluzia como escamas de um dragão estelar, pisou o solo com a gravidade de um guerreiro forjado em mil batalhas. Atrás deles, os tripulantes avançaram, sombras em uniformes militares, os corações pulsando prontos para o confronto — mas o que os aguardava era reverência, não resistência.
Os sumérios, com olhos arregalados de espanto, dobraram os joelhos na terra poeirenta, suas vozes silenciadas pelo assombro. Para eles, aqueles vultos descidos das estrelas eram divindades, ecos de mitos entalhados em pedra. Mirov ergueu o queixo, o vento quente dançando em sua cicatriz, e um pensamento faiscou em sua mente, quente como uma supernova: "Este planeta é meu para sempre. Não sou apenas rei — sou um deus."
Sob seus pés, a humanidade se curvava, um mar de súplicas e temor. Ele sentia-se alado, asas invisíveis de poder erguendo-o acima do comum, acima do tempo. Cada reverência era um verso em seu hino de glória, cada olhar de adoração, uma nota em sua sinfonia divina. O plano, com todas as suas falhas passadas, desvanecia-se como poeira estelar — aqui, ele triunfava.
Com um passo firme, desceu à terra, o cajado em mãos pulsando com um segredo mortal: uma lança laser disfarçada, pronta para rasgar o céu. Coçou a cicatriz, um hábito que traía seus pensamentos, e deixou os olhos vagarem pelo horizonte dourado. O povo abriu caminho, um rio humano se partindo ao seu redor, e ele desfilou, um conquistador entre mortais, a glória cantando em suas veias.
Kirubi e os soldados mantinham-se alertas, mãos pairando sobre coldres, os sentidos afiados como lâminas. A Gênesis zumbia ao fundo, suas armas um trovão contido, prontas para um embate desigual. Mas Mirov viu o medo nos rostos terráqueos, um perfume acre que o inebriava e ergueu a mão.
— Abaixem as armas — ordenou, a voz um eco de comando que não admitia dúvida.
Os sumérios, presos em sua inocência primitiva, fitavam boquiabertos os trajes reluzentes, as luzes pulsantes da nave, o colosso de metal que rasgara o céu. Para eles, eram deuses saídos de sonhos esculpidos em argila. Apenas Mirov, com sua aura sombria, os repelia, mas ele se deleitava com isso, sorvendo o terror como um néctar raro.
Então, as portas da nave rugiram novamente, e três robôs de ataque emergiram, seus passos ecoando como trovões em um deserto silencioso. Olhos vermelhos brilharam, faróis de destruição, e o chão tremeu sob seu peso. O povo recuou, o pânico acendendo como faíscas em seus olhos, um murmúrio de caos crescendo entre eles.
Radof aproximou-se, a voz cortante como uma lâmina estelar:
— Será fácil subjugá-los, mestre. Já nos veneram, curvados em respeito e temor. O que ordenarmos, farão.
Mirov sorriu, os lábios torcidos em um arco cruel.
— Mais fácil do que imaginei. Nem precisávamos dos robôs. Agora que os viram, esses humanos serão ainda mais dóceis. — Ele virou-se para Kirubi, os olhos faiscando.
— Capitão, prepare um discurso. Use o computador mestre para decifrar a língua deles e traduzir minhas palavras.
Kirubi obedeceu, ativando o sistema de tradução com um gesto preciso. O dialeto rústico dos sumérios, um canto estranho aos ouvidos de Mirov, tornou-se claro como cristal. Ele ergueu-se diante deles, a figura imponente de um deus vingador, e deixou as palavras fluírem como rios de fogo:
— Seres da Terra, viemos em paz. Eu sou Mirov, vosso deus! Obedeçam-me, e colherão bênçãos. Proteger-vos-ei de qualquer inimigo, contanto que sigam minhas ordens. Reverenciem-me e sintam meu poder!
Com um gesto teatral, ergueu o cajado ao céu, e um raio de luz rasgou as nuvens, dissipando-se em um brilho cegante. Um gemido coletivo escapou do povo, que se prostrou ainda mais, a terra bebendo seu assombro.
"Sinto-me vivo", pensou Mirov, o coração pulsando com a doce melodia da dominação.
Ele prosseguiu, a voz agora um trovão envolto em promessas:
— Ensinar-vos-ei a erguerem-se do pó, a forjarem poder com o suor de vossas mãos. Dar-vos-ei a escrita, para que vossas vozes ecoem além do tempo. Trarei tecnologias e sabedoria para que floresçam sob minha sombra. Obedecei-me, e serei generoso. Desafiem-me, e vosso fim será cinzas espalhadas ao vento.
Assim, como sementes lançadas em solo virgem, começaram a moldar aquele povo. Mirov reuniu os chefes das tribos, suas palavras tecendo laços de união, guiando-os a formar o primeiro governo sob seu olhar vigilante. Escolheu o mais submisso e astuto entre eles, coroando-o como governante — um fantoche em suas mãos, um eco de sua vontade.
Sob o céu dourado da Mesopotâmia, o tempo dançava como um rio corrente serpenteado, carregando os sonhos de Mirov em suas correntezas. Ele e sua tripulação, tecelões de futuros, semearam entre os sumérios as sementes do saber: Astronomia, para que lessem as histórias das constelações; Arquitetura, para erguerem torres que desafiassem o céu; Matemática, para decifrarem os segredos do caos; e Leis, correntes invisíveis que moldariam a alma de uma sociedade nascente. Cada lição era um fio na tapeçaria de seu domínio, e os humanos, com mãos trêmulas de reverência, tornaram-se artesãos de sua vontade.
Quando os frutos do conhecimento brotaram, Mirov convocou os conselheiros que ele próprio forjara, reunindo-os em um palácio de pedra e glória, erguido pelo povo como um santuário para seu deus e sua corte.
Sob o teto cravejado de sombras, ele ergueu a voz, um trovão envolto em mel:
— Vós vivereis sob um reinado de luz e saber, meus filhos — disse, as palavras pingando falsidade como orvalho envenenado. — Conhecimento é poder, a chama que ilumina o mundo e o curva a vossos pés. Mas preciso de um eco meu entre vós, um líder que seja meus olhos nesta terra.
Seus olhos, afiados como lâminas, varreram o povo, capturando cada sussurro de admiração.
— Um rei, ungido por mim, sábio e leal, que carregará minha voz enquanto o sol brilhar.
Entre os fiéis, Assuridor ergueu-se, um idealista de coração cego, cuja alma ardia por expandir o império sob o jugo de Mirov. Coroado com um diadema simples, ele falou, a voz trêmula de devoção:
— Serei um bom rei, poderoso Deus Mirov, e cada ordem tua será minha lei!
Mirov sorriu, um arco cruel sob a máscara de divindade. "Ele sabe quem segura as rédeas deste mundo", pensou, enquanto o bracelete em seu pulso zumbia, pronto para teletransportá-lo à Gênesis. Tudo dançava ao ritmo de sua sinfonia. Ele pressionou a pulseira e desapareceu na frente de todos. O povo cada vez mais abismado.
Sob o véu do tempo, o silício cantava em segredos, moldado em lâminas de luz que rasgavam o ar com raios laser, enquanto semicondutores pulsavam como corações de máquinas. O ouro, veias brilhantes da terra, fluía condutor perfeito para os artefatos dos deuses caídos das estrelas. Nas forjas alienígenas, ele dançava com isótopos de hidrogênio, gerando brasas nucleares que alimentavam naves e armas — um fogo roubado do cosmos para iluminar a guerra de Mirov.
Naves batedoras cortaram os céus, asas de metal em busca de tesouros escondidos. Desceram sobre terras distantes, extraindo silício e ouro do solo com garras precisas, enquanto, no norte da África, os engenheiros encontravam um santuário às margens do Nilo. Ali, o solo sussurrava promessas de energia, um berço para os dispositivos que ergueriam o império dos campos antigravitacionais.
Era a terra dos povos que logo se tornariam o Egito, uma tapeçaria viva de plantações e rebanhos, tecida com uma ordem que fez Mirov arquear as sobrancelhas em assombro. A Gênesis pairou sobre o rio, um colosso sombrio vigiando a criação abaixo, e Mirov, atraído por tamanha engenhosidade, desceu em pessoa. Quando a nave mãe tocou o solo, flanqueada por robôs de olhos rubros, o chão tremeu, e os egípcios, com respirações suspensas, curvaram-se ante o deus que rasgava o céu.
Como fizera com os sumérios, Mirov estendeu suas mãos, oferecendo sabedoria às tribos do Nilo. Ensinou-lhes a domar a terra com agricultura, a erguer templos que desafiavam o firmamento, e a gravar suas vozes em símbolos eternos.
Dos chefes tribais, ergueu Kaenematon I, o primeiro faraó, um eco de sua vontade moldado em carne e ambição. Sob os olhos de Mirov, o faraó aprendeu a governar, a empunhar a lança laser como cetro, e a caminhar pelos corredores da Gênesis, onde luzes dançavam como constelações capturadas.
Kaenematon emergiu da nave, um deus encarnado, e o povo caiu de joelhos, seus gritos de reverência ecoando nas areias. Para Mirov, cada curva dos corpos era um verso em sua ode de poder, cada olhar de adoração, um troféu.
— Que máquina voadora é essa, cheia de luzes e mistérios? — perguntou o faraó, os olhos arregalados diante das holografias que flutuavam como fantasmas.
Mirov sorriu, a voz melodiosa como néctar envenenado:
— Um deus deve voar entre os mundos, Kaenematon. Te ensinarei a cruzar os céus e além.
O faraó petrificou-se, um pilar de assombro ante a escotilha, sonhando com reinos além das estrelas. Mirov, lendo-lhe a alma, sussurrou:
— Já imaginaste reinar sobre outros mundos, voltando ao Egito quando quisesses?
— Isso é impossível, senhor! — exclamou Kaenematon, a voz tremendo de desejo.
— Nada é impossível para um deus — retrucou Mirov. — Sirva-me, e te elevarei entre nós.
O faraó caiu de joelhos, a testa tocando o chão.
— És meu deus, como és do meu povo. Farei tua vontade.
Mirov sentiu o poder pulsar em suas veias, um rio de fogo estelar, enquanto o faraó retornava ao palácio erguido por mãos alienígenas. Na ponte da Gênesis, Kirubi aproximou-se, os olhos fixos em mapas holográficos.
— Senhor, os engenheiros propõem camuflar os dispositivos em obeliscos e pirâmides — disse. — Raios eletromagnéticos lançados à exosfera criarão uma rede antigravitacional sobre o planeta. Precisamos deles em todos os continentes.
— Que comecem já — ordenou Mirov, os olhos brilhando com visões de conquista. — E reconstruam a arma gravitacional. Não ficarei preso aqui. Após Merko cair, o universo será meu.
Kirubi assentiu, a voz firme.
— Autorizarei agora, senhor.
Mirov convenceu Kaenematon a erguer pirâmides, vendendo-lhes a mentira de túmulos sagrados, portais ao divino. O faraó, cego pela promessa, lançou seu povo ao trabalho, mãos calejadas arrastando pedras sob o sol ardente. Robôs de ataque, titãs de irídio, moviam blocos cortados por lasers com precisão celestial, enquanto os egípcios, guiados pelos engenheiros, deslizavam as rochas sobre areia molhada, um truque que dançava entre ciência e magia.
Anos rolaram como grãos em uma ampulheta cósmica, até que pirâmides e obeliscos se ergueram em todos os continentes, uma rede de pedra e poder. Quando ativados, os dispositivos bloqueariam a gravidade terrestre, roubando as asas de Merko. Sem seus dons, o comandante seria apenas um eco mortal, uma presa fácil para o golpe final de Mirov. Nícolas também perderia seus poderes telecinéticos.
As três maiores pirâmides do Egito, alinhadas ao Cinturão de Órion, brilhavam como faróis. Após cumprir seu papel antigravitacional, abririam um caminho ao sistema de Sirius, onde ondas gravitacionais os lançariam pela galáxia.
— Um plano perfeito — murmurou Mirov, os olhos faiscando como estrelas. — Nossos engenheiros são mestres.
Radof, ao seu lado, arriscou um elogio:
— O senhor é astuto, mestre, moldando povos à sua vontade.
Mirov virou-se, o olhar cortante.
— O que queres dizer?
Radof engoliu em seco, a voz vacilante.
— Apenas que teu poder de persuasão é incomparável, senhor.
As naves batedoras retornavam, carregadas de ouro e silício, frutos da devoção de povos que viam deuses em seus visitantes. Reis terrenos ofertavam os tesouros com orgulho, um tributo aos céus, enquanto Kirubi marcava os sítios com traçados inusitados e nano partículas, rastros invisíveis aos olhos humanos.
Pirâmides menores floresciam, seus núcleos abrigando reatores nucleares que sussurravam energia às naves. Na ponte da Gênesis, a tripulação vibrava, o ar carregado de antecipação. Era hora de testar a armadilha que arrancaria os poderes de Nícolas e Merko, bloqueando a radiação cósmica que os faziam senhores da gravidade.
— Tudo pronto, capitão? — perguntou Mirov, a voz um trovão contido.
— Sim, senhor — respondeu Kirubi. — Korin supervisionou cada detalhe. Podemos ativar o campo.
— Então faça-o! — ordenou Mirov, os olhos ardendo com a promessa de vitória.
Kirubi ergueu a mão, e sua voz ecoou pela ponte:
— Liguem os dispositivos.
Um grande campo de força se formou em torno da Terra e a energia foi lançada de todos os lugares do planeta, formando um intrínseco emaranhado. A cor da energia era branco-azulada, já que nos obeliscos tinham incorporados cristais de quartzo e sílica, que permitiam a propagação de energia, assim como nas pirâmides. Tudo havia sido colocado em lugares de grande poder energético, segundo as ordens e supervisão dos engenheiros extraterrestres. Assim, uma grande rede eletromagnética era criada com alto grau de evolução tecnológica.
A tensão iluminou os céus, quando os raios saíam de todos os pontos do planeta fazendo a malha de energia se fechar envolvendo o globo terrestre. Logo após, se tornou invisível. Mirov vibrou com o sucesso do projeto.
— Muito bom trabalho, senhores! Quando nosso inimigo entrar na atmosfera do planeta, quero que liguem o campo de força. Esta será uma vantagem a mais para mim. E quanto à arma conformadora de gravidade?
— Senhor, conseguimos recuperá-la e já a instalamos na Gênesis. Um protótipo menor foi colocado em uma nave batedora. Se o senhor precisar fugir com os oficiais, esta será mais uma alternativa — respondeu o tenente Korin, orgulhoso enquanto mostrava a sua eficiência.
— Muito bem, tenente. Agora vamos esperar a nossa presa — disse Mirov soando triunfante.
Ele gostou de ter uma possibilidade de fugir caso o seu plano falhasse. Saboreava a possibilidade de derrotar Merko, eliminar o inimigo que o prendera por dez anos e o fizera fugir de seu planeta como um coelho assustado, quando ainda era rei.
Agora era a sua vez de se vingar.
Enquanto isso, no cruzador de batalha comandado pelo capitão Merko, todos ouviam atentamente as palavras de Nícolas. Sivoc gostou muito do que ouviu.
Ele resolveu seguir a opinião do jovem na busca por um possível paradeiro de Mirov. Nícolas havia estudado minuciosamente a história do planeta Terra e sabia exatamente quando se formaram as civilizações, aumentando as chances de encontrar Mirov nesses períodos.
— Nick, onde você acha que Mirov está agora? — Indagou Sivoc, com a mão sob o queixo.
— Já que não temos alternativa, a não ser usar o conhecimento, acho que ele irá para os primórdios da civilização humana. Se não conseguiu destruir a raça humana e o que semearam na Terra foi a origem da vida, lhe restará apenas controlar os habitantes do planeta e governá-los. Mirov vai preferir iniciar o domínio onde não haja armas nem sistemas governamentais constituídos. Essa será uma época na história humana onde ele poderá reinar com poder absoluto.
— Onde e quando? — Perguntou Merko, curioso.
— No berço das primeiras civilizações humanas, na antiga Mesopotâmia.
Zara o fitou com uma grande admiração, assim como os demais. Nícolas mostrava cada vez mais que, além de sábio, havia se transformado em um jovem muito impetuoso.
Todos na nave se entreolharam, boquiabertos, à espera de uma confirmação. Estaria a intuição do jovem certa novamente? Merko, depois de certo tempo, lançou sobre ele um olhar penetrante de admiração. Em seguida, olhou para todos a sua volta antes de perguntar à Drako, a confiança aos poucos se restaurando ao pensar que o final daquela jornada poderia estar próximo:
— Drako, é possível traçar um curso para o passado da Terra no tempo das primeiras civilizações humanas?
— Sim, senhor capitão. Posso recalcular a nossa trajetória e chegar neste período da história humana.
— Faça isso! Vamos para a época dos antigos povos sumérios.
***
No planeta Terra, Dargan, o espião, esperava por novas ordens diretas de Mirov. Continuava a sua rotina como colaborador no Instituto de Cosmologia de Los Angeles, lugar onde Nícolas trabalhava.
Por enquanto, ninguém lhe oferecia perigo, porque Lorena e as garotas não estavam por ali, escondidas por Nícolas e Zara em outro país. Mas em breve a vida de Dargan também iria mudar...
***
Enquanto isso, no passado, o cruzador de batalha Star Hunter e a nave científica Science seguiam viagem rumo à Mesopotâmia. Os propulsores traseiros das duas naves foram ativados e elas navegavam a caminho de mais uma aventura.
Merko, na ponte de comando, pensava em Lorena. A saudade ali presente era o único conselheiro de sua alma.
"Preciso aprisionar Mirov e chegar rápido ao meu destino no futuro, para ficar com Lorena e a pequena Helen. Não quero perder nem mais um segundo da minha vida longe delas. Eu as amo muito!"
Merko sabia que o seu rival devia ter preparado alguma cilada para eles. Havia travado muitas batalhas e aquela não seria fácil. Os militares do planeta Vida eram bem treinados e tinham os melhores armamentos. Não perderia as esperanças... Ele pensava que conseguiriam sobreviver àquela que poderia ser a batalha final contra Mirov.
Nícolas e Zara permaneciam em seu alojamento na nave. Apesar dos perigos que teriam de enfrentar, o jovem sentia-se feliz ao lado dela e a observava com ternura.
— Sei que deve ser difícil para você participar de uma missão tão perigosa como a de hoje. Você é uma médica que gosta de pesquisas genéticas e salvar vidas, e não as ceifar. Mesmo assim, saiba que sempre estarei ao seu lado e a protegerei, porque eu amo você e o farei por toda a eternidade, mesmo com todas as diferenças.
— Meu mundo agora é você e minha família. É isso que importa para mim — balbuciou Zara.
Ele a beijou nos lábios gentilmente e com vigor a deitou sobre a cama. Sem desgrudar de seus lábios, acariciou a pele com movimentos graciosos. Deslizou suas mãos pelo corpo dela, enquanto sentia o cheiro gostoso de seus cabelos ruivos. Ela o abraçou retribuindo os toques macios e experimentaram uma agradável troca de carícias. Após saciarem seus desejos aproveitaram para dormir um pouco.
Depois de algumas horas Nícolas e Zara acordaram. Ele pensou nos perigos que os esperavam e sentia-se forte e treinado para o combate. Ainda mais agora, ao lado de Merko que era um exemplo de coragem. Zara, preocupada, somente pensava em sobreviver e proteger seu amado para depois voltarem para a companhia da filha.
Nícolas sorriu para ela e fitou seus lindos olhos. Foi quando percebeu no reflexo deles que uma grande esfera azul se aproximava. Virou o rosto e olhou pela escotilha transparente da nave o grande planeta, que para ele era o mais bonito do Universo, e parecia abraçá-los cada vez mais: a Terra.
Algo o fez se encher de esperança, com disposição para lutar até o fim para salvar aquele planeta que era seu. Por isso, murmurou, fitando determinado o seu lar.
— Prepare-se, Mirov. Nós estamos chegando.
FIM
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