Capítulo 5 - O Veredito
A atenção do público voltou-se para aquele que acabara de se habilitar à protetor da humana, e é claro que não poderia os murmúrios vindos da plateia. Cassy, ao se dar conta de quem havia se manifestado se espanta e não compreende o motivo para tal ação.
- Você? Mas, por que? - indagou Cassy.
- Pare já com isso Christopher! Eu o proíbo! - esbravejou Lídya.
- Sinto muito excelência, mas esse é um pedido que não poderei atender. A senhora ouviu, ele perguntou: "quem se habilitava", e eu me habilito! De agora em diante, eu, Christopher Adams, serei o tutor da Cassy! - disse Christopher.
- Você realmente conseguiu encontrar uma bela brecha nas nossas leis meu rapaz, agora me diga: Realmente está preparado para passar o resto da sua vida carregando esse fardo em suas costas? - indaga Gustav.
- Que pergunta mais ridícula Gustav! É claro que ele não está! - disse Lídya.
- Eu perguntei à ele minha cara. Por isso, deixe que ele responda! - retrucou Gustav.
- Não se preocupe vossa excelência, vou proteger a Cassandra com todas as minhas forças até que o tribunal encontre alguma forma de reverter essa situação e encontrar o lobisomem que por pouco não a matou. - disse Christopher diante dos três juízes.
- E como você espera fazer isso feiticeiro? Há muitos perigos além dos arredores da Base sete, e se descobrirem que você não é humano? - indagou Ivan.
- Tenho tudo sob controle, e é por isso que estou pedindo autorização à excelentíssima senhora Lídya para que me deixe "trabalhar" no mesmo jornal cujo o chefe é o seu marido. - disse Christopher.
- Me dê um bom motivo para atender o seu pedido! - diz Lídya
- Quanto mais perto dela eu puder estar, maiores serão as minhas chances de protegê-la.
- Muito bem, se é o que quer então, farei como desejar, esteja com a Cassy no jornal pela manhã.
- Muito obrigado excelentíssima! - Disse Christopher.
- Mais uma coisa Christopher!
- Sim, excelentíssima?
- Bryan irá com vocês!
- Isso eu não permito Lídya! Você faz o que bem entender com os seus feiticeiros mas não envolva um dos meus nisso! - Disse Gustav batendo as mãos bem firmes na grande mesa.
- Ora Gustav, por favor, Bryan pode até ser um dos seus, mas isso não quer dizer que é você quem decide as coisas por ele! Nós três somos as autoridades máximas desta base e você fica aí dando uma de chefe absoluto! - Disse Ivan.
- Não consigo entender essa sua intromissão Ivan, pois até onde eu sei aquela garota não estaria aqui se tivesse sido atacada pelas "suas feras noturnas!" - Retrucou Gustav.
- Não são minhas "feras noturnas!" Somos uma comunidade, e caso não saiba a alcateia não costuma sair da base e muito menos atacar os mortais! - Disse Ivan irritado.
- Acalmem-se por favor! Não vamos fugir do foco principal deste julgamento! E já que sou a única aqui que está sendo sensata digo que não só Bryan irá acompanhá-los, como o senhor Gonzalez também irá! - Vociferou Lídya.
E como num passe de mágica, todo aquele clima tenso e pesado resultante do mais puro silêncio esvaiu-se dando lugar a uma onda de murmúrios incessantes frutos da tomada de decisão de Lídya e isso tinha uma explicação. Durante muitos anos os juízes do tribunal da Base Sete sempre foram do sexo masculino e é neste momento em que Lídya surge, ela era irmã do antigo líder e juiz representante da União da magia daquela época, foi então que o mesmo veio a ser morto por envenenamento onde os humanos foram quem levaram a culpa.
Os tempos eram de dificuldade para a base, pois todos se encontravam em meio a uma crise onde o mundo deles quase fora revelado graças a um mortal que viu o que não devia. E foi diante dessa situação que Lídya resolveu assumir o posto que outrora pertencia ao irmão, foi uma decisão que a mesma tomou sem pensar duas vezes e que foi muito boa por sinal, pois, em pouco tempo a Base Sete já havia conseguido se restabelecer e neutralizar o caso do mortal.
Tais ações foram responsáveis para que Lídya fosse bem-sucedida como a primeira mulher a ocupar o cargo de líder da União da Magia e, a cadeira de juíza do tribunal das sombras.
- Você está de acordo com isso senhor Gonzalez? - Pergunta Gustav.
- Sim vossa excelência! - Responde Sebastian.
- E você senhor Collins?
- De acordo excelência! - Respondeu ele.
- Muito bem, temos agora o veredito cujo se encontra em estado inconclusivo, por esta razão decretamos que Cassandra, vulgo "Cassy" está sob a custódia de Christopher Adams que tem por responsabilidade estar sempre próximo a mesma protegendo-a contra futuros ataques e, fazer uso de qualquer meio a fim de evitar que ela tente revelar nosso segredo. Como reforço, enviaremos os agentes-da-noite Bryan Collins e Sebastian Gonzalez. - Disse Lídya.
- Dito isso vocês estão liberados! - Disse Ivan.
- Declaro que a sessão agora está encerrada! - Disse Gustav.
Todos da assistência começaram a se levantar e a seguirem rumo a saída, enquanto isso, Sebastian acompanhava Cassy juntamente com Bryan e Christopher até os limites da base. A garota não estava entendendo mais o que estava acontecendo, ela não sabia se depois dali finalmente poderia voltar à sua vida normal ou se no fim de tudo, acabaria morta como os vampiros lhe contara anteriormente.
- E agora? Eu já vou poder voltar? - Pergunta Cassy.
- Quem dera fosse fácil minha cara Cassandra. - Disse Cristopher em resposta.
- É Cassy, parece que ainda vamos nos ver muito! - Disse Sebastian enquanto acariciava o ombro da mesma.
- Pelo que eu entendi, a Lídya disse lá dentro que o Christopher é uma espécie de tutor meu a partir de agora e que por isso ele vai trabalhar comigo no jornal e vocês também vão. - Disse Cassy quase sem fôlego.
- De uma coisa agora eu sei, surda você não é! - Disse Bryan.
- Você passa o julgamento todo calado e quando finalmente abre a boca vem falar uma merda dessas Bryan!? - Indaga Sebastian.
- Ah! Qual é Sebastian? Essa garota deu sorte do cérebro dela não ter sido fritado lá dentro! E agora nós somos babás dela?
- Entendo sua frustração Bryan, mas isso não significa que você tem o direito de descontar sua indignação na Cassy, até porque ela não fazia ideia de que seria atacada por um lobisomem. - Disse Sebastian tentando acalmar os ânimos do amigo.
- Chega! Eu já estou farta! Eu fui atacada por um lobo gigante, estou sendo sequestrada, descobri que posso ser morta a qualquer momento e só o que vocês sabem fazer é discutir feito duas velhas!? - Esbraveja Cassy.
Os três rapazes se calaram por alguns instantes até que Sebastian sussurrou algo para Christopher que insistia em olhar Cassy atentamente.
- Certo, já que insiste. - Disse Christopher indo em direção à Cassy.
- O que está fazendo? - Perguntou Cassy enquanto Christopher colocava as mãos em seus ombros.
- Nada querida, apenas garantindo que você não estrague tudo "acidentalmente". - Disse Christopher.
- Espera, o quê? Como assim estragar tudo?
- Por favor, não torna isso mais difícil! - Gritou Christopher.
Ao ouvir aquele grito Cassy espantou-se e acabou se calando, afinal, Christopher era o único deles que realmente demonstrava querer ajudá-la.
- Nos vemos pela manhã Cassandra, tenha bons sonhos. - Disse Christopher enquanto tocava na testa de Cassy fazendo-a cair em sono profundo.
- E agora? O que faremos com ela? - Pergunta Bryan.
- Vamos levá-la para a casa dela é claro! - Respondeu Sebastian.
- Encontramos ela no meio da floresta, como a levaremos para casa?
- Enquanto eu tentava apagar a mente dela lá no motel acabei acessando diversas partes da mente dela e acabei descobrindo onde ela mora, e, não é muito longe daqui. - Disse Christopher.
- Sendo assim temos de nos apressar, logo irá amanhecer e embora nós não queimemos quando o sol surge como mostra aqueles filmes e séries de tema sobrenatural, o que para mim é comédia, ainda assim não gosto da péssima sensação de mal-estar e sede em excesso que ocorrem quando somos expostos. - Disse Sebastian.
Foi então que eles abriram a fissura da base e por meio de um enorme feixe de luz os mesmo desaparecem dali e ressurgem novamente na floresta do parque nacional de Redwood que por sua vez resplandecia por meio da luz prata lunar.
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