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Capítulo 20: IDEM

ZUPT! ZUPT! ZUPT!

Tempo depois, Sofia, Eric e Foberto Ícelos se encontravam em uma sala com paredes cavernosas. Eles haviam capachoteado em frente a uma lareira.

— Estamos de volta à Mansão dos Oneiros. — Eric disse retirando a pena de mafagafo de seu pijama, tornando-se visível novamente.

Sofia fez o mesmo ao observar os sofás, a lareira, os quadros e os objetos à sua volta. Ela segurava a urna dourada em uma das mãos.

— Lar doce lar.a voz de Foberto Ícelos pairou pelo ar. Ele continuava usando a pena de mafagafo. Conseguimos cumprir a primeira parte do planejado.

Sofia se assustou com a voz que parecia muito próxima a ela e quase deixou a urna cair. Eric tentou ajudar a irmã a segurar a urna, mas levou um choque muito intenso e foi arremessado para longe quando seus dedos tocaram o objeto. Foberto Ícelos estava certo, somente os descendentes de cônicos ou os próprios é que podiam tocar na urna selada por Pete Atlas.

Sofia se desesperou ao ver o irmão no chão e foi ao encontro dele. A urna, mais uma vez, quase caiu. No entanto, o anel da mão direita de Foberto Ícelos, mesmo sem as crianças serem capazes de ver, brilhou quando ele disse "Cai, cai balão aqui na minha mão". E a urna passou, então, a flutuar no ar.

Bem, não diga que eu não avisei. Foberto Ícelos soltou ironicamente deixando de ser invisível. Não se preocupe, Sofia, é bem capaz que ele sobreviva. Ainda está respirando. Vou mantê-los aqui caso ainda precise de vocês!

Foberto Ícelos pegou de volta a pena de mafagafo de Eric e exigiu que Sofia também devolvesse a dela. Com medo, ela obedeceu.

Onde está indo, Seu Foberto? Você prometeu que nos ajudaria a achar os nossos amigos.

Sofia o viu caminhar em direção à porta, conduzindo consigo a urna, sem tocá-la. Ela flutuava no ar.

Se tem uma coisa que eu admiro muito em vocês crianças é a inocência. Quem no mundo iria realizar os desejos dos outros se estivesse com o estilhaço de uma pedra que pode realizar todos os seus desejos? Eu vou é ressuscitar o meu pai. ele disse apontando para a figura do homem de cabelo castanho e óculos dourado no quadro acima da lareira, antes de sair.

Sofia viu a porta se fechar e depois ouviu vários latidos. Ao olhar pelo buraco da fechadura, ela deu de cara com Foberto Ícelos que a olhava de volta.

— Não tente escapar ou os pesadelos vão devorar a alma de vocês! — ele riu.

— Pesadelos? — Sofia deu um passo para trás.

— Sim! Meus amiguinhos aqui! — Foberto Ícelos se distanciou da porta.

A menina viu então cinco lobos albinos de três rabos cada se aproximarem de Foberto Ícelos. No entanto, ele emanava de seu anel alguma graça que não permitia que os animais o tocassem.

Os pesadelos se aglomeraram então guardando a porta. Seus latidos eram ferozes, e o cheiro azedo que vinha de suas bocas era nauseante.

Não roubamos nada! Eu já disse, sir. Aracne respondeu para o segurança que a interrogava em uma sala minúscula perto da entrada do MACH.

Cauã, Luquinha, Déda e Aracne haviam sido algemados pelos seguranças e levados até ali como medida de precaução enquanto o salão do quadro do mafagafo era averiguado. Os quatro foram detidos por tentativa de depredação do patrimônio público.

Um homem com a região da barba acinzentada e queixo protuberante entrou na sala de forma truculenta. Ele era o chefe geral dos seguranças.

— Aqui estão os seus pertences. Não achamos nada do museu neles. — ele disse jogando a bolsa de Aracne e a mochila de Luquinha no chão. — No entanto, a ARCA já foi chamada. Manteremos vocês aqui presos até eles chegarem. Fique de olho neles, Messias. — ele disse para o segurança. — Sobretudo nessa moça de sotaque estranho. Ela não me parece confiável. Está na companhia de duas crianças sem registro anelar.

— S-senhor. Não roubamos nada. — Déda implorou. — Chequem as câmeras.

— As câmeras já estão sendo averiguadas, senhor. Não somos bobos para crer que vieram até o museu só para danificar um vaso de beterrábora. Terão que pagar pelo dano aos espelhos também! — Messias soltou assim que seu supervisor deixou a sala.

Os prisioneiros conseguiram conversar apenas quando o segurança precisou ir ao banheiro. Ele deixou Aracne, Luquinha, Cauã e Déda na sala sem nenhuma preocupação, pois a porta era antifabulosos. Nenhuma graça, encanto ou feitiço conseguiria abri-la. Apenas a chave de bronze que ficava com o supervisor. Era ele quem autorizava a entrada e saída de pessoas daquela sala. Além disso, havia câmeras de segurança ali dentro.

O que faremos agora, Aracne? Se eu for preso, vou perder o meu sebo.

Calm down, my friend. O que eu tenho para te contar vai fazê-lo entrar em pânico de verdade. Eu finalmente sei quem está por trás do negócio dos capachos, do roubo do meu caderno e do artefato milenar. Eu o vi nos espelhos do salão do mafagafo. É ele, Déda.

É ele quem? Déda indagou enquanto Cauã e Luquinha ficaram aflitos com a revelação que Aracne estava prestes a fazer.

Era o Foberto Ícelos? questionou Luquinha.

Era o Seu Limor Eufésio? Cauã quis saber.

N-No. Nenhum dos dois.ela respirou fundo. Eu vi o Mestre Morfeu Elísio no reflexo dos espelhos.

Q-Quem?Cauã não entendeu.

— O professor de Graciologia de Aca.L.An.Tu.S? Luquinha indagou lembrando-se do dia em que estivera em Aca.L.An.Tu.S, e a aula do Mestre Morfeu Elísios havia sido cancelada.

Yes, ele mesmo!

Então quer dizer que o Mestre Foberto Ícelos e o Seu Limor Eufésio foram ajudados pelo Mestre Morfeu Elíseo! Déda concluiu. Há três pessoas envolvidas em tudo isso. Dois professores de Aca.L.An.Tu.S e o dono da Travesseiros e Travessuras. Será que o diretor Folco Lore está por trás disso?

Acho muito difícil, my friend. Não se esqueça de que os Mestres Foberto e Morfeu são irmãos. Devem ter usado o Seu Limor Eufésio para conseguirem resgatar o artefato milenar para eles.

Mas por que eles querem tanto assim o artefato, Aracne?

Quem não quer o artefato, Déda?

Você tem razão!o sebista disse com pesar.Mas qual interesse mútuo eles teriam em usar o artefato milenar? Porque está mais que provado que eles estão trabalhando juntos nisso!

Você já se esqueceu de quem entregou Pete Atlas para a ARCA, Déda?

É claro que não. Foi Hypnos Oneiros, o diretor antes de Folco Lore.

Pois é, dear. Ele era pai dos Mestres Foberto e Morfeu, que provavelmente a essa hora já estão em posse do artefato milenar.

— Não que você acha que os dois querem usar o artefato para... — Déda concluiu.

Sim! Aracne balançou a cabeça com pesar.

Sim, o quê? Cauã e Luquinha perguntaram juntos.

Acho que eles querem usar o artefato milenar para trazer Hypnos Oneiros de volta à vida.ela soltou de forma dramática.

Tirando o fato de que Hypnos entregou Pete Atlas ARCA por ele ser descendente de cônico e estar com o artefato milenar, o que representa a volta de Hypnos? Luquinha indagou querendo entender o problema.

Ele foi o diretor mais tirano de Aca.L.An.Tu.S. Só aceitava alunos de sangue anelar e o pior de tudo... ele dominava as graças do mal, os quebrantes. Boa parte de seu grupo de professores era formado por mestres dos quebrantes. E ele chegou a ser acusado de ensinar práticas malignas aos alunos, tais como a hipnose e a leitura da mente alheia.

C-calma, Aracne. Não sabemos se Morfeu, Foberto e Limor efetivamente conseguiram abrir a urna. Diz a lenda que apenas um cônico pode desselar a urna liberando assim o artefato milenar. Onde no Monte do Devaneio eles conseguiriam tal pessoa?

I don't know, Déda. Algo me diz que devemos nos preocupar e muito. Aracne soltou pegando sua bolsa do chão. Como eu fui idiota. Nunca imaginei que Seu Limor Eufésio poderia estar envolvido com Foberto e Morfeu.

Enquanto Cauã se concentrava para entender o que estava acontecendo, Luquinha lembrou-se de algo. Ele pegou sua mochila do chão e de lá tirou o bilhete deixado na porta da sala de aula de Aca.L.An.Tu.S, assinado pelo Mestre Morfeu Elísio.

O que você tem aí, Luquinha? Aracne indagou.

Isto aqui. ele entregou a ela o bilhete.

Aracne olhou a caligrafia do bilhete e no mesmo momento abriu a sua bolsa tentando escondê-la das lentes das câmeras com o seu próprio corpo. Ela parecia muito intrigada e deixou todos aflitos como ela sempre conseguia deixar quando ficava tempo demais sem falar nada.

Da bolsa ela retirou o que Cauã reconheceu ser o livro de registro da Pousada do Viajante. Ela abriu o livro bem na página do dia 18/12/1994 e viu o nome de Seu Limor Eufésio Rosieno escrito lá por extenso ao lado da assinatura dele.

As caligrafias são muito parecidas! Aracne as comparou e depois passou o bilhete e o livro de registro para Déda e os meninos observarem.

Eles chegaram a suspeitar que aquela caligrafia poderia pertencer à mesma pessoa, mas logo desistiram da ideia.

Quando Luquinha decidiu guardar o bilhete de volta na mochila, uma das cartas do jogo de RPG caiu para fora.

A carta IDEM caiu da sua mochila. Cauã devolveu a carta para Luquinha.

— Para que servia essa cartinha, mesmo? — Luquinha quis saber.

— Ela é a carta do RPG que possibilita que duas coisas ocorressem exatamente da mesma forma.

Espera aí. o menino loiro disse atraindo a atenção de todos. Aracne, deixe-me ver o livro de registro de novo.

Luquinha comparou os nomes de Limor Eufésio no caderno de registro com o de Morfeu Elísio no bilhete. Além de constatar que era a mesma caligrafia, parecia que a carta IDEM lhe fizera chegar a uma conclusão diferente.

Alguém tem uma caneta aí? ele pediu, e Aracne tirou uma de sua bolsa.

Tempo depois, Luquinha parecia ter a resposta para o enigma a cerca do envolvimento dos dois irmãos professores e do dono da Travesseiros e Travessuras.

Seu Limor Eufésio e Morfeu Elísio não estão ajudando um ao outro! Eles são provavelmente a mesma pessoa. Luquinha mostrou a todos a conclusão à qual havia chegado em um pedaço de papel.

Déda e Aracne a princípio não quiseram acreditar naquela afirmação, mas era muita coincidência para ser ignorada.

Cauã, você ainda está usando o apanhador de sonhos que te fiz, right? Aracne decidiu que era hora de agir. Não podiam ficar ali presos por algo que não haviam cometido esperando a ARCA chegar.

Y-Yes. — Cauã fez que sim com a cabeça.

— Vou precisar das penas que costurei nele. Vamos arriscar a sua vida para sairmos daqui, mas vai dar certo. Te farei outro em breve. Dá uma pena para cada um. — Aracne disse espiando pelo vidro da porta com receio do segurança voltar. — Esfreguem as penas de mafagafos sete vezes e coloquem-nas em seus bolsos, boys.

VUSH. Todos ali ficaram invisíveis diante das câmeras de segurança. Não era possível avistar nenhum deles. Logo todos entenderam o plano de Aracne quando o silêncio ali dentro foi percebido pelo segurança que voltara do banheiro para fazer guarda do lado de fora da sala.

Assim que notou a ausência dos prisioneiros, Messias correu para chamar o seu supervisor para ele abrir a sala. Em questão de segundos os dois estavam de volta.

Boys, assim que eles entrarem, nós saímos, ok. Aracne cochichou.Temos que seguir até o salão do mafagafo. Tomem cuidado com os cacos dos espelhos. Eles refletem até o que está invisível, ok. Devemos seguir sempre para a ala leste do museu. Foi para lá que eu vi Morfeu correr. Com certeza deve haver um capacho por lá. Vamos tentar ficar juntos, mas se não der, continuem, ok. Haja o que houver, precisamos resgatar o artefato milenar.

A porta da sala foi aberta.

— O que eu disse sobre ficar de olho neles, Messias? — soltou o supervisor.

— Mas eu fiquei, senhor. — ele disse ajeitando as calças. — Sumiram do nada.

— Feche essa porta logo. — bravejou o supervisor olhando minuciosamente todos os cantos da sala como se fosse possível achar algo.

O tempo em que a porta ficou entreaberta foi suficiente para que Aracne, Luquinha e Cauã conseguissem escapar. O único que não conseguiu sair a tempo foi Déda. Ele tentava não ser percebido pelos vigias lá dentro.

Com pesar por estarem abandonando o sebista, Aracne e os meninos seguiram rumo ao salão do mafagafo. Aracne advertiu Cauã para que ele não usasse as chuteiras troposféricas, pois suas nuvens poderiam denunciar a sua localização.

A entrada do salão do mafagafo estava interditada por faixas e barreiras, e os visitantes eram proibidos de aproximar-se daquela área enquanto a perícia terminava seu trabalho de investigação.

Aracne, Cauã e Luquinha conseguiram adentrar a sala passando por debaixo das barreiras engatinhando.

Nada foi roubado, Regina! Além dos espelhos, apenas a beterrábora foi danificada, mas ela já foi replantada.soltou a curadora para a senhora de terninho e saia que era guia do museu.

— Que bom! Menos mal. De qualquer forma, os infratores serão punidos por tentarem roubar a planta. Acabei de ser informada que a ARCA já chegou. — ela comentou colocando a mão em cima do walkie-talkie.

De repente, o alarme de segurança do museu começou a tocar, e um aviso de atividade suspeita foi anunciado pelos megafones das salas. Aracne e os meninos aproveitaram a movimentação e passaram correndo em frente aos cacos dos espelhos rumo à ala leste.

Quando chegaram no corredor maior repleto de vitrais à direita se surpreenderam com a quantidade de policiais da ARCA que haviam sido mandados para o museu. Cinco brutamontes caminhavam em suas armaduras pelo corredor balançando espadas em suas bainhas. Carregavam também anéis de ouro em seus dedos e distintivos da ARCA nas vestes. Eram todos arcanjos com asas imponentes e com auréolas que iluminavam seus longos cabelos.

Não seria nada fácil passar pelos arcanjos da ARCA sem serem notados. No entanto, Cauã e Luquinha conseguiram sair do caminho deles. Cauã entrou atrás de uma estátua de anjo e Luquinha, de uma armadura antiga. Aracne não conseguiu se locomover. Não havia espaço suficiente entre as estátuas para ela ficar.

Cauã e Luquinha saíram de trás das estátuas e correram pelo longo corredor. Aracne precisou voltar, pois os arcanjos estavam se aproximando muito rápido. A última coisa que os olhos dela viram foi: a figura de uma senhora baixinha de vestes roxas e cabelo Chanel atrás dos arcanjos da ARCA

— Procurem por Cauã Travassos, por favor! — Maria Posa pediu aflita para os arcanjos.

Cauã e Luquinha já estavam a caminho da sala oval onde ficava a estátua alada com uma coroa de louro em uma das mãos. Eles respiraram aliviados quando viram que atrás da estátua da deusa Nike havia um capacho. Cauã foi primeiro. Limpou os pés três vezes cada um, primeiro o direito e depois o esquerdo. Luquinha foi logo em seguida, e os dois capachotearam no lugar mais improvável possível. O capacho pegou fogo logo, pois aquela foi a quinta vez que ele foi usado.

ZUPT! O coração de Sofia quase saltou à boca quando ela ouviu alguém capachoteando em frente à lareira. Ainda mais quando ela viu um menino negro de cabelo afro e com um cacho ruivo acima da testa.

CAUÃ!!! Quanto tempo! Como você está? ela gritou assim que Cauã deixou de ficar invisível.

Sofia correu na direção do menino e os dois se abraçaram. Ela respirou aflita. Ele notou que havia uma saliência que se mexia nas costas dela.

Estou feliz em te ver, Sofia.

ZUPT! Luquinha apareceu em seguida, mas não foi recebido da mesma forma pela menina ruiva quando voltou a ficar visível.

Cauã, Sofia. Luquinha os encarou e depois começou a observar a sala onde estavam. Que lugar é esse?

É a casa do Seu Foberto Ícelos, a Mansão dos Oneiros. Ele trouxe meu irmão e eu até aqui prometendo que nos levaria até Aca.L.An.Tu.S para encontrar vocês dois. No entanto, ele nos obrigou a roubar a urna dourada que contém o artefato milenar lá no museu. Disse que vai usar o artefato para ressuscitar o pai dele.Sofia ofegava enquanto falava. Ele também disse que eu sou a criança perdida, a filha de Pete Atlas.

Que ironia do destino. Você que parecia ser uma panqueca sem poder nenhum, se revelou ser a filha do Pete Atlas. Então foi por isso que você conseguiu roubar o artefato milenar. Somente os descendentes de cônicos é que conseguem tocar a urna. — Luquinha disse.

Sofia, você é uma fabulosa também assim como o Luquinha? Cauã a indagou surpreso.

Sou sim! ela lhe mostrou a asa cinza nas costas.

Uma asa só? Não acredito! Nem para evocar a sua E.I direito você serviu, menina ruiva. Também pudera, você é metade cônica e metade anelar. Luquinha soltou com rispidez.

CALA BOCA, Luquinha. Cauã falou com raiva. Cadê o seu irmão, Sofia?

Está ali. ela apontou para o canto da sala onde Eric estava em um monte de almofadas. Ele tocou a urna e caiu desmaiado. Não sei o que fazer. Ele não quer acordar mais.

C-calma. Cauã se aproximou de Eric. Ele está respirando. Vamos pensar no que temos que fazer agora. Onde estamos exatamente, Sofia?

Não sei ao certo! Mas aqui provavelmente é a sala de estar da mansão do Seu Foberto.

A textura dessas paredes se parece muito com a da caverna onde encontrei os pesadelos. Cauã disse observando as estalactites no teto.

Deve ser o mesmo lugar, então. Sofia soltou quando eles ouviram latidos ferozes vindos do lado de fora.

O que é isso? Luquinha perguntou assustado.

São os pesadelos! Tem cerca de dez lá fora. Sofia informou. Não conseguiremos sair desta sala enquanto os pesadelos estiverem à nossa espreita. Já vasculhei por todos os lados. E vi pelas fechaduras que há pesadelos nas duas portas. Aquela dá para o que parece ser a entrada da casa. E aquela outra dá para um corredor. Foi por ela que Seu Foberto saiu.

Entendi. E ele estava sozinho, Sofia? Por acaso, ele estava acompanhado de um homem gorducho careca ou que usava um chapéu coco?

— Não, ele sempre esteve sozinho conosco. — disse Sofia.

— OK.

Cauã e Sofia atentaram-se um instante para Luquinha que estava em frente à lareira observando um quadro que havia sobre ela. No retrato havia quatro pessoas. Um homem de cabelo castanho, olhos verdes e com um bigode francês. Uma moça loira de cabelos esvoaçantes cujas pontas eram rosa, e o sorriso era contagiante. Um senhor de cabelo castanho e óculos dourado. E por fim, um homem pálido de cabelo bem preto e com olhos azuis acinzentados.

Oras, eu conheço eles! Bem, quase todos. Luquinha disse e observou Sofia e Cauã se aproximarem dele. — Embora, esteja mais novo no retrato, aquele senhor de cabelo castanho e bigode francês é, sem dúvida, o Mestre Foberto Ícelos. Mas pintaram os olhos dele errado. Os olhos dele não são verdes! São azuis acinzentados!

— Hmmm, aquela moça loira só pode ser a... — Cauã tentou lembrar o nome dela.

— ...Fantasia da Canoa Amarela. — Luquinha completou.

— Isso! Mas quem é aquele senhor de óculos dourado? — Cauã indagou.

— É o pai do Seu Foberto! — Sofia se lembrou das palavras dele.

— É dele que Déda e Aracne falaram, então, Cauã. — Luquinha aproximou-se mais do quadro. — Ele deve ser Hypnos Oneiros, o pai dos Mestres Foberto e Mor...

— Morfeu. — Cauã completou desta vez.

— Quem é o Mestre Morfeu? — Sofia não o conhecia.

— Só pode ser aquele homem pálido de cabelo bem preto e olhos azuis acinzentados ali, Sofia. Descobrimos que é ele que está por trás de tudo isso. — Cauã explicou. —Provavelmente ele se passava por Seu Limor Eufésio e encomendou de Aracne, a tecelã dona de uma pousada, os capachos para "capotar" que precisava para resgatar o artefato milenar.

"Família Oneiros – 1982". Luquinha leu em uma letra rebuscada em kângelus no canto do quadro. Então, além dos professores Foberto e Morfeu serem irmãos, eles são irmãos da Fantasia também.

Os latidos e uivos dos pesadelos aumentaram. Àquela altura os animais já estavam se debatendo contra as portas querendo adentrar a sala.

— Temos que pensar rápido, ou logo todos aqui serão comida de pesadelos. — Sofia desesperou-se.

— Eles são terríveis. Devoram as almas das pessoas. E se as tocam, a parte tocada desaparece em pouco tempo. — Cauã lembrou-se das falas de Aracne e Custódio.

Por falar nele, Cauã desejou que seu guardião tutelar estivesse lá para protegê-lo e quis muito chamá-lo, mas sabia que não seria atendido.

Sofia, Luquinha. Invoquem seus anjos da guarda. — Cauã teve uma epifania.Eles vão nos ajudar a sair daqui.

Do que está falando, Sarar...Luquinha hesitou., Cauã?

— Aqui no Monte do Devaneio é possível chamar o seu anjo da guarda. O meu foi morto pela cônica arqueira da mata, como no jogo de RPG. Mas os de vocês devem atendê-los. — Cauã soltou esperançoso.

— Jura? — Sofia sorriu aliviada.

— Sim. O que nos resta é invocar os seus anjos, e eles nos tirarão daqui, Sofia.

E como se faz isso, Cauã? Luquinha quis saber de forma diligente.

Por meio da oração do anjo da guarda.

Sofia e Luquinha já conheciam aquela oração. Eles uniram as mãos umas nas outras, fecharam os olhos e não levaram muito tempo para seguir o conselho de Cauã.

"Meu anjo da guarda que hoje e sempre nunca tarda, como uma armadura me guarde do mal em toda travessura! "

Luquinha sentiu algo se mexer na mochila assim que terminaram a oração. Um brilho avermelhado começou a sair dela. Algo estava acontecendo lá dentro.

Luquinha tirou a mochila das costas e ao abri-la, viu que o brilho vinha da caixa do jogo de RPG, o Fabulosos. Ele pegou a caixa e a colocou no chão.

Cauã e Sofia se aproximaram, e todos puderam ver que um brilho vermelho era emitido pelo saquinho de miniaturas. Quando as despejaram no chão, eles viram a origem de tamanho brilho: era a miniatura do guardião tutelar Duarte R. Gregório.

— Esse foi o guardião que eu usei no jogo. — Sofia constatou. — Por que será que ele está brilhando?

Cauã chegou mais perto e viu a miniatura de Custódio N. dos Santos, o seu guardião. Levou um tempo para ele acreditar em seus olhos. Ele se lembrava que havia perdido aquela miniatura. Quando a pegou na mão, ele percebeu que ela já não tinha o mesmo aspecto e nem sequer brilhava.

Deve estar assim porque o meu anjo da guarda morreu. Cauã soltou desolado.

De repente, as fichas de personagens começaram a se agitar pela sala. Muitas voaram, mas apenas três caíram perto de Cauã, Sofia e Luquinha. Eles olharam cismados para as fichas. Eram exatamente as fichas que eles haviam usado para jogar o RPG. No caso de Luquinha, era a ficha que ele tinha tentado usar, pois algo o impediu de continuar.

Sofia pegou a sua ficha onde leu o seu próprio nome e o nome de seu guardião. Do nada as letras do nome do guardião começaram a sumir e logo desapareceram por completo.

Quando pegou sua ficha, Cauã viu que o nome de Custódio já tinha desaparecido. Em relação ao Luquinha, o mais fabuloso aconteceu. Como ele não havia conseguido terminar de escrever o nome do guardião que escolhera, no espaço destinado a isso, um nome apareceu. Era um nome que todos ali conheciam.

Custódio dos Santos. — Luquinha leu, mas logo as letras se apagaram.

Nossa, por um instante eu achei que a ficha do jogo tinha indicado que o seu anjo da guarda fosse o mesmo que o do Luquinha, Cauã. Sofia soltou sem graça. Mas acho que esse jogo deve estar é doido.

Cauã ficou quieto sem saber exatamente o que falar. Olhou para Luquinha com cara de incrédulo e tempo depois soltou:

A segunda guarda de Custódio era você, Luquinha.disse olhando o garoto loiro de soslaio.

O que, Cauã?

Antes de morrer, meu anjo da guarda me disse que protegia duas pessoas, ou seja, que tinha duas guardas. Eu era uma delas e você, Luquinha, só pode ser a outra.

Ah, então foi por isso que eu não consegui escolher outro guardião para fazer parte do jogo de RPG. O meu anjo da guarda já estava morto.

Vocês jogaram o RPG de novo?

— Sim, Cauã. Na biblioteca. Luquinha não conseguiu sequer preencher a ficha de personagem, e toda miniatura que ele colocava sobre o tabuleiro caía. — Sofia explicou.

Agora está tudo entendido! Mas que absurdo eu e você, Sarará, com o mesmo anjo da guarda! — Luquinha soltou incrédulo.

Bem, o anjo da guarda de vocês está morto. Mas e o que aconteceu com o meu? Sofia perguntou aflita.

— Acho que tem a ver com o fato de você ter se tornado uma fabulosa, Sofia. — disse Cauã.

— Ela não se tornou fabulosa, Cauã. — Luquinha mostrou-se arrogante. — Ela, assim como eu, sempre foi uma. Ela só não sabia. Mas quando fez onze anos sentiu sua E.I, assim como aconteceu comigo.

— Será que isso faz com que a gente perca o nosso guardião tutelar? — ela quis saber.

— Bem, de qualquer forma, não conseguiremos sair daqui sem a ajuda de um anjo da guarda. — Cauã lamentou.

— Vamos tentar o meu irmão! Ele é apenas panqueca. Ainda deve ter um anjo da guarda.

Eles se agacharam em volta das almofadas onde Eric estava deitado e o chamaram à exaustão. O garoto, embora ainda respirasse, não respondia a nenhum estímulo físico. Parecia estar preso em um transe interno. Sofia fez que ia chorar.

Luquinha olhou para Eric com desdém vendo-o naquele momento tão frágil, diferente do valentão que ele costumava bancar com o menino loiro. Antes mesmo que Cauã pudesse tecer algum comentário, os três ouviram um ZUPT. Alguém havia acabado de capachotear em frente à lareira.

A poltrona que estava na frente do campo de visão dos três não permitia ver quem era. Os três ameaçaram se levantar, mas logo desistiram quando ouviram um rosnado vindo da lareira. Seja lá o que tivesse capachoteado ali, estava ladrando e não parecia ser de muitos amigos.

E aí o que está achando? Ainha há muito por vir. Continue acompanhando a história de "Os Fabulosos" e não se esqueça de dar estrelas, comentar e seguir a gente. Tudo isso ajuda a divulgar o nosso trabalho.

Beijos

Luiz Horácio

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