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Capítulo 19: O Museu Anelar de Ciências e História

Déda achou que conseguiria dormir até mais tarde naquele dia, mas se enganou.

Ele foi acordado pela briga de travesseiros entre Cauã e Luquinha que disputavam quem iria usar as chuteiras troposféricas. Cauã não queria emprestar de jeito nenhum seu calçado para Luquinha.

Ao levantar naquela manhã fria de dezembro, no Monte do Devaneio, Déda deu de cara com Aracne debruçada sobre o sofá. Ela lia e relia o caderno onde havia traduzido as muitas páginas do diário de Pete Atlas. Ela traduzira palavra por palavra e não havia nenhum vestígio de um dicionário de runa cônica. "Talvez ela já o tivesse colocado em sua sombrinha, onde costumava guardar tudo", Déda imaginou.

— Uma receita! — Aracne soltou assim que viu Déda adentrando a sala.

— O quê? — o sebista coçou a cabeça espreguiçando-se.

— Uma receita! É nela que Pete Atlas deixou a pista para se chegar ao artefato milenar. — Aracne leu para todos em voz alta assim que os meninos apareceram na sala.


Quando acabou de ler, Aracne virou de ponta-cabeça a tradução que ela fizera da receita e viu nela o formato de coração. Déda pediu para lê-la e tentar decifrá-la. Aracne estava cansada de tentar. Ela saiu e foi até a Travesseiros e Travessuras que estava prestes a abrir. Queria desesperadamente falar com o proprietário, Seu Limor Eufésio.

Cauã, Luquinha e Déda se reuniram no quarto do sebista onde havia uma velha TV. Déda precisava manter aqueles meninos ocupados (não queria mais guerras de travesseiros!) e ligou a TV. Depois de ajeitar a antena com palha de aço em diversas posições, Déda finalmente conseguiu deixar a imagem nítida.

Assim que a programação da TV fabulosa prendeu a atenção de Cauã e Luquinha, Déda foi até a cozinha preparar o café da manhã. Ele só precisou retornar para o quarto quando os meninos o chamaram de volta.

— Q-Que foi, meninos? — Déda soltou afobado. Ele veio correndo achando que algo ruim havia acontecido.

— O-Olhe! — Cauã apontou para a TV.

Encontra-se desaparecido o guardião tutelar Custódio Narciso dos Santos, vinte e quatro anos, Terceira Legião Anelar, da Ordem dos Asas Negras. Populares afirmam o terem visto pela última vez no Bar do Boto Rosa. A família está aflita buscando por seu paradeiro. Quem tiver alguma notícia pode ligar para o serviço de procura-se da ARCA. — disse a jornalista cujas expressões faciais passaram de triste para alegre. — Um bom dia para você!

A notícia fez o coração de Cauã se apertar. Ele ficou pensando na família de Custódio que estava procurando pelo paradeiro de seu guardião, assim como a sua família estava procurando pelo dele.

— É preciso avisar a família que Custódio morreu! — Luquinha soltou sem pudor. Cauã havia lhe contado tudo.

— C-Calma. — Déda interveio confortando Cauã. — Se descobrirmos o paradeiro do artefato milenar, poderemos trazer Custódio de volta à vida. Será um presente para a família dele e para a sua, Cauã.

Um silêncio pairou no ar.

— Que cheiro é esse? — Cauã fungou fundo.

— Cheiro de quê? — Luquinha não sentiu nada.

— Esse cheiro doce. — Cauã fungou de novo. — ATCHIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMM!

— Ah, é do bolinho de chuva que estou fritando. — Déda sorriu fazendo que ia sair do quarto.

— Não, não é cheiro de fritura. — Cauã passou a cafungar conforme andava pelo cômodo. — ATCHIIIIM!!!! É um cheiro adocicado! Como de perfume! Não estão sentindo?

Os três foram até a cozinha. Déda e Luquinha, então, puderam sentir o que Cauã estava tentando explicar. Havia um perfume doce no ar, mas não sabiam de quê.

Um barulho lá no piso inferior chamou a atenção dos três que desceram a escada imaginando que Machado de Assis poderia ter ficado preso embaixo de uma das pilhas de livro que acabara de cair.

Quando deram conta de que o mafagafo estava atrás deles na escada, Déda comentou que a pilha de livros devia ter caído sozinha. Os três identificaram os livros que haviam caído com um pouco de esforço, afinal de contas, havia milhares de exemplares ali. Luquinha e Cauã ajudaram Déda a organizar a pilha de livros novamente. Quando retiraram os últimos livros do chão, eles se surpreenderam com uma marca retangular cujas bordas estavam queimadas. Ela tinha o formato de um capacho.

Oh, my... que cheiro é esse? — Aracne indagou assim que adentrou o Sebo nas Canelas trancando a porta atrás dela.

— Qual? Cheiro de perfume doce ou de fritura? — Déda quis saber.

No! Estou falando desse cheiro de queimado, mesmo! — Aracne soltou apontando para o patamar da escada de onde vinha uma fumaça.

— JOANINHAS BARBADAS!!!! Os bolinhos!!!! — Déda subiu desesperado. Ele havia esquecido os bolinhos no fogo.

Aracne parou diante da marca de queimado do chão sem entender muito bem do que se tratava e depois subiu também.

O café da manhã não estava de todo perdido. Déda fez outra receita de bolinhos de chuva, e todos comeram na cozinha, menos Aracne que parecia procurar por algo muito aflita.

— Déda, onde está o meu caderno com a tradução do diário de Pete Atlas?

— Deixei em cima da mesinha da sala. — disse Déda bebericando leite em uma xícara.

— Já conferi. Não está lá não. — Aracne parou com a mão na cintura em frente à cozinha.

Assim que o café acabou, todos procuraram pelo caderno onde Aracne havia traduzido o diário de Pete Atlas. Aracne estava possessa. Não havia conseguido falar com o Seu Limor de novo, e o sumiço de seu caderno estava lhe dando nos nervos.

— Alguém esteve aqui enquanto estive fora? — ela soltou sem paciência.

— Não. Apenas nós três... digo, quatro. — Déda pontuou ao lembrar-se de Machado de Assis.

— Não é possível. Alguém pegou o meu caderno. — ela disse deixando todos sem graça. Seus dedos voltaram a tremer de forma frenética. — Espere aí! Vocês comentaram sobre um cheiro doce pelo ar, right?

— Sim! — os meninos e Déda balançaram a cabeça.

— Não pude senti-lo com tamanha precisão devido à fumaça, mas senti um leve cheiro adocicado sim. — Aracne concluiu. — Me lembrei do perfume de... Não pode ser.

— Hmmmmm, o perfume de Seu Limor Eufésio, não foi? — Cauã disse coçando o nariz.

— Será? Really? — Aracne indagou trocando olhares significativos com Cauã.

— Peraí. Vocês estão insinuando que o Seu Limor Eufésio esteve aqui na minha casa agora de manhã? — Déda ficou preocupado.

— E como ele entrou aqui sem ser notado? — Luquinha duvidou.

— Já parou para pensar que Machado de Assis solta penas e penugens pela casa? — Cauã concluiu assim que o mafagafo passou por ele.

— Affffff, ele usou a pena do Machado para ficar invisível! — Aracne colocou a mão na boca.

— Vocês estão sugerindo que o Limor Eufésio esteve aqui? É isso? — Déda queria entender.

— Se esse lance de "capotar" é possível, e ele tem outro tapete igual ao que está aqui. Por que não?

— É capachotear, Cauã. E o nome certo é capacho! — Luquinha o corrigiu de forma severa como se a soletração correta fosse o mais importante naquele momento.

— Faz todo sentido isso, Cauã. O que eu devo ter tecido para o Seu Limor Eufésio não foram simples tapetes. Mas sim tapetes geográficos, os capachos. — Aracne disse desesperada. — Ele poderia entrar aqui quando bem quisesse!

— Será que foi ele que pegou o seu caderno, Aracne?

Probably!

— Mas por que então ele não levou o diário de Pete Atlas? O tapete, o capacho, estava aqui há dois dias!

— Ele provavelmente não levou o diário porque não iria conseguir traduzi-lo. — Aracne constatou. — Esperou alguém traduzir as páginas em runas cônicas para saber como agir.

— Mas qual seria o interesse do Seu Limor Eufésio na tradução do diário de Pete Atlas? — Déda indagou.

No idea!

— Por que a gente não usa aquele capacho que Déda ganhou para capachotearmos? Quem sabe poderemos descobrir o paradeiro dele. — disse Luquinha.

— A marca de queimado no chão lá embaixo! — Aracne tentava segurar a cabeça com as mãos trêmulas.

— O quê? — Déda e os meninos indagaram preocupados.

— Seu Limor Eufésio inutilizou o capacho! Maldito! — Aracne bufou. — Capachos falsificados só podem ser usados cinco vezes. Depois se desintegram. Não estou acreditando que o Senhor Limor Eufésio fez isso comigo. Como fui idiota. Teci os capachos que ele queria, simplesmente para ele poder invadir os lugares que quisesse ao seu bel prazer. Foi por isso que ele te deu o capacho então, Déda.

— Não foi ele que me deu o tapete, Aracne. Foi o Mestre Foberto Ícelos, na verdade.

Ok. Taí, não sabemos agora quem roubou o meu caderno com a tradução do diário de Pete Atlas. E qual a relação do Mestre Foberto Ícelos com o Seu Limor Eufésio.

— Seja lá quem foi, entrou aqui várias vezes e arrancou uma página do diário. E hoje entrou pela última vez levando o seu caderno. — Déda disse com pesar para Aracne.

— Deixe-me ver o diário. — suplicou Cauã.

Here it is. — Aracne lhe entregou o livro depois de tirá-lo da bolsa de couro.

— Eu sei onde está a página que falta desse diário. Está com o Seu Limor Eufésio, Aracne.

What? O que você está falando, Cauã?

— Agora eu tenho certeza! — o menino negro fez uma pausa dramática ao mexer em seu cacho ruivo. — Não falei nada antes, pois não tinha visto o diário com tanto detalhe, e essa história dos capachos me fez desconfiar dele. Por causa do perfume que senti aqui hoje. E porque as páginas do diário têm um amarelado que já vi antes.

— Como assim, Cauã? — Déda perguntou ansioso.

— Eu vi o Seu Limor Eufésio lendo uma página amarelada igual a essas pela fechadura do quarto dele na pousada. Ele leu uma lista de ingredientes macabros.

— Joaninhas Barbadas! — soltou Déda. — Ele não levou o Diário de Pete Atlas, porque só queria a tradução! Ele deve ter entrado aqui várias vezes esperando que alguém um dia fosse traduzir o diário. Vamos invadir a Travesseiros e Travessuras e pegar ele! — o sebista deu um soco na mesinha de centro.

Déda começou a andar para se acalmar. Todos o seguiram até o seu quarto. Aracne nunca o tinha visto tão nervoso daquele jeito.

Calm dowm, my dear. Se foi realmente o Seu Limor que levou o meu caderno de tradução e a página do diário, precisamos nos apressar para desvendarmos a receita. Ele poderá desvendar o enigma do artefato antes da gente. Ir atrás dele na loja de brinquedos não irá resolver. Já tentei isso duas vezes! — Aracne disse sentando-se na cama.

— Putz, Aracne, eu não me lembro totalmente da receita. — Déda se levantou e começou a andar pelo cômodo. — Iam duas maças cortadas ao meio e as partes trocadas, certo?

— E tinha a parte que falava do bebê do Pete Atlas que nascera daquela receita de vida. — foi a única coisa que Cauã se lembrou.

— Como alguém nasce da receita de maçã com limão e canela? — perguntou Luquinha com desdém.

— Ah, mas tinha a parte que pedia para substituir a maçã pelo lugar onde a mais antiga das graças, feitiços e encantos havia nascido. — disse Déda.

— E qual é a mais antiga das graças? — Luquinha quis saber.

Naquele momento um comercial de panetone retratava na TV as festas de fim de ano de maneira fraternal. Cauã lembrou-se de sua família e disparou:

— Já sei. O amor. O amor é a mais antiga das graças, feitiços e encantos.

Good job, Cauã! — soltou Aracne. — E onde encontramos o amor? — ela fez cara de desdém.

— No coração! — Cauã respondeu prontamente como se aquilo fosse a resposta mais óbvia do mundo.

Os quatros ficaram trocando olhares como se buscassem, um no outro, a resposta para aquele enigma, mas nada tinham a falar. Passado um tempo, estavam todos andando pelo quarto de Déda. Aracne se irritou com a TV e pediu para que Déda a desligasse.

N-No, não deve ser isso. — pontuou Aracne. — Coração, amor, é tudo muito vago. Precisamos ser mais realistas. Tinha uma parte sobre mafagafos também. "Nem os mafagafos conseguem ficar invisíveis lá".

— Faz sentido, sim, Aracne. — Déda acalmou-se. — A maçã na receita representa o coração, o centro da alma onde nasceu o amor: a graça, o encanto, o feitiço mais antigo.

Let me see. Então o de "Nem os mafagafos conseguem ficar invisíveis lá" seria o coração, certo? Mas os mafagafos conseguem ficar invisíveis onde quer que estejam. — Aracne bravejou.

— Pois é, tem dias que levo horas para encontrar o Machado de Assis. Novamente não faz sentido. — Déda fez uma pausa. — Peraí, calma. Existe um lugar onde um mafagafo não consegue ficar invisível de jeito nenhum.

— E que lugar seria esse? — Aracne provocou.

— O MACH, o Museu Anelar de Ciências e História. Ele fica bem no coração do vilarejo. Lá tem uma obra feita por um renomado pintor anelar, chamada "O Mafagafo Vitruviano".

Quando abriram os olhos, Eric e Sofia não acreditaram no que viam. Estavam em um pequeno salão oval de costas para uma estátua alada com 4 metros de altura. Era a reprodução da deusa Nike que segurava em uma das mãos uma coroa de louros. Na base da estátua estava o capacho por onde os irmãos e Foberto Ícelos teriam chegado até ali. Os irmãos haviam passado a noite na mansão dos Oneiros onde Foberto Ícelos ensinou a menina a guardar a asa. Eric tentou ver se conseguia evocar uma E.I, mas foi em vão. Aos doze anos de idade, ele teve certeza absoluta de que não passava de um simples panqueca.

Os três desceram uma escada que dava para um enorme corredor de paredes de mármore. Nelas havia dezenas de quadros em estilo romântico de personalidades históricas que eles desconheciam. No lado oposto às paredes brancas, havia centenas de vitrais com motivos angelicais por onde entrava a luz do dia projetando sombras coloridas no chão. Esse, por sua vez, era revestido por largos ladrilhos xadrez. A cada passo que as crianças davam, elas deixavam no chão frio pegadas temporárias formadas pelo calor úmido das solas de seus pés.

— Então aqui é Aca.L.An.Tu.S? — perguntou Sofia a Foberto Ícelos que balançou a cabeça em sentido afirmativo enquanto andavam pelo corredor.

— Uau. Então esta é a escola dos anjos da guarda! — Eric olhou maravilhado para o corredor cujo pé direito era alto e ornado com detalhes dourados. — Mas onde estão os alunos, Seu Foberto?

— Estão no outro prédio. Aqui é a parte administrativa. — Foberto soltou para os irmãos que observavam tudo. — Tomem. Usem isto aqui. São penas de mafagafos. Esfreguem sete vezes e coloquem dentro do bolso do pijama de vocês.

— Por que temos que ficar invisíveis se o senhor trabalha aqui? — perguntou Eric com desconfiança.

— Por que eu não poderia trazê-los até Aca.L.An.Tu.S. A única que pode é a Fada dos Dentes.

— Mas... — Eric tentou.

— Sem "mas". Vamos, façam o que eu disse. — ordenou o professor.

De repente, os três estavam invisíveis quando viraram à direita em um corredor mais estreito repleto de estátuas de anjos e armaduras antigas intercaladas entre si.

— Tato, cadê você?

— Estou aqui, Sofia.

— Xiuuuuuu, crianças. — Foberto Ícelos disse assim que pararam em frente a uma entrada. Ele referia-se à placa escrita em kângelus no batente "Faça silêncio. Obrigado".

— Onde você está, Seu Foberto? — Sofia soltou aflita. — A gente não consegue se ver!

— Não se preocupem. Estou aqui ao lado de vocês. Vou orientá-los com a minha voz.

— E como saberá onde estamos, Seu Foberto?

— Pelas suas pegadas. — ele apontou para o piso. — Agora, Xiiiiuuuuuuuuu! Me sigam. Em silêncio, por favor.

Eles entraram em um salão grande e deram de cara com um quadro cuja proporção era de 3 m x 1,85 m. Nele havia o desenho de um mafagafo ereto simultaneamente em duas posições sobrepostas. Na primeira, o animal trazia os membros dianteiros e traseiros projetados para frente e as duas asas abertas apontando para cima. Na segunda, as pernas dianteiras e traseiras viradas para os lados e as asas abertas para baixo.

— Uau, olha o tamanho desse mafagafo. — as crianças disseram atônitas.


Mafagafo Vitruviano (1877) de Vicenzo Pietro. — Sofia leu em kângelus com um pouco de dificuldade.

Em frente ao quadro havia uma barreira de proteção composta por cinco pedestais unidos por um cordão formando um semicírculo. O pedestal do meio sustentava um vaso com uma planta vistosa com pequenas folhas verdes e florzinhas roxas. Tal vaso era refletido infinitas vezes pelos espelhos das paredes laterais dispostos paralelamente um em frente ao outro.

— O que estamos fazendo aqui, professor? — soltou Eric aproximando-se do vaso.

Uma voz vinda da entrada do canto direito na parede do quadro obrigou Foberto Ícelos a cochichar para os irmãos ficarem quietos, pois alguém se aproximava.

Os três deram passos para trás distanciando-se do vaso e viram um homem alto vestido de segurança entrar no salão acompanhado por uma senhora de saia e terninho.

— Nove e meia. Já estamos prestes a abrir, Messias.

— Ixi, Regina. Acho que vou precisar ir ao toalete. O diurético está fazendo efeito.

— Corre lá, ainda há tempo para o museu ser aberto.

Sofia observou o homem uniformizado passar na frente deles sem notá-los. Ele realmente precisava ir ao banheiro, pois saiu apressado indo em direção à entrada. O colete dele trazia em letras garrafais algumas iniciais bem parecidas com as do crachá na lapela do terninho da senhora.

— Isso aqui não é Aca.L.An.Tu.S, não é mesmo, Seu Foberto? — cochichou Sofia na esperança de que o professor a ouvisse assim que a mulher saiu.

— Muito bem observado, garota. Você é esperta como o seu pai. Não estamos em Aca.L.An.Tu.S. Estamos no Museu Anelar de Ciências e História, o MACH. Viemos atrás do artefato milenar.

— Em um museu? — Eric disparou.

— Exatamente. Pete Atlas foi sagaz o suficiente para esconder a urna aqui em algum lugar. No coração do vilarejo onde "nem os mafagafos conseguem ficar invisíveis". Agora resta a gente descobrir onde exatamente está a urna. Preciso da ajuda de vocês, crianças.

Foberto Ícelos imaginou que o artefato pudesse estar atrás do enorme quadro, mas não faria sentido Pete Atlas ter conseguido tal proeza. Ele passou a observar então a sala com mais minúcia, mas lá só havia os espelhos laterais de frente um para o outro e a barreira com o vaso de flores no meio.

Sofia e Eric notaram algo quando miraram no espelho da parede à direita do quadro. Eles conseguiam se ver lá como se não estivessem usando as penas de mafagafos. Assim que percebeu que os irmãos estavam se olhando no espelho, Foberto Ícelos se afastou para que não fosse visto. Seus olhos só tinham fixação pelo quadro que ele observou de vários ângulos. O artefato milenar tinha que estar naquele salão.

Foberto Ícelos acompanhou o desenho das asas do mafagafo no quadro, e elas indicavam, de certa forma, os espelhos. Isso chamou a atenção do professor novamente para as crianças em frente a eles. Sofia estava se olhando no espelho da direita, e Eric no da esquerda.

Eles estavam maravilhados com o que conseguiram ver. Havia dezenas, centenas, milhares deles nos espelhos que, paralelamente posicionados um em frente ao outro, refletiam Eric e Sofia infinitas vezes.

Naquele exato momento o professor se lembrou da receita de Pete Atlas que Aracne havia traduzido. "Rende porções infinitas". O paradeiro do artefato tinha a ver com espelhos. "Será que o artefato estaria atrás dos espelhos? Mas de qual? Do da direita ou da esquerda?" Foberto Ícelos pensou.

— Seu F-Foberto. — Eric o chamou. — Cadê o senhor?

Os irmãos se distanciaram dos espelhos e começaram a procurar Foberto Ícelos pelo salão. No entanto, Foberto Ícelos não revelou o seu paradeiro e permaneceu em silêncio. Agora que as crianças estavam longe dos espelhos, ele se aproximou do vaso da barreira, e a resposta para o enigma da receita lhe veio naturalmente. Ele viu o vaso refletido no espelho infinitas vezes.

— O artefato milenar está dentro do vaso! — Foberto Ícelos soltou revelando para as crianças que ele estava em frente ao vaso.

Foberto Ícelos segurou a base da planta no vaso e começou a fazer forte pressão para cima. Aos poucos a raiz da planta começou a ser revelada. Para a surpresa das crianças, a raiz redonda e roxa tinha feições humanas e começou a chorar assim que foi retirada totalmente do solo. O professor abafou o choro da planta tapando a boca dela com cuidado.

— Joaninhas Barbadas! Isto é um vaso de beterrábora bebê. — soltou Foberto Ícelos. — Cave o resto da terra no vaso.

Eric começou a cavar.

— Você não, Eric. Ela! — Foberto Ícelos disse referindo-se a Sofia. — Somente um cônico ou descendente de um é que pode tocar a urna.

A menina passou a cavar e logo encontrou uma superfície rígida.

— R-Rápido. — Foberto Ícelos soltou ao ouvir o eco de vozes aproximando-se.

Let's go. Corram. Eles já devem estar lá. — a voz de uma mulher com sotaque ecoou no corredor próximo dali.

— Nos descobriram! — Foberto Ícelos avisou Eric e Sofia. — Corram de volta para o capacho. Eu os encontro lá.

A mulher à qual a voz pertencia, entrou no salão. Suas mãos tremelicavam sobre as alças de uma bolsa de couro, e ela estava afobada. Atrás dela vinham dois meninos e um homem de ascendência asiática. Eram Aracne, Cauã, Luquinha e Déda.

— Aracne, espere pela gente. — um dos meninos gritou.

A visão que Aracne teve assim que entrou no salão do quadro do mafagafo lhe intrigou. Do outro lado, perto da porta, uma urna dourada se movia muito rápido flutuando no ar. O vaso em frente à barreira de proteção do quadro estava todo revirado e uma pequena beterrábora agonizava no chão chorando muito alto.

Quando Aracne olhou no espelho, viu o reflexo infinito de um homem fugindo. Mas não se tratava do reflexo do Seu Limor Eufésio ou muito menos do reflexo do Mestre Foberto Ícelos. Ela só não ficou mais atônita porque precisou tapar os ouvidos. O choro da planta estava ensurdecedor. Logo os espelhos se espatifaram com o agudo emitido.

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Beijos

Luiz Horácio

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